A promessa autoadiável
Karl Marx já opinava que era inútil tentar descrever como seria o socialismo, pois este iria se definindo a si mesmo no curso da ação anticapitalista.
Olavo de Carvalho - 29/8/2010 - 20h26
Quando nosso presidente diz: "Ainda não sabemos que tipo de socialismo queremos", ele ecoa o que é talvez o mais clássico Leitmotiv do pensamento revolucionário. Karl Marx já opinava que era inútil tentar descrever como seria o socialismo, pois este iria se definindo a si mesmo no curso da ação anticapitalista.
O argumento com que Lula justifica sua afirmativa é exatamente esse. Em 1968, entre as explosões de coquetéis Molotov que tiravam o sono do establishment francês, Daniel Cohn-Bendit declarava que os estudantes revolucionários queriam "uma forma de organização social radicalmente nova, da qual não sabem dizer, hoje, se é realizável ou não". E a versão mais sofisticada do marxismo no século 20, a Escola de Frankfurt, baseou-se na convicção de que qualquer proposta definida para a construção do socialismo é bobagem: o que importa é fazer "a crítica radical de tudo quanto existe".
Critiquem, acusem, caluniem, emporcalhem, destruam o que encontrem pela frente, e alguma coisa melhor acabará aparecendo espontaneamente. Se não aparecer, tanto melhor: a luta continua, como diria Vicentinho.
Herbert Marcuse resumiu assim o espírito da coisa: "Por enquanto, a única alternativa concreta é somente uma negação." O alvo final do movimento revolucionário é sublime demais para que seja possível dizer o que é: só se pode dizer o que não é – e tudo o que não participa da sua indefinível natureza divina está condenado à destruição.
Destruição que não virá num Juízo Final supramundano, com a repentina absorção do tempo na eternidade – coisa na qual os revolucionários não acreditam –, e sim dentro da História terrestre mesma, numa sucessão de capítulos sangrentos: não podendo suprimir todo o mal num relance, só resta ao movimento revolucionário a destruição paciente, progressiva, sem limite, nem prazo, nem fim. Cumpre-se assim a profecia de Hegel, de que a vontade de transformação revolucionária não teria outra expressão histórica senão "a fúria da destruição".
Nessas condições, é óbvio que 200 milhões de cadáveres, a miséria e os sofrimentos sem fim criados pelos regimes revolucionários não constituem objeção válida. O revolucionário faz a sua parte: destroi. Substituir o destruído por algo de melhor não é incumbência dele, mas da própria realidade e se esta não chega a cumpri-la, isso só prova que ela ainda é má e merece ser destruída um pouco mais.
É claro que, na política prática, os revolucionários terão de apresentar algumas propostas concretas, seduzindo os patetas que não compreendem a sublimidade do negativo. Mas essas propostas não visam a produzir no mundo real os benefícios que anunciam, mas apenas a enfatizar a maldade do mundo e a aumentar, na mesma proporção, a força de empuxe do movimento destruidor. Eis a razão pela qual este último não conhece fracassos: como o processo avança mediante contradições dialéticas, todo fracasso de uma proposta concreta, aumentando a quota de mal no mundo, se converte automaticamente em sucesso da obra revolucionária de destruição.
Nada incrementou o poder do Estado comunista como o fracasso da coletivização da agricultura na URSS e na China (50 milhões de mortos em menos de dez anos). O fracasso de Stalin em usar o nazismo como ponta de lança para a invasão das democracias ocidentais converteu-se em aliança destas com os soviéticos e na subsequente concessão de metade do território europeu ao domínio comunista, o objetivo inicial do plano.
A queda da URSS, em vez de extinguir o comunismo, espalhou-o pelo mundo sob novas identidades, confundindo o adversário ao ponto de induzir os EUA à passividade cúmplice ante a ocupação da América Latina pelos comunistas.
Mais ainda: como as propostas concretas não têm importância em si mesmas, não só cabe trocar uma pela outra a qualquer momento, mas pode-se com igual desenvoltura defender políticas contraditórias simultaneamente, como incentivar o sex lib, o feminismo e o movimento gay no Ocidente, enquanto se fomenta o avanço do fundamentalismo islâmico que promete matar todos os libertinos, feministas e gays.
Se não têm compromisso com propostas concretas, muito menos podem os revolucionários ter sentimento de culpa ante os resultados das suas ações. O que quer que aconteça no trajeto é sempre explicado, seja como destruição necessária, seja como reação do mundo mau, que deste modo atrai sobre si novas destruições, ainda mais justas e necessárias.
Isso é tanto mais assim porque o estado paradisíaco final a ser atingido não pode ser descrito ou definido de antemão, mas tem de criar-se por si mesmo no curso do processo. Por isso o movimento revolucionário não pode reconhecer como obra sua nenhum estado de coisas que venha a produzir historicamente. O que quer que esteja acontecendo não é – "ainda" não é – o socialismo, o comunismo, a joia perfeita na qual o movimento revolucionário poderá reconhecer, no momento culminante do Fim da História, o seu filho unigênito: é sempre uma transição, uma etapa, criada não pelo movimento revolucionário, mas pelo confronto entre este e o mundo mau.
Por sua própria natureza, a promessa indefinida é autoadiável, e nenhum preço que se pague por ela pode ser considerado excessivo, não sendo possível um cálculo de custo-benefício quando o benefício também é indefinido.
A oitava maravilha do mundo, na minha opinião, é que pessoas alheias ou hostis aos ideais revolucionários imaginem ser possível uma convivência pacífica e democrática com indivíduos que, pela própria lógica interna desses ideais, se colocam acima de todo julgamento humano e só admitem como medida das suas ações um resultado futuro que eles mesmos não podem nem querem dizer qual seja ou quando virá.
Só o conservador, o liberal-democrata, o crente devoto da ordem jurídica, pode imaginar que a disputa política com os revolucionários é uma civilizada concorrência entre iguais: o revolucionário sabe que seu antagonista não é um igual, não é nem mesmo um ser humano, é um desprezível mosquito que só existe para ser esmagado sob as rodas do carro da História.
Olavo de Carvalho é ensaísta, jornalista e professor de Filosofia
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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segunda-feira, 30 de agosto de 2010
A promessa autoadiável
Relativamente a artigos próximos passados (e futuros, certamente), transcrevo este artigo de Olavo de Carvalho gentilmente apontado (em comentário) por Nausícaa.
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Alguém me explica porque têm a GNR e a justiça(?) que meter o nariz para saber se quem trabalha na pastelaria lá está dentro ou não?
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
31 comentários:
Ora cá está um parvalhão à altura do doiralho! Ou será o contrário?
Ora cá está um imbecil, agressivo e mal-educado, como convém a um exilado do pensamento à castiça maneira portuguesa. Anónimo, como não podia deixar de ser. Um triste, em resumo.
José Gonsalo, como não podia deixar de ser faço minhas as suas palavras. Por outro lado, é preciso ter em conta que ao permitir-mos a este pobre indivíduo exprimir-se aqui, estamos provavelmente a evitar que ele vá riscar o carro do vizinho ou esguichar um graffiti chunga na parede de um belo edifício secular...
De resto o texto é muito bom. Só tenho uma pequena crítica, “a ocupação da América Latina pelos comunistas” ainda não é para amanhã. Os Latino-americanos, tal como a gente, de comunistas têm muito pouco (abro um parêntesis talvez para os índios).
E, - afinal são duas críticas! – uma frase de Maio de 68 que o Olavo de Carvalho se esqueceu de citar, mas que a meu ver é sintomática e muito importante para compreender a maneira de pensar de certa esquerda: “ soyez raisonnable, demandez l’impossible ” (sejam sensatos, exijam o impossível!).
Caríssimos,
É fato que "'a ocupação da América Latina pelos comunistas' ainda não é para amanhã": já aconteceu!
Não vou cansá-los com a descrição dos presidentes nos países da região.
O que conforta a todos nós é que já está fartamente documentado que a ideologia coletivista é impossível, e que, portanto, mais cedo ou mais tarde, com mais ou menos mortes de inocentes, "o muro cai", seguido de mais um tempo de paz e prosperidade, até outros doidos aparecerem de novo com a mesma velha idéia. A diferença é que nós - pessoas comuns e felizes com nossas vidas que Deus nos deu - esquecemos dela. E deles.
Por fim, aceitem minha gratidão pela vossa paciência com nossos grafites em vossa página.
Mais uma achega:
http://oinsurgente.org/2010/08/30/stefania-fernandez-e-a-venezuela-de-chavez/
.
Os muros farpados e super-vigilados agora só existem nos condomínios de luxo. O resto à volta é só miséria e bandidagem. Assim, está melhor, né?
E pronto, não mijei prás pernas do rosinha, nem do gonçalito.
Subjuntivo futuro simples: permitirmos. Lá iria réguada à moda antiga para o rosinha.
"Eu não tenho medo do socialismo. Ele é impossível; ele nunca acontecerá. O que me dá medo é o que acontece quando tentam implementá-lo.
Mesmo que você ache que o socialismo é impossível, eis uma mera lei da natureza; aliás, uma lei natural da sociedade. Não é possível criar uma nova sociedade sem destruir a sociedade atual. Não é possível remover qualquer espécie de amarra social sem aumentar a violência aleatória. É verdade que toda sociedade (excetuando, talvez, mosteiros em que as pessoas sejam santas) é estruturalmente violenta e que alguém está pagando a conta enquanto outros estão comendo. Também é verdade que o máximo que se pode fazer é minimizar isso. E também é verdade que, quando você tentar acabar com essa violência estrutural, vai libertar a violência aleatória, difusa, atomística, individualizada."
http://www.pedrosette.com/2010/08/nao-temam-o-socialismo.html
com este link:
http://www.investors.com/NewsAndAnalysis/Article/545008/201008251856/The-Killing-Fields-Of-Caracas.aspx
.
atomística?... Eh pá, estou banzado..., é cá com cada uma, este doiralho intelectualoíde.
"E pronto, não mijei prás pernas do rosinha, nem do gonçalito."
Pois não, mas, se quiser, pode mijar-me no pneu.
"Subjuntivo futuro simples: permitirmos. Lá iria réguada à moda antiga para o rosinha."
No tempo do Carmo da Rosa não se designava por "subjuntivo", mas sim por "conjuntivo". Quanto a "reguada", ainda hoje se escreve assim, e não "réguada".
Ah! É verdade, no tempo do Carmo da Rosa (e no meu) já os professores não aplicavam orelhas de burro, como castigo. Por muito maus rapazes que sejamos, nenhum de nós pensaria, por isso, em ser tão antipedagógico consigo.
Tenha um bom dia.
Está bem, ó Sr. Mestre Gonçalo, eu levo uma reguada pelo erro de acentuação, mas o rosinha leva duas, pelo erro dele. Acredito que o Sr. Mestre Gonçalo, quando pequeno na primária, fazia às 500 cópias para depois não dar erros no ditado.
E já agora, "Gonsalo" é erro ou é só para ser mais giro...?
Volta Pinochet! Heil Hitler! De facto a América Latina era boa era quando era um quintal norte-americano. Ou quando é comandada por narco-fascistas como o Uribe, que tem a família toda apanhada pela "justiça" colombiana. A sorte é que ele corre mais do que a "justiça" e é por isso que agora é narco-professor nos EUA.
"De facto a América Latina era boa era quando era um quintal norte-americano."
Não era boa mas era melhor em particular para os que lá viviam.
Porque você sabe disso melhor do que os que lá vivem. Naturalmente.
Naturalmente que o Lula não ganhou as eleições, não foi? Com a maioria do voto popular, certo? Quantas vezes? E o Chavez? Quantas ganhou? E quantos referendos pelo meio? Ah, espere aí! Tem razão! Democrático foi o golpe de Estado para o depor, não foi?
And so on…
Hoje o Brasil é um foco de poder e influência internacional como nunca foi. E isso é que é uma merda. Para os vizinhos poderosos do Norte, para as elites esclarecidíssimas da Europa e naturalmente para si, que é o barómetro da qualidade de vida naqueles países…
"Porque você sabe disso melhor do que os que lá vivem. Naturalmente. "
Julgava o anónimo ser portador exclusivo da verdade em sentido contrário?
"Naturalmente que o Lula não ganhou as eleições, não foi? Com a maioria do voto popular, certo? Quantas vezes? E o Chavez? Quantas ganhou? E quantos referendos pelo meio? Ah, espere aí! Tem razão! Democrático foi o golpe de Estado para o depor, não foi? "
E daí?
Relativamente a Lula, o futuro próximo permitirá fazer as contas finais. Algumas zonas do Brasil têm.se desenvolvido, outra têm retrocedido. Quanto aos outros kapangas, retrocesso total. Caracas é um campo de matança:
http://www.investors.com/NewsAndAnalysis/Article/545008/201008251856/The-Killing-Fields-Of-Caracas.aspx
"Hoje o Brasil é um foco de poder e influência internacional como nunca foi. E isso é que é uma merda."
Não é merda não. É bom desde que seja reflexo de desenvolvimento económico (poderia ser por se ter tornado ameaça nuclear).
No Brasil a corrupção tem sempre sido endémica. Com desenvolvimento poderão controlar a coisa. Se ele, nunca.
"Para os vizinhos poderosos do Norte, para as elites esclarecidíssimas da Europa"
Refere-se à União das Repúblicas Socialistas da Europa?
"e naturalmente para si, que é o barómetro da qualidade de vida naqueles países…"
Para si está guardado o exclusivo em matéria de cretinice. Experimente ler o manual do idiota útil sul-americano, talvez resulte. Se já leu, passou a ser a sua bíblia.
A União das Repúblicas Socialistas da Europa comandada pelo ultra-liberal Durão Barroso e de maioria de direita-popular-europeia-a-tombar-para-a-extrema?
Você delira ou então não sabe o mundo em que vive.
É mesmo conversa de yuppie, santo deus… ouve na tv-lcd, ou no almoço submisso com o chefe sabichão e repete sem saber o que diz… tenha juízo, homem, ou compre algum.
E puxe a gravata para cima que está torta.
Na Europa muito pouco há de liberal.
Para o esquerdalho neo-socialista, basta a não substituição de 'você' por 'kamarada' e já se está perante um ultra-neo-liberal.
"E puxe a gravata para cima que está torta."
Nunca na vida usei gravata. Você não acerta uma.
Perdão, acertou uma: "santo deus…" (digo eu, que sou pastafarista).
É fato que milhões de brasileiros deixaram a miséria absoluta graças a realização do projeto ecônomico da equipe de FHC no governo de Itamar Franco: trocou-se a impressão de dinheiro pela impressão de títulos da dívida pública; o que controlou a inflação, "arrumou a casa" da burocracia estatal, renegociou dívidas dos estados, vendou bancos estaduais, enfim, centralizou-se a administração no governo federal, em detrimento da autonomia dos estados e municípios. Até hoje todo o dinheiro que faz a festa de Lula e seus lambe-botas vem daí, além do sistemático aumento da carga tributária, especialmente sobre as famílias que vivem com menos de dois salários mínimos. Estudos apontam que essa classe de pessoas perde mais de 50% de sua renda com impostos, taxas e contribuições escondidos nos preços de produtos - arroz, feijão, óleo de cozinha, por ex. - e serviços consumidos.
Para comparação de dados do período "imperialista" ianque - encontrável na internet - com o que ocorre hoje na Venezuela, por ex., sob influência direta de dirigentes cubanos, eu sugiro ver os 14 problemas que afetam os venezuelanos hoje em:
http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=2123
E para saber a quem rezar por hoje, ler:
http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=2122
Os candidatos à presidência da república no Brasil não nos animam, a ver: a boneca do ventríloco Lula; Marina - PV forjada na pior bigorna; Serra ex-militante-não-arrependido das mesmas organizações criminosas da boneca acima, a qual diz sentir orgulho de seu passado; Skaf, presidente licenciado da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a poderosa FIESP, concorre pelo PSB!!!? Inacreditável e extremamente ofensivo.
Caríssimos, só ela, a Nossa Virgem Maria da Imaculada Conceição, Assunta ao Céu, de Fátima e Aparecida no Brasil para fazer-me suportar isso.
No mais, essa riqueza momentânea não garante prosperidade, pois o que se consome hoje, caga-se amanhã. Ao menos, eu devo admitir, nossas florestas estarão sempre verdejantemente fertilizadas.
É fato que milhões de brasileiros deixaram a miséria absoluta graças a realização do projeto ecônomico da equipe de FHC no governo de Itamar Franco: trocou-se a impressão de dinheiro pela impressão de títulos da dívida pública; o que controlou a inflação, "arrumou a casa" da burocracia estatal, renegociou dívidas dos estados, vendou bancos estaduais, enfim, centralizou-se a administração no governo federal, em detrimento da autonomia dos estados e municípios. Até hoje todo o dinheiro que faz a festa de Lula e seus lambe-botas vem daí, além do sistemático aumento da carga tributária, especialmente sobre as famílias que vivem com menos de dois salários mínimos. Estudos apontam que essa classe de pessoas perde mais de 50% de sua renda com impostos, taxas e contribuições escondidos nos preços de produtos - arroz, feijão, óleo de cozinha, por ex. - e serviços consumidos.
Para comparação de dados do período "imperialista" ianque - encontrável na internet - com o que ocorre hoje na Venezuela, por ex., sob influência direta de dirigentes cubanos, eu sugiro ver os 14 problemas que afetam os venezuelanos hoje em:
http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=2123
E para saber a quem rezar por hoje, ler:
http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=2122
Os candidatos à presidência da república no Brasil não nos animam, a ver: a boneca do ventríloco Lula; Marina - PV forjada na pior bigorna; Serra ex-militante-não-arrependido das mesmas organizações criminosas da boneca acima, a qual diz sentir orgulho de seu passado; Skaf, presidente licenciado da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a poderosa FIESP, concorre pelo PSB!!!? Inacreditável e extremamente ofensivo.
Caríssimos, só ela, a Nossa Virgem Maria da Imaculada Conceição, Assunta ao Céu, de Fátima e Aparecida no Brasil para fazer-me suportar isso.
No mais, essa riqueza momentânea não garante prosperidade, pois o que se consome hoje, caga-se amanhã. Ao menos, eu devo admitir, nossas florestas estarão sempre verdejantemente fertilizadas.
É fato que milhões de brasileiros deixaram a miséria absoluta graças a realização do projeto ecônomico da equipe de FHC no governo de Itamar Franco: trocou-se a impressão de dinheiro pela impressão de títulos da dívida pública; o que controlou a inflação, "arrumou a casa" da burocracia estatal, renegociou dívidas dos estados, vendou bancos estaduais, enfim, centralizou-se a administração no governo federal, em detrimento da autonomia dos estados e municípios. Até hoje todo o dinheiro que faz a festa de Lula e seus lambe-botas vem daí, além do sistemático aumento da carga tributária, especialmente sobre as famílias que vivem com menos de dois salários mínimos. Estudos apontam que essa classe de pessoas perde mais de 50% de sua renda com impostos, taxas e contribuições escondidos nos preços de produtos - arroz, feijão, óleo de cozinha, por ex. - e serviços consumidos.
Para comparação de dados do período "imperialista" ianque - encontrável na internet - com o que ocorre hoje na Venezuela, por ex., sob influência direta de dirigentes cubanos, eu sugiro ver os 14 problemas que afetam os venezuelanos hoje em:
http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=2123
E para saber a quem rezar por hoje, ler:
http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=2122
Os candidatos à presidência da república no Brasil não nos animam, a ver: a boneca do ventríloco Lula; Marina - PV forjada na pior bigorna; Serra ex-militante-não-arrependido das mesmas organizações criminosas da boneca acima, a qual diz sentir orgulho de seu passado; Skaf, presidente licenciado da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a poderosa FIESP, concorre pelo PSB!!!? Inacreditável e extremamente ofensivo.
Caríssimos, só ela, a Nossa Virgem Maria da Imaculada Conceição, Assunta ao Céu, de Fátima e Aparecida no Brasil para fazer-me suportar isso.
No mais, essa riqueza momentânea não garante prosperidade, pois o que se consome hoje, caga-se amanhã. Ao menos, eu devo admitir, nossas florestas estarão sempre verdejantemente fertilizadas.
Sim, sou "troglodita", mesmo, e com diarréia!!
Uma janela informava-me a não-publicação do comentário acima, porque ele era muito grande.
Nausícaa:
"No mais, essa riqueza momentânea não garante prosperidade,"
Pois não, mas permite manter a esperança. Do lado de cá nem isso. Daí a bonomia com que Lula vai sendo encarado.
"Sim, sou "troglodita", mesmo, e com diarréia!!"
Oh, que desperdício. E eu que pensava que a coisa se ficava pelo Olavo ...
... e pelo Glenn Beck.
http://whitenoiseinsanity.com/wp-content/uploads/2008/10/glennbeck.jpg
" "Gonsalo" é erro ou é só para ser mais giro...?"
"Gonsalo" não é erro, meu caro, existe e nem sequer é incomum. Quanto a ser ou não, brincadeira, é algo que eu já aqui esclareci, tem a ver com o meu avô paterno e até posso reclamar esse apelido.
E o meu amigo é anónimo porquê?
Já agora, acho interessante que, mais uma vez, se apele anonimamente para a experiência de quem vive na América do Sul para justificar o que, sem lá se viver, se afirma ser a realidade do que por lá se passa; e quando surge alguém que lá vive a contrariar essa afirmação, se contrapõe, de imediato e sem justificação, que o seu testemunho não tem qualquer valor e que, por isso mesmo, confirma, pela negativa, o que se afirmou.
É um belo exemplo do pensamento da esquerda científica e da honestidade e seriedade que lhe corre nas meninges. Se eu fosse de esquerda, era capaz de pensar em mandá-los para o Campo Pequeno...
Comigo era mais borda fora, como fizeram os regimes de ditadura de direita da Argentina e do Chile. Esse sim é mais o estilo da malta ultra.
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