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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Vocabulário Europeu


Se você é europeu e advoga a redução do peso do estado na economia, da sua intervenção na sociedade e dos impostos então você tem direito a ser rotulado de «conservador» e de pertencer à «direita radical» (leia-se extrema-direita). Se você pensa que apenas tem ideias liberais, desengane-se. Os jornais confirmam: você é um extremista dos mais perigosos. Com direito a foto de um senhor de cabeça rapada no cabeçalho e tudo.

E assim se dissemina o socialismo como a ideologia política mais natural e óbvia.

16 comentários:

NC disse...

Exacto! Mas que os dogmas socialistas estão bem instalados, lá isso estão.

Anónimo disse...

Muito boa a crítica e realmente a horda da esquerda parece mesmo com os Zumbis do Resident Evil sedentos por carne viva.

Basta que se critique os impostos excessivos e lá vem a horda assassina gruindo obstinada por sangue.

Para afastá-los não há argumentos e parece que só mesmo uma escopeta e tiros para lhes arrancar a cabeça resolvem.

NC disse...

Carmo da Rosa,

não fique a pensar que acho que o sistema americano é o ideal. Aliás não acho que exista um sistema ideal para a saúde ao nível dos incentivos. Isto porque existe um claro trade-off entre eficiência-equidade que é muito difícil de afinar. Objectivamente, as seguradoras não querem assegurar pessoas com pouca saúde que, por sua vez, são as que precisam mais dos seguros. Por outro lado a saúde gratuita socialista além de ser gastar muitos recursos para a eficiência que consegue, incentiva a irresponsabilidade que tem de ser depois combatida com outros paternalismos.

Na minha opinião, não existe nem existirá um sistema de saúde perfeito. Só existiria se os agentes não respondessem a certos incentivos - reino da utopia, portanto.

Unknown disse...

"@ Tarzan: ”Objectivamente, as seguradoras não querem assegurar pessoas com pouca saúde”

CDR: Sim. Nos EUA. Na Holanda por exemplo isso é proibido."

Cdr, esta proibição de que fala, deixa-me curioso. De que modo é que é possível proibir que seja a seguradora a definir o risco que está disposta a aceitar?
Se o custo resultante da proibição for superior aos lucros, que acontece?
O Estado (o contribuinte) entra com o dinheiro?
A empresa abre falência?
E se isso é assim, que impede as seguradoras de oferecerem tudo e mais alguma coisa, uma vez que não são responsáveis pelo risco que admitem?

Unknown disse...

CDR, estive a reler o seu excelente post sobre o sistema de saúde holandes, mas a questão persiste.
Deduz-se que é o Estado que estabelece por decreto o risco que as seguradoras devem assumir, e saca aos contribuintes a quantia que entende necessária para isso.

Estamos no mesmo pé. Como as seguradoras não podem fazer-se pagar pelo risco que correm, estão à vontade para incorrerem em gestão irracional, porque sabem que o Estado chega à frente.
Na verdade, o sistema pode cair como um castelo de cartas. Depende de burocratas governamentais que decretam, à revelia do mercado, e no seu alto entendimento, qual deve ser a quantia máxima para o risco.
Se essa quantia não chegar, que fazem?
Vão ao orçamento de estado? Aumentam os impostos?

Na prática o que se passa é que o estado holandes estabelece um controle de preços, coisa que nunca deu bom resultado por muito tempo e basta ver o que aconteceu na URSS, onde este controle foi levado ao extremo.

Ou seja, vai haver, inevitavelmente problemas na Holanda, registe aí,para que não esqueça.

Na verdade, os sistemas mutuários baseiam-se na falta de informação e tem de ser assim.

Se eu souber que não vou ficar doente, não faço seguros. Pagar para quê?
Se a seguradora souber que eu vou ficar doente, não me faz um seguro, já que sabe que vai perder dinheiro.
O que o estado deve fazer, neste mercado, legislar para manter a falta de informação, impedindo as companhias de obter informação individual e deixá-las ajustar o seu preço ao risco sistémico.
Se o CDR tivesse uma seguradora, saberia que quanto mais idosos forem os seus clientes, em média mais caros ficam e por isso, uma vez que não está ali para ir à falência, tem de cobrar prémios mais altos.
Só essa possibilidade de cobrar prémios ajustados ao risco, pode assegurar oferta e procura.

É verdade que se pode tentar esconder esta realidade durante algum tempo, mas há coisas que são inevitáveis e as continhas não permitem malabarismos.
Se os interessados não pagam, outros terão de pagar.

RioDoiro disse...

CdR:

"Mas assim como o sistema americano tem falhas - há 46 milhões de americanos sem seguro"

Em Portugal, quase 100% da população não tem seguro.

Unknown disse...

CDR, dê as voltas por onde der, o sistema assenta no controlo estatal e os limites são óbvios. Se a conta subir, isto é, se os planos saírem furados (na URSS havia planos quinquenais perfeitos no papel, mas que a realidade se encarregava de furar logo) o contribuinte paga. Pagará, registe o que lhe digo. Ou então a cobertura de saúde passa a ser reduzida, num lento deslizar para igualitarismo socialista que é sempre, mais tarde ou mais cedo, um igualitarismo de miseráveis.

2º POnto- Os americanos que não têm seguro, são, isso está estudado, os que não são pobres nem velhos, (esses têm o Medicaid e o Medicare) mas se acham pobres ou saudáveis, clandestinos e pessoas que estão noutra galáxia e que se estão nas tintas, ou não entendem o sistema. OLhe que até o Obama no seu recente discurso no Capitólio deixou cair esse número de 45 milhões e que é atirado para o ar de forma gratuita e sem bases. E repetido com a mesma alegria...

3º- Tem a certeza que sabe o que é o "neoconservadorismo"? É que vejo-o a utilizar o termo com a mesma pujança com que uma certa esquerda lança adjectivos sem sequer tratar de entender o que eles significam.
Nem a propósito acaba de morrer o pai do neoconservadorismo, Irving Kristol.
Faça uma pesquisa e veja o que realmente significa o termo.
Deixo-o só com uma das suas tiradas:

"Um esquerdista é alguém que vê uma menor de 14 anos a fazer um espectáculo de sexo ao vivo, e apenas lhe ocorre questionar se ela está a receber o salário mínimo"

RioDoiro disse...

CdR:

"É o número que os especialistas"

Pois. Os "especialistas".

45 milhões de pessoas não têm seguro muito embora a maioria delas tenha o correspondente ao Serviço Nacional de Saúde português. Mesmo assim, a pequena percentagem dos 45 milhões são ... 45 milhões.

Digamos que 10% de 1000 serão, segundo os "especialistas" 1000.

Enfim, matemática de "especialistas".

.

ml disse...

há 46 milhões de americanos sem seguro

Pois há, sr. Carmo, sem seguro e sem nada, porque a própria cobertura pública é um seguro a expensas do estado.
Por isso, quando se diz que 'there are 46 million uninsured Americans', significa que não têm um nem outro, nem ‘public healthcare insurance’ nem ‘private healthcare insurance’ e nem sequer acesso aos cuidados primários.

Para evitar meros joguinhos de palavras, principalmente na Europa que muitas vezes desconhece o sistema, os próprios americanos normalmente preferem referir os '46 million without health coverage'.

Os EU são o único país entre as nações industrializadas que não fornece cobertura de saúde a todos os seus cidadãos. Actualmente, 46 milhões de americanos estão fora de qualquer cobertura.

AMERICAN JOURNAL OF PUBLIC HEALTH, 'Seguro de Saúde e Mortalidade adulta nos Estados Unidos’
17/09/2009

Andrew P. Wilper, MD, MPH; Steffie Woolhandler, MD, MPH; Karen E. Lasser, MD, MPH; Danny McCormick, MD, MPH; David H. Bor, MD; David U. Himmelstein, MD


Qualquer país europeu substancialmente mais pobre, como Portugal, fornece melhor cobertura e essa imagem hoje envergonha muitos americanos, agora que a globalização da informação lhes permite comparar.

ml disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ml disse...

Por causa das indemnizações surrealistas

E não só. Aliás essa nunca tinha ouvido nem lido. O que é apontado pelos vários researchers americanos como causa dos custos elevados é o desperdício derivado da dispersão do sistema e a falta de coordenação em grande parte devida a tecnologia ultrapassada. Como é um país enorme, em que de estado para estado variam as regras de acessibilidade ao sistema público e as valências que cada serviço oferece aos diferentes grupos sociais, o resultado final é uma manta de corpos autónomos sem hipótese de rentabilização de meios e de gastos.

Como o sistema, já de si pouco eficaz, tem vindo a deteriorar-se de ano para ano, com pesado reflexo na percentagem de mortes, deficiências e faltas escolares e ao trabalho, muito superior à dos outros países desenvolvidos, uma das propostas é conseguir baixar os custos administrativos para o nível da Alemanha ou da Suíça através de uma gestão mais racional.

A outra parte da proposta é a cobertura universal, que evitaria desperdícios humanos. Os indiferentes e insensíveis podem sempre fazer as contas e pensar no que ficará mais caro ao país, se possibilitar o acesso de todos à saúde ou arcar com os custos sociais e financeiros da mortalidade precoce e deficiências permanentes em bebés (altíssima), crianças e adultos em idade produtiva.

Unknown disse...

CDR, bem me parecia que não tem uma ideia consistente do que é o neoconservadorismo e pensa que é uma coisa "má", se calhar equivalente a "neooliberalismo" e tal.

Nesse aspecto limita-se a seguir a vaga da inteligentsia esquerdista que tem essa notável capacidade de criar novilíngua, atribuindo significados morais a conceitos que não apreciam.

Engana-se tb nos 45 milhões. Obama deixou cair esse nº ( não o referiu), que é uma boutade da propaganda.Se se der ao trabalho de ler o seu dscurso, verá que não consta lá.

Quanto ao sistema holandes,ou qq outro, não há milagres e a multiplicação dos pães só aquele judeu lá na Galileia, há 2000 anos.

Os custos estão sempre a subir,porque a população envelhece e porque os tratamentos são mais caros e porque os diagnósticos tb, e porque as pessoas querem mais, etc.

O estado pode impor limites ao risco, mas terá de os rever continuamente em alta, aumentando os impostos, ou então limitar os tratameentos.
É o que fazem no SNS inglês, em que há comités de peritos que decidem se a perna direita do SR Smith tem precedência sobre o ouvido esquerddo da Sra Susan.
No limite, é um burocrata estatal que tem poder de vida ou de morte sobre o cidadão.
Dito assim, talvez não incomode. Se acontecer connosco ou com um nosso familiar, talvez se entenda melhor os podres do sistema.

Ah...e a falta de inovação. Não é por acaso que é o sistema americano que produz a esmagadora maioria das inovações terapeuticas.

Sol na eira e chuva no nabal é que é difícil e só teoricamente possível na terra dos amanhas que cantam.

Sim, é possível que o sistema se aguente durante anos e pareça maravilhoso.
Aconteceu na Suécia, onde era o paraíso social-democrata até que chegou um belo dia e estava na bancarrota.

Ou na própria Gra Bretanha, obrigada a recorrer ao FMI, como um vulgar pais do 3º mundo.

Ou o estado de New York que introduziu um sistema do tipo obamico há uns anos e teve de ser salva pelo orçamento federal, in extremis, em plena bancarrota.

ml disse...

o nosso ministro da saúde quer copiar certas modalidades do sistema americano que funcionam até melhor que a totalidade do sistema holandês

E acredito que seja verdade. Pelo modo independente como cada estado e serviços locais funcionam, há-de haver uns de excelência e outros péssimos. Parece que no Massachusetts não é mau, pelo menos o Obama tem-se referido a ele.

ml disse...

Engana-se tb nos 45 milhões.

Vá lá, de vez em quando faça um esforço para não aldrabar. Como não os vai contar um a um, cinja-se aos números oficiais, que estão tão certos ou tão errados como quaisquer outros publicados pelo governo dos Estados Unidos.

http://www.census.gov/prod/2008pubs/p60-235.pdf

Este censo é do tempo do idio... do Bush, e isto é para prevenir mais malabarismos em relação à ‘propaganda esquerdista’.

Unknown disse...

POis é, ml, deve ser por isso que o Obama falou em 30 milhões, num discurso em que dramatizou ao máximo o assunto.
Ora veja:

Aqui

Por que será?


Quanto ao sistema de Massachussetts, dois anos depois da sua introdução, já havoa resultados socializantes:

Boston

O costume....

ml disse...

Pois é, prezado, os malabarismos de pequenino ratoneiro continuam (ainda não esqueci o affair Singapura). O Obama falou em ‘mais de 30 milhões'.

É claro que, como não sigo o sol-da-terra2 com essa fidelidade fiel, desconheço em que é que o Obama se baseou ou deixou de basear para preferir ser mais vago.
Há muitas explicações, como provavelmente não sabe, desde a não inclusão dos que não são cidadãos americanos e os ilegais (e ainda assim ficariam 36,8 milhões), até à nuance entre os que ‘não têm cobertura’ e os que ‘não têm acesso à cobertura’ por serem pobres ou muito pobres (cerca 33 milhões) e não serem elegíveis para o sistema público. Não sei.

O que sei é que eu, que não sou americana nem vivo a situação, cinjo-me aos números oficiais do governo e das instituições acreditadas, que tenho por tão boas como as de qq outro país. E todos batem nos mesmos números, mais milhão menos milhão, dependendo da data e dos indicadores utilizados.

O número de 45,7 milhões divulgado pelo censo, e que baixou dos 47 milhões do censo anterior, reporta-se a quem tinha tido ou não cobertura de saúde no ano anterior, independentemente das razões. O que não acontece, felizmente, na Europa, Canadá, e em muitas partes do mundo em que todos têm acesso aos serviços de saúde, independentemente de terem ou não meios para o pagar.

E também sei que em si é que não me baseio, isso com toda a certeza. Não pelas opiniões, até podiam ser um estímulo a ver as coisas por outro ângulo, mas pela prática continuada da aldrabice.

Quanto às reformas do Massachusetts, fui vaga q.b. porque na realidade não conheço os detalhes, nem como estrangeira. Por isso nada digo a não ser que, quando se colocou de novo a reforma do sistema de saúde, já se previa que a resistência ia ser brutal. Não sei se o Obama contava com mais ou com menos, mas espero sinceramente, em nome dos americanos que até a casa têm que vender para uma simples operação ao apêndice, que consiga o que os anteriores não conseguiram.