Quem assim fala é Luís Miguel Neto, 51 anos, professor universitário, um dos muitos participantes na Meia-Maratona de Portugal que amanhã atravessarão a Ponte Vasco da Gama.
Não há país onde a Cultura do Pelotão esteja tão enraizada como em Portugal. Eternos retardatários do pelotão europeu, já não nos chateamos nada quando nos vemos ultrapassados por mais um concorrente, desta feita pelo participante eslovaco. Ainda se espeta!, pensamos, vamos mas é “mais devagar”, que vamos bem.
E não são os trambolhões no PIB que irão impedir que se continue a viver “um ambiente extraordinário” no nosso país, graças à Saúde e Educação gratuitas, aos excelentes serviços públicos, ao Sócrates e ao Magalhães. Continuaremos a assistir a um esbater das “barreiras sociais e etárias”, fruto da protecção no emprego, da solidariedade entre gerações e das Conquistas de Abril.
Com o novo mandato de Costa teremos a expansão da já considerável rede de ciclovias na cidade das sete colinas. O cidadão consciencioso que sobe a Costa do Castelo de bicicleta é, escusado será referir, “o que há de mais próximo da utopia”.
Uma boa prestação, é o que desejo a quem for correr amanhã . Que cheguem ao fim, mas não se esqueçam, quanto mais para trás melhor...
5 comentários:
"Continuaremos a assistir a um esbater das “barreiras sociais e etárias”, fruto da protecção no emprego, da solidariedade entre gerações e das Conquistas de Abril."
A pobreza cobre todos e a igualdade aumenta.
Aposto que quando finalmente o cavalo se desabituar de comer ... morre.
A esquerdalha adora conseguir que as cavalgaduras se desabituem de comer. Fica tudo muito mais igual, acaba com a concorrência, o mercado, a atracção pelo lucro, etc.
Fez ontem uma semana, alguém escreveu num jornal (não me lembro nem de quem nem em que jornal)mais ou menos isto:
Portugal é um país onde quem vai no autocarro e vê passar um tipo a conduzir um Porsche não pensa: "Ainda faltará muito para conseguir comprar o meu Porsche?". Pensa antes:"Ainda faltará muito para que tu tenhas que andar também de autocarro?".
Ciclovias?
Aqui está algo de interessante. Só vantagens: mais biclas, logo menos carros; menos carros significa ar mais puro na cidade, menos CO2 que aquece o Soli e, além de destruir o habitat dos ursos, transforma o sul de Portugal num deserto; quem diz deserto, diz Islão; mais mens sana in corpori cada vez mais bons (sobretudo as pernas); mais turistas do norte da Europa - que já têm umas pernas do caralhão -, porque agora podem andar de bicla em Portugal calmamente, sem serem constantemente atormentados pelos piores condutores da Europa; e, last but not least, supressão do maior número possível de vias de circulação automóvel que vão dar ao cúmulo da pirosidade na capital do império – o Centro Comercial Colombo…
Na próxima vez que vier a Portugal venho de Porsche, mas trago a minha Giant FR2 na mala, que é para fazer Torres Vedras-Lisboa, e como petisco, subir a Calçada de Carriche….
E ai de quem disser o contrário. É logo rotulado: "este tem a mania que é bom!", "está a ver se sobe", "está feito com o chefe", "é um individualista", "é contra a escola democrática e contra a gestão democrática!"
@ Levi: «E ai de quem disser o contrário. É logo rotulado:»
Pelo menos. Enquanto não lhe fizer uma espera à porta do blogue está com sorte...
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