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terça-feira, 24 de abril de 2012

"Onde é que tu estavas quando Portugal se atascou na 'europa'"?


1.
“Foi um “erro histórico” entrar no euro.“Avisei que, com a moeda única, iríamos ter mais défices externos, menos PIB efectivo, menos PIB potencial, menos emprego. Chamaram-me eurocéptico e outros mimos que me colocavam a nadar contra-a-corrente”, lembra Miguel Cadilhe em entrevista publicada hoje no jornal i.

Declarar hoje que se “avisou” sobre o problema da entrada no euro não chega, até porque o euro, sendo o problema maior, não é “o” problema mas um dos problemas que a união política e monetária trouxe a Portugal. Mais importante que a questão do euro, é relevante saber onde “estava” politicamente Cadilhe nas datas seguintes: 
1 de janeiro de 1986;
7 de fevereiro de 1992;
1 de fevereiro de 2003;
13 de dezembro de 2007.


2.
Na mesma entrevista, diz Cadilhe: “Não deveríamos ter entrado para o euro, hoje não devemos sair”.
O que é como quem diz, “não devíamos ter entrado na casa dos horrores, agora não devemos sair”, ou “não devíamos ter casado com aquela megera, agora não devemos divorciar-nos.” A questão é que, mais tarde ou mais cedo, a tal megera vai atirar janela-fora a roupa, os livros e os cd's do emplastro e ver-se livre dele, tudo isto depois de ter mudado a fechadura. Veremos então o que Cadilhe dirá.

11 comentários:

Carmo da Rosa disse...

Paulo Porto,

Eu também sou dos que gradualmente vou estando cada vez mais próximo de si em relação à Europa, mas sobre a sua pergunta retórica: ”Veremos então o que Cadilhe dirá.”

Eu creio que ele dirá que não há azar, ”com os 55 mil euros por dia que ganhei no BPN posso facilmente pagar uma nova fechadura, roupa, livros e cd’s…”

Unknown disse...

O Cadilhe não sei onde andava e o que dizia.

Mas de quem eu me lembro bem, porque me deu umas aulas na altura, foi de Ferreira do Amaral, economista, irmão do ex-Ministro das Obras Públicas.
E esse, nas aulas, desmontava o euro e dizia, com todas as letras, que era um erro.
A gente, na altura, ria-se (eu, especialmente) e achava que o homem não batia bem, era um velho do Restelo, apesar dos seus argumentos serem límpidos.

O que ele dizia, basicamente, era que o euro era uma fasquia muito elevada. Ou a gente vencia o desafio e era um sucesso, ou o mais provável, dizia ele, era que não conseguíssemos e teríamos de amargar.

Karocha disse...

http://www.donosdeportugal.net/

RioD'oiro disse...

Deixei este comentário no Facebook do Prof. Ramiro Marques:

Vi até agora 15m do filem. O disparate é generalizado.

A história é reescrita. Exemplifica-se desta forma:

Salazar nada permitia que fosse feito sem passar pelo sei crivo. Avesso ao desenvolvimento industrial, não confiava nos industriais ou investidores e nada se fazia sem a sua aprovação.

No videograma é dito o que afirmei mas depois conclui o contrário do óbvio: os industriais gozavam da protecção do estado.

Repare-se, os industriais e investidores têm que aturar Salazar que os atrapalha constantemente para, exactamente, poder puxar todos os cordelinhos. Os cordelinhos que o estado mantém sobre as empresas são o pecado delas porque mantêm uma ligação ao estado. Pura desonestidade intelectual.

Muitos anos depois Sócrates volta tentar implementar o mais possível os mesmos intentos de Salazar estendendo os tentáculos do estado às empresas (não consegue legalmente aprovar ou não a sua existência mas controla os negócios criando concorrência desleal via apoios do Estado - as chamadas empresas de regime) resultando nas encrencas em que nos afogamos hoje.



Conheço bastante bem o caso de dos exemplos dados no vídeo.

António Champalimaud queria instalar uma siderurgia e, para esse efeito, tinha incontornavelmente que passar por Salazar.

Salazar obstaculizou a torto e direito inclusivamente tentando que a siderurgia fosse construída em locais que não lembrava nem ao diabo. Salazar estava convencido que a siderurgia podia trabalhar a partir de matéria prima portuguesa (diziam-lhe que havia minério algures) mas Champalimaud sabia que não e precisava que ela ficasse instalada junto ao mar (onde acabou por ficar, no Seixal).

O vídeo conclui que Chapalimaud procurou o estado para efeitos de monopólio!



... assim se faz propaganda, generalizada, pegando na história e reescrevendo-a para diabolizar o capital. O que se pretende neste filme é dizer que os capitalistas de hoje procuram o estado, subvertem o estado sem que a responsabilidade não seja do estado e dos governantes que elegemos.

O que se pretende é fazer crer que a responsabilidade deve ser reclamada junto do capital e não em quem votamos e nos represente.

O vídeo é uma forma de menorização da democracia que a esquerdalha em geral tolera mas a que chama de burguesa (o ódio à burguesia) apenas enquanto a não conseguir abocanhar e digerir.

Fean disse...

O Euro é apenas o bode expiatório das políticas económicas desastrosas que deixámos implementar. Medidas de cariz socialista, mas em que o PS seja o principal culpado, não está sozinho.

Em nosso nome os governantes por nós eleitos desbarataram os recursos em Rendimentos Mínimos, em Habitação Social para estrangeiros, em reformas antecipadas (sobretudo para a função pública), em SCUTs, em estudos de pontes e TGVs, em “parcerias” público provadas, etc, etc, uma loucura cuja lista demoraria horas a enumerar….

Não se contentaram só em desbaratar o que existia como pediram emprestado para desbaratar ainda mais, ficando parte da riqueza produzida pelo país reservada apenas para juros.
Sim, as contas foram feitas em Euros, mas se fossem em escudos o descalabro não era menor.

Mais, se não fosse o Euro, com a qualidade dos economistas e a sua fé nos poderes mágicos das políticas monetárias, estaríamos com triliões de notas de 10000 escudos impressas e com uma inflação galopante.

O problema de Portugal é não produzir riqueza, bens ou serviços reais que possa exportar ou, pelo menos, minorar as importações.

Quando o excesso de impostos, de regulamentação e burocracia torna estupido arriscar a produzir ou a criar empresas, não há moeda que nos salve.

Restruture-se a Função Pública, diminua-se os impostos, não se castigue quem cria riqueza e o país avançará e tirará partido da grande vantagem que é a moeda comum.

Paulo Porto disse...

@fear
"Mais, se não fosse o Euro, com a qualidade dos economistas e a sua fé nos poderes mágicos das políticas monetárias, estaríamos com triliões de notas de 10000 escudos impressas e com uma inflação galopante."

Caro, eh caso pra dizer "já me tinhas dito".
Essa "conversa da treta" eh tão velha em Portugal como a adesão ao sistema monetário europeu. Soh falta a parte "com o euro o paiz vai-se modernizar por arrasto".

Economias com estágios e carateristicas tão diferentes como a portugueza e a aleman não podem ter uma mesma moeda. O resultado estah aa vista. justificar a asneira com o fantasmas das inflações abrileiras eh o mm q dizer q o espatalho eh um homem a serio.

RioD'oiro disse...

Antes do euro justificava-se a fraqueza com a falta de motor. Comprado a crédito e instalado o motor, verifica-se que não havia chassis para aguentar o motor, ficou-se com o chassis partido e motor foi reclamado pelo credor.

Para valorizar um chassis partido diz-se que se não se tivesse comprado o motor haveria muitos mais chassis partidos.

De "vitória" em "vitória" até à derrota final, sempre por culpa de quem não queria alinhar em "vitórias".

RioD'oiro disse...

A "europa" foi um embuste de meia dúzia de redesenhadores do mundo que acreditavam poder refundir 30 nações para fazer o berço do governo mundial (bicho derradeiro em musas de novo homem).

Quanto a mim o mostrengo só será morto quando já estiver morto.

Paulo Porto disse...

@RD disse
"
Antes do euro justificava-se a fraqueza com a falta de motor.

Comprado a crédito e instalado o motor, verifica-se que não havia chassis para aguentar o motor, ficou-se com o chassis partido e motor foi reclamado pelo credor.

Para valorizar um chassis partido diz-se que se não se tivesse comprado o motor haveria muitos mais chassis partidos.
"

Temos um problema com esta analogia: gostava de ter sido eu a escrever isto. Agora eh soh emoldurar, sff

Fean disse...

@Paulo Porto

Esperava de si argumentos mais convincentes para discordar de uma opinião. Essa classificação de “conversa da treta” , a analogia do motor, bem como a comparação do espantalho, de substancial nada acrescentam e estão muito aquém das suas capacidades.

Acha então que a principal culpa desta crise crónica é o facto de termos aderido ao Euro? Conclusão: Afinal temos todos sido injustos com o Guterres, o Sócrates, o João Jardim, etc. Coitados, se tivessem desbaratado em Escudos e não em Euros, o país estaria de vento em poupa!

Fantasma da inflação galopante? Não percebi se acha que a inflação é apenas um papão ou se não acreditava que os nossos políticos usassem as impressoras sem qualquer parcimónia.

A inflação é uma ameaça real, que até já sentimos uma amostra nos governos soares, salvo erro, na década de 80 e o FMI teve de intervir.
Lembre-se que a nossa juventude nunca sentiu o flagelo da inflação, precisamente porque estamos no Euro.
Sobre a qualidade das decisões dos nossos políticos, vou-me dispensar de argumentar o que para mim é evidente.

Paulo Porto disse...

Eu reconheço qe tenho uma forma de escrever qe não estimula a razoabilidade nem o bom entendimento de qem me lê. Vamos ver se desta vez me saio melhor.

1.Sobre o euro
Eu não digo qe o euro seja a razão profunda da crise. O que digo eh qe o euro eh um fator importantíssimo para o agravamento da crise.
Pra me explicar melhor, repare no qe se passa com a Inglaterra. A Inglaterra socialista de Blair e do seu sucessor não eleito cometeu os mesmos erros qe a generalidade dos PIGS (perda de competitividade, excesso de endividamento, absorção excessiva pelo Estado da riqueza gerada), e em circunstancias normais deveria fazer parte desse grupo. O qe diferencia, então, duas economias bastante equiparáveis, como a inglesa e a italiana? Uma coisa muito simples; os inglezes têm moeda própria e têm-na usado pra atenuar a falta de competitividade da economia. Pelo contrario, a Italia estah submetida aa politica monetária do BCE, aquela qe, no essencial, interessa aos alemães. As dificuldades supervenientes estão aa vista, embora apenas aa vista de qem as quiser ver.

2 . sobre a inflação
2.1 Argumentar qe a alternativa ao euro eh a hiperinflação não me parece qe possa ser uma base credível pra discutir o assunto, tanto mais qe Portugal eh membro da UE. Alen do mais, evitar a inflação eh por ventura a única lição sobre saude economica qe se aprendeu em Portugal nos últimos 30anos.
Sobre o tema, aqilo qe eh credível eh discutir como estaria Portugal hoje se pudesse fazer o qe a Inglaterra, a Suecia e a Dinamarca têm feito para mitigar os problemas gerados por pertenceram a uma zona económica insana e ao excesso de endividamento dos estados e dos particulares.

2.2 Ja reparou como estah a inflação na zona euro? E ja reparou como eh previsivel qe esteja daqi um a três anos aa medida qe o BCE vai imprimindo euros pra acudir aa banca e aos estados-membros insolventes?
Aas tantas ainda descobriremos qe o euro nem pra prevenir a inflação serve.