Falar com o inimigo não define, por si só, um appeaser. Nem é, em si, sinal de fraqueza ou ingenuidade.
A guerra e a diplomacia estão repletas de casos em que inimigos mortais falaram entre si.
Quando os emissários do Rei de Castela vieram parlamentar com o Comando português em Aljubarrota, não estavam a ser ingénuos ou fracos, mas apenas a tentar alcançar os seus objectivos sem custos, mostrando-lhe que tinha poucas hipóteses de vencer e que a rendição seria mais racional.
Quando James Baker se encontrou com Tarik Aziz antes da invasão do Kuweit, não o fez por fraqueza, mas para lhe passar a inequívoca mensagem de que se o Iraque não retirasse, sofreria as consequências que acabou por sofrer.
Barak Obama, primeiro candidato mestiço com probabilidades reais de ser eleito presidente dos EUA, afirmou em tempos que se sentaria e falaria sem condições prévias com os inimigos declarados e existenciais dos EUA.
Esta predisposição voluntarista de Barack Obama denuncia que o senador acredita(ava) que os seus argumentos são avassaladores e que seria capaz de mostrar a pessoas como Amadinejad, Chavez, Nasralah, Bin Laden, ou Kim-Jong-Il,o caminho da razoabilidade, e coisas que eles ainda não conhecem ou não foram capazes de ver.
Esta crença de que se está na posse da “Verdade” , de que se é o detentor da Razão, de que os outros apenas agem mal porque nós lhe demos razões para isso e de que tudo se resolverá com “diálogo” e sorrisos, é recorrente nas mentalidades da esquerda dita “progressista” e constitui a marca do appeaser.
E é imune aos factos.
Barak Obama tem factos recentes que o deveriam fazer pensar. Jimmy Carter pregava as mesmas crenças na concórdia mundial e nos passarinhos, e fundava as suas políticas nas mesmas visões idealistas do mundo, advogando também o diálogo franco com os governos hostis.
As consequências são por demais conhecidas e uma delas, a “Revolução Iraniana”, é a maior assombração das relações internacionais nos nossos dias.
Obama é um rookie em matéria de relações internacionais e porta-se como uma barata tonta.
Diz uma coisa e o seu contrário como quem muda de camisa, sem transição e com o mesmo ar grave e profundo.
Num dia afirma que Jerusalém é a capital una e indivisível de Israel, e no outro dia esclarece que não foi bem isso que disse.
Na mesma frase garante ao 1º ministro iraquiano que reconhece que "estão a ser feitos progressos no Iraque e que nós não vamos actuar precipitadamente", e na oração seguinte afirma que temos de retirar.
Se se trata de maquiavelismo táctico, tudo bem, Obama mostra ser inteligente e dá uma no cravo e outra na ferradura de forma cínica, para ganhar votos em todos os tabuleiros.
Pauta os seus comportamentos por razões que a razão conhece.
Se, pelo contrário, Obama for mesmo um iluminado da paz mundial e das florzinhas e patati patatá, vêm aí maus tempos para a América e para o Ocidente.
O problema com Obama é que, se for um genuíno idealista, no momento em que a realidade se recusar a estar de acordo com as suas esperanças, não haverá nele o cinismo da água que rodeia o obstáculo, mas a fúria do homem enganado que desata aos tiros sobre os culpados da sua raiva.
Os idealistas são perigosos e não há nada mais perigoso do que a fúria cega de um desiludido ou de um fraco que quer mostrar que é forte
Porque só se desilude quem se ilude.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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Alguém me explica porque têm a GNR e a justiça(?) que meter o nariz para saber se quem trabalha na pastelaria lá está dentro ou não?
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
5 comentários:
«Porque só se desilude quem se ilude.»
Bravô, Lidador! Quem acredita nos palhaços Amadinejad, Chavez, Nasralah, Bin Laden, ou Kim-Jong-Il, só pode ser um imbecil. Gabo-lhe a sensatez!
Em recente programa no "Daily News" de Jon Stewart, um jornalista acompanhou durante um dia a campanha de Obama.
Com ironia q.b.,ouviu Obama repetir "as pessoas estão fartas de retórica e relações públicas de políticos" em todos os comícios;quando os vários jornalistas se interrogavam sobre o que ele dizia sobre o Iraque, Saúde, Clima,etc. não havia nada.
Foi com discursos românticos e fantasistas q Obama ganhou a nomeação.
Veremos se não é um "figo" para o terrorismo islâmico e o avassalador défice comercial com a china, agora q as hipóteses de ganhar são muitas.
Errata: "Daily Show" e não "daily News"
Os idealistas são perigosos e não há nada mais perigoso do que a fúria cega de um desiludido ou de um fraco que quer mostrar que é forte
Uma grande verdade, e vai já para o meu panteão de citações.
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