O Conselho da ONU para os Direitos Humanos, acaba de produzir o Relatório Goldstone, sobre os “crimes de guerra israelitas” em Gaza.
Começando pelo óbvio, o grupo encarregado de o elaborar recebeu um mandato claro: não lhe competia investigar se havia crimes de guerra, outrossim, iria investigar os crimes de guerra que à partida o mandato dava por adquirido ter havido.
Quem mandatou?
Os países que tiveram a iniciativa de propor tal “investigação”, incluem Malásia, Arábia Saudita, Bahrein, Cuba, Paquistão, etc, em resumo, países cuja autoridade moral para mandatar tarefas na Comissão dos Direitos Humanos, está na proporção directa do respeito que manifestam para com os direitos humanos no seu próprio território.
Na Comissão, dirigida pelo juiz esquerdista sul-africano, Richard Goldstone, estava também Christine Chinkin, uma professora inglesa da esquerda folclórica, conhecida pelas suas públicas declarações anti-israelitas.
A Comissão, recusada pela União Europeia, Canadá, Suíça, Japão, etc, não desiludiu os seus mandantes e produziu um Relatório que, em resumo, estabelece a seguinte estratosférica doutrina:
1-Israel, país democrático e estado de direito, está no mesmo plano ético e moral que o Hamas, grupo terrorista que é o testa de ferro do Irão em Gaza.
2- Israel é o único estado do mundo ao qual não se reconhece legitimidade para defender as suas fronteiras pelas armas.
A ONU e os seus organismos estão a degradar-se à vista desarmada, reféns de de regimes e ideologias tenebrosas.
Às teocracias e ditaduras islâmicas, a regimes tribais, a estados racistas, a ditaduras como Cuba, Venezuela e Coreia do Norte, a estados genocidas como o Sudão, etc, é reconhecido o direito de preservar o seu território.
No Sudão foram mortas centenas de milhares de pessoas, sem que tenha havido qualquer condenação.
Há tempos a Turquia invadiu e bombardeou longamente o Curdistão, com a maior normalidade. A Rússia fez o mesmo na Geórgia, no Paquistão morrem aos milhares, no Sri Lanka idem, na China, no Irão, etc, e o Conselho da ONU para os Direitos Humanos, limita-se a ignorar. Na verdade desde que existe apenas condenou um País: Israel, alvo de mais de 90% das suas "Resoluções".
Israel, o único estado democrático do Médio Oriente é furiosamente perseguido e para esta ONU em decadência moral, não está sequer autorizado a defender-se.
Ora a defesa própria expressa a soberania e é o pilar da existência de qualquer estado.
É isso que está em jogo.
Aqueles que, com argumentos aflitos e aflitivos, pretendem negar a Israel o direito de defender os seus cidadãos de um inimigo que tem como objectivo expresso, a destruição do país, mostram ao que vêm: deslegitimar a sua existência como estado soberano, primeiro passo para a almejada destruição.
A destruição do judeu, velho sonho de incontáveis doidos.
Sob a espuma da retórica floribélica e compassiva para com a “justa luta palestiniana”, sob o moralismo baboso com que se mascaram os que "não são antisemitas, mas estão contra as políticas de Israel", está o velho e irracional demónio do antisemitismo.
O judeu tem de ser expulso. Da Europa, do Médio Oriente, da Humanidade. O anti-sionismo é, tão só, a fórmula politicamente correcta de, nos tempos que correm, expressar o antigo ódio homicida.
Israel nasceu a lutar contra uma coligação de vários invasores, países muito maiores e mais poderosos que o minúsculo estado judaico.
E a lutar está de há 60 anos para cá, sem que se possa dar ao luxo de um minuto de desatenção e de fraqueza.
Uma derrota será a última.
Não há nenhum outro país do mundo que viva nesta necessidade existencial de vencer todas as batalhas.
E foram já muitas.
Em 1947, Israel aceitou, sem condições, o mapa ONU. Os árabes da Palestina, não.
Em 1948, os exércitos árabes desencadearam aquilo que para eles era umarápida operação de limpeza. Israel, sem um verdadeiro exército, mobilizou todos os cidadãos e, contra todas as expectativas, venceu.
Venceu e construiu um Estado livre e próspero, na mesma região onde os seus inamistosos vizinhos só geraram miséria e servidão.
Em 1967, Egipto, Síria, Jordânia e Iraque anunciaram que era chegado o momento de extirpar o "cancro judeu". Falharam mais uma vez.
Dois anos mais tarde, a OLP de Yasser Arafat era massacrada pelos seus irmãos jordanos e as fotos de homens da Fatah a fugirem para se acolherem sob a protecção do Exército israelita, correram mundo.
Em 1973 o Egipto e Síria tentaram de novo e falharam.
Em 1979 Sadat firmou a paz com Israel e foi morto por isso.
Em 2005, Israel desocupou Gaza e, em troca, o Hamas raptou um soldado que ninguém mais viu e lançou sobre as povoações israelitas cerca de 12 000 foguetes e granadas de morteiro.
Em 2009, Goldstone, refere no seu inenarrável Relatório que Gaza está “ocupada” e que Israel é “potência ocupante”. A realidade não parece afectar as visões do mundo desta gente.
Este tipo de Relatórios têm todavia uma virtude: deixam a nu que as ditaduras e os regimes autocráticos estão a tomar de assalto as instituições colectivas e que, mais tarde ou mais cedo, as democracias terão de acordar para o fenómeno e formar uma aliança própria.
Se não o fizerem, brevemente começarão a ser acossadas e Israel é apenas o canário da mina.
Na verdade não será especialmente difícil para os países ditatoriais, que dominam a maioria dos fóruns da ONU (até a Assembleia Geral é presidida por um esquerdista radical, grande admirador de Chavez e Castro), mandatar Relatórios “Goldstone” para o Afeganistão, ou outro qualquer local onde as democracias combatam os fascismos globais, como o comunismo, o islamismo, etc.