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domingo, 15 de junho de 2008

Os ingratos

Contrariamente à “Europa”, os Estados Unidos nada fazem sem ser “em defesa dos seus interesses”.

Contrariamente à “Europa”, os Estados Unidos têm sempre uma agenda escondida e agem por simulação.

Contrariamente à “Europa”, os Estados Unidos ignoram sistematicamente os meios desde que os fins o justifiquem.

Os políticos europeus adoram lançar, a torto e a direito, chavões como os anteriores, pretendendo com eles demonstrar aquilo que, de fulcral, distinguirá a “Europa” do “Império”.

Ficando perplexos pelos nãos que os cidadãos “europeus” vão dando aos luminescentes tratados* sempre que podem, os políticos do bem-fazer descambam exactamente pela navalha que acusam Washington de usar, cobrando, em acusações de ‘ingratidão’, as ajudas dadas aos que chumbam as luminosas ideias.

A virulência dos ataques aos ‘ingratos’, variam na razão inversamente proporcional ao peso do ‘malandro’ no “concerto europeu” nem percebendo, os aprendizes de imperador, que de cada vez que abrem a boca mais confirmam aquilo que a generalidade das pessoas já percebeu.

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* o último, o Tratado Constitucional, foi refundido e dissimulado como "ajustamentos aos anteriores tratados".

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7 comentários:

ml disse...

Contrariamente à “Europa”, os Estados Unidos nada fazem sem ser “em defesa dos seus interesses”.

Isso só pode ser mesmo para meter a martelo o sol-da-terra2 num assunto para o qual não é chamado. As tais marteladas em que se diz perito.

Se os Estados Unidos o fizerem dentro das suas fronteiras, toda a gente se está nas tintas, o problema só se coloca quando "a defesa dos seus interesses" colide com os interesses dos outros.

Esta situação de que falamos é um puro problema interno europeu.

RioDoiro disse...

Ml,

A "Europa" não existe como tal. Por não existir se faz tanta força para instalar uma constituição, nem que seja a martelo.

Se a Europa existisse como tal (dando de barato que existia de forma sedimentada), o seu comentário faria sentido. Acontece que não existe. O seu comentário reforça, apenas o meu.

O que está em causa é a criação de um sol-na-terra-II para que uns tantos se babem ombreando George Bush (pensam uns), fazendo-lhe frente (pensam outros), retirando-lhe protagonismo (pensam ainda outros). A única coisa que irá acontecer (suponho que com mais ou menos martelada conseguirão a constituição seja com que carimbo for) será um aumentar das tensões internas que não só não lhes dará protagonismo como lhes retirará o pouco que têm.

Uma coisa destas só pode ser conseguida com o passar de muitos anos, muito gradualmente, e se as populações o forem aceitando naturalmente. Suponho mesmo que, para uma coisa destas, 50%+1 não chega.

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ml disse...

A Europa não existe como tal mas existe já uma Comunidade Europeia reconhecida interna e internacionalmente como tal e como tal identificada.
Existe um Parlamento Europeu que legisla e manda publicar.
Existem regularmente eleições para esse Parlamento, nas quais não só todos os cidadãos do espaço participam como elegem os seus próprios deputados.
Existe uma série de acordos, tratados, convenções, normas, políticas, sociais, académicas, profissionais, comerciais, aduaneiras, sanitárias, etc, aplicáveis a todos os países.
Existe livre-trânsito para passar fronteiras sem dar cavaco.
Existe um sistema de saúde a que todos os cidadãos têm acesso nas mesmas condições independentemente do país a que pertencem.
Existe moeda única em quase todos os países e naqueles que ainda mantêm a moeda nacional o Euro é aceite e circula.
Existe sentimento de pertença não só pela cultura e história como em muitos países ainda pela ancestralidade e tronco linguístico comuns. Mesmo que tenham em tempos andado à estalada até com os familiares mais próximos, hoje refreiam-se e resolvem as dissidências à volta de uma mesa ao serão.

É pouco? É insuficiente? Talvez, mas o que existe é o bastante para que ao nos referirmos a países fora do espaço digamos ‘eles’ em contraponto com ‘nós’. Pelo que a comparação com o sol-da-terra 2 está no cenário errado por se tratar de uma entidade política terceira.


O que está em causa é a criação de um sol-na-terra-II

A Europa nunca significará para os europeus o sol-da-terra já que o termo se aplica a países terceiros colocados no pedestal como medida para tudo o que existe, em detrimento do próprio espaço. Foi assim com o sol 1, assim é com o sol 2.
Mas está à vontade para lhe alterar o sentido.


ombreando George Bush

Sim, foi essa a ideia do De Gaulle, Bush à parte. E...?


Caro dente, a última pessoa de quem os fundadores da UE se lembrariam seria do Bush, caso soubessem da sua existência. Faz actualmente parte da melhor ficção de muita gente mas à época não passava de mais um rapazinho idiota e fútil. Agora já não é rapazinho.

RioDoiro disse...

http://www.telegraph.co.uk/money/main.jhtml?xml=/money/2008/06/13/cneuro113.xml

Volto logo que puder.

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ml disse...

Caro dente, os cidadãos alemães não estão imunes à estupidez.

'Scarecrows' feitos à medida de cada país. A derrocada da moeda latina na Alemanha, a legislação pró-aborto na Irlanda, a teoria da conspiração soviética do Vladimir Bukovsky para quem a agarrar.

Tem um passado de resistente muito respeitável por tudo o que passou e por onde passou. Mas quando chega ao ponto de dizer que se baseia em documentos do KGB para afirmar que nos anos oitenta o Gorbachev e a esquerda europeia planearam em Moscovo a Comunidade Europeia, e que a CE destruiu o Milosevic porque andava por ali a construir um socialismo de uma linha rival da que a própria Comunidade pretendia implantar, acho que os europeistas podem ficar descansadinhos da silva.

Força. Muitos Bukovskys é que fazem falta, o trabalhinho fica feito pelas mãos dos próprios inimigos.

RioDoiro disse...

"Caro dente, os cidadãos alemães não estão imunes à estupidez. "

Minha cara, o que interessa é o que as pessoas pensam, não o que deviam pensar.

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Porque saltou essa do KGB? Alegoria? (se sim, tudo bem).

Anónimo disse...

Porque saltou essa do KGB? Alegoria? (se sim, tudo bem).

Não, não é alegoria nenhuma, é o Bukovsky quem o diz.