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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

"Não sei" ... já é um bom começo.

Já há uns tempos que não arrelio o JLS. Cá vai.

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Sobre as razões principais deste bloqueio, eu próprio tenho especulado sem grande êxito. Primeiro pareceu-me que tinha alguma coisa a ver com um certo desencanto, um certo sentimento de inutilidade; mas, para quem acredita, como eu, que na blogosfera as ideias, por se propagarem como vírus, não precisam de grandes audiências iniciais para atingirem grandes audiências finais; para quem, como eu, nunca se preocupou em atingir o maior número possível de leitores mas sim em tornar certas formulações o mais contagiosas possível - a questão da utilidade imediata não se põe com especial premência.
"It isn't that Liberals are ignorant. It's just that they know so much that isn't so." - Ronald Reagan
A política internacional interessa-me mais do que nunca, até porque é a esse nível que as nossas circunstâncias individuais se decidem. Mas neste ponto tenho cada vez menos certezas e cada vez mais perplexidades. Porque é que a crise de 2008 causou um abalo tão pequeno na ortodoxia económica vigente? Não sei.
"It isn't that Liberals are ignorant. It's just that they know so much that isn't so." - Ronald Reagan
Porque é que anda no ar uma expectativa de mudança - mudança esta que não tem nada a ver com a mudança para mais do mesmo que os tonibleres deste mundo nos continuam a prometer? E a propósito: Será Barack Obama mais um nessa longa sucessão de tonibleres, ou será - finalmente! - o artigo genuíno? E porque é que esta impressão que alguma coisa de muito grande está para acontecer é muito mais intensa e nítida nos EUA - garantem-me os meus amigos que lá estudam ou trabalham ou que vão lá frequentemente - do que na Europa, ou pelo menos em Portugal?
"It isn't that Liberals are ignorant. It's just that they know so much that isn't so." - Ronald Reagan

13 comentários:

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

Não estou nada arreliado. «Não sei» é sempre um bom começo.

RioD'oiro disse...

Caro JLS,

Não é sempre um bom começo na medida em que, no que à esquerda diz respeito, a maioria das vezes não é começo de coisa nenhuma.

Explicando, a esquerda é especialista em substituir um disparate por outro. Percebendo que o disparate em vigor já não tem pernas para andar procura um disparate substitutivo. É isso que a esquerda tem vindo a fazer ao longo do tempo.

Quando digo "já é", digamos que, no seu caso estou a dar, desculpe a falta de modéstia, o benefício da dúvida.

Anónimo disse...

o doiralho é burralho que nem calhau

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

Continuo a não estar arreliado. E ainda não consegui parar de rir com aquela sua citação, vinda de um tipo que "sabia", entre outras coisas, que a astrologia é um bom instrumento de decisão política.

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

"A esquerda", se existe (do que eu duvido) como entidade homogénea e facilmente caracterizável, não sou eu. E eu não sou "a esquerda".

Ouvir alguém dizer "a esquerda" ou "a direita" irrita-me quase tanto como ouvir uma feminista dizer "a mulher". "A mulher" não existe: existem as mulheres.

Eu sou um indivíduo: critique-me pelas minhas opiniões individuais. Não me critique pelas opiniões ou pelos hábitos que atribui a um colectivo fantasmático no qual eu nem sequer me reconheço.

Carmo da Rosa disse...

@ Luiz Sarmento: ""A esquerda", se existe (do que eu duvido) como entidade homogénea"

Tem toda a razão. E é muito fácil de provar, basta ler as polémicas no 5Dias, entre os próprios redactores, ou então o ódio visceral que existe assim como a grande diferença de posições entre por exemplo o blogue Jugular e o 5Dias...

RioD'oiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
RioD'oiro disse...

JLS:

"Ouvir alguém dizer "a esquerda" ou "a direita" irrita-me quase tanto como ouvir uma feminista dizer "a mulher". "A mulher" não existe: existem as mulheres."

É uma das típicas saídas quando o previsto não acontece. Remete-se a ideologia à astrologia.

A esquerda existe como tal embora reconheça que se agrupa em tribos que, a seu tempo e cheirando poder, se odeiam de morte. Sempre se odiaram, mas toleram-se até ao momento em que o cheiro a poder se impõe.

Anónimo disse...

Se o dinheirito não une mais, pelo menos atrai mais.

José Luiz Sarmento disse...

Caro RioD'oiro,
Que a esquerda e a direita existem como tal é o que falta provar. Em todo o caso, esta troca de comentários deu-me duas ideias para artigos no meu blogue. Um deles será sobre as metodologias que nos permitiriam concluir validamente, caso fossem aplocadas, sobre a existência da esquerda e/ou da direita; e que, no caso de se concluir pela existência de ambas, nos permitiriam saber o que é que as distingue na substância e/ou na forma.

Tenho já em mente vários critérios, o mais fiável dos quais seria tão trabalhoso na sua metodologia que até agora ninguém, que eu saiba, o tentou utilizar. Não vou ser eu a fazê-lo, uma vez que nenhuma das quatro conclusões logicamente possíveis me interessa o suficiente para justificar o esforço; mas deixo a sugestão metodológica para aqueles a quem a resposta interessar o suficiente.

O outro post que os seus comentários me sugeriram será o inventário comentado das inúmeras coisas que não sei. Este, não garanto que o escreva; só o farei se verificar que não é, afinal, demasiado longo.

RioD'oiro disse...

JLS,

As férias 'deram-lhe forte' e ainda bem :)

"Que a esquerda e a direita existem como tal é o que falta provar."

Podemos entrar por esse caminho logo após termos dirimido da eventualidade de existirem pessoas para colocar nesse subconjunto esquerda ou, alternativamente, de existirem pessoas que perfilhem, pela direita, essa forma de encarar a coisa.

Assim como não quero a coisa, diria que querendo definir a coisa tão finamente, o JLS acabará por ficar a nadar em ruído. Tenho para mim que quando se pretende partir um caso algo difuso em parcelas mais pequenas elas se tornam ainda mais difusas, indefiníveis.

RioD'oiro disse...

... não quer a coisa ...

Anónimo disse...

Faça-se o maior silêncio... para não atrapalhar...