Na sequência das eleições gregas de ontem, é previsível que as exigências políticas anti-austeridade venham a subir de tom no Parlamento de Atenas.. Por "exigências" deve entender-se o retomar das políticas que levaram a Grécia à bancarrota financiadas uma vez mais com dinheiro dos outros ou com notas acabadas de imprimir pelo BCE.
Os gregos irão apresentar as tais "exigências" à Comissão Europeia e à Alemanha. Numa mão levarão o "direito à dignidade", na outra a "solidariedade europeia".
Os gregos ficarão assim mais perto de uma de duas situações:
(1) A expulsão da zona euro. A saída da Grécia do euro só pode ser equacionada num quadro de expulsão. A hipótese de os gregos tomarem a iniciativa de reassumir a responsabilidade da sua própria política monetária é tão remota como a hipótese de um oportunista abandonar de livre vontade o rendimento mínimo garantido;
(2) A obtenção de um novo “perdão parcial de dívida negociado”, quem sabe pelo valor remanescente do primeiro perdão. “Perdão parcial de dívida negociado” é uma expressão em europês que no resto do mundo significa "incumprimento" (default).
A Comissão Europeia terá um papel importante na resolução do assunto e fará tudo para que a decisão final seja, uma vez mais, comprar com o dinheiro do BCE a permanência irracional da Grécia na zona euro. Em ambientes políticos não democráticos, como aquele que carateriza a União Europeia, a teimosia das elites poderosas tem agonias longas.
Nesse contexto, é bem possível que a Grécia conquiste informalmente no quadro na UE o neo-estatuto de Estado Indigente.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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segunda-feira, 7 de maio de 2012
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2 comentários:
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=555093
http://economia.publico.pt/Noticia/alemanha-defende-que-plano-europeu-e-a-melhor-via-para-atenas-e-rejeita-mudanca-de-regras-1545039
Não perdem tempo.
http://www.reuters.com/article/2012/05/07/us-germany-growth-idUSBRE8460MJ20120507
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