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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Teaching moments

Hillary Clinton foi a Moscovo ouvir o já habitual "nyet", à hipótese de a Rússia apoiar fortes e rápidas sanções contra o Irão, se a presente ronda de negociações não der em nada.

A Administração americana, animada das boas intenções que caracterizam os ingénuos e idealistas, acreditou que bastava fazer "reset", arvorar sorrisos e prodigalizar cedências, para que os seus inimigos figadais desatassem aos beijos.
Este tipo de gente nunca aprende, e tende sempre a acreditar que o facto de os outros não gostarem deles, é culpa do comportamento próprio, ou seja, os titulares da actual administração meteram na cabeça que o anti-americanismo é culpa da América, do Bush, enfim.

É o complexo de culpa à escala internacional, esta ideia peregrina e perigosa de que os outros não têm vontade própria e que apenas reagem a nós, pelo que se formos bons rapazes, se não lhe causarmos desagrado, então eles serão nossos amigos, seremos felizes e teremos muitos fllhos.
A velha, mas sempre repetida palermice do apaziguamento.

Obama cedeu em toda a linha face à pressão russa, no caso do sistema anti-míssil. Não hesitou em perder a confiança e a amizade dos amigos, para satisfazer um inimigo.
Meteu na cabeça que bastava fazer isso, para que os russos se apaixonassem e se apressassem a retribuir o gesto.

Acaba de viver mais um "teaching moment", ao ouvir o "nyet" russo.

Irá acontecer o mesmo com os problemas no Afeganistão, no Médio Oriente, na América Latina, etc, até perceber aquilo que já se sabe há muito: a cedência , a traição aos amigos, a cobardia perante os inimigos, nunca amolecem aqueles que se nos opõem.
Pelo contrário, tornam-nos ainda mais exigentes, pela certeza de terem pela frente gente fraca e naive.

3 comentários:

Carmo da Rosa disse...

@ lidador: «Este tipo de gente nunca aprende»

E ainda por cima tiveram dois excelentes professores: a dama de ferro e o Reagan...

RioDoiro disse...

Lidador:

"esta ideia peregrina e perigosa de que os outros não têm vontade própria e que apenas reagem a nós, pelo que se formos bons rapazes, se não lhe causarmos desagrado, então eles serão nossos amigos,"

Nem mais.

Gosto sempre de enfatizar que isto me parece racismo.

O 'outro', sem vontade própria, apenas capaz de ser estimulado face a decisões de estranhos.

O 'eu', de magnânima vontade própria, também capaz de perceber que alguns dos meus estão infectados de 'vergonhosa vontade' mas em que a minha vontade é capaz de não só anular os 'meus impróprios' mas também as reacções dos 'outros', os sem vontade.

Enfim, racismo sem fim.

EJSantos disse...

Por outras palavras, essa malta é muito politicamente correcta, mas na pratica é racista até à medula dos ossos.