Estive a ouvir a entrevista de Maria Flor Pedroso (MFP) a José Sócrates (JS) e parece-me que as respostas de Sócrates, inclusive as invectivas a MFP eram perfeitamente razoáveis.
Em Portugal os jornalistas estão habituados a fazer perguntas pretendendo subjugar o entrevistado a premissas erradas e os políticos não têm tido coragem de romper esse arame farpado. Quando JS desmancha a armadilha lançada contra ele, MFL reage mal interrompendo, tentando que a armadilha não seja dissecada. Quado JS responde a algo que liminarmente arruma a pergunta de MFP, esta diz inopinadamente "já percebi" tentando evitar que a resposta torne claro o nível de cretinice implícito à pergunta.
José Sócrates enquanto primeiro ministro tem sido, quanto a mim, um desastre, mas a tentativa de o entalar recorrendo à mesma técnica em que ele é especialista coloca o jornalista na posição de aprendiz de feiticeiro permitindo que ele disseque o ataque e flutue como farol.
Nesta coisa de jornalismo, quem vai à guerra dá e leva ... para os dois lados.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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Alguém me explica porque têm a GNR e a justiça(?) que meter o nariz para saber se quem trabalha na pastelaria lá está dentro ou não?
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
2 comentários:
A única coisa que a jornalista tentou foi que ele respondesse a perfuntas em lugar de debitar propaganda. Claro que Sócrates não está habituado a isso, está habituado a jornalistas de serviço.
Sugiro-lhe a leitura do Abrupto de hoje. Depois de o fazer, tenho a certeza que verá as coisas de outro modo. Hoje os jornalistas ou têm medo ou estão ao serviço do socretinismo e contaminam a opinião pública. A MFP não merece o nosso repúdio, merece o nosso aplauso pela sua coragem e honestidade jornalística (amobos bens escassos no Portugal Socialista).
A má educação e a forma irritante como JS se abestinha nessa entrevista com uma jornalista que não está ao serviço nem se verga, essa, sim, merece o nosso repúdio.
A jornalista usou as técnicas em que Sócrates é especialista, técnicas de jornalista baseadas em pressupostos errados, fora de contexto, diz-que-disse, etc.
Se quisesse entalar Sócrates não teria recorrido das mesmas 'técnicas' de desinformação em que Sócrates é especialista.
O jornalismo em geral acha que o mundo deve orbitar a sua forma de encarar a profissão, Sócrates alinhou e tirou partido desse "mundo". O resultado está à vista.
Em termo práticos, MFP fez um frete a Sócrates.
...
A entrevista de Ferreira Leite a Judite de Sousa foi um excelente exemplo em como se desarma esse tipo de jornalismo.
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