It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
sábado, 31 de outubro de 2009
Um Carmo da Rosa em grande forma...
Meu caro Diogo:
Copenhaga: que chutem latas
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Breve e sem revisão de texto
2. Os judeus foram atirados para a prática da usura a dada altura da Idade Média, por lhes haver sido proibida até mesmo serem agricultores.
3. Os judeus como todos nós, defendem-se e previnem-se, tendo em atenção o que já lhes aconteceu. Se não adquirissem poder, estavam lixados com f grande.
4. Os judeus sempre emigraram, dada a pobreza do solo de Israel. A sua capacidade de criar riqueza foi motivo frequente de invejas e de perseguições, frequentemente justificadas pelos idiotas, pelas “boas almas” e pelos espertalhões que pululam abundantemente em todo o lado com a necessidade de acabar com a “conspiração”. Um argumento facilmente aceite e aproveitado pelo resto dos idiotas, “boas almas” e espertalhões, dado o carácter fechado do lado religioso judeu.
5. Os judeus desde sempre tiveram também, por isso, de saber fazer um jogo muito arriscado com aqueles que, para não os hostilizarem ou para lhes garantir protecção, lhes exigiam a riqueza acumulada pelo trabalho para financiarem os seus próprios fins. Já em Roma, tiveram que apoiar financeiramente Júlio César.
6. Não é preciso justificar metafísica ou darwinamente a inteligência demonstrada pelos judeus. A sua influência e predominância determinantes na economia e na cultura terá seguramente um pilar maior no elementar, mas decisivo, facto de ser obrigatório o saber ler para poder conhecer os textos sagrados. A disciplina e o desenvolvimento intelectual que a prática da leitura implica, superiorizam, desde logo, incomensuravelmente, as crianças israelitas em relação às restantes crianças e adultos de um mundo quase todo analfabeto. Tornam-nas mais capazes de dar atenção aos problemas e um maior horizonte na sua resolução, pelo alargamento do mundo que proporcionam. E tornam-nas igualmente mais capazes de levantar as questões culturais e científicas que são a base da nossa civilização, que eles formaram, de raiz, juntamente com os gregos. Não há, pois, diferença entre a nossa cultura e a cultura “deles”. São uma e a mesma.
7. Numa carta dirigida ao cunhado, emigrado na América do Sul no último quartel do século XIX, empenhado na reconstrução do “Paraíso Ariano” que Hitler haveria mais tarde de concretizar, Nietzsche pede para que ele não continue a convidá-lo para um projecto que em nada lhe interessa e com o qual nem sequer está de acordo, e que não o aborreça mais com anti-semitismos. As críticas mais inteligentes à sua filosofia que lhe chegaram às mãos vieram, afirma Nietzsche, precisamente dos judeus. Nietzsche não é nem nunca foi, anti-semita, mas sim ateu e, ao fazer a crítica da cultura ocidental, está, natural e implicitamente a fazer a crítica das concepções religiosas judaicas. Evidentemente, pelo que eu disse no parágrafo anterior.
8. O problema entre os árabes e os israelitas é, portanto, de natureza cultural. Os judeus são, para os países islâmicos, o Ocidente libertino e ser libertino é contestar a ordem do feudalismo e do despotismo que adoptaram o islamismo como sua justificação, já que o Corão, na sua pretensão de ser definitivamente claro, acaba por não o conseguir, tornando-se assim num óptimo referencial para idiotas, “boas almas” e espertalhões, mais do que o cristianismo o foi ou possa continuar a sê-lo. E, por isso mesmo, um obstáculo a toda a evolução de carácter cultural e científico. Bem como um instrumento de manobrável de conflitos, também maior do que o cristianismo o foi ou possa continuar a ser. Decisivo nisto tudo é ainda o facto de, enquanto o cristianismo condena a vingança, o Corão a admitir, sem sequer especificar em que é que consiste uma vingança verdadeira.
9. Eça disse muita coisa interessante, mas também se fartou de dizer asneiras. O que é típico do ser humano. Como o princípio da autoridade é estranho à minha natureza, aceito de Eça, em consciência, o que penso poder aceitar. O resto, não, mesmo que o que eu penso seja uma asneira de calibre igual ou semelhante àquela que ele sentenciou. Aliás, a maior dimensão intelectual da Geração de 70 foi sempre a de Antero, a de Santo Antero, como num arroubo (pateta) de admiração lhe chamou Eça. Que tal dar-lhe uma maior atenção?
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
The JCP's Big Band
Amigos do Jazz.
Gostam do som de Big Band? O 'Be.Bop' diz-vos algo?
Apareçam no Teatro Aberto, em Lisboa, 3ª Feira, 3 de Novembro.
Divulguem! A bem do Jazz e dos músicos portugueses que gostam desta linguagem musical.
Mentirosos e imbecis
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Anti-semitismo
O Partido Conservador Britânico integra, no Parlamento Europeu, o Grupo “Conservadores e Reformistas Europeus", encabeçado por M. Kaminski, notório anti-semita polaco, ligado a grupos católicos extremistas.
Também presente no Parlamento Europeu está Nick Griffin, líder do Partido Nacional Britânico, conhecido, entre outras facécias, por negar que o Holocausto tenha existido, e pelas teorias da conspiração sobre grupos secretos de judeus que controlariam a comunicação social inglesa.
No Parlamento Europeu está também o nosso Bloco de Esquerda, representado pelo Dr Miguel Portas, conhecido pela virulência das suas posições anti-semitas e pela subserviência peganhosa a ícones do terrorismo islâmico, como o Hezbolah o Hamas.
Aqui ao lado, em Espanha, um ministro qualquer proibiu a presença de uma universidade judaica num evento sobre energias alternativas, alegando inexistentes “ directivas da EU”, ao mesmo tempo que o Ministro dos Estrangeiros se passeia de braço dado com Chavez, Kadaffis, Castros, e outros grandes amigos da liberdade.
Aliás pelas mesmíssimas pessoas que fazem por ignorar que a resposta britânica a algumas cenenas de V1 e V2 lançadas sobre Londres em 1944, foi a destruição quase completa de Hamburgo e Dresden, etc.
Há um novo anti-semitismo em movimento, que tem já deputados em todo o espectro ideológico e que elabora libelos e narrativas conspiratórias sobre a malignidade do famoso “lobi judaico”, um conjunto secreto de secretas pessoas que se reúnem secretamente em secretos lugares a secretas horas, para secretamente manobrar fios secretos, responsáveis por todos os males que nos afligem.
Este anti-semitismo não é claro e assumido como o nazi ou o dos czares, nem escorregadio e cínico, como o protagonizado pelo comunismo soviético, mas está a crescer e é cada vez mais poderoso, não só porque tem o antigo apelo à demonização do judeu, mas porque conta com o apoio, empenhado e em metálico, de numerosos estados a nadar em petrodólares.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Dos iluminados do costume
Segundo os iluminados do costume, para salvar o planeta Terra deve abdicar-se de comer carne.
Desta vez os africanos que nunca vêm um bife passar pelos dentes ficarão eternamente felizes.
Actualização:
Adopte uma alface.
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Da reaccionária boataria
Retirado da Ordem Trabalhos hoje ME / Plataforma:Leitura complementar: Animal Farm
Ponto 8.
Acesso à categoria de Professor Titular para os Professores em exercício de funções ou actividades de interesse público, designadamente, enquanto Deputados à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu, Autarcas, Dirigentes da Administração Pública, Dirigentes de Associações Sindicais e Profissionais.
Diálogos com a Ciência
Está a decorrer um excelente Ciclo de Conferências na Reitoria da Universidade do Porto, com conferencistas de peso que, ao longo dos meses, aí dialogarão com a Ciência.
A CIA e o 9/11
Vítimas dos ataques às torres gémeas, deportados pela CIA para Marte, sinalizam a sua posição na esperança de serem salvos.
A conspiração do gelo
Entretanto, a conspiração alastrou à Alemanha e à Europa Central.
A comunicação social portuguesa nega-se a denunciar a conspiração preferindo infindáveis reportagens sobre quebras de protocolo em investiduras ministeriais e seringais pormenores da vacina contra a gripe-A.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Portugal com 'P' de Pelintrolândia
O PS cumpre a promessa eleitoral de fazer avançar o novo aeroporto de Lisboa e o TGV. Está fora de questão que estes projetos megalómanos possam ser financiados com o aumento de impostos; o esbulho já foi longe e será difícil aumentar o saque aos pagadores de impostos. Toda a loucura terá de ser paga com mais empréstimos, isto é, com mais endividamento externo. E já que é para estragar, estrague-se em grande pelo que os projetos do TGV são agora aumentados em mais duas linhas para Espanha.
Bem se vê, honestidade e o bom senso na gestão da coisa pública entre nós são bens políticos extintos.
O novo aeroporto internacional em Lisboa é um luxo extravagante e obsceno para um país pobre e endividado sabendo-se que o atual aeroporto está longe, muito longe de ter a capacidade esgotada. A crise nos transportes aéreos torna essa capacidade disponível ainda maior. Ao mesmo tempo, a preferência dos passageiros por voos de baixo custo é estrutural e transferiu definitivamente quotas de tráfego para os aeroportos locais deixando mais folgas no uso dos grandes aeroportos centrais.
Quanto ao TGV, se a construção de três linhas sorverá demasiado dinheiro emprestado, o alargamento do projeto em mais duas linhas para Espanha sorverá muito mais. E não é só um problema da enormidade de dinheiro que será preciso pedir emprestado para pagar a construção. Será também necessário pedir dinheiro emprestado para pagar o défice de exploração das linhas de TGV, tal como hoje se pede dinheiro emprestado para suportar a Estradas de Portugal, a Refer e outras empresas de transporte público com défices fora do Orçamento de Estado mas com empréstimos obtidos com o aval do Estado para financiar a operacionalidade.
Em algum momento será necessário pedir dinheiro emprestado para pagar juros. Em algum momento o Estado terá de consolidar esses empréstimos. E em algum momento, mais perto que longe, ocorrerá uma crise de insolvência do sector privado induzida pelo descalabro da dívida externa.
Continuar por este caminho já não é insanidade, é demência. Esta opção sinistra pelo endividamento e gestão danosa dos cada vez mais escassos recursos corresponde a uma mentalidade de pobretana. Lembra os infelizes que mal podem almoçar mas arranjam dinheiro emprestado para comprar sapatos desportivos de marca.
Tudo isto tem um nome: pelintrice, a mais acabada pelintrice. No caso do Governo socialista, não é só uma questão de mentalidade de pelintra, é também um caso de torpeza. Se o mau governo fosse crime, esta gente seria condenada a prisão perpétua.
Is Climate Change 10 minutes of fame over?
THUNDER BAY – Yesterday was the International Day of Action on Climate Change. In Ottawa, cold weather kept the crowd from hitting the 5,000 people that organizers hoped. About 500 people showed up. In Calgary, a snowstorm dumped wet heavy snow on the city.[Aqui]
domingo, 25 de outubro de 2009
Da licenciada em Ciência Política e Relações Internacionais
[Via Lisboa - Tel Aviv - Saramago, irmão, por onde andais?]
Começa a chegar à Assembleia da República a geração educada pela SIC e pelas modernas correntes de ensino implementadas pelo Ministério da Educação. A nova deputada do PCP, Rita Rato, que se diz licenciada em Ciência Política e Relações internacionais, deu uma entrevista ao jornal Correio da Manhã, onde demonstra o quanto sabe do assunto:
- Concorda com o modelo que está a ser seguido na China pelo PCC?
- Pessoalmente, não tenho que concordar nem discordar, não sou chinesa. Concordo com as linhas de desenvolvimento económico e social que o PCP traça para o nosso país. Nós não nos imiscuímos na vida interna dos outros partidos.
- Mas se falarmos de atropelos aos direitos humanos, e a China tem sido condenada, coloca-se essa não ingerência na vida dos outros partidos?
- Não sei que questão concreta dos direitos humanos...
- O facto de haver presos políticos.
- Não conheço essa realidade de uma forma que me permita afirmar alguma coisa.
- Mas isto é algo que costuma ser notícia nos jornais.
- De facto, não conheço a fundo essa situação de modo a dar uma opinião séria e fundamentada.
- No curso de Ciência Política e Relações Internacionais, não discutiu estas questões?
- Não, não abordámos isto.
- Como olha para os erros do passado cometidos por alguns partidos comunistas do Leste europeu?
- O PCP, depois do fim da URSS, fez um congresso extraordinário para analisar essa questão. Apesar dos erros cometidos, não se pode abafar os avanços económicos, sociais, culturais, políticos, que existiram na URSS.
- Houve experiências traumáticas...
- A avaliação que fazemos é que os erros que foram cometidos não podem apagar a grandeza do que foi feito de bom.
- Como encara os campos de trabalhos forçados, denominados gulags, nos quais morreram milhares de pessoas?
- Não sou capaz de lhe responder porque, em concreto, nunca estudei nem li nada sobre isso.
- Mas foi bem documentado...
- Por isso mesmo, admito que possa ter acontecido essa experiência.
- Mas não sentiu curiosidade em descobrir mais?
- Sim, mas sinto necessidade de saber mais sobre tanta outra coisa...
Israel volta a ocupar
Oh malta da esquerda.
Abram lá os olhos e vejam lá se reparam que os israelitas andam a atacar gente segregada dos bairros de lata do Rio de Janeiro. Atacam com carros blindados, helicópteros, tudo o que têm à mão sem olhar à condição, origem social e até, se os visados foram ou não vítimas do capitalismo desenfreado, da globalização, o neo-liberalismo, das petrolíferas, dos conglomerados amantes do lucro, de Bussssh, dos malandros da cimeira das Lages, antigos escravos das fábricas de armamento imperialistas sempre sedentas de guerras par lhe proporcionarem chorudos lucro, etc, etc.
Saramago, irmão, por onde andais?
Frases de Sempre
(*) Ou, dizendo o mesmo por outras palavras, Álvaro Cunhal, Mário Soares, Francisco Louçã, Jerónimo de Sousa, Hugo Chavez, Fidel Castro, um ditador maléfico cujo nome não se pode pronunciar e ainda alguns milhões de homens da luta, revolucionários acalorados, sociólogos de carreira, variadíssimos ditadores de ambos os extremos, líderes de partidos nacionalistas e intelectuais de esquerda. As boas mentes comungam as boas ideias.
[Em Blasfémias]
sábado, 24 de outubro de 2009
Para acabar de vez com o assunto Saramago
1.Não percebe porque é que livros como a Bíblia não poderão também ser interpretados à letra, mas somente em contexto histórico, simbólico e metafórico, contestando a necessidade sequer de notas de rodapé que esclareçam o leitor sobre tais contextos e significações simbolizadoras respectivas contidas na obra.
Suponho, por isso, que o nosso prémio Nobel tenha lido, por exemplo, As Viagens de Gulliver, as Alices (a que caiu no País das Maravilhas e a que passou para o outro lado do espelho), a Metamorfose, Os Cantos de Maldoror ou até A Guerra das Salamandras, da maneira que propõe.
Suponho que, em sua opinião o encarceramento de Swift possa, pois, ter ficado a dever-se a qualquer phantasia teológica, pelo facto de os ingleses haverem analisado as coisas “pela rama” (sic), isto é, interpretando-as.
E que ele, Saramago, não duvide de que tudo o que se encontra nas obras que referi, tanto as personagens como os acontecimentos, hajam sido tão reais como Caim, Abel e a má-disposição de Iavé naquele dia. Já sem falar dos péssimos costumes que todas elas relatam.
2.Sendo ateu e, portanto, podendo assim legitimamente tratar Deus por filho de uma trabalhadora do sexo (embora tal lhe possa vir a suscitar críticas ferozes do BE, que deve andar distraído nestas coisas de insultos populares, tão tradicionais como a tourada, não propondo legislação sobre o assunto), tem um rebate de consciência e, contrictamente, pede desculpa pelo excesso.
Sinceramente, não percebi de quê nem porquê.
Dizer que Deus é um filho da p… não passa, no plano ontológico, de um absurdo, já que o conceito de Deus implica que Ele não seja filho de ninguém - e, aqui, Saramago escusaria de pedir desculpas, dado que estaria apenas a dar mostras de um primarismo intelectual de que ninguém suspeitará.
E se pede desculpa a alguém por se exprimir, como legitimamente lhe assiste na sua condição de homem livre, enquanto não-crente, ou por, mesmo se crente, ter vindo, em consciência, apontar ao seu Criador o que considera serem falhas éticas fundamentais, então diminui-se em dignidade. O que é lamentável.
Como lamentável é tudo isto.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
A Anti-Religião Alivia a Consciência de Classe
Algumas almas de esquerda mais cândidas dirão que esta campanha publicitária está ao nível da mais pura sofreguidão usurária matutada por um qualquer porco capitalista com o objetivo único e tenebroso de aumentar as mais-valias obtidas à custa do suor dos assalariados rurais que cortaram as árvores com que se faz pasta de papel e dos trabalhadores a recibos verdes miseravelmente pagos à página para paginar em curtíssimo prazo o imenso canhanho e dos operários que sujaram as mãos a olear as prensas em que a mercadoria foi produzida e dos empregados a trabalhar ao fim-de-semana numa qualquer caixa de hipermercado onde finalmente termina o ciclo infernal da publicação literária capitalista moderna e tudo para satisfazer o fetichismo da mercadoria que impele a burguesia a consumir a produção capitalista que não se destina a alimentar as guerras geradas pelo capitalismo internacional como forma de controlar os níveis de pobres em excesso em cada país. Se não acreditam que isto é mesmo assim então leiam 'O Capital'. Não adianta confirmar com Saramago porque, embora ele seja um ‘connaisseur’, desde há algum tempo para cá pôs o tema de parte.
Mas existe uma notícia capaz de curar, de extinguir torturas e revoltas de qualquer consciência de classe: as práticas capitalistas descritas acima NÃO CONSTAM no tal 'manual de maus costumes’ que a luminária agora vem denunciar. Ora, ‘se não está aconselhado na Bíblia é porque não deve ser assim tão mau’. Daqui se passa facilmente a ‘se não está aconselhado na Bíblia é porque é bom’.
Acontece que esta simples atitude de moralidade anti-religiosa é suficiente para que qualquer esquerdista-padrão esqueça as tais massas desprotegidas e exploradas pelos Saramagos desta vida e respetivas hipocrisias.
Acontece também que esta é a lógica laica-socialista-iluminada dos últimos cem anos. Esta é a razão do sucesso na captação dos rebanhos de esquerda em prejuízo de lógicas mais extremistas do internacional-socialismo. Não por acaso a campanha publicitária sarameguenta foi recebida com desdém entre a esquerda não instalada e aplaudida pela esquerda instalada. Pelo mesmo motivo, não por acaso há um par de anos Saramago fez um manguito aos ex-camaradas e abraçou as benesses do socialismo predominante.
P.S. Um mail 'amigo' aconselhou a ter "tento nas teclas", que isto não é na América, pelo que o primeiro parágrafo do post original foi alterado.
Saramago, Caím e a Bíblia
....
Caro Montalverne,
Estou-me nas tintas para a religião e estar-me-ia substancialmente (não necessariamente completamente) nas tintas para as opiniões que Saramago tem da Bíblia. Ele pode dizer das boas sobre a Bíblia mas tem que estar disposto a ouvir igualmente das boas.
Pela minha parte o que ele disse sobre a Bíblia não me faria gastar as pontas dos dedos não tivesse ele dito, anteriormente outras coisas.
Saramago acusou Israel de estar a exercer genocídio sobre os palestinianos negando ser esse o papel do Hamas que (em particular) não só de dispõe a fazer morrer o máximo dos seus compatriotas por puros efeitos de marqueting jornalístico (indo ao ponto de os executar perante câmaras de TV e disparar sobre Israel de dentro de escolas palestinas) como nega a existência de Israel indo ao ponto de querer ver afogados todos os Israelitas.
Saramago foi incapaz de perceber que o Hamas era (como continua a ser) uma organização nazi-fascista que usa o Corão como arma que fundamenta o puro assassínio de quem não é muçulmano.
Nessa perspectiva, ou Saramago foi atacado de uma tontura (uso este vocabulário por estar aqui, de outra forma seria mais contundente), ou pretende dizer que a Bíblia é a fonte de todos os males por não conseguir o que os seus amigalhaços seguidores do Corão, o Hamas, conseguem no território que controlam e em territórios vizinhos.
Saramago, como a ML, não percebe que há uma diferença entre responder das boas a quem diz das boas e levar com uma fatwa por dizer das boas.
Neste contexto não incluo o que por aí se tenha dito sobre Saramago, restrinjo-me ao que foi publicado no Fiel Inimigo.
Que Sousa Lara foi trambolho, é ponto assente.
Há ainda por aí uns ajustes de contas sobre coisas menores que não me interessam. Interessa-me ajustar contas (APENAS gastando dedos no teclado) sobre a desculpabilização do assassinato em massa. Aliás, sobre este assunto, Saramago bem podia ter abordado os malefícios dos livros das ideologias que defendeu e continua a defender. Podia, por exemplo, elaborar sobre os Gulags, o estalinismo, os milhões de mortes por fome resultantes da "busca da sociedade mas justa" à visão de Saramago, a ocupação militar de países que tinham perfeita capacidade para serem democracias e que viviam em paz, etc. Tudo coisas que ele bem conhece mas que supõe serem 'conquistas do homem novo'.
Alguns atacam Saramago por ter saneado uns quantos. Será, de facto, triste. Mas isso são tremoços no curriculum de Saramago.
Saramago sempre defendeu e continua a defender regimes da maior e absoluta tirania.
Falando bem e depressa, não fica bem a quem defende que se comam criancinhas ao pequeno almoço vir dizer que está preocupado por elas andarem descalças.
O caso Saramago e os erros argumentativos do costume
Do lado dos que atacam Saramago:
1- Saramago devia renunciar à nacionalidade portuguesa.
É o que normalmente se chama "responder com bugalhos". O eurodeputado que emitiu esta opinião decidiu desenterrar outra bojarda lançada por Saramago há uns anos mas que não é chamada para o assunto. Para além de ser um puro destilar de veneno, a "argumentação" arruma logo qualquer possibilidade de se introduzirem argumentos reais.
2- Liberdade de expressão mas com respeitinho, sem ferir susceptibilidades.
É sempre este o argumento de quem não gosta da liberdade em geral. Só gosta de algumas liberdades.
Do lado dos que defendem Saramago:
1- O livro nem saiu e já há gente com opinião acerca dele.
Que eu saiba os comentários não foram suscitados pelo livro mas por declarações de Saramago no lançamento oficial do livro, declarações essas que não necessitam de leitura prévia para serem entendidas.
2- Os que criticam Saramago são fundamentalistas religiosos que no caso das caricaturas de Maomé achavam abominável a reacção dos muçulmanos.
Por um lado a lógica de dama-ofendida (se criticas um progressista és um fascista-reaccionário-censor) é, em si, um apelo ao silêncio de quem não se revê neste "progressismo". Por outro, acho que ninguém, nem mesmo a nível oficial, ameaçou de morte ou de sevícias o escritor para que o caso possa ser comparado ao das caricaturas.
De qualquer maneira o objectivo de Saramago foi cumprido. Muita publicidade, muito barata.
Ayaan Hirsi Ali
Ayaan Hirsi Ali, somali de nascimento e de nacionalidade holandesa, tem denunciado o islamismo e sobretudo as consequências da islamização do Ocidente.
Foi obrigada a deixar a Holanda no meio de ameaças de morte dos islamitas e da culpabilização da esquerda holandesa colaboracionista e promotora do 'multiculturalismo'. Atualmente vive nos EUA.
Sublinha-se a resposta à pergunta seguite:
"
Do you make a distinction between mainstream and radical Islam?
-I refuse to do that because one gives birth to the other. You are born into mainstream Islam. You are taught: Do not question the prophet; everything in the Koran is true. And then the radicals come and they expand on that, they build on that.
"
Richard Kemp
Declarações do Coronel Richard Kemp, ex-comandante britânico das tropas da NATO no Afeganistão, perante o Conselho Especial dos Direitos Humanos da ONU, durante a sessão especial de debate do Relatório Goldstone.Via O Insurgente.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Das nobeis bufas
A administração da Publicações "Caminho" veio, por este meio, agradecer a publicidade gratuita que este blogue tem feito ao livro "Caim", do autor José Saramago, o que muito nos honra.Ora bem, não há a certeza do comentário ser, de facto, oriundo da Caminho. Há portanto que manter aberta a eventualidade dos responsáveis da Caminho terem vergonha na cara, se não por eles, pelo autor que publicam.
Pel' Administração.
J. Severino
Publicações Caminho
De qualquer forma, pode fazer-se um exercício de faz-de-conta. Suponhamos que a editora se chamava Lamaçal e que tinha deixado aqui, verificável, um comentário de equivalente conteúdo … e atão cá vai.
...
Caros Lamaçais.
Das duas, uma: ou os amigos não têm o mínimo pudor em considerar uma mais valia a “publicidade” à obra no exacto momento em que o vosso fornecedor faz figuras tristes, ou a Lamaçal lambe as botas à ideia pela qual o iluminado, debitando ladainhas de beata em moralidades avulsas, maximiza as facturações.
No primeiro caso, a Lamaçal fica enquadrada em proxeneta, no segundo, fica de cu para o ar.
Pela parte que me toca não fico nada aborrecido por saber que as cachaporras que distribuo permitam que a Lamaçal e respectivo fornecedor enfardem notas. Tal deixa-me ainda mais liberto para fazer notar a figura apalermada de ambos.
Há quem goze dos rendimentos do cu alheio, há quem goze dos rendimentos do próprio cu. É também possível, evidentemente, que haja por aí um kama sutra em redistribuição de riqueza.
O elogio de Astérix
terça-feira, 20 de outubro de 2009
E que Deus te acompanhe
ML:
"mas sim a pessoa em si"
Que Deus Nosso Senhor acompanhe e proteja José Saramago por muitos e bons anos.
Por muitos e bons anos, não pela respeitável idade, que os imortais não têm idade, mas pela eventualidade de ele se esquecer, pelo próximo livro, de cascar abundantemente na Bíblia, no Pápa , na Igreja Católica, em Sousa Lara e "nessa gente" que por aí ainda anda.
Que Deus Nosso Senhor o acompanhe e proteja porque se Abel lhe atazanar a memória, bem pode ser tal coisa entendida pelos seus irmãos Hamas & Ca ... cedência aos interesses de Israel. Coisa que como ele muito bem sabe, é passível de fatwa mesmo para imortais.
José Saramago, kamarada, o teu* próximo livro deverá chamar-se: Cânones Satânicos.
....
* Perdoa-me a libertinagem.
Sousa Lara vingado por Saramago
Saramago, eminente amante e praticante do defunto social-fascismo, amante do vivinho islamo-fascismo e, sabe-se lá porque não do nazi-fascismo, ataca a Bíblia e a esquerdalhada chateia-se porque a malta resmunga.
Faz todo o sentido que as coisas assim sejam. Os fascismos arrogam-se sempre ao direito de estabelecer, pela navalha, os limites da opinião alheia e a esquerdalhada é avessa a escalas.
Ao pé de Saramago, Sousa Lara foi o Pato Donald.
Leituras complementares sobre o último escarro de Saramago
«Saramago está cada vez mais só e triste com um mundo que não compreende e de que não gosta. É, no fundo, um comunista lúcido e (por isso mesmo) deprimido, desiludido com o Homem por não perceber a maravilhosa utopia com que ele sonha. Já não acreditando na mudança do Homem, quer apenas atirar-nos à cara a merda que, para ele, nós somos.»
Outro comentário no Imprensa Falsa.
Furacões de cretinos
Todos os anos se tem aturado a ladainha pela qual "cientistas garantem que daqui para a frente vai ser sempre muito, mas muito pior" e todos os anos a simbiose entre a verdalhada estúpido-militante e a comunicação social se têm entregue ao carpir da ladainha contra o CO2, as petrolíferas, as indústrias, a sociedade de consumo, o capitalismo e, evidentemente Bussssh.
A teoria deles estaria certa não fosse dar-se o ligeiro inconveniente de não estar de acordo com a realidade: o número e a intensidade dos furacões tem vindo paulatinamente a diminuir.
Dos faroleiros de meia-tijela
Fernando Nobre mostrou-se decepcionado por se ter perdido a oportunidade de refundar os mecanismos de interacção económicos num tom em que se percebe que ele dá de barato que ainda não foi desta que o capitalismo se desfez.
Pois não foi desta que o capitalismo se desfez, muito embora tenha sofrido ataques de formidáveis cavalos de Tróia que pretendiam, como continuam a pretender, implementar, por vias legais, mecanismos de interacção socialistas, os tais que começaram a derrocar quando um conclave nomeou um polaco.
Voltando a Saramago, compreende-se que o homem ande com as tripas às voltas porque coube exactamente a um habitante do radioso mundo dos amanhãs que cantam, de Bíblia debaixo do braço, a missão de dar o encontrão final ao mundo que Saramago com unhas e dentes defendia e tinha tão zelosamente exercitado em Portugal, saneando quem não pensava como ele.
Coisas que as "democracias burguesas" vão aturando, inversamente ao que aconteceria caso as posições se invertessem.
Como dizia ontem Esther Muznick, nem mesmo assim os livros de Saramago vão deixar de ser lidos em Israel.
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
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Crise. Recessão. Depressão. Agora é que vai ser: os EUA vão entrar pelo cano e nós atrás deles. Talvez para a próxima. Para já, e pelo trigé...