Um artista plástico foi recentemente abordado pela redacção do programa diário de entrevistas mais famoso da Holanda para falar de arte. Trata-se do programa Pauw & Witteman (o nome do programa é ao mesmo tempo o nome dos dois jornalistas: Jeroen Pauw e Paul Witteman).
O artista a falar sozinho: Fantástico, uma excelente oportunidade para dar a conhecer o meu trabalho. Por outro lado e apesar de eu não perder um episódio, o programa, devido à excessiva dose de correctismo político, é a maior parte do tempo uma seca. Devia mas’é recusar, mas a carne é fraca e tenho que comprar sapatos. Decidi ir.
O que vestir?
A minha nova T-shirt espanhola prá frentex De Puta Madre ou a francesa Nique Ta Mère? Não, vou vestir outra, uma que tenho com a imagem do Hitler? É isso mesmo, vai dar bronca pela certa e assim vou aproveitar para dar à entrevista um rumo completamente diferente. Abro discretamente o casaco durante o programa para melhor se ver a fronha do tio Adolfo e espero que o peixe morda o anzol. Já estou a imaginar a tromba dos entrevistadores.
Witteman: (franzindo o sobrolho) Será que estou mesmo a ver a fotografia do Hitler na sua T-shirt?
Artista: (com ar alegremente surpreendido) Cool não acha? Foi o inventor do Volkswagen.
Pauw: (com ar indignado) Peço desculpa, mas o homem foi um terrível ditador e responsável por milhões de mortos, e você vem-me falar do carocha!?
Artista: (contente pelo Pauw ter mordido o anzol) É verdade, o Sr. tem toda a razão, aconteceram muitas coisas más mas isso foi noutros tempos. Quando leio agora o Mein Kampf só retiro os bons ensinamentos.
Witteman: (o intelectual dos dois, mas felizmente ainda sem a mínima ideia para que lado a conversa se iria desenvolver) Esse livro está carregado de ódio contra os judeus. Essa sua vestimenta vai ofender e melindrar muita gente neste país.
Artista: (A partir de agora o artista começa a malhar) Hééé, sabe, pensei que os senhores me compreendessem melhor, tendo em conta que têm tanta compreensão com os muçulmanos, nem bebem álcool quando há convidados muçulmanos! Mas sabe, não foi o Maomé também responsável por milhões de mortos? E no livro dele, o Alcorão, que eu saiba não se morre de amores pelos judeus. Qual é então a grande diferença entre Maomé e Hitler? E porque razão se pode admirar um deles e o outro não?
Quero apenas com isto dizer que ambos tinham ódio aos judeus, e ambos queriam tomar o mundo pela força. Até sei que os muçulmanos da Croácia ajudaram Hitler a matar judeus durante a Segunda Guerra Mundial: sob o comando do influente mufti de Jerusalém foi criada especialmente para a ocasião uma divisão SS-muçulmana. Vou escrever o link para vocês depois verem em casa sossegados.
Artista: Mas agora a falar a sério…… não vejo nenhuma diferença, importam-se de me explicar?
Witteman: Isto não foi o tema da discussão que planeamos…
O artista a falar sozinho: Já contava com esta resposta. Desvio o meu olhar falsamente atónito para o Jeroen Pauw e ele felizmente ainda faz uma última tentativa.
Pauw: O Islão é uma religião. É uma questão completamente diferente.
Artista: Essa é boa! Então nesse caso se o Hitler tivesse dito que recebeu ordem do Altíssimo para matar judeus já a coisa era aceitável?
Pauw: Não, não, claro que não…
Artista: (cortando a palavra a Pauw) Aliás, o racista de Cuba, você sabe muito bem de quem estou a falar, o criminoso de guerra Che Guevara, também não pertencia a nenhuma religião e praticamente todas as estrelas do showbiz andam com a fronha dele ao peito, e ninguém se apoquenta com o facto. Jeroen, veja aqui por favor, por acaso tenho aqui no meu iPad. É de morrer a rir, olhe aqui.
Artista: Sr. Pauw, diga-me lá então qual é a grande diferença? Ou talvez o Sr. Witteman que está tão calado tenha uma resposta…
O artista a falar sozinho: Agora quero que eles pensem que sou maluquinho.
Artista: Hé pá, eu escolhi uma imagem do Hitler apenas porque tenho uma tara pela Volkswagen – mais nada! Não tenho nada contra os Judeus. Não faço mal a uma mosca.
E agora que vocês sabem isto já não devia haver nenhum atrito entre nós, vejam-me assim como um Nazi moderado… Mas se vocês quiserem escolher uma imagem para a vossa T-shirt não escolham o Maomé. É que vos pode custar a vida: eles não gostam de imagens e muito menos de imagens do profeta – nem em desenho!
Artista: (agora com ar sério) Agora falando a sério, porque razão é que vocês acham bem quando uma pessoa é fã do Maomé e não acham nada bem quando é fã do Hitler? Digam lá a verdade, vocês tampouco vêem a diferença pois não? Mas eu percebo o vosso dilema: começam a pensar na sorte que teve o Theo van Gogh, e além disso sabem muito bem que se dizem destas coisas o vosso patrão, a VARA [canal socialista], despede-vos, e o Jeroen ainda tem que pagar o Jacht que acabou de comprar.
Witteman: (pior que estragado) Você é completamente chalado.
[Nota da red.: Para melhor compreender a resposta seguinte do artista é preciso saber que há um tempo atrás Geert Wilders afirmou no parlamento holandês que a anterior Ministra da Integração do Partido Trabalhista era ‘completamente chalada’, porque ela disse que a 'nossa cultura' no futuro iria ser judeo-cristã-muçulmana…]
Artista: (em catadupa) Ó senhor Witteman, com franqueza, onde é que isto já vai parar, o senhor agora já parece aquele político louro! Como é que ele se chama? Widders, wi……Wilders. E esse é a última pessoa com quem você se quer parecer, não é? Dia sim dia sim você deixa os seus convidados descascar à vontade encima do Sr. Wilders, e isso apenas porque ele critica o Maomé e os seus apaniguados!
Pauw: Você agora já está a passar das marcas.
Artista: (continua como se nada tivesse ouvido) Se alguém compara o Maomé com o Hitler está logo o caldo entornado: é chalado! Vocês sabiam que o Mein Kampf continua a ser um ‘bestseller’ em terras islâmicas? Sabiam que…… hé pá cabrões, já me desligaram o microfone!! Não sejam chatos pá, não tenham tanto medo da redacção…. Paul então, ainda temos que falar de arte….
O artista a falar sozinho: Fantástico, uma excelente oportunidade para dar a conhecer o meu trabalho. Por outro lado e apesar de eu não perder um episódio, o programa, devido à excessiva dose de correctismo político, é a maior parte do tempo uma seca. Devia mas’é recusar, mas a carne é fraca e tenho que comprar sapatos. Decidi ir.
O que vestir?
A minha nova T-shirt espanhola prá frentex De Puta Madre ou a francesa Nique Ta Mère? Não, vou vestir outra, uma que tenho com a imagem do Hitler? É isso mesmo, vai dar bronca pela certa e assim vou aproveitar para dar à entrevista um rumo completamente diferente. Abro discretamente o casaco durante o programa para melhor se ver a fronha do tio Adolfo e espero que o peixe morda o anzol. Já estou a imaginar a tromba dos entrevistadores.
Witteman: (franzindo o sobrolho) Será que estou mesmo a ver a fotografia do Hitler na sua T-shirt?
Artista: (com ar alegremente surpreendido) Cool não acha? Foi o inventor do Volkswagen.
Pauw: (com ar indignado) Peço desculpa, mas o homem foi um terrível ditador e responsável por milhões de mortos, e você vem-me falar do carocha!?
Artista: (contente pelo Pauw ter mordido o anzol) É verdade, o Sr. tem toda a razão, aconteceram muitas coisas más mas isso foi noutros tempos. Quando leio agora o Mein Kampf só retiro os bons ensinamentos.
Witteman: (o intelectual dos dois, mas felizmente ainda sem a mínima ideia para que lado a conversa se iria desenvolver) Esse livro está carregado de ódio contra os judeus. Essa sua vestimenta vai ofender e melindrar muita gente neste país.
Artista: (A partir de agora o artista começa a malhar) Hééé, sabe, pensei que os senhores me compreendessem melhor, tendo em conta que têm tanta compreensão com os muçulmanos, nem bebem álcool quando há convidados muçulmanos! Mas sabe, não foi o Maomé também responsável por milhões de mortos? E no livro dele, o Alcorão, que eu saiba não se morre de amores pelos judeus. Qual é então a grande diferença entre Maomé e Hitler? E porque razão se pode admirar um deles e o outro não?
Quero apenas com isto dizer que ambos tinham ódio aos judeus, e ambos queriam tomar o mundo pela força. Até sei que os muçulmanos da Croácia ajudaram Hitler a matar judeus durante a Segunda Guerra Mundial: sob o comando do influente mufti de Jerusalém foi criada especialmente para a ocasião uma divisão SS-muçulmana. Vou escrever o link para vocês depois verem em casa sossegados.
Artista: Mas agora a falar a sério…… não vejo nenhuma diferença, importam-se de me explicar?
Witteman: Isto não foi o tema da discussão que planeamos…
O artista a falar sozinho: Já contava com esta resposta. Desvio o meu olhar falsamente atónito para o Jeroen Pauw e ele felizmente ainda faz uma última tentativa.
Pauw: O Islão é uma religião. É uma questão completamente diferente.
Artista: Essa é boa! Então nesse caso se o Hitler tivesse dito que recebeu ordem do Altíssimo para matar judeus já a coisa era aceitável?
Pauw: Não, não, claro que não…
Artista: (cortando a palavra a Pauw) Aliás, o racista de Cuba, você sabe muito bem de quem estou a falar, o criminoso de guerra Che Guevara, também não pertencia a nenhuma religião e praticamente todas as estrelas do showbiz andam com a fronha dele ao peito, e ninguém se apoquenta com o facto. Jeroen, veja aqui por favor, por acaso tenho aqui no meu iPad. É de morrer a rir, olhe aqui.
Artista: Sr. Pauw, diga-me lá então qual é a grande diferença? Ou talvez o Sr. Witteman que está tão calado tenha uma resposta…
O artista a falar sozinho: Agora quero que eles pensem que sou maluquinho.
Artista: Hé pá, eu escolhi uma imagem do Hitler apenas porque tenho uma tara pela Volkswagen – mais nada! Não tenho nada contra os Judeus. Não faço mal a uma mosca.
E agora que vocês sabem isto já não devia haver nenhum atrito entre nós, vejam-me assim como um Nazi moderado… Mas se vocês quiserem escolher uma imagem para a vossa T-shirt não escolham o Maomé. É que vos pode custar a vida: eles não gostam de imagens e muito menos de imagens do profeta – nem em desenho!
Artista: (agora com ar sério) Agora falando a sério, porque razão é que vocês acham bem quando uma pessoa é fã do Maomé e não acham nada bem quando é fã do Hitler? Digam lá a verdade, vocês tampouco vêem a diferença pois não? Mas eu percebo o vosso dilema: começam a pensar na sorte que teve o Theo van Gogh, e além disso sabem muito bem que se dizem destas coisas o vosso patrão, a VARA [canal socialista], despede-vos, e o Jeroen ainda tem que pagar o Jacht que acabou de comprar.
Witteman: (pior que estragado) Você é completamente chalado.
[Nota da red.: Para melhor compreender a resposta seguinte do artista é preciso saber que há um tempo atrás Geert Wilders afirmou no parlamento holandês que a anterior Ministra da Integração do Partido Trabalhista era ‘completamente chalada’, porque ela disse que a 'nossa cultura' no futuro iria ser judeo-cristã-muçulmana…]
Artista: (em catadupa) Ó senhor Witteman, com franqueza, onde é que isto já vai parar, o senhor agora já parece aquele político louro! Como é que ele se chama? Widders, wi……Wilders. E esse é a última pessoa com quem você se quer parecer, não é? Dia sim dia sim você deixa os seus convidados descascar à vontade encima do Sr. Wilders, e isso apenas porque ele critica o Maomé e os seus apaniguados!
Pauw: Você agora já está a passar das marcas.
Artista: (continua como se nada tivesse ouvido) Se alguém compara o Maomé com o Hitler está logo o caldo entornado: é chalado! Vocês sabiam que o Mein Kampf continua a ser um ‘bestseller’ em terras islâmicas? Sabiam que…… hé pá cabrões, já me desligaram o microfone!! Não sejam chatos pá, não tenham tanto medo da redacção…. Paul então, ainda temos que falar de arte….
33 comentários:
E os livros judaicos, não são responsáveis por milhões de mortes e por tanta pulhice mundial?
O Hitler, o Maomé, os Reis Portugueses e Espanhois, foram todos uns filhos de puta...e os reis hebreus? e os banqueiros agiotas judeus?
Vocês todos os dias trazem à luz do dia um novo anti-semita...
Vocês são uns tristes.
Eh pá, Adolfo, meu! Larga as drogas, pá!
O Hitler, o Maomé, os reis portugueses, os (reis!?) espanhois, os banqueiros, os tristes e os Adolfos foram todos uns filhos da puta...
Adolfo, trata-te!
Carmo, este diálogo aconteceu mesmo?
O Adolfo vive numa dicotomia entre
os bons filhos da puta
e os maus filhos da puta
Quando se fala dos bons filhos da puta ele responde com os maus filhos da puta, não reparando sequer no adjectivo antecendente de uns e de outros.
Suspeito que o criador do volkswagen também sofria da mesma dicotomia.
A ficção tomou parte do seu espírito. A forma de tratar deste tipo de doença "tá visto que eu é que sei" encontra-se em fase grave. Trate-se o mais depressa possível. Olhe que Andar na rua de perna esticada, dá nas vistas!!. rape bem a barba para não se ver o bigodinho. Cuidado! muito cuidadinho.
@ EJSantos: ”Carmo, este diálogo aconteceu mesmo?”
Não. Trata-se de uma paródia num blog da corda (a tradução é minha) sobre a actualíssima discussão na Holanda: o Islão, é uma religião ou uma ideologia?
Este dilema é cada vez mais iminente devido ao facto de Geert Wilders possivelmente ir formar governo juntamente com o partido liberal (VVD) e o partido confessional (CDA). Mas nada está ainda assente e há fortes pressões contra.
PS. De resto, o programa e os jornalistas existem e os diálogos estão bem adaptados à realidade.
@ anónimo das 09:56: ”Suspeito que o criador do volkswagen também sofria da mesma dicotomia.”
Sofria de uma porrada delas, mas sejamos sinceros, o Volkswagen foi uma excelente ideia socialista. Aliás, ele teve mais (boas) ideias socialistas do que todos os outros marxo-socialistas juntos. Uma pena ele ser um assassino patológico e ter uma tara contra os judeus…
CdR,
Essa de considerar o Hitler (apenas) um assassino psicológico e de ter (apenas) uma tara contra os judeus, é verdade, mas é bastante simplista como ideia. Revê lá a História e tenta perceber porque é que o Hitler chegou ao poder e por quem foi apoiado. Depois, tenta perceber o contexto histórico da época e quando e porque é que os diferentes nacionalismos surgiram na Europa. Dá trabalho, eu sei, mas dessa forma podias sempre fugir à caricatura do "homem que criou o Volkswagen".
Adenda: porque estas coisas estão mais ligadas do que parece, vais perceber porque é o que Wilders é popular entre determinados extratos da sociedade holandesa. Ou seja, não é por apoiar o fascismo que (alguns) holandeses vão ver-se livres do islão. De resto, basta fazer a experiência: deixar o Wilders ir para o governo (coisa a que cada vez mais o CDA se opõe, de resto...). Nessa altura, mudarias rapidamente de opinião...
Pois é. Muita gentinha apostou no Hitler como uma barreira ao comunismo. Ooohhhhhhhhhh!!Estratégia inteligente ...
Os grandes jogadores manobram estes peões com mestria e o que não falta depois é seguidores que para engrossar o rebanho.
Flap ... flap ... flap ... (sons de mãos a esfregar-se de contentes).
HV:
"Revê lá a História e tenta perceber porque é que o Hitler chegou ao poder e por quem foi apoiado."
Ninguém chega ao poder sozinho, todos o que o obtiveram tiveram, necessariamente, que ter apoios de qualquer tipo, mais exactamente daqueles a cujos interesses a sua acção, ou a previsão do que ela poderia vir a ser, ou as suas declarações ou, ainda, o impacto delas correspondiam.
Ser psicopata não implica nem que se não tenha razão em todos os aspectos da vida nem que se não corresponda, num qualquer delírio mais ou menos monstruoso, a um estado social de degradação. "Lá por seres paranóico", dizia ironicamente o Philip K. Dick, "não quer dizer que o mundo não esteja mesmo contra ti."
Foi pelo facto de as palavras de Hitler serem bem recebidas e motivadoras para uma nação em crise moral e económica, por elas terem aquele fundo de verdade necessário à instauração da mentira que esses (quaisquer que hajam sido e quaisquer que fossem as respectivas intenções e convicções)que o apoiaram o fizeram.
E aqui é que começa, de facto, a discussão. Porque aqueles que o apoiaram (população, em geral, incluída) eram não-comunistas ou anticomunistas. O que me leva a perguntar-lhe se, na sua concepção, os não-comunistas e os anticomunistas são, desde logo, má gente ou, pelo menos, pouco esclarecidos ou mesmo estúpidos.
Gonsalo,
Se a nação estava em crise social e económica (as palavras são suas) era natural que estivesse mais predisposta a ouvir as palavras de um demagogo (com algum carisma, concedo).
Obviamente que aqueles que o apoiavam eram anti-comunistas e não-comunistas. Ninguém disse que eles eram bons ou maus.
Mas, o que toda a gente sabe é que ele perseguiu os comunistas, os judeus, os ciganos e toda a gente que não estava com ele. Certo?
Logo, não me vai dizer que o homem era um incompreendido, pois a maioria da nação até tinha votado nele...não pode ser esse o critério, obviamente.
"são, desde logo, má gente"
LOL!!!! Que raio de questão! Entre um pró-nazi e um anticomunistas ainda vai uma grande distância, parece-me.
"pouco esclarecidos ou mesmo estúpidos"
Os restantes, no mínimo ambas as coisas, se não teriam percebido que não passavam de peões menores nas costas dos quais Hitler trepou.
O paralelismo com o hitler holandês parece-me evidente, salvas as devidas circunstâncias históricas.
@ HV: ”Essa de considerar o Hitler (apenas) um assassino psicológico”
Assassino ‘psicológico’! O teu ódio ideológico impede-te ‘inté’ de ler o que está escrito! Eu disse assassino patológico, que é algo diferente. E é, entre outras, por esta razão que pessoas como tu, com ódios e preconceitos ideológicos, não deveriam aconselhar leituras aos outros...
Não teria sido melhor reconhecer os erros, ter uma atitude mais modesta, aprender a jogar squash e fazer longas viagens de bicicleta para desanuviar o espírito de tanta asneira proferida no passado?
Diz-me lá, de que serve ter passado a vida a ler livros chatos de sociologia e de politicologia para no final, com toda essa sapiência, acabar sempre por defender cegamente ditaduras e utopias perversas de onde quase toda a gente – o proletariado em primeiro lugar - se quer pirar?
”….podias sempre fugir à caricatura do "homem que criou o Volkswagen"
Como fugir de uma caricatura que foi criada por outra pessoa? Com bastante humor, diga-se de passagem. Mas tu, que foste treinado apenas para ler ensaios sociológicos (de preferência marxizantes), não consegues perceber que não se trata de um ensaio histórico, mas apenas de uma paródia, mas de cariz político evidentemente!
É o que acontece também com os pobres muçulmanos, que são obrigados à vergastada e desde a mais tenra idade a repetir dia-sim-dia-sim o Alcorão nas madraças. Os que têm melhor memória conseguem mais tarde recitar o Alcorão de cor e salteado, mas é quase desumano exigir desta gente um mínimo de relativização ou mesmo um pouco de humor…
” vais perceber porque é o que Wilders é popular entre determinados extratos da sociedade holandesa.”
E pode-se saber precisamente em que extractos? E vou perceber o quê? Que na Holanda actual há fome, guetos, miséria, uma economia de rastos e uma inflação galopante que se calcula em biliões, como era o caso na Alemanha em 1923? E que esta situação leva inevitavelmente a que uma parte considerável da população holandesa vote num ‘homem forte’!
Não achas que os teus preconceitos ideológicos estão outra vez a pregar-te uma partida? A fazerem-te perder o sentido da realidade, a confundir a Holanda com o Zimbabué…
”…não é por apoiar o fascismo que (alguns) holandeses vão ver-se livres do Islão.”
Quem apoia tacitamente o fascismo são aqueles que ainda não perceberam que matar uma mulher à pedrada - Sakineh Mohammadi Ashtiani – é pura e simplesmente fascismo. Mas estou convencido que quando perceberem mudarão rapidamente de opinião. Mas como dizem os franceses: ‘tu comprends vite mais il faut t’expliquer longtemps’.
anónimo das 15:23: ”Muita gentinha apostou no Hitler como uma barreira ao comunismo.”
É em parte verdade, mas os que ‘apostaram’ no comunismo como uma barreira ao Hitler ainda ficaram pior: tiveram que gramar a pastilha mais 50 anos do que os outros.
Coloquei ‘apostaram’ entre aspas porque na realidade não apostaram a ponta de um corno, com o cano de um tanque soviético apontado à cabeça não tinham muita escolha…
CdR,
Não gostar do Wilders (ou do Hitler) não significa necessariamente ser marxista. O Brinkman e centenas de figuras prominentes do CDA (cristãos-democratas empedernidos) também não gostam e não o querem no governo. A Liga de Defesa Judaica de Nova-York também não o quer lá a discursar no 11 de Setembro, pois prejudica as relações com o Islão...É, de facto, uma questão de senso-comum. Portanto, se leres (eu sei que dá trabalho) e tentares distanciar-te do teu ódio aos muçulmanos, vais perceber. Eu também sou contra as barbaridades cometidas contra as mulheres nos países muçulmanos, mas isso não me obriga a apoiar um fascista como o Wilders. Podes sempre apoiar o CDA, ou o VVD, por exemplo...o que te impede?
HV:
Ontem comecei a escrever uma resposta ou, se quiser, um esclarecimento quanto às razões da minha pergunta, mas tive que interromper e, de momento, não estou com disposição para a retomar. Talvez mais logo.
Assim, por agora, deixo-lhe uma outra pergunta com base nesta sua frase:
"Eu também sou contra as barbaridades cometidas contra as mulheres nos países muçulmanos, mas isso não me obriga a apoiar um fascista como o Wilders."
Mas se, numa conjuntura hipotética, em que estivesse em jogo uma inevitável supremacia política e militar estratégica de um deles, se visse obrigado a apoiar um dos lados, por qual julgaria dever optar?
Até onde eu sei, o principal apoiador de Hitler foi Stalin. E os comunistas franceses, ingleses e americanos trabalharam febrilmente a favor dos interesses da Alemanha nazista, enquanto esta se manteve aliada à URSS, enquanto ambas punham em prática o seu plano de dividir entre si o leste europeu. Então um dos bandidos traiu o outro (coisa comum entre bandidos) e os comunistas passaram a dizer que jamais haviam apoiado o nazismo...
Também sei que os mesmos banqueiros que apoiaram os bolcheviques, apoiaram os nazis:
http://www.midiaamais.com.br/resenhas/3656-antony-sutton-um-homem-que-pagou-o-preco-da-verdade
Por que motivo as mesmas pessoas que apoiaram um, apoiaram o outro? Quem não entende isso, não entende a história contemporânea.
Gonsalo,
A resposta à sua questão, para mim, é óbvia:
O "mal" não se apoia, seja ele de "esquerda" ou "direita", cristão ou muçulmano...Não há males "menores". Logo, eu não apoiava nenhum. E o Gonsalo?
"É em parte verdade, mas os que ‘apostaram’ no comunismo como uma barreira ao Hitler ainda ficaram pior: tiveram que gramar a pastilha mais 50 anos do que os outros."
Fogo de artífício para animar a festa, é claro! Não custa nada imaginar o que seria TODA a Europa, de ponta a ponta, União Soviética incluída, norte de África e as colónias dos vários países dominados pelos nazis. Parece que os Aliados não tiveram grandes dúvidas quando a hora chegou.
"com o cano de um tanque soviético apontado à cabeça não tinham muita escolha…"
E tudo indica que foi isso que ajudou a salvar um imenso espaço geográfico de um império para mil anos. Numa história que não foi ainda desvendada na totalidade (e nunca será, presumo), resta-nos sopesar os resultados à luz do que se evitou.
"se visse obrigado a apoiar um dos lados, por qual julgaria dever optar?"
Que raio de questão!!!
Queres um estalo ou um estalo? LOL!!!
"Por que motivo as mesmas pessoas que apoiaram um, apoiaram o outro?"
Que lhe parece, brasileiro? Business is business, o dinheiro não tem ideologia, vai para o lado que pinga.
@ HV: ”Não gostar do Wilders (ou do Hitler) não significa necessariamente ser marxista.
Absolutamente! E se dei essa impressão peço desde já imensa desculpa.
”O Brinkman e centenas de figuras prominentes do CDA (cristãos-democratas empedernidos) também não gostam e não o querem no governo.”
Segundo o Maurice de Hond 41% dos cristãos-democratas são a favor deste governo - VVD + CDA com a tolerância no parlamento do PVV. Solução idêntica a da Dinamarca que já funciona há nove anos e pelos vistos bem – e 32 % são contra. Estas coisas em democracia são perfeitamente normais: uns são a favor e outros são contra! (Mas atenção, na Holanda apenas a extrema-esquerda diz que o Wilders é um fascista!)
” A Liga de Defesa Judaica de Nova-York também não o quer lá a discursar no 11 de Setembro, pois prejudica as relações com o Islão.”
A mesma situação que a anterior! Há judeus que não querem, mas também há muitos judeus que querem que ele vá discursar… O normalzinho em democracia! Dá-me a impressão que tens alguma coisa contra a própria democracia! Será que dás preferência a um homem forte, que decida sobre estas coisas sem consultação popular prévia?
”Portanto, se leres (eu sei que dá trabalho) e tentares distanciar-te do teu ódio aos muçulmanos, vais perceber.
E tu a dar-lhe com o ler! Ler livros para quê? Sabes muito bem que isso não é de maneira nenhuma uma garantia para se tomar as opções (políticas) correctas! A história está carregada de exemplos do que acabo de dizer. Olha, vou agora ler um livrinho para saber como limpar e desmontar a minha bicla – isso sim faz sentido, coisas práticas.
Estás a ver! Lês bastante mas não consegues perceber que o meu ‘ódio’ aos muçulmanos é precisamente o mesmo que eu tinha nos anos 70 em relação aos portugueses: nenhum. Eu tinha ódio (se de ódio se pode falar!?) ao Salazarismo, não às pessoas que por razões geográficas estavam mais ou menos relacionadas com o conceito. Trata-se apenas de uma questão I-DEO-LÓ-GI-CA…
” Eu também sou contra as barbaridades cometidas contra as mulheres nos países muçulmanos, mas isso não me obriga a apoiar um fascista como o Wilders. Podes sempre apoiar o CDA, ou o VVD, por exemplo...o que te impede?”
Em primeiro lugar, dizer que o Wilders é um fascista, é inflacionar a palavra fascismo de tal modo ao ponto de no final não querer dizer absolutamente mais nada! Não passa de um insulto, é como dizer que ele é um filho da puta ou algo no género! Em segundo lugar, porque razão, eu, que não creio na Santíssima Trindade, deveria apoiar o CDA? E também porque razão, eu, que tenho sempre a conta a vermelho, deveria apoiar o partido dos empresários? E porque razão um gato escaldado tem que optar pelo Chamberlain quanto pode escolher o Churchill?
@ HV: ”O "mal" não se apoia, seja ele de "esquerda" ou "direita", cristão ou muçulmano...Não há males "menores". Logo, eu não apoiava nenhum.”
Não é preciso ler muito para entender que a vida é um encadeamento de constantes escolhas entre um mal-maior e um mal-menor. Sempre. A própria democracia é um excelente exemplo disso, de um mal-menor.
Só os padres, os imãs e outros pregadores de grandes verdades é que sempre vêem a realidade em termos absolutos. Na escolha entre um lençol todo cagado e outro completamente limpo não escolhem nenhum. São ambos maus. O primeiro lençol estava visivelmente e fisicamente sujo, mas no outro um homem casado esteve a fornicar na noite anterior com a sua amante…
HV:
A discussão terá, pela minha parte, que suspender-se temporariamente. Tive, ontem, uma proposta, inesperada e de última hora, de uma semana de férias e aaahhh!..., maravilha!!! Estive a fazer as malas. Saio hoje.
Na outra segunda-feira, voltarei à discussão.
Curta bué.
Abraço a todos.
@ anónimo das 15:31: ”Parece que os Aliados não tiveram grandes dúvidas quando a hora chegou.”
Uma parte dos aliados (os que apoiavam Churchill) não tinha dúvidas, mas Chamberlain tinha algumas dúvidas. Mas antes das hostilidades terem começado, e talvez por causa do efeito pacifista do tratado Ribbentrop-Molotov, a propaganda comunista antes da hora ter chegado, dizia que se tratava de uma guerra capitalista e que os proletários não tinham nada a ver com o assunto!!!
” E tudo indica que foi isso […o cano de um tanque soviético apontado à cabeça] que ajudou a salvar um imenso espaço geográfico de um império para mil anos.”
Não, eu referia-me por exemplo a 1956 na Hungria e 1968 na Checoslováquia. Por esta altura o império de mil anos já estava há muito enterrado e os canos dos tanques soviéticos serviam outros fins…
@ anónimo das 15:36: ”Que raio de questão!!!
Queres um estalo ou um estalo? LOL!!!”
A questão não é assim tão LOL como isso, sobretudo para os que viram o filme ou conhecem o terrível dilema de Sophie’s Choice…
CdR,
A metáfora dos lençóis não percebi...então, não ficaram os dois cagados (os lençóis)?
Adenda: pode-se sempre não optar por nenhum dos males (i.e. fascismo ariano contra fascismo muçulmano). É simples: é recusar os dois e, já agora, lutar contra ambos. Dito de outro modo: eu recuso-me a tomar partido por dois modelos condenáveis. Há alternativas. Essa é a escolha mais difícil. Por isso, as pessoas preferem o mal menor. Isto não tem nada a ver com verdades absolutas, mas com independência de espírito. Ou seja, não seguir a carneirada...
"eu referia-me por exemplo a 1956 na Hungria e 1968 na Checoslováquia."
Até pode referir-se ao acasalamento dos pinguins sob o efeito do aquecimento global, se lhe apetecer, mas a questão era muito concreta: apoiar um nazi por ódio cego à parte oposta.
"conhecem o terrível dilema de Sophie’s"
Pois foi disso mesmo que me lembrei. Que raio de questão idiota! E sádica.
@ HV: ”A metáfora dos lençóis não percebi...então, não ficaram os dois cagados (os lençóis)?”
Não. Um estava cagado e o outro limpo. Só que, o que estava lavado, para um padre, imã ou etc não estava perfeitamente! O pecado tinha-se instalado no lençol e ficou assim conspurcado para a vida inteira…
”pode-se sempre não optar por nenhum dos males (i.e. fascismo ariano contra fascismo muçulmano) É simples: é recusar os dois e, já agora, lutar contra ambos..”
É evidente que se pode, em situações ideais. Mas a realidade é sempre muito diferente do mundo ideal que (ideologicamente) construímos. Por vezes é preciso fazer alianças com quem não gostamos para combater quem odiamos. A isto chama-se ‘realpolitik’ ou, como dizia o Sartres, ‘salir les mains’.
” Isto não tem nada a ver com verdades absolutas, mas com independência de espírito. Ou seja, não seguir a carneirada...”
Quando falas em ‘carneirada’ estás imediatamente a pensar num rebanho bem específico, e pensas que seguir outros rebanhos (por ti escolhidos) seja um sinal de independência de espírito! Mas será mesmo assim? Não será pura e simplesmente um hábito ou medo do desconhecido?
Insónias.
@ anónimo das 00:48: ”a questão era muito concreta: apoiar um nazi por ódio cego à parte oposta.”
Pois, mas a minha resposta “gramar a pastilha mais 50 anos” responde perfeitamente à sua afirmação “e tudo indica que foi isso que ajudou a salvar um imenso espaço geográfico de um império para mil anos”. O império de mil anos finou-se em 1945 e outro império foi criado, que felizmente para alguns só durou 50 anos.
Em relação a ‘nazis e hitlers holandeses, creio que você vai muito depressa! Primeiro é preciso definir quem é a parte oposta e depois saber onde estão e quem são os nazis e os hitlers holandeses… É muito fácil dizer (sobretudo anónimo) que fulano e sicrano são isto ou aquilo, mas isso não me parece suficiente…
"Insónias."
É guarda-nocturno?
cobrança de quotas, que já é dia.
Enviar um comentário