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sábado, 21 de agosto de 2010

Da sucessão de luminárias

Salvar Portugal?

Estava-se nos anos cinquenta do século passado, numa tertúlia em que participava Jorge de Sena. Discutia-se o tema recorrente: “Como salvar Portugal”. Nisto, o poeta espantou toda a gente: «O problema não é salvar Portugal, mas salvarmo-nos de Portugal». Pouco tempo depois partiu para o Brasil e daí para os Estados Unidos onde veio a falecer, em 1978, sem ter regressado à pátria.

Aqueles que estavam naquela reunião, há sessenta anos, julgavam que o obstáculo era Salazar. Mas depois veio Caetano, o PREC, Soares, Cavaco, Guterres, Barroso e agora Sócrates. O país ficou cada vez mais igual nos seus defeitos, a mesma “choldra”, como dizia o Eça, ainda que com novas embalagens. O problema não é Salazar nem os outros – somos nós, claro, que em conjunto não sabemos evoluir para além do fado da nossa mediocridade.

3 comentários:

Carmo da Rosa disse...

Eu vivo no exílio e francamente não tenho essa impressão...

Anónimo disse...

Ainda bem que não regressou, pois paneleiros já tínhamos e temos cá muitos.

Anónimo disse...

Há mentiras que inventámos sobre nós próprios, que juramos ser verdadeiras. Francamente...