Dizia um alemão que os portugueses conduziam como ladrões de carros. Eu digo que conduzem como quem conduz carrinhos de choque.
As regra de bom senso mais espezinhadas são a da distância ao carro da frente e velocidade em relação ao espaço visível. Os mais velhos sempre me disseram para guardar ao carro da frente uma distância que me permitisse parar caso esse carro parasse instantaneamente, para adequar a velocidade de forma a conseguir parar no espaço visível, partir do princípio que vai sair um catraio de uma porta à beira da estrada, nunca mudar de faixa sem usar os piscas, mudar de faixa lentamente, nunca atravessar uma faixa para atingir uma terceira sem estabilizar algum tempo na intermédia, etc.
A Polícia e GNR e a legislação colaboram activamente neste pandemónio limitando-se, praticamente, a controlar o movimento de mercadorias, a entregar papelada e a controlar a velocidade. Aliás, a Polícia e GNR deveriam estar integradas no Ministério das Finanças porque é ao serviço dele que consomem a larga maioria do tempo.
Quase todo o português conduz partindo do princípio que todos estão tão alerta como ele esquecendo os momentos em que não está alerta. Quase todo o português tem a certeza que não há razão para alguém, mais à frente, travar abruptamente, mesmo quando trava abruptamente projectando a responsabilidade no cão que atravessou a estrada, no pássaro que chocou com o pára-brisas, no puto que vomitou, no idoso que se atrapalhou.
Quase nenhum português concede que com nevoeiro tem MESMO que ir MUITO mais devagar.
O motociclista é, regra geral, um promitente cadáver pela via kamikaze.
Manobras de ultrapassagem múltiplas, à sorte (sem se ter garantia que há espaço para reocupar a faixa), deveriam dar prisão. Fazer gincana no meio do trânsito (motociclistas incluídos), prisão. Conduzir a velocidade considerável encostado ao carro da frente, apreensão de carta. Em caso de morte num acidente e no caso de se determinar irresponsabilidade de um condutor dever-se-ia aplicar a lei geral de homicídios (parece que já algo se vai passando).
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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segunda-feira, 23 de agosto de 2010
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
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Crise. Recessão. Depressão. Agora é que vai ser: os EUA vão entrar pelo cano e nós atrás deles. Talvez para a próxima. Para já, e pelo trigé...
27 comentários:
Olha que nas auto estradas alemãs também se conduz depressa (enfim o poderoso lobby dos carros potentes evita limite de velocidade na lei).
E os italianos? Roma à noite ou à hora de ponta, de automóvel, é uma emoção. Lá lá não vou à uns 20 anos, pelo que pode ter mudado, mas não apostava. Uma vez o meu amigo e condutor evitou um sinal vermelho passando à direita do semáforo, pelo passeio.
Claro que já não se fala em Pequim, sempre que olha para a rua temo pela vida dos ciclistas.
José Simões
Concordo em parte. A maior parte dos desastres devem-se aos doidos e aos nabos (sobretudo nabas e velhos).
Este diogo deve ser um puto de sangue na guelra. Deve ser dos que encosta aos velhinhos que vão a ultrapassar a 120 os mais lentos, mas claro ele quer ir nos acima dos 170, para ir na média de 1 hora e picos lisboa porto e vice-versa.
É tão exorcizante descascar nos portugueses, sobretudo para aqueles que estando fora se julgam superiores. Taditos.
CdR,
"De carro creio que ultimamente a coisa melhorou ligeiramente – ou será impressão minha?"
Sim e não. Melhorou, de facto, mas de há um ano (mais ou menos) para cá voltou a piorar.
O governo resolveu fundir a GNR-Brigada de Trânsito com a restante GNR. Daí para cá a vigilância baixou significativamente.
... em relação ao que acontecia há 30 anos melhorou radicalmente. Há muitíssimo mais trânsito hoje e menos mortes que há 30 anos em que, de memória, havia umas 3000 mortes por ano sem contar com as mortes relativas às motorizadas: V5, Casais, Zundapp (descobriu-se a determinada altura que por uma qualquer razão não estavam a ser contabilizadas).
Não se trata de só dizer bem dos portugueses, nem de qualquer tipo de ideologia. Trata-se de não se dizer gratuita, constante, imprecisa e prazerosamente mal de Portugal e dos portugueses, como é seu apanágio.
É claro que nos anos oitenta muitos emigrantes portugueses morreram nas saturadas, de camiões, estradas espanholas, como muitos outros milhares as percorreram nessa época e nada lhes aconteceu. Seja, honesto e avalie o risco dessa época, face às condições em que se viajava então.
Felizmente, no presente, já Espanha tem boas “autovías y autopistas”. Por outro lado, muitos, como o senhor “exilado”, já podem optar por viajar em voos de baixo custo, até ébrios se quiserem (mas sem canivetes ou corta-unhas, para não serem tomados por árabes terroristas), em vez de se despistarem cansados ou adormecidos a altas velocidades.
No tempo do Gen. Humberto Delgado, o caro ainda andava de cueiros, para ter consciência política, quanto mais para se armar em "exilado".
ridículo...
"rata-se de não se dizer gratuita, constante, imprecisa e prazerosamente mal de Portugal e dos portugueses, como é seu apanágio."
Infelizmente, também este ano tive a oportunidade de presenciar que emigrantes de retorno ao país de trabalho saem de Portugal à última hora com planos para chegar a horas de retomar o trabalho. É um milagre que não morram ainda mais.
Pela minha parte digo o que entendo independentemente das classificação que os leitores entendam fazer. Poderia ainda dizer que me nego a fechar os olhos àquilo que o anónimo não quer que veja.
http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais/mais+de+400+acidentes+e+nove+mortos+em+segunda-feira+tragica+nas+estradas+portuguesas.htm
.
Muitos condutores portugueses são psicopatas.
Extrapolação errada de um acidente raro em Portugal, quando na Europa Central e do Norte tais acidentes em cadeia nas auto-estradas são bastante mais frequentes.
Mas tudo bem, continuem a bater na ceguinha...que ela aguenta, século após século, apesar de todos os velhos do restelo, cavaleiros do apocalipse e estrangeirados iluminados, tipo "exilados".
"apesar de todos os velhos do restelo,"
O anónimo nada sabe sobre o Velho do Restelo.
CdR.
"Toda a gente está ao corrente da enorme quantidade de acidentes nas estradas portuguesas."
Evidentemente. Basta fazer 100Km para ver e perceber.
Tá ver caro rosinha! As razões e causas para os acidentes elevados em Portugal e consequentes vítimas fatais, são múltiplas. Há que analisá-las e melhorar todas as componentes da segurança rodoviária nacional, como tem vindo a ser feito ao longo dos últimos anos. Já todos sabemos que os outros estão 50 anos à frente, mas olhe deixe de criticar e venha para cá ajudar e deixe-se dessa treta de "exilado", que ninguém correu consigo de cá para fora.
"Já todos sabemos que os outros estão 50 anos à frente"
... depois de ter afirmado ...
"Trata-se de não se dizer gratuita, constante, imprecisa e prazerosamente mal de Portugal e dos portugueses, como é seu apanágio."
Sim, e depois, o que é que isso corrobora contra a vossa constante idiotia do bota-abaixo, sem nada de construtivo?
"sem nada de construtivo?"
Aqui tem uma, fresquinha:
http://fiel-inimigo.blogspot.com/2010/08/socrates-o-despovoador.html
Construtivo é igualmente desmascarar os camafeus que dizem algo e o seu contrário como se com isso construíssem alguma coisa ou, alternativamente, que acham que a defesa da coisa "construtiva" passa por estarem apenas contra, nem que seja contradizendo o que pouco tempo antes afirmaram.
perdeste..."exilado" de merda. Não fazes cá falta, nem para tocar um cego.
CdR:
"É a velocidade, é a falta de civismo, é a qualidade das estradas, é a má sinalização, é a polícia que não actua e, last but not least, é haver muitos camelos acríticos e sempre prontos a defender o indefensável, como o meu amigo…"
E mais o último caso (que inclui falta de civismo). Em penúltimo a má sinalização quando induz em erro. A má qualidade das (algumas) estradas é óbvia, pelo que a haver demasiados acidentes implica um comportamento inadequado.
No Minho, um amigo de amigo matou-se contra uma vaca numa estrada excelente sinalizada com múltiplos aviso de animais. A olhómetro deveria ir a mais de 150 numa curva que só era fechada para quem circulasse àquela velocidade.
Ainda bem que não era holandesa... a pobre da vaca.
Sim, porque na florida holanda nunca acontecem acidentes estúpidos... só acidentes civicamente inteligentes.
"a pobre da vaca."
Nem se percebia o que era vaca o que era gajo (era motociclista).
... e não havia nevoeiro, não chovia, não havia vento ...
O gajo babava-se de ser "bom volante" a tal ponto que a vaca confiou nele.
Quem mandou à vaca ser parva?
...bom volante não seria, mas motoqueiro, certamente. Se fosse de zundapp barulhenta a vaca tinha fugido a tempo e o gajo só tinha marrado com os cornos no chão. Mas não, o estúpido foi comprar uma Kawasaki 750 aos capitalistas japoneses.
"Se fosse de zundapp barulhenta"
Foi bem lembrado, oh anónimo. Se as motos tivessem os escapes virados para a frente assustavam as vacas.
Mas só poderiam ir para a estrada as vacas que não fossem surdas, implicando a necessidade de regulamentação a que o nosso socialista governo não fugiria.
Começaria por nomear um grupo de trabalho inter-ministerial e inter-disciplinar envolvendo 10 ministérios e 10 universidades ...
... e mais, apelaria à sua douta estupidez, como consultor outsorcing, que o caro latosamente não enjeitaria.
Acho que vcs estão aprendendo a dirigir no Brasil.
É no Brasiú, so memo de vidro e porta trancado, prá não ser assaltado por trombadinha no semáforo, né?
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