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domingo, 29 de agosto de 2010

LAPIDAÇÃO NO IRÃO



Amesterdão

Estive ontem à tarde na manifestação contra a lapidação de Sakineh Ashtiani no Beursplein em pleno centro de Amesterdão. Tal como as manifestações em 1972 contra a Guerra Colonial do regime Salazar/Caetano, normalmente organizadas por refugiados portugueses a viver na cidade, também esta manifestação foi organizada por refugiados políticos iranianos…

Interessante notar o mesmo amadorismo caótico: o microfone que não funciona como deve ser, os cartazes que caem com o vento, os oradores que não se exprimem convenientemente em holandês (quando vivem cá centenas de refugiados iranianos que dominam a língua perfeitamente!). Sinto-me, não com muita saudade, projectado 30 anos no passado, porque, na realidade, se trata de precisamente o mesmo tipo de gente: os antigos refugiados portugueses e os actuais iranianos. Os rapazes, com um aspecto estudadamente desleixado, tal como nós, são uma mistura de militante, artista e junk. Nas raparigas o desleixado é ainda mais refinadamente estudado, mas todas elas são bonitas, muito emancipadas e prá frentex…

Um dos tipos da organização tinha espetado na lapela do casaco um emblema com o Lenine e na sua T-shirt estava estampada o inevitável Che. Eu, que nos anos 70 também tinha um enorme cartaz do Che no meu quarto, apontei para o Vladimir e para o Ernesto e disse-lhe em holandês com um sorriso - mas só depois de ter assinado a petição e da minha mulher ter metido dinheiro na caixa - ‘são dois assassinos em cima de um homem só’. Ele riu-se e continuou a distribuir os panfletos – não creio que tivesse compreendido…

Lisboa

O Nuno Ramos de Almeida, que parece já ter compreendido alguma coisa, afirma no 5Dias: ‘Há actos que são “o acto”: Definem tudo. Anulam tudo. Não há desculpas nem relativismos’. Mas o Renato Teixeira, que ainda não compreendeu grande coisa e que parece fazer parte da linha dura do 5Dias, ao contrário do camarada iraniano não é a favor desta manifestação. 'Não troco uma luta justa por uma manif contra o Irão' afirma. Porque segundo ele 'a manifestação não é contra as lapidações mas contra o Irão’. Esta argumentação é deveras criativa e ao mesmo tempo de bradar aos céus! Uma pena não me ter lembrado de perguntar ao esquerdista iraniano o que é que ele pensa disto! Hé pá, sabias que os teus irmãos comunistas em Portugal acham que não se deve ir à manifestação (no largo de Camões) porque assim estás a ser contra o Irão. Pior, estás a fazer o jogo do imperialismo-capitalista?

Caros leitores, façam um esforço e vejam se conseguem colocar-se na pele do pobre refugiado iraniano e dar (por ele) uma hipotética resposta à posição de certos esquerdistas portugueses.

21 comentários:

Anónimo disse...

Pois é, vale que isto entre esquerdalhos e direitalhos é tudo tão simplista, por cá depois das férias, é bom ver que continua tudo na mesma. Hediondo é matar um(a) condenado(a) à lapidação, pendurá-lo duma corda, liga-lo a cadeira eléctrica, aplicar-lhe uma injecção letal, queimá-lo na fogueira, obrigá-lo a beber veneno,etc etc. Pena que haja pessoas que só vêem por um dos olhos.

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

A maneira de pensar do Renato Teixeira é a de todos os tiranetes: quem se opõe a alguma coisa ou a alguma pessoa não está a opor-se verdadeiramente a essa coisa ou pessoa, mas sim a atacar algo de mais alto e mais sagrado: a Pátria, a Liberdade, a Família, a Religião, o Governo, e por aí fora.
Pôr isto em termos de direita e esquerda seria no mínimo redutor e denotaria uma perspectiva bastante vesga.

A argumentação do Renato Teixeira não tem nada de criativa, como diz o Carmo da Rosa. Pelo contrário, é mais velha que a Sé de Braga e a sua história confunde-se com a história da demagogia.

Carmo da Rosa disse...

@ Luiz Sarmento: ”Pôr isto em termos de direita e esquerda seria no mínimo redutor e denotaria uma perspectiva bastante vesga.”

Não sei a quem se refere, mas de qualquer forma o meu post foi todo ele escrito numa perspectiva de esquerda: os iranianos da manif são de esquerda, o Nuno Ramos de Almeida é de esquerda, o Renato Teixeira é de esquerda e eu em 1972 era terrivelmente de esquerda…

@ Luiz Sarmento: ”A argumentação do Renato Teixeira não tem nada de criativa.”

Tem sim senhora, e por duas razões. Primeiro, porque nunca tinha ouvido esta, e segundo porque é preciso alguma criatividade e muita demagogia para desligar Irão de Lapidação – quando a coisa até rima e tudo….

@ anónimo: ” Pois é, vale que isto entre esquerdalhos e direitalhos é tudo tão simplista”

Gostaria de lhe responder, mas para isso precisava de compreender o seu comentário! Não se importa de ser um pouco mais simplista, e não se perder em figuras de estilo que não domina perfeitamente?

Anónimo disse...

("Gostaria de lhe responder, mas para isso precisava de compreender o seu comentário")

Não se esforce tanto é uma questão de direitos humanos e não do lado do andor onde nos situamos, não se esforce tanto

Vá dar banho ao cão

Carmo da Rosa disse...

Eu vi logo, é o anónimo que anda debalde à procura das bolinhas que tem entre as pernas para ver se consegue dizer coisa com coisa, mas não há maneira!!!

Anónimo disse...

A sugestão? É simples! Dar-lhe com uma pedra na cabeça, e se ele se desviar dar-lhe com outra pedra! Se não se desviar, dar-lhe com outra pedra na mesma! O tratamento só pára quando a criatura reconhecer os inconvenientes da lapidação.
Já agora: para o resto da vida o único sexo que poderá ter é só a masturbação.
JM

Anónimo disse...

Uma coisa é ser condenado à morte porque se violou e assassinou alguém. Outra é ser condenado à morte porque: (1) é mulher, (2) e teve relações sexuais. Só uma besta é que não percebe a diferença!!!!
Mas para o Anónimo imbecil travestido de humanista, também tinha uma solução, que o havia de fazer ver a luz e, com sorte, outras coisas pelo caminho... Pegava-se num dos bons rapazes condenados à morte por injecção letal (por exemplo nos EUA) e o Anónimo passava a albergá-lo na sua casa. Se o animal lhe fizesse alguma coisa, ou à sua família, escusava de apresentar queixa: o problema era seu! Se o animal fizesse alguma coisa a outra pessoa, eram os dois levados a julgamento por cumplicidade no crime que ele tivesse cometido.

Anónimo disse...

("Mas para o Anónimo imbecil travestido de humanista")

Ò seu imbecil, e chamado com propriedade,os direitos humanos são contrários e proibem a pena de morte seja por roubo, homicidio,enforcamento, lapidação ou outro meio. entendeu.

Anónimo disse...

"Vá dar banho ao cão"
Além de defensor dos direitos de alguns humanos, parece ser também (e só lhe fica bem1) defensor dos dos animais ou, pelo menos, dos do cão que o sr. Carmo da Rosa terá. O pobre animal deverá encontrar-se num lamentável estado de higiene, para que se justifique o seu tão louvável e apaixonado apelo.
Parabéns, pois, pela sua brilhante e ajustada intervenção e nunca deixe de visitar este blog, para maior proveito de quem nele escreve e para mim próprio, a quem as suas palavras deliciam.
João Ninguém

RioD'oiro disse...

Desentupidor de pensamento:

”Pois é, vale que isto entre esquerdalhos e direitalhos é tudo tão simplista”

anónimo identificado disse...

O Burralho não tem mistérios: o anónimo das 17:15 e das 19:00 tem que ser... mais anónimo.

Anónimo disse...

Fim de f...

Anónimo disse...

Um guarda-noturno trabalhava numa empresa especializada em lapidação de diamantes.
Uma manhã ele contou a seu chefe um sonho que tivera na noite anterior.
Disse que o avião que ele viajaria com destino à Rússia sofreria um acidente e, em consequência, todos os passageiros morreriam.
Seu chefe, jovem executivo, dinâmico e empreendedor, tinha verdadeiro pânico de aviões.
Assustado com a informação do empregado, decidiu cancelar o vôo.
Três dias mais tarde, leu nas manchetes dos principais jornais que aquele avião caíra no mar e, até o momento, não havia notícias de sobreviventes…!
Imediatamente chamou o guarda-noturno, mostrou a notícia do jornal, agradeceu efusivamente pelo aviso que lhe salvara a vida e, a seguir, sem nenhuma explicação, despediu-o da companhia.
O guarda não compreendeu porque tinha sido despedido depois de salvar a vida do seu chefe. Pergunta:
- Por que o guarda foi mandado embora?

Não leia a resposta abaixo…
Pense um pouco…
.
.
.
.

Resposta:
O empregado era guarda-noturno. Se ele teve um sonho à noite e contou logo pela manhã, é porque estava dormindo em serviço…!

Conclusão:
Chefe é chefe… Por melhor que você seja e por mais que você faça, você nunca agrada.

Então,
DEIXE O CHEFE MORRER…

Anónimo disse...

" o anónimo das 17:15 e das 19:00 tem que ser... mais anónimo."

O elogio por mim feito às inegáveis capacidades intelectuais e ao superior discernimento que demonstra, não se coaduna, infelizmente, com a lamentável falta de argúcia revelada ao identificar-me com o anónimo das 17:15, o qual me é tão anónimo quanto eu o serei para si. Mas, hélas!, ninguém é perfeito e os grandes anónimos, como o senhor, encontrar-se-ão sempre acima dessas miudezas. A História o absolverá, como sabe.
João Ninguém

anónimo registado disse...

"com a lamentável falta de argúcia revelada ao identificar-me com o anónimo das 17:15"

Confundir-me com o anónimo a quem reconhece "os maiores inegáveis capacidades intelectuais e superior discernimento" também não abona muito a favor da sua.

De qualquer modo, Ninguém sabe que eu sei que sabe que eu sei, e Todo-o-Mundo sabe que o Burralho é pouco criativo e as duas ou três ideias que produziram duram ... duram ... duram ...

Anónimo disse...

táva a ver que os dignissímos anónimos nunca mais regressavam de vacaciones. isto assim é outra animação. o rosinha fica feliz com tantos anónimos.

Anónimo disse...

"Confundir-me com o anónimo a quem reconhece "os maiores inegáveis capacidades intelectuais e superior discernimento" também não abona muito a favor da sua."

As minhas mais humildes desculpas pelo sucedido. Não costuma ser falha minha atribuir a alguém aquilo que não lhe pertence. Parece, no entanto, que, neste caso, foi o que aconteceu.
João Ninguém

Anónimo disse...

Cá esta um ninguém humilde... pusilâmine diria...

Anónimo disse...

Ah grandes Homens, ao contrário dos ocidentais que já nem sentem o peso dos cornos, de tão habituados já estarem.

Anónimo disse...

"pusilâmine^"
Ora aí temos um anónimo que, pelo menos, já vai consultando o dicionário de sinónimos de vez em quando. Sempre é um auspício animador para quem ainda tem pachorra para os ler...

Anónimo disse...

A prova de que o seu post é contra o Irão e não tem cada verdadeiramente contra a lapidação é o seu silêncio conveniente nas dezenas/ centenas de casos semelhantes que ocorrem em países do eixo do bem americano. E o resto é a sua habitual estupidez oportunista.