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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ayaan Hirsi Ali

Pode ler-se aqui uma entrevista da Ayaan Hirsi Ali ao New York Times.

Ayaan Hirsi Ali, somali de nascimento e de nacionalidade holandesa, tem denunciado o islamismo e sobretudo as consequências da islamização do Ocidente.

Foi obrigada a deixar a Holanda no meio de ameaças de morte dos islamitas e da culpabilização da esquerda holandesa colaboracionista e promotora do 'multiculturalismo'. Atualmente vive nos EUA.

Sublinha-se a resposta à pergunta seguite:
"
Do you make a distinction between mainstream and radical Islam?
-I refuse to do that because one gives birth to the other. You are born into mainstream Islam. You are taught: Do not question the prophet; everything in the Koran is true. And then the radicals come and they expand on that, they build on that.
"

4 comentários:

o holandês voador disse...

Boa entrevista. A Hirsi Ali é, de facto, uma heroína.
Uma correcção: eu sei que os "fiéis" gostam muito de culpar a esquerda multicultural holandesa por tudo de mal que há neste país. Exige-se um pouco mais de rigor.
Não é verdade que foi por causa dos "holandeses multiculturais" (o que quer que isso seja) que a Hirsi Ali teve de sair da Holanda. Ela saiu da Holanda porque quis e porque perdeu a nacionalidade, devido à decisão da ministra de Justiça da altura que, por acaso, era de um partido de direita (VVD). Outra das razões por ela ter abandonado a Holanda, foram os vizinhos do condomínio onde ela vivia, que não a queriam lá, pois não tinham sossego devido à presença permanente dos guarda-costas. Estamos pois a falar nos "double standards" da sociedade holandesa e não da culpa da esquerda holandesa.
Já agora, mais uma informação: a nacionalidade holandesa foi retirada à Hirsi Ali porque ela mentiu relativamente ao seu nome quando pediu asilo político na Holanda. (uma prática comum entre refugiados que dessa forma pensam conseguir mais facilmente asilo).
Outra informação: grande parte das pessoas que financiam o "fundo de apoio" à Hirsi Ali são da esquerda holandesa.
Entretanto, a Hirsi Ali recuperou a nacionalidade e pode regressar sempre que quiser à Holanda onde, de resto, ainda há pouco tempo esteve.

Paulo Porto disse...

@HV

Vejamos:
"Outra das razões por ela ter abandonado a Holanda, foram os vizinhos do condomínio onde ela vivia, que não a queriam lá, pois não tinham sossego devido à presença permanente dos guarda-costas".

Portanto, o problema dos vizinhos não era o medo de ir para o inferno em companhia da moça por alguma ação justiceira de terroristas fanáticos muçulmanos a rondar o bairro. O problema eram os guarda-costas holandeses que já se percebe que devem ter causado desacatos, tipo passar o tempo bêbados, dormir nos vãos de escada e andarem à pancada com a vizinhança.

Pela sua frase ficamos também a saber que na Holanda quem tem guarda-costas arrisca ter de sair do país; as ameaças dos islamitas não têm nada a ver com o caso.

Depois disto, é lógico concluir que a solução para o apaziguamento e segurança nos bairros holandeses, passa, já se percebe, pela expansão da religião da 'paz'. Onde é que eu já ouvi isso?

o holandês voador disse...

Paulo Porto,
Talvez eu não me tenha explicado bem. Vamos lá tentar outra vez:
Quando a Hirsi Ali foi ameaçada de morte, era deputada no Parlamento holandês. Isso deu-lhe direito a protecção especial. Depois, como é habitual nestas coisas, teve de mudar de morada várias vezes e foi parar a um condomínio fechado algures perto de Haia (numa das zonas mais ricas e sofisticadas da Holanda). Porque, o apartamento onde ela vivia, estava guardado por várias pessoas noite e dia, os moradores começaram a queixar-se contra o facto de ela ali morar, pois não tinham tranquilidade. Isso na altura levantou uma grande polémica, pois muitos holandeses viram nesse protesto dos vizinhos uma falta de solidariedade com uma pessoa perseguida. A própria Hirsi Ali ficou muito magoada com esse facto e denunciou-o na imprensa. Ou seja, alguns holandeses não gostam de muçulmanos, mas mais do que tudo não gostam de ser chateados. Uma questão de privacidade que é um valor caro nas sociedades do Norte da Europa.
Depois, ela mudou de casa, mas entretanto tinha surgido a polémica da sua nacionalidade, pois uma televisão local entrevistou a sua família em África e descobriram que ela tinha dado um nome falso para entrar na Holanda. Foi nessa altura que a Ministra da Justiça, que era do mesmo Partido da Hirsi Ali, lhe retirou a nacionalidade. Este facto, provocou uma crise no governo e a saída de um dos partidos da coligação, em protesto contra esta medida. Sem maioria parlamentar, o governo foi obrigado a demitir-se, A Hirsi Ali resolveu, então, ir para os EUA, para onde de resto já tinha sido convidada quando da sua primeira fuga.
Resumindo e concluindo: houve de tudo neste caso e a verdade é que há holandeses que não se portaram bem nesta história. Isto são os factos, interprete como quiser.
Eu compreendo que quando as pessoas têm um modelo na cabeça e a sociedade não se adapta ao seu modelo, tentam adaptar a sociedade ao modelo. Infelizmente, desta vez, enganou-se. Não faz mal, eu explico as vezes que for preciso.

Carmo da Rosa disse...

HV, é verdade que na Holanda não é apenas a esquerda a sofrer de uma inexplicável e perigosa benevolência ingénua em relação ao Islão, também a direita, embora em menor quantidade.

Porém, a explicação, apesar de correcta, teria sido mais completa se tivesses acrescentado que a Ayaan Hirsi Ali, que inicialmente começou a sua carreira política à esquerda, teve a certa altura de mudar de rumo – passar-se para a direita -, precisamente por causa da “culpabilização da esquerda holandesa colaboracionista”.