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sábado, 2 de janeiro de 2010

O caminho da servidão


Fumadores que procuram ajuda podem vir a ter apoio financeiro

Para mim quem tem uma doença é o Estado, uma vez que não pára de engordar. Uma dietazinha não lhe fazia mal, não só a ele como também às pessoas que quase já não conseguem respirar com a sua presença em toda a parte.

Eu sou o primeiro a assinar um plano para tentar salvar o Estado e voltar a colocá-lo a pão e água. Foi assim que ele nasceu, deveria ter assim ficado. Os acrescentos socialistas puseram o Estado a engordar de mais e este, como criação do homem, assemelha-se a este numa coisa: na procura incessante para melhorar a sua posição, para se superiorizar em relação aos outros, para se tornar dominante e, se possível até, totalitário. Não há fim à vista nem limites conhecidos ao seu engordar, uma vez que o seu engordar ele próprio o delimita (não há arranjos constitucionais que valham).

O resultado do engordar do Estado está bem à vista de todos: fraudes, pessoas a viverem à custa das outras, discriminação (esta plano para os fumadores é altamente discriminatório), o afogar das liberdades, direitos e iniciativas individuais, a perseguição a quem se opõe a que o Estado lhe dite o que é correcto e o que é incorrecto, entre outros.

O meu pai sei eu quem é. John Locke não gostaria de viver nestes tempos e os Founding Fathers não gostariam certamente de ver o abismo para o qual a América e todo o Mundo se dirigem: o Mundo da obscuridão, da ausência de iniciativa, da ausência de crítica, da uniformização.

Que o novo ano nos traga mais liberdade.

38 comentários:

Carmo da Rosa disse...

@ RB: ”Eu sou o primeiro a assinar um plano para tentar salvar o Estado e voltar a colocá-lo a pão e água.”

Então pá! Já estava a estranhar tanto silêncio. Estive vai e não vai para mandar a do 2º ano de medicina saber se o nosso jovem ainda está vivo.

Creio que é possível alimentar bem o estado e obter em troca uma sociedade que funciona como todos nós desejaríamos – bem, há sempre uns cabrões das extremas que nunca estarão contentes –, desde que o estrume que ele produza seja a bem da comunidade.

“Pagar impostos é uma prova de civismo”, dizia o economista americano John Kenneth Galbraith. O problema é que, bem aproveitar o dinheiro dos impostos em prol da comunidade, também é uma prova de civismo…

ml disse...

… os Founding Fathers não gostariam certamente de ver para o abismo para o qual a América e todo o Mundo se dirigem: o Mundo da obscuridão, da ausência de iniciativa, da ausência de crítica, da uniformização.

Balhamedeus, uma profecia!
Vou ver se desenterro do pó mais algumas.
Cá vai a primeira como lembrança de ano novo.

Compatriotas: em que tempos caímos nós? … Somos tão cegos que não vemos o abismo no qual estamos prestes a cair? … A roda do governo bloqueada por aqueles que o despotismo protege! Tudo isto, meus compatriotas, e vós continuais passivos, silenciosos, cegos, indiferentes ao vosso destino e ao destino dos vossos filhos?
T. W. Hoit, 'O Direito da América à Escravatura'


E um bonus.

Se o povo americano aceitar este último atrevimento do presidente [F. D. Roosevelt] sem levantar um brado aos céus, deixará de ser zeloso das suas liberdades e estará pronto para o descalabro.
Dorothy Thompson, 1937

Na Grécia Antiga era um velho cego, Tirésias, quem se chegava à frente no palco para lamentar os tempos e prever as catástrofes. A mitologia tem destas liberdades.

Renato Bento disse...

"Creio que é possível alimentar bem o estado e obter em troca uma sociedade que funciona como todos nós desejaríamos – bem, há sempre uns cabrões das extremas que nunca estarão contentes –, desde que o estrume que ele produza seja a bem da comunidade."

O problema é definir os nossos desejos para a comunidade e "bem" da mesma. Para mim serão uns, para o Carmo outros, para outra qualquer pessoa outros.

Assim sendo, e perante estes embróglios, como vai o Estado decidir? Dá prioridade a uns e silencia os outros? Ou aceita os motivos pelos quais foi criado, cinge-se a essas funções, e deixa de agir discriminatoriamente como se tivesse autoridade para reger questões individuais da vida das pessoas?

O que o Estado produz deve ser a bem do indíviduo, e não da comunidade. Aquilo que existe neste Mundo primariamente são indíviduos, interesses particulares, e não comunidades ou interesses colectivos. Quando o Estado se estica muito na definição dos interesses colectivos a "bem" da comunidade, sabemos bem onde as coisas vão parar, sendo a história a nossa testemunha.

Pagar impostos é certamente uma prova de civismo. Saber utilizá-los é uma prova de responsabilidade e coerência. Saber cobrá-los também. E saber cobrá-los de forma igual, sem distinções de carácter monetário ainda mais. Mais uma vez o Estado discrimina: quem mais recebe, mais paga. Porquê? Não deveria a igualdade imperar?

O problema é que existem diferentes concepções de injustiça e igualdade.

Não quero que me entenda mal: sou profundamente Estatista e um defensor acérrimo do Estado nas áreas onde ele deve estar. E também sou defensor de impostos, iguais e uniformizados para todos os cidadãos, independentemente da sua condição social.

Renato Bento disse...

ml, não desconverse.

Sérgio Pinto disse...

Ricardo,

A ml não desconversou, só ilustrou que os profetas da desgraça não são uma novidade do século XXI.

Quanto à história de "mais estado=mais corrupção", estamos conversados. Em tempos, o Porto já se enterrou nessa discussão até ao pescoço. Tem algo de novo a dizer ou fica-se por bitaites préconcebidos?

E como é (ou devia ser) evidente, o Estado decide conforme os arranjos de poder resultantes das eleições. Esquisita, esta coisa da democracia.

Quanto aos impostos, o argumento é igualmente absurdo. Não existe igualdade nenhuma em fazer pagar 100 a quem recebe 150 ou a quem recebe 1500. Progressividade fiscal, sei que a expressão não lhe diz muito, mas é melhor que se habitue. Contra isso, nem os seus amigos teólogos do mercado têm tido grandes hipóteses de espingardar. Uma chatice, não é? Ainda neste nosso tempo, em que os fundamentalistas do mercado levaram um belo rombo.

ml disse...

ml, não desconverse.

O que quer que lhe diga, RB? Que as visões do Rasputine eram passíveis de discussão?

No estado magrinho não há fraudes, pessoas a viverem à custa das outras, discriminação, afogar das liberdades, perseguição a quem se opõe a que o Estado lhe dite o que é correcto e o que é incorrecto, sem que isso o conduza necessariamente ao abismo?
Pelo menos ainda os vejo por aí nos mapas.

Se for preciso eu faço-lhe já uma listinha pormenorizada desses males que aconteceram nos magrinhos, e nem é preciso ir muito atrás no tempo nem variar muito de lugar.


Aquilo que existe neste Mundo primariamente são indíviduos, interesses particulares, e não comunidades ou interesses colectivos.

Bom, é lá consigo, mas está a negar a história desde os primórdios. O homem-indivíduo é uma construção muito recente.
Quando estudei história ensinaram-me que a definição de homem é 'um ser eminentemente social e gregário’.
Acho que o conceito aristotélico já estava na altura um bocadinho debaixo de fogo, mas não fui eu que fiz o programa.


O problema é que existem diferentes concepções de injustiça e igualdade.

Ora bem. Eça é que é Eça.


Mais uma vez o Estado discrimina: quem mais recebe, mais paga. Porquê?

Olhe, isto dava uma conversa longa à lareira e para ilustrar bastava, por ex., o ‘Gabriela Cravo e Canela’ do Jorge Amado.
Mas deixe lá. Bom Ano com um estado eficaz, gordo ou magro.

Renato Bento disse...

"Quanto à história de "mais estado=mais corrupção", estamos conversados. Em tempos, o Porto já se enterrou nessa discussão até ao pescoço."

Não tenho memória da discussão que teve com o Paulo Porto, mas parece-me óbvia a ligação entre as duas coisas. Se prefere negar que o negue, só se está a enganar a si próprio.

"E como é (ou devia ser) evidente, o Estado decide conforme os arranjos de poder resultantes das eleições. Esquisita, esta coisa da democracia."

Em Estados Democráticos e Constitucionais. Então e em Estados não democráticos e não constitucionais?

Será que existe uma verdadeira democracia?

Caro Sérgio, os arranjos constitucionais precisam de ser aplicados na prática. De nada valem se a justiça e os tribunais não conseguem impor aquilo que está escrito nas linhas constitucionais. De nada valeu a Constituição Socialista de 1976, uma vez que as coisas não enveredaram por tais caminhos.

Para além disso, é preciso ser-se muito ingénuo para achar que os arranjos de poder são resultantes dos resultados das eleições: não só porque alguns arranjos constitucionais precedem a ocorrência de eleições livres e justas, como também porque sempre que se dão alterações significativas nos partidos vencedores das eleições estes raramente mexem nos textos constitucionais.

Creio que era Jefferson que, reconhecendo aquilo que disse acima, defendia que a Constituição Norte-Americana devia ser alterada de 19 em 19 anos, para que a Constituição estivesse de acordo com os preceitos geracionais.

Existe toda uma lógica inerente às dinâmicas de poder que impedem que certas medidas sejam tomadas. Veja Obama e a reforma que este tenta promover no sistema de saúde, por exemplo.

A ocorrência de eleições e de controlo político limita, de facto, o jogo político. Mas nunca totalmente.

Conhece uma coisa chamada Estado de Excepção, que o velhinho Bodin profetizava como uma pedra basilar da Soberania?

Creio que fui um pouco mal entendido e obviamente que existem diferenças significativas de país para país sobre as limitações do poder e do engordar do Estado. Aquilo que procurava referir é que na maioria do continente Europeu tais limitações ao Estado em matéria económica, apesar de muitas vezes existirem, não são muitas vezes aplicadas. Para além disso, a legislação ainda parece ser um bocado deficitária nesse campo, algo que o Estado usa em seu proveito.

"Quanto aos impostos, o argumento é igualmente absurdo. Não existe igualdade nenhuma em fazer pagar 100 a quem recebe 150 ou a quem recebe 1500. Progressividade fiscal, sei que a expressão não lhe diz muito, mas é melhor que se habitue."

Acredite que me diz muito. Cá em casa o meu pai diz que paga por 20, e trabalha por 40. Depois admiram-se.

Para mim a progressividade fiscal é um roubo, uma injustiça e uma desigualdade. Mas para a esquerda já se sabe que há igualdades boas e igualdades más.

É o discricionarismo...

Renato Bento disse...

"No estado magrinho não há fraudes, pessoas a viverem à custa das outras, discriminação, afogar das liberdades, perseguição a quem se opõe a que o Estado lhe dite o que é correcto e o que é incorrecto, sem que isso o conduza necessariamente ao abismo? Pelo menos ainda os vejo por aí nos mapas."

Ai a ml vê Estados magrinhos no mapa? Eu não vejo nenhum. Vejo uns mais que os outros.

"Se for preciso eu faço-lhe já uma listinha pormenorizada desses males que aconteceram nos magrinhos, e nem é preciso ir muito atrás no tempo nem variar muito de lugar."

A sua definição de magrinho deve ser deveras interessante...

"Bom, é lá consigo, mas está a negar a história desde os primórdios. O homem-indivíduo é uma construção muito recente. "

Uma construção bastante recente é o homem cidadão. Pelo MENOS desde Occan que se fala do homem como individuo.

"Quando estudei história ensinaram-me que a definição de homem é 'um ser eminentemente social e gregário’."

Das duas uma: ou lhe ensinaram história durante o Estado Novo, ou lhe ensinaram história entre 74 e 82.

Carmo da Rosa disse...

@ RB: ”O problema é definir os nossos desejos para a comunidade e "bem" da mesma. Para mim serão uns, para o Carmo outros, para outra qualquer pessoa outros.”

RB, muito simples, isso resolve-se com eleições…

Mas eu compreendo o nosso dilema, ou melhor, a nossa forma diferente de encarar o Estado que pode levar a mal-entendidos.

É que eu vivo num país em que se paga bastantes impostos mas normalmente o Estado faz alguma coisa com esse dinheiro. Poderia fazer mais, dizem uns! O que fez está bem feito, dizem outros! Mas o certo é que se vê trabalho feito…

No nosso jardim-à-beira-mar-plantado, onde você vive, não tenho essa impressão, de que o Estado faça muita coisa – ou coisas acertadas - com o dinheiro que recebe dos contribuintes.

Mas você e o resto do maralhal que aqui comenta estão em melhores condições de responder a esta questão...

Sérgio Pinto disse...

Ricardo,

O exercício de automutilação do Porto vem daqui: http://fiel-inimigo.blogspot.com/2009/11/resultados-da-exposicao-prolongada-ao.html
Se tiver alguma coisa a contrapor (o Porto não tinha, como de costume), apite.


Em Estados Democráticos e Constitucionais. Então e em Estados não democráticos e não constitucionais?

Não me apercebi que o post era sobre a Arábia Saudita, desculpe.

Quanto às imperfeições, etc., sim, existem. E?
Não consigo ver particular benefício na facilidade ou na frequência das alterações constitucionais. Para situações mais conjunturais temos ciclos eleitorais, eleições legislativas a cada 4 anos, etc.

A reforma do sistema de saúde ainda lhe tira o sono? De facto, um crime, esta ideia de querer evitar que haja por aí dezenas de milhões sempre com a corda ao pescoço. Ainda mais quando vemos como os sistemas de cobertura universal funcionam horrivelmente. Pois.
Olhe, faça um esforço e vá lendo o Krugman, que ele tem andado bastante entretido com isso. Embora de vez quando diga que There’s no use addressing complaints from the right; in general, the safest thing when dealing with crazy people is to avoid eye contact., ainda os vai aturando de vez em quando.

Limitações em matéria económica? E deveria haver porque...? Infelizmente, já há alguma. Já nos obrigaram a engolir um PEC. Felizmente, na prática, tem havido bom senso suficiente para o mandar para onde merece.


Para mim a progressividade fiscal é um roubo, uma injustiça e uma desigualdade. Mas para a esquerda já se sabe que há igualdades boas e igualdades más.

Presumo que ache o Malawi um país mais igual que a Suécia. Tem uma definição curiosa de igualdade e justiça. Perpetuar a desigualdade de rendimentos (e oportunidades) é, de facto, a política mais igualitarista de que me consigo lembrar...

Renato Bento disse...

"RB, muito simples, isso resolve-se com eleições…"

Desculpe-me a comparação Carmo, mas Hitler também resolveu as coisas com eleições. Na Venezuela também há eleições, e na URSS também as havia.

A questão é que independentemente do resultado que as eleições tiverem, existem direitos invioláveis e inalianáveis com os quais o indíviduo e cidadão, enquanto homem, não consegue viver. Existem coisas sobre as quais não se pode legislar, conter, afogar. As eleições não são uma carta branca para se fazer aquilo que se quer, nem tão pouco podem ser a ditadura da maioria.

"É que eu vivo num país em que se paga bastantes impostos mas normalmente o Estado faz alguma coisa com esse dinheiro. Poderia fazer mais, dizem uns! O que fez está bem feito, dizem outros! Mas o certo é que se vê trabalho feito…"

Não se pode dizer que discorde. Mas, mesmo assim, num país com a tradição liberal que a Holanda tem, existem limites que não podem ser ultrapassados.

Sérgio Pinto disse...

As eleições não são uma carta branca para se fazer aquilo que se quer, nem tão pouco podem ser a ditadura da maioria.

Por um momento, quase imaginei que isto estaria relacionado com a proibição da construção de minaretes na Suíça.

Renato Bento disse...

"Não consigo ver particular benefício na facilidade ou na frequência das alterações constitucionais. Para situações mais conjunturais temos ciclos eleitorais, eleições legislativas a cada 4 anos, etc."

Nem eu disse que via!

"A reforma do sistema de saúde ainda lhe tira o sono? De facto, um crime, esta ideia de querer evitar que haja por aí dezenas de milhões sempre com a corda ao pescoço. Ainda mais quando vemos como os sistemas de cobertura universal funcionam horrivelmente. Pois."

A questão é fracturante. Penso que tem noção clara noção disso. Mesmo muitas pessoas que não têm seguro de saúde são contra a Estatização do sistema. É preciso ter bastante cuidado quando se discute este assunto, uma vez que não é só o certo e o errado que aqui conta.

"Presumo que ache o Malawi um país mais igual que a Suécia. Tem uma definição curiosa de igualdade e justiça. Perpetuar a desigualdade de rendimentos (e oportunidades) é, de facto, a política mais igualitarista de que me consigo lembrar..."

Ah sim, a velha e boa Súecia dos Abba, do Bergman, do Borg, do dono do IKEA (que vive na Suíça)... Das fugas de capitais. Entendo... É a justiça para aqueles que não têm conhecimento das Ilhas Caimão e que gostam de andar a sustentar os refugiados dos subúrbios de Estocolmo e de Malmo. Mas olhe que é Sol de pouca dura, eles também já não estão a gostar da brincadeira.

A diferença é que você defende igualdade económica e social. Eu defendo igualdade política e de igualdade de direitos e perante a a lei. Para além disso, defendo que não se pode tirar de uns para dar a outros.

O Estado é uma construção de todos e todos devem dar o mesmo para a sua construção. Se uns derem mais, deveriam ir buscar mais. Mas o curioso é que quem dá mais ainda tem que pagar mais nos serviços do Estado.

E, em minha casa, o meu pai diz: dou por 20, e trabalho por 40, o que comprova que a questão não é entre ricos e pobres, é mesmo dentro da classe média.

Renato Bento disse...

"A questão é que independentemente do resultado que as eleições tiverem, existem direitos invioláveis e inalianáveis com os quais o indíviduo e cidadão, enquanto homem, não consegue viver."

*sem as quais

Carmo da Rosa disse...

@ RB: ”mas Hitler também resolveu as coisas com eleições. Na Venezuela também há eleições, e na URSS também as havia.”

Pois, mas o Hitler aboliu a constituição depois de ter sido eleito, e não é essa a ideia. Porque a constituição serve precisamente para os tais direitos invioláveis e inalienáveis a que você se refere. Na Venezuela o Chavez está a tentar fazer aquilo que Hitler fez – mudar a constituição a seu favor. Na URSS nunca houve eleições democráticas…

@ RB: ”As eleições não são uma carta branca para se fazer aquilo que se quer, nem tão pouco podem ser a ditadura da maioria.”

É evidente que não. Por isso é que normalmente há uma constituição, e uma divisão entre poder legislativo e o poder executivo. Precisamente para evitar chatices, e mesmo assim nem sempre há garantias que a coisa dê para o torto.

@ RB: ”existem limites que não podem ser ultrapassados.”

Isto é que é subjectivo, e sou obrigado a virar o feitiço contra o feiticeiro “para mim serão uns, para o RB outros, para outra qualquer pessoa outros."

@ Sérgio Pinto: ”Por um momento, quase imaginei que isto estaria relacionado com a proibição da construção de minaretes na Suíça.”

Caro Sérgio, por um momento pensei que você se iria lembrar do desgraçado do professor de literatura (Liu Xiabo) que na China apanhou 11 anos de prisão por assinar uma petição a pedir um pouco mais de democracia – mas não!

EJSantos disse...

" mesmo dentro da classe média."
Sem tomar ainda posição por nenhuma opinião, concordo plenamente com esta afirmação. A classe média é que aguenta financeiramente as politicas estatais.

ml disse...

A sua definição de magrinho deve ser deveras interessante...

Ah, bom, já estamos num outro patamar, esse sim, muito interessante. Como dizia aquele senhor chamado Castelo Branco, nunca se é suficientemente magro nem suficientemente rico.

E não conhece, por acaso, estados mais gordos que são menos corruptos do que outros mais magros? Olhe que eles estão mesmo no mapa e era a esse 'pequenino' disagreement que o Sérgio se referia.


Pelo MENOS desde Occan que se fala do homem como individuo.

Não sei se está a referir-se ao Ockham.
Meu caro RB, o homem é um indivíduo e sempre, desde que existe gente, houve quem o privilegiasse. O que não significa que aquilo que existe neste Mundo primariamente são interesses particulares, e não comunidades ou interesses colectivos tenha sido sempre uma realidade, porque é falso.
A noção de que o homem é um ser eminentemente social e gregário, submetido a ‘imperativos categóricos’ morais, religiosos, sociais, vem de Aristóteles e perdurou até ao fim da Idade Média. O Renascimento é que, ao colocar o homem no centro do universo, dá passagem à ruptura. O Iluminismo ajudou muito, a Egalité, Liberté, Fraternité ajudaram muito mais. A partir daí é que foi um ver-se-te-avias.

Sérgio Pinto disse...

A questão é fracturante. Penso que tem noção clara noção disso. Mesmo muitas pessoas que não têm seguro de saúde são contra a Estatização do sistema. É preciso ter bastante cuidado quando se discute este assunto, uma vez que não é só o certo e o errado que aqui conta.

O facto de algo ser fracturante não implica que se deva ter 'cuidado' (o que quer que isso queira dizer). Acabar com políticas abertamente segregacionistas já terá sido fracturante, mas nem por isso deixava de haver apenas uma opção digna de uma democracia.


Ah sim, a velha e boa Súecia do
s Abba, do Bergman, do Borg, do dono do IKEA (que vive na Suíça)... Das fugas de capitais. Entendo... É a justiça para aqueles que não têm conhecimento das Ilhas Caimão e que gostam de andar a sustentar os refugiados dos subúrbios de Estocolmo e de Malmo


Você define os EUA através o Madoff? Também me pareceu que não.


Eu defendo igualdade política e de igualdade de direitos e perante a a lei. Para além disso, defendo que não se pode tirar de uns para dar a outros.

Excepto que não pode ter apenas uma ou duas camadas de igualdade, como se o conceito não fosse multidimensional. Por alguma razão (adivinhe lá), o bom desempenho dos filhos está mais dependente do nível de riqueza inicial dos pais nos EUA do que na Suécia. Mas imagino que tentar diminuir esta correlação entre riqueza (e desigualdade) intergeracional seja, para si, uma atroz desigualdade.

Desconfio que você também deverá ter umas noções estranhas sobre classe média. Mas aí já houve recentemente um debate grande na blogosfera que começou na Fernanda Câncio e no Luís Aguiar Conraria.

Sérgio Pinto disse...

Caro Sérgio, por um momento pensei que você se iria lembrar do desgraçado do professor de literatura (Liu Xiabo) que na China apanhou 11 anos de prisão por assinar uma petição a pedir um pouco mais de democracia – mas não!

Caro Carmo, por um momento pensei que a minha observação tinha surgido na sequência de um comentário do Ricardo sobre democracia não ser uma ditadura da maioria. Ou seja, o ponto de partida, pelo menos formalmente, seria o de um regime democrático. É nesse patamar que você põe a China?

Renato Bento disse...

"Não sei se está a referir-se ao Ockham."

Estou pois.

"Meu caro RB, o homem é um indivíduo e sempre, desde que existe gente, houve quem o privilegiasse. O que não significa que aquilo que existe neste Mundo primariamente são interesses particulares, e não comunidades ou interesses colectivos tenha sido sempre uma realidade, porque é falso."

Devo estar em Júpiter então. Peço desculpa.

"E não conhece, por acaso, estados mais gordos que são menos corruptos do que outros mais magros? Olhe que eles estão mesmo no mapa e era a esse 'pequenino' disagreement que o Sérgio se referia."

É provável. Confesso que não tenho conhecimento dos sempre engraçados gráficos de nivel de corrupção de país para país. Excepções à regra existem sempre, uma vez que não é o tamanho do Estado a única variável que contribui para o aparecimento da corrupção. Questões culturais importantes, por exemplo, também têm um papel importante: na Europa do Sul as redes clientelares e a corrupção sempre tiveram tendência para ser mais altas do que nos países do Norte da Europa.

"A noção de que o homem é um ser eminentemente social e gregário, submetido a ‘imperativos categóricos’ morais, religiosos, sociais, vem de Aristóteles e perdurou até ao fim da Idade Média. O Renascimento é que, ao colocar o homem no centro do universo, dá passagem à ruptura. O Iluminismo ajudou muito, a Egalité, Liberté, Fraternité ajudaram muito mais."

Exacto.

ml disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Renato Bento disse...

Sérgio é preciso ter cuidado uma vez que a questão não se resume ao correcto e ao incorrecto. É muito mais profunda que isso. A discussão é profundamente ideológica e poderá alterar por completo a sociedade Americana, que sempre recusou ao Estado a preponderância que ele está hoje em dia a querer assumir.

Basta ver que os Founding Fathers priveligiavam, eles próprios, mais a vida privada do que a vida política. Jefferson falava do fardo político e do sonho de retornar ao "saudável lar". A realidade Americana sempre foi substancialmente diferente da Europeia, com todas as diferenças já existentes dentro desta.

"Acabar com políticas abertamente segregacionistas já terá sido fracturante"

Pois foi. E fizeram-no muito antes de nós, talvez tenha sido por isso que foi tão fracturante...

"Você define os EUA através o Madoff? Também me pareceu que não."

Não. Mas você define através do Sistema de Saúde, do Madoff, do Iraque, do Afeganistão...

"Excepto que não pode ter apenas uma ou duas camadas de igualdade, como se o conceito não fosse multidimensional."

Sérgio, os homens não são todos iguais. São todos diferentes. Têm características diferentes uns dos outros, a começar no ADN, no sítio onde cresceram, na forma como foram educados, etc. Tudo isto vai fazer com que uns desenvolvam capacidades diferentes do outro e, por consequência, a desigualdade é algo que ocorre de forma natural.

Creio que foi Lincoln que uma vez afirmou: "Os homens nascem iguais, mas é a última vez que o são". Não há NADA que se possa fazer contra isto, a não ser preservar e defender os direitos ILANIANÁVEIS e até, para mim, sagrados de todos os homens. Para si eles são uns, para mim são outros. Esta discussão tem séculos, não é aqui que a vamos resolver.

"Por alguma razão (adivinhe lá), o bom desempenho dos filhos está mais dependente do nível de riqueza inicial dos pais nos EUA do que na Suécia. Mas imagino que tentar diminuir esta correlação entre riqueza (e desigualdade) intergeracional seja, para si, uma atroz desigualdade."

Pois. Resta saber é porque é que todos eles acabam por ir estudar para os EUA.

O bom desempenho está muito mas dependente dos próprios alunos do que do nível de riqueza dos pais, seja em que país do Mundo for. A diferença entre os EUA e a Súecia dá-se nos níveis mais altos de escolaridade e não tanto nos níveis mais baixos de escolaridade. Apesar de ser muito difícil conseguir chegar às melhores universidades Norte-Americanas, os EUA devem ser o país do Mundo com mais Universidades, que têm dos sistemas de bolsa de mérito mais desenvolvidos do Mundo.

Enquanto em Portugal você paga para ter professores incompetentes, que sabem menos que os próprios alunos, que se preocupam mais em manifestações e folclores do que em dar aulas, nos EUA você tem muito melhores professores. (com excepções)

Enquanto nos EUA você tem a maioria dos alunos dedicados, a saberem aquilo que querem, com espirito de competição e a quererem ser os melhores, na Europa você tem alunos que se drogam nos pátios da escola, que incendiam livros, que insultam professores, que afirmam orgulhosamente nunca terem lido um livro na vida, que não têm objectivos. (com excepções)

Melhor ainda: você aqui paga supostamente por uma melhor educação; veja como ela é tratada.

Agora você diz-me que o sistema tem falhas. Pois claro que tem. Todos os sistemas têm falhas. Tudo tem falhas.

Ah, e outra coisa. Lá quem assume o papel de Estado muitas vezes são as pessoas, de livre e espôntanea vontade. Esta é para mim a verdadeira comunidade, a verdadeira sociedade: aquela que se mobiliza sem precisar dos aparelhos e estruturas burocráticas do Estado Central. Uma ajuda que surge com vontade, como um sentimento de dever e que não é imposta.

Duvido, digo-lhe, duvido muito que um bom aluno nos EUA não consiga singrar. Você cá tem gente que está nas Universidades públicas há 10 anos para tirar uma licenciatura de 3 ou 4 anos.

Renato Bento disse...

"A. A noção de que o homem é um ser eminentemente social e gregário, submetido a ‘imperativos categóricos’ morais, religiosos, sociais, vem de Aristóteles e perdurou até ao fim da Idade Média. O Renascimento é que, ao colocar o homem no centro do universo, dá passagem à ruptura. O Iluminismo ajudou muito, a Egalité, Liberté, Fraternité ajudaram muito mais.

B. Meu caro RB, o homem é um indivíduo e sempre, desde que existe gente, houve quem o privilegiasse. O que não significa que aquilo que existe neste Mundo primariamente são interesses particulares, e não comunidades ou interesses colectivos tenha sido sempre uma realidade, porque é falso."

Não vejo em que é que as duas coisas se contradizem. A primeira foi aquela que dominou até ao iluminismo, como referiu. A outra dominou desde aí para a frente.

Só que a primeira ruiu porque era falsa, sendo derrotada pelas evidências da segunda. Creio que é isto.

ml disse...

Há aqui qq coisinha que não bate.

A. Meu caro RB, o homem é um indivíduo e sempre, desde que existe gente, houve quem o privilegiasse. O que não significa que aquilo que existe neste Mundo primariamente são interesses particulares, e não comunidades ou interesses colectivos tenha sido sempre uma realidade, porque é falso.

B. A noção de que o homem é um ser eminentemente social e gregário, submetido a ‘imperativos categóricos’ morais, religiosos, sociais, vem de Aristóteles e perdurou até ao fim da Idade Média. O Renascimento é que, ao colocar o homem no centro do universo, dá passagem à ruptura. O Iluminismo ajudou muito, a Egalité, Liberté, Fraternité ajudaram muito mais.

Como é que considera B exacto, e A lhe lembra a sua casinha em Júpiter, quando A e B dizem o mesmo por palavras complementares?
Escapou-me alguma coisa?


Confesso que não tenho conhecimento dos sempre engraçados gráficos de nivel de corrupção de país para país.

Nem precisa, a literatura sobre o assunto é abundante e os media autênticas trombetas. Ou tb partilha da opinião de uma conspiração na comunicação social?

Olhe, vou é dormir porque estou cansada e inadvertidamente devo estar a ler da direita para a esquerda. É a influência do árabe.

ml disse...

Só que a primeira ruiu porque era falsa, sendo derrotada pelas evidências da segunda. Creio que é isto.

Crê um bocadinho mal.
Os "interesses particulares" não foram sempre uma realidade porque só depois do Renascimento e do Iluminismo, com a Revolução Francesa, Romantismo, é que o indivíduo como tal passou a contar. Até aí imperavam as "comunidades de interesses, os interesses colectivos" representados nos ‘imperativos categóricos’, morais, éticos, religiosos, sociais.

Está melhor assim?

Renato Bento disse...

"Crê um bocadinho mal.
Os "interesses particulares" não foram sempre uma realidade porque só depois do Renascimento e do Iluminismo, com a Revolução Francesa, Romantismo, é que o indivíduo como tal passou a contar. Até aí imperavam as "comunidades de interesses, os interesses colectivos" representados nos ‘imperativos categóricos’, morais, éticos, religiosos, sociais."

Não me parece que seja assim.

ml disse...

Bom, não lhe parece, mas talvez eu saiba um bocadinho melhor o que afirmei, não acha?

Ou parece-lhe que os "interesses particulares" sempre foram tidos em conta apesar de só passarem a ser tidos em conta a partir do Renascimento?

Renato Bento disse...

ml,

aquilo que estou a querer dizer é que os interesses particulares sempre foram superiores aos colectivos, apesar de os colectivos recolherem mais aprovação e serem alvo de maiores reflexos nos tempos anteriores à Idade Média.

Renato Bento disse...

* REFLEXOES

ml disse...

Bem me parecia que só podia ser pura convicção ideológica.
Não está ver a importância dos interesses particulares do indivíduo no feudalismo, pois não? E vá ver ao Sto Agostinho, ele conta-lhe como era na Idade Média a humanização através do colectivo social e político. E da escravatura, já agora.
Interesses individuais, pois claro.

A mim também me parece que o indivíduo tinha mais importância do que a igreja na Idade Média, mas não vejo bem onde é que este parecer me leva se quiser analisar a realidade histórica.

Renato Bento disse...

Se o individualismo fosse assim tão inexistente, como explica os escritos de Ockham e, posteriormente, de Hobbes e do Estado de Natureza que ele retrata?

Unknown disse...

O RB está a dar um baile notável. Tenho estado a assistir, deliciado.

Só uma achega sobre a fiscalidade, porque creio que o SP não entendeu o conceito, como se depreende daquilo que escreveu.

Igualdade fiscal não é pagarem todos o mesmo. É pagarem todos a mesma percentagem.
Se o Manuel ganha 100, paga 10. Se ganha 1000, paga 100.

Porque aquilo que o RB diz tem razão e é sentido por toda a classe média.
Que paga a parte de leão do bolo fiscal, e depois não tem acesso aos serviços que paga, nas mesmas condições daqueles que nada pagam.

A gratuitidade de alguns serviços é para aqueles que, logo à partida, pagam menos para o sistema.
Um cidadão que paga 40% de impostos, não tem nada gratuito. Paga o sistema em si e paga depois para ter acesso a ele.

Isto é justo?

Unknown disse...

O ser humano é gregário e social?
É, mas não ao ponto que os colectivismos entendem.
A ideia base do fascismo, (as varas unidas para serem mais fortes ... o fascio), de resto a mesma do comunismo, pretende que cada vara é apenas uma peça menor e menos importante do "colectivo" do "social".

Estou convicto de que não é assim. O nosso gregarismo é uma questão de grau. Digamos que é mais como o lobo do que como as abelhas ou as formigas.

ml disse...

Se o individualismo fosse assim tão inexistente, como explica os escritos de Ockham

Já expliquei. Os indivíduos existiam, parece uma evidência, sei lá, o estatuto de que gozavam é que se diluía no social, no político, no religioso.

Em todos os tempos e todas as épocas há sempre vozes que desafinam da ordem social aceite como natural e até divina. O Padre António Vieira, por exemplo, defendeu os direitos dos índios, dos judeus, o fim da distinção entre cristãos novos e velhos numa época em que isso não só era contra a corrente como mesmo visto como heresia. Teve problemas em Portugal, como sabe, nomeadamente com a Inquisição e não foi por essa luta de uma vida inteira que quer índios quer judeus e cristãos novos mudaram de estatuto.

Hoje também há quem tenha alternativas filosóficas ao modus vivendi actual, só que as mudanças, ou não vão nesse sentido, ou são muito lentas e nunca em linha recta ou totais.

Os gregos clássicos, que são mais antigos do que Sto Agostinho, de certo modo glorificaram o indivíduo nas figuras de Ulisses, Aquiles, etc., nos heróis e no conceito de 'polites'. No entanto, a grande massa da população era vista como isso mesmo, uma massa sujeita a imperativos que ultrapassavam os seus interesses individuais, se é que sabiam o que isso era. E mesmo aos mais individualizados pela mitologia eram colocados limites muito apertados.

ml disse...

É, mas não ao ponto que os colectivismos entendem.

Bem-vindo à discussão com as banalidades e ligeirezas habituais, prezado.
Falava-se, se não entendeu bem, que o individualismo não foi desde sempre considerado inato à natureza humana, mas sim um processo construído em séculos recentes, e alargado ao que hoje conhecemos em tempos muito mais recentes ainda.
E basta olharmos para as ditaduras do século XX para se perceber que há retrocessos. Digamos que estes movimentos avançam em espiral, recolhem traços das sociedades anteriores antes de continuarem a marcha, que é muito desigual entre as populações deste pequenino planeta. Comparem-se os direitos individuais das mulheres em Portugal e na Arábia Saudita, ou os da população das sociedades tribais com os da população dos países europeus.

Carmo da Rosa disse...

@ Sérgio Pinto: ”Ou seja, o ponto de partida, pelo menos formalmente, seria o de um regime democrático. É nesse patamar que você põe a China?»

Sim, tem razão, não vem lá muito a propósito, mas também não vejo ditadura nenhuma no facto dos suíços não quererem construir mais minaretes. Atencão com as sugestões, a minoria islâmica não foi proibida de rezar a Alá.

Unknown disse...

"antes de continuarem a marcha"

para além das habituais banalidades e pastiches, retive esta frase que revela aquilo que subjaz à forma como encara o mundo: a cristianíssima ideia de que a História é linear, que "progride" de um "mal" para um "bem", de que há um processo de "avanço" e que, obviamente, você ( não veja aqui um você pessoal) está já à frente, a olhar com desdém por vezes, com compreensão,outras vezes, os pré-modernos que ainda não "marcharam", que ainda não alcançaram as culminâncias onde já pensa estar.

O marxismo bebeu tb aí, mas em vez de colocar Deus no fim do processo, endeusou o próprio processo, fazendo da História em movimento, uma necessidade e uma inevitabilidade científica.

É evidente que você nem se acha cristã nem marxista.
Mas está impregnada até à medula, sem se dar conta, do pensamento padrão que desses conceitos deriva.

É por isso que é, sem qq dúvida "progressista"....

ml disse...

subjaz à forma como encara o mundo: a cristianíssima ideia de que a História é linear, que "progride" de um "mal" para um "bem", de que há um processo de "avanço"

Oh, prezado, isso é uma resposta ao que eu escrevi ou é apenas para acalmar a vesícula enquanto espera pelo jantar?

Ora compare.

só que as mudanças, ou não vão nesse sentido, ou são muito lentas e nunca em linha recta ou totais....
E basta olharmos para as ditaduras do século XX para se perceber que há retrocessos. Digamos que estes movimentos avançam em espiral, recolhem traços das sociedades anteriores antes de continuarem a marcha, que é muito desigual entre as populações deste pequenino planeta.


Tanganisi, leia com calma, eu não mereço que se exponha assim, posso esperar ou até ficar sem resposta.

Que pancada, meu.
Mas também se não fosse isso, o que é que se aproveitava dos seus comentários?