It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
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Crise. Recessão. Depressão. Agora é que vai ser: os EUA vão entrar pelo cano e nós atrás deles. Talvez para a próxima. Para já, e pelo trigé...
45 comentários:
E um imposto sobre o véu que as velhinhas insistem em usar na missa, também?
Pronto, pronto, já cá não está quem falou, até porque tenho que me ir aperiquitar para um casamento de um familiar de um abrilista. Como vou lá encontrar ene deles, vou questioná-los sobre as palermices que aqui li sobre o 25 de Novembro e outros 25.
... e os chailes? Pagam a dobrar?
Propôs sim senhora.
€ 1000 por ano para quem quiser andar de véu islâmico na rua.
A ideia por trás é que, como não se pode proibir - como no caso da burqa ou da niqab - pelo menos desencorajar o uso, porque é um símbolo da opressão das mulheres e descaracteriza as cidades holandesas. Em certos bairros é verdade que os holandeses já não se sentem em ‘casa’.
Na minha opinião trata-se de uma provocação que não pode ser levada a sério - impossível de implementar, mas sobretudo de controlar - e que apenas serve para dar argumentos de bandeja aos inimigos políticos de Wilders. Não entendo muito bem esta jogada de Wilders! Ou é estrategicamente muito boa, mas não estou a ver como, ou é muita estúpida…
Mas o resto do discurso de Wilders no parlamento foi, na minha opinião claro, e como de costume, sempre a acertar no alvo e sem papas na língua…
Ah, e bastante de esquerda! Não ficaria nada mal gritar no fim: O POVO, UNIDO, JAMAIS SERÁ VENCIDO.
porque é um símbolo da opressão das mulheres
Adooooooro estes defensores das velhinhas e das desvalidas.
Quando ele falar sobre as diferenças salariais, a sobrecarga horária em relação aos homens, as tareias com que são mimoseadas de quando em vez, avise-me.
@ ml: ” Quando ele falar sobre as diferenças salariais, a sobrecarga horária em relação aos homens, as tareias com que são mimoseadas de quando em vez, avise-me.”
Com certeza.
Por exemplo, Wilders deu umas indicações no parlamento nesse sentido. Disse que os € 1000 da taxa para poder andar de véu iriam reverter a favor das instituições de protecção de mulheres batidas: 60% das vítimas são mulheres muçulmanas… (PS Como se chama a organização em Portugal para este efeito?)
Uma coisa é certa, e muito boa gente ainda não percebeu, mas Wilders está bem mais à esquerda que o Obama…
Chama-se APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
E o resto? Salários, acesso ao topo, sobrecarga laboral e doméstica?
Conte-me quando houver novidades.
descaracteriza as cidades holandesas.
Este homem está 'muito à esquerda' mas desfasado no tempo, devia ter vivido há século e meio na Alemanha de Bismark. Ou pelo menos ter lido as ‘Cartas de Inglaterra’ do Eça. A sua pompa espectaculosa de Salomões parvenus ofende o nosso gosto contemporâneo, que é sóbrio.
Não sei quão à esquerda está o Obama mas, não sendo obviamente esse o affair Wilders, acha assim tão difícil estar mais à esquerda do que o Partido Democrata americano? É que em termos europeus nem chega a corresponder a um PSD português (dito pelo Clinton e ouvido por mim).
CdR:
"Disse que os € 1000 da taxa para poder andar de véu iriam reverter a favor das instituições de protecção de mulheres batidas:"
Sendo assim, passa a ter alguma graça.
Se fosse em Portugal, apareceriam mulheres "batidas" a reclamar o graveto.
Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
Fui ver ao meu dicionário hol.-port. e tinha tradução, mas vem com Casa para Acolhimento Temporário de Mulheres Vítimas de Agressão. O holandês é mais engraçado: Blijf-van-mijn-lijf-huis (casa-do-tira-as-patas-de-cima-de-mim).
@ ml: ” E o resto? Salários, acesso ao topo, sobrecarga laboral e doméstica?”
O ideal de emancipação da mulher já foi atingido na Holanda. Há uns anos atrás existia um organismo que aconselhava o governo em matéria de emancipação da mulher: Emancipatieraad (conselho da emancipação), um ninho de terríveis feministas que foi extinto em Maio de 1997 – acharam que já não era necessário. A minha mulher fazia parte, veja lá a minha sorte!
É claro que a religião da paz obriga a Holanda a recuar 5 séculos e a refazer tudo aquilo que há muito tempo estava pronto e arrumado. Este recuo tem o apoio benevolente da esquerda que, como diz Pat Condell, são capazes de enfiar uma burka à mãe ou à mulher só para não serem acusados de racistas…
@ ml: ”…acha assim tão difícil estar mais à esquerda do que o Partido Democrata americano?”
Não acho. Tem razão, os camones são mesmo uns reaças e ainda por cima não gostam de futebol, mas como guarda-costas servem e não temos melhores.
O VVD, partido da direita liberal de onde Wilders inicialmente veio, está mais à esquerda (é menos conservador) que o PSD português, que se diz social-democrata.
No seguimento daquilo que disse, e o que concordo, já se pode imaginar o grau de conservadorismo do partido democrata americano…
Essas casas de acolhimento temporário fazem parte da rede de apoios criada pela APAV.
O nome da organização em holandês tem aquele humor que falta aos portugueses em situações mais graves, pensam que só nomes de fato e gravata é que são sérios.
O ideal de emancipação da mulher já foi atingido na Holanda.
Não está a tentar também fazer humor, pois não? Em Portugal, na lei, está igualmente tudo bem resolvido, não há por onde criticar. O pior é o resto, cá, na Holanda e em todo o lado. Acredito que cá, na Holanda e em todo o lado o problema seja mais grave numas comunidades do que noutras, mas leia um relatório do Conselho da Europa, da ONU, da Amnistia Internacional ou do Dutch Institute for Labour Studies e logo verá o que se passa na Suécia e em outros países onde se supõe que tudo corre no melhor dos mundos e que não têm a desculpa das comunidades muçulmanas. E na Holanda, claro.
Os camones são os ingleses, não os americanos. E já tomei devida nota de mais um fascículo da catequização, tenho ali um caderninho especial para as grandes frases doutrinárias. Sou uma boa aluna, pode ficar descansado.
@ rod: ”Se fosse em Portugal, apareceriam mulheres "batidas" a reclamar o graveto..”.
O graveto não é para as mulheres batidas – nesse caso eles bateriam ainda mais nas mulheres, e depois iam recolher a massa – é para sustentar estes organismos, como a APAV...
CdR,
"O graveto não é para as mulheres batidas – nesse caso eles bateriam ainda mais nas mulheres, e depois iam recolher a massa – é para sustentar estes organismos, como a APAV... "
Pior. Essa medida em Portugal resultaria na necessidade por um lado na necessidade que as mulheres levassem muita porrada, por outro, na definição de porrada. Um sorriso seria passado a ser considerado como ameaça de dentada, portanto, objecto de multa.
Instituições como a APAV cresceram exponencialmente, etc, etc, "empregos" a defender.
Rod, então em Portugal, pelo que leio não há nada a fazer? O costume...
CdR,
É mais ou menos assim, é.
Há uns tempos o governo resolveu semear ziliões por cima de uma série de instituições para ... "reintegrar" os sem-abrigo.
A generalidade das instituições rejubilaram, e nada aconteceu, nem vai acontecer. Um dos representantes de uma delas disse: "distribuir milhões dessa forma ... hmmm".
Criam-se instituições para "integrar" os sem-abrigo, é necessário que haja sem-abrigo para justificar a existência das respectivas instituições.
@ ml: ”O ideal de emancipação da mulher já foi atingido na Holanda. Não está a tentar também fazer humor, pois não?”
Estes esquerdistas só se contentam com o absoluto. Passo o aspirador, faço de comer, lavo a louça, lavo e dependuro a roupa. O que deseja mais? Quer que eu também fique dentro do carro no parque de estacionamento do Ajax a fazer croché à espera que a minha mulher volte da bola?
@ rod: ”Criam-se instituições para "integrar" os sem-abrigo, é necessário que haja sem-abrigo para justificar a existência das respectivas instituições”
Rod, quer você dizer que em Portugal, e ao contrário do resto do mundo, as relações conjugais são um mar de rosas – para quê instituições?
Caro CdR,
No contexto, sim.
As "instituições de integração" dão comer aos sem-abrigo e estes permitem que as instituições existam, logo permitem que quem lá trabalha coma. É portanto uma forma de simbiose.
O problema é que, neste jogo, há um hospedeiro, o contribuinte.
Rod,
Os hospitais curam doentes, e estes permitem que os hospitais existam, logo permitem que quem lá trabalha coma. É portanto uma forma de simbiose.
O contribuinte, que sabe que nunca vai estar doente, acha que o melhor é acabar com esta simbiose…
@ ml: ”O ideal de emancipação da mulher já foi atingido na Holanda. Não está a tentar também fazer humor, pois não?”
@ CdR : Passo o aspirador, faço de comer, lavo a louça, lavo e dependuro a roupa. O que deseja mais?
Ó CdR, então também acabaram com as mulheres a dias aí na Holanda?
CdR,
"Os hospitais curam doentes, e estes permitem que os hospitais existam, logo permitem que quem lá trabalha coma. É portanto uma forma de simbiose."
Sim. Dou-lhe 2 exemplos.
Um habitante deste micro-mundo esteve internado uns dias alguns dos quais sem razão aparente.
Arreliado QB, xingou meio mundo até perceber porquê. Tratava-se de esmifrar ao estado mais alguns dias de ocupação de cama. Havia, na altura, menos acamados que camas e o estado paga ao hospital (SNS) uma quantia fixa por cada dia de ocupação de cada cama.
Parece-lhe normal que se retenha uma desnecessariamente pessoa numa cama? Parece-le normal que se afaste uma pessoa do seu trabalho?
Pessoa chegada deu um trambolhão e esfarrapou os músculos de uma perna. O hospital "de referência" (SNS) da área onde se deu a queda ficou a olhar para ela esperando que a dor passasse mandando-a ficar 5 dias quietinha.
De volta ao local de residência recorre ao hospital da zona que põe as mãos à cabeça por não lhe terem feito uma ecografia. Havia hematomas embutidos na estrutura muscular que poderia ter sido facilmente removidos com simples agulhas no dia da queda e que obrigam agora a uma intervenção cirúrgica complexa. Já vai com 3 meses de baixa e anda lhe falta ir a faca. A coisa podia ter-se resolvido num mês.
É que, caro CdR, esta coisa de se achar que quem trabalha em prole dos necessitados o faz apenas por interesse dos desfavorecidos é coisa em que já acreditei com mais facilidade.
Nada melhor para justificar que pouco seja feito que manter militantemente métodos e comportamentos que mantêm o sistema encravado.
Não é por acaso que há um pânico larvar em relação à medicina privada.
Bom, agora ficou clarinho o que entende por O ideal de emancipação da mulher já foi atingido na Holanda.
Eu até dava de barato que a Holanda já ia mais à frente.
Passo o aspirador, faço de comer, lavo a louça, lavo e dependuro a roupa.
É um bom auxiliar doméstico, mas precisa de ser mais reivindicativo. Aqui em casa há máquinas de lavar roupa e louça.
Vá ao sindicato.
"esta coisa de se achar que quem trabalha em prole dos necessitados o faz apenas por interesse dos desfavorecidos"
Os filósofos já discutiram isso.
O que faz mover as pessoas é o egoísmo.
As pessoas fazem aquilo a que elas dão valor.
Se alguém dá valor ao facto de ser reconhecido como "boa pessoa" por aqueles a quem ajuda, então ela ajuda.
Não é o interesse dos ajudados o seu móbil, mas sim o facto de ficar bem consigo mesma.
Claro que se uma pessoa se sentir bem a ajudar os outros, isso é bom para ambos, mas não nos iludamos: Teresa de Calcutá era uma grandessíssima egoísta. Pensava sobretudo nela, na sua salvação, no facto de se sentir bem fazendo aquilo que achava bem.
Os ajudados eram apenas os instrumentos da sua realização.
Claro que há outros interesses. Muitas vezes não é este tipo de egoísmo que faz mover certas pessoas, mas aquele mais prosaico que associamos à busca de vantagens monetárias.
Mas a basesinha psicológica é a mesma.
Se um gajo dá valor ao dinheiro, age por dinheiro. Se dá valor ao facto de ser reconhecido como carola, distribuirá dinheiro.
Mas é sempre ele, o ego, que está no centro da decisão.
O Egoísmo que, como escrevia Ayn Rand, é o valor natural, racional e lógico.
é coisa em que já acreditei com mais facilidade"
@ go_dot: ”Ó CdR, então também acabaram com as mulheres a dias aí na Holanda?”
As mulheres a dias estão pela hora da morte e tudo gente que não fala línguas correntes.
@ rod: ”Parece-lhe normal que se retenha uma desnecessariamente pessoa numa cama”
De maneira nenhuma. Sou pelo despejo do pseudodoente pela janela – e sem direito a tratamento no caso de partir uma perna claro.
Os seus exemplos abordam apenas o problema da falta de controlo no país, não são argumentos a favor ou contra as instituições...
É sabido que a justiça em Portugal não funciona, ou muito mal, mas não me parece que a solução seja acabar com a polícia! Por mim tudo bem, eu só vou a Portugal de férias…
@ ml: ”Bom, agora ficou clarinho o que entende por O ideal de emancipação da mulher já foi atingido na Holanda.”
É apenas uma caricatura, uma ampliação para que a mensagem seja clara.
Quanto à emancipação das mulheres cá na praça, e precisamente aquilo que você quer saber, as mulheres ganham em média na mesma função 7% menos que os homens. A participação no processo de trabalho também é menor mas não estou para procurar os números exactos.
Há vários factores que explicam estas diferenças mas, mais uma vez, não tenho tempo agora (tenho que lavar a louça e esfregar o chão) para procurar e o ‘patrão’ ainda não chegou do trabalho, e ele é que sabe destas coisas, das emancipações…
De qualquer maneira – mas ajude-me - não estou assim a ver algo que um homem na Holanda faça e que uma mulher não possa fazer, à parte coisas biológicas e urinar a 3,7 m da ponta dos sapatos...
CdR:
"Os seus exemplos abordam apenas o problema da falta de controlo no país, não são argumentos a favor ou contra as instituições..."
Meu caro,
As instituições são os tijolos. As pessoas fazem o desempenho das instituições.
Os tijolos, os bisturis, as máquinas de raios X, as camas, as seringas fazem o que as pessoas que trabalham com elas se decidirem fazer.
Dito de outra forma, as instituições não existem. O que existe são pessoas que formam, ou não, as instituições.
"De qualquer maneira – mas ajude-me - não estou assim a ver algo que um homem na Holanda faça e que uma mulher não possa fazer, à parte coisas biológicas e urinar a 3,7 m da ponta dos sapatos..."
Na Holanda não sei, mas na Bélgica, aí ao lado, estive há uns anos em exercícios na Brigada Páracomando e uma única mulher tinha conseguido ultrapassar a formação específica de combate, necessária para os Batalhões de Comandos e Paraquedistas.
Era uma sargento. Muitas outras tinham tentado, mas aquilo era mesmo para homens de barba rija e ela era uma excepção...uma espécie de Deuladeu Martins.
De qq modo, continua a haver muita desigualdade e não há lei de paridade que valha. Há pouquíssimos homens educadores de infância e é raro verem-se mulheres no sindicato dos estivadores.
Há que fazer uma lei qualquer...
não estou assim a ver algo que um homem na Holanda faça e que uma mulher não possa fazer
Exactamente. Deixando de lado os aspectos anatómicos e físicos que condicionam tarefas onde a força física é indispensável – Prezado!!!, acalme-se, há homens muito mais lingrinhas do que mulheres, um sucesso na estiva! - não se compreende a ‘emancipação’ (fala-se em 19% de diferença salarial, mas quem sou eu, que nem vivo na Europa das Luzes mas sim num rectângulo mal amanhado longe da civilização).
http://www.informaworld.com/smpp/content~db=all~content=a781492255
http://journals.cambridge.org/action/displayAbstract?fromPage=online&aid=141605
Ou ainda:
- What did you find in Holland?
- In Holland I challenged the perspective that Dutch women have completed their emancipation and that the problem was with the immigrant community. Empirical evidence shows this is not true. There are wage gaps, blocks to certain types of jobs, decision making positions. There are major discrepancies in the public sphere and violence, just as anywhere in the world, domestic violence continues as well.
http://www.humanrights-geneva.info/Violence-against-women-crosses,1367
Provavelmente são dados que satisfazem a saudade que o ‘ideal de independência da mulher’ deixou em muitas almas (admito que o sr. Carmo brincava que brincava :), mas talvez não as interessadas.
PS: use sabão amarelo para esfregar o chão, as nossas avós não se queixavam da qualidade do produto.
É só uma achega solidária, sei lá.
@ rod: ”as instituições não existem. O que existe são pessoas que formam, ou não, as instituições.”
Rod, já não sei mais que lhe diga! Esta sua última frase é muito poética, muito de esquerda, olhe, lembra-me o Manuel Alegre, mas o que é que quer dizer precisamente?
Você quer discutir a própria existência das instituições ou o mau funcionamento das mesmas?
Pergunto isto porque se trata de duas coisas completamente diferentes. Enquanto você não responder a esta pergunta essencial eu abstenho-me de comentar.
P.S. Os seus dois últimos posts (postes!) – Dos hospitais; Das instituições e da balda – que facilmente poderiam ter sido reduzidos a UM, abordam um e o mesmo problema: o mau funcionamento das instituições.
@ lidador: ”De qq modo, continua a haver muita desigualdade e não há lei de paridade que valha.”
Lidador, a emancipação da mulher não é transformar a mulher numa coisa parecida com a ideia preconcebida mas completamente desactualizada que se tem do macho.
A emancipação da mulher, ou outro grupo social, é adquirir os mesmos direitos. Exemplos: Conduzir um carro, ter um passaporte individual, casar com quem quiser, herdar a mesmíssima coisa, ganhar o mesmo salário e ‘last but not at all least’, dar umas quecas com quem quiser e lhe apetecer sem ter que dar satisfações ao padre da freguesia.
E a lei da paridade funciona às mil maravilhas, porque há uma diferença considerável entre a situação das mulheres na Holanda e a da Arábia Saudita. E essa diferença também se nota entre a Holanda e Portugal, apesar de não ser tão grande como a anterior e apesar da ml não querer admitir. O que humanamente se compreende, as muçulmanas também dizem que emancipação da mulher só no Islão...
@ ml: ”Provavelmente são dados que satisfazem a saudade que o ‘ideal de independência da mulher’ deixou em muitas almas (admito que o sr. Carmo brincava que brincava :), mas talvez não as interessadas.”
Ml, como já lhe disse, o Conselho da Emancipação da Mulher deixou de funcionar em Maio de 1997 por decreto do Ministério dos Assuntos Sociais - na altura na mão dos socialistas. Creio até que era uma ministra e fazia parte das Rode Vrouwen (mulheres vermelhas), organização do Partido Trabalhista para promover a emancipação.
Fecharam as portas porque na altura se achou que a organização (para as mulheres holandesas) tinha perdido actualidade: digamos que a emancipação da mulher estava no bom caminho. E que me lembre, isso não provocou nenhuma manifestação, nem sequer muitas perguntas no parlamento. Se isso tivesse acontecido eu sabia, porque, como também já lhe disse, a minha mulher, como economista, fazia parte do elenco.
É claro que a situação ainda não é totalmente, a todos os níveis, em todos os sectores, em todos os cantinhos da Holanda ideal. Mas fora disso não cometa o erro de pensamento do Lidador, nem todas as mulheres, aliás como muitos homens, querem ‘coûte que coûte’ uma carreira profissional. Mas dificilmente arranjará um país em que a emancipação da mulher esteja tão conseguida.
P.S. Obrigadinho pela dica do sabão amarelo. Também dá para soalho em madeira?
Mar_Maria, que pena ter removido o comentário!
Não removi nada, entrou-me foi com um nick que não é meu e ainda estou para saber como.
__________________________
Sr. Carmo, não se trata de uma carreira a todo o preço, trata-se de beneficiar de direitos iguais quando se opta por uma carreira. E do direito ao não espancamento doméstico.
Eu pessoalmente não me queixo, se não me interessasse por estes assuntos podia perfeitamente viver na ignorância. Mas como dizia o sr. padre, ‘vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar’.
E parece-me que está a perder o fio desta conversa, a sugestão para que o Wilders, activista confesso dos direitos das mulheres, se lembre de vez em quando das suas próprias parentas e comece a tentar reverter alguns números.
Seguiu os links dos livros de autores holandeses sobre a situação das mulheres? Não as portuguesas, não as iranianas, não as saudi-árabes, simplesmente as holandesas. E não estou a fazer comparações entre aqui e aí, só se não conhecesse os cantos à casa. Não me custa nada admitir que apesar de leis muito semelhantes, aqui tudo funciona um bocadinho pior e com menos meios, e que a APAV é capaz de ter um tudo nada mais de trabalho do que a Blijf-van-mijn-lijf-huis.
PS1: aqui tb já houve uma Comissão da Condição Feminina que fechou as portas igualmente em 1997. Dava muito ar de 3º mundo, não acha?
Parece que estamos quites.
PS2: já não sou do tempo do sabão amarelo, mas tenho as melhores referências. Fui indagar junto de quem ainda sabe e é um prazer poder responder-lhe que sim, é óptimo a lavar madeiras e permite-lhe a satisfação adicional de completar a obra com o enceramento.
Sabe como é?
Recapitulemos, então:
1. Escova+sabão amarelo. Esfregar até se poder fazer um piquenique no chão.
2. Cera de abelha. Puxar o lustro até poder ver-se ao espelho.
Sugestão: em Moçambique puxava-se o lustro com meio coco. É só encomendar na frutaria mais próxima.
Cdr, eu estava a ser irónico.
Falhei, uma vez que, pelos vistos, nem você nem a ml entenderam.
Falando mais a sério, eu sou contra leis que discriminem com base no sexo,na raça etc,etc.
As leis "paritárias" são sempre leis que discriminam. Com boas intenções, é óbvio, mas de boas intenções está Caxias cheia.
Dou-lhe um exemplo: num certo tribunal de família de Lisboa há 11 juízes. 10 são mulheres.
Acha justo que se estabeleça uma quota para homens?
Eu não!
Se estão lá 10 mulheres, é porque lá chegaram pelo seu mérito e porque gostam.
E é assim que deve ser.
@ ml: ”não se trata de uma carreira a todo o preço, trata-se de beneficiar de direitos iguais”
Precisamente. Mas não foi o que eu disse? A emancipação da mulher, ou outro grupo social, é adquirir os mesmos direitos.
Esqueci-me de citar o não-espancamento doméstico, mas acredite que não sou a favor, pelo contrário. Sou mesmo a favor de entregar o espancador aos cuidados de uma equipe de rugby para que deixe o energúmeno a lamber pacotes de baunilha durante quinze dias – nos hospitais do Rod. E estou realmente a perder o fio da conversa mas não sou o único.
Não tenha pena das mulheres holandesas porque realmente não é preciso, e que quer que o Wilders faça mais? Ele que arrisca a vida para também defender os direitos das mulheres. Os números que você quer ver revertidos fazem parte daquilo que impede a Holanda de ser um paraíso total de emancipação – assim é apenas um país em que, não contando com as adeptas da religião da paz, a emancipação da mulher está bastante avançada.
Não tem sentido fazer comparações, e acho até ‘not done’, mas às vezes é preciso lembrar certas coisas e na minha situação o comparar é algo quase natural que me ocorre sem pensar, como espirrar. Há muito pouco tempo foi impedida (por um governo socialista!) a entrada em águas territoriais portuguesas a um barco holandês com médicas que fazem abortos a bordo… Não me lembro de nenhum barco, ou outro meio de transporte português que tenha cá vindo fazer abortos quando a coisa cá era proibida (anos 50).
Volto à prática de saber para que lado as pessoas fogem. Bastante útil, simples, fácil de verificar, fácil de explicar e não é preciso ler livros complicados...
Creio que as APAVs de cá têm mais trabalho que em Portugal, pela simples razão de que actualmente 60% das habitantes são mulheres muçulmanas que correm constantemente o risco de serem assassinadas à porta pelos ex-maridos – como já aconteceu várias vezes apesar do sigilo que envolve estas organizações.
@ Lidador: «As leis "paritárias" são sempre leis que discriminam. Com boas intenções, é óbvio, mas de boas intenções está Caxias cheia.»
É verdade. Mas então há leis paritárias e leis paritárias! De outra forma como explicar o enorme avanço emancipador por exemplo na Holanda, sem ter em conta as leis paritárias?
(Factor diferente de lei paritária: diz-se que em Portugal a Guerra Colonial e a emigração - sobretudo dos homens - para França nos anos 60-70, aceleraram fortemente o processo de emancipação da mulher portuguesa, que ficaram na retaguarda sozinhas e foram obrigadas a dar conta do recado)!
Aqui está um interessante tema para a nossa cara ml desenvolver.
@ Lidador: «Dou-lhe um exemplo: num certo tribunal de família de Lisboa há 11 juízes. 10 são mulheres. Acha justo que se estabeleça uma quota para homens? »
Não, pela razão que você menciona, mas também porque os homens não precisam de motor de arranque, há 2000 anos que passaram sempre à frente - com ou sem mérito.
Na Holanda, aliás como em Portugal, hoje em dia já não causa espanto nenhum ver mulheres juízes ou outras altas funções. Mas há certas funções que mesmo cá, é preciso habituar/educar os homens. Como por exemplo o caso que você citou da mulher comando, mas também condutoras de camião, trolhas, estucadoras, árbitros de futebol etc.
Ainda bem que fala nas mulheres condutoras.
Em tempos comandei um Batalhão de Paraquedistas. E tinha algumas condutoras de viaturas pesadas.
Não era dificil perceber que, de um modo geral, elas eram mais fiáveis do que os condutores, tudo malta nova com as hormonas aos saltos, e a forte convicção de que eram Fittipaldis e os camiões eram pouco menos que Ferraris.
Sobre as mulheres ao longo do tempo, não se iluda. Mandam mais do que parece e do que nós gostamos de pensar.
Cherchez la femme, como dizem os franceses.
Há muito pouco tempo foi impedida (por um governo socialista!) a entrada em águas territoriais portuguesas a um barco holandês com médicas que fazem abortos a bordo…
Sr. Carmo, já está tão viciado no piloto automático que de vez em quando estatela-se. O governo era de direita e quem gastou uns milhares com o bloqueio foi o Paulo Portas. Todo contentinho de dentes a brilhar e nós a pagarmos o show do nosso bolso, que além de caro era ilegal e completamente inútil, como já se sabia.
1. Não tenha pena das mulheres holandesas porque realmente não é preciso
2. são mulheres muçulmanas que correm constantemente o risco de serem assassinadas à porta pelos ex-maridos
Em que ficamos? São todas holandesas ou não? Quando dissocia as ‘mulheres holandesas’ das ‘mulheres muçulmanas’ está a afirmar que a maioria desta comunidade é imigrante, sem cidadania neerlandesa? Em caso negativo, talvez não fosse pior assentarmos em mulheres árabes e turcas e mulheres teutónicas e frísias, sei lá.
mas também porque os homens não precisam de motor de arranque, há 2000 anos que passaram sempre à frente - com ou sem mérito.
Clap...clap... Mas não arrase assim o último reduto dos antiparitários. Em desespero de causa são capazes de admitir tudo, até que ‘as mulheres mandam mais do que parece’, como lamenta o estimado prezado. O que até é uma evidência, apesar de esse reconhecimento ter como finalidade única tentar obter o efeito contrário - ‘Não lhes chega?’
Basta analisar o microcosmo familiar e a área de alcance desse microcosmo (ou em alternativa ler a Agustina Bessa-Luís) para não se duvidar.
Mas não é disso que falamos, pois não?
CdR:
"Enquanto você não responder a esta pergunta essencial eu abstenho-me de comentar."
Vamos então por partes. Quer que fale do mau funcionamento do SNS, aquela coisa excelente que funciona mal?
Quer que fale dos Hospitais, coisas excelente que globalmente funcionam mal?
Quer que fale dos centros de saúde, coisas excelentes mas que funcionam globalmente mal?
Quer que fale de cada um dos hospitais, excelentes, cada um, por princípio, mas que funcionam geralmente mal?
Quer que fale dos centros de saúde, coisas individualmente excelentes mas que, globalmente falando funcionam mal?
"P.S. Os seus dois últimos posts (postes!) – Dos hospitais; Das instituições e da balda – que facilmente poderiam ter sido reduzidos a UM [...]"
Podiam também ter sido postados e desenvolvidos individual e mas pormenorizadamente porque os pormenores são 'saborosos'.
O caso, por exemplo, dos doentes a quem são aplicadas intervenções cirúrgicas erradas por troca de doente ou o caso das 6 pessoas que no Santa Maria praticamente cegaram (um par delas completamente) porque ... ninguém sabe porquê. Sabem que lhes deram um a injecção e que os olhos deixaram de funcionar.
Caro CdR, este assunto é parecido com a "integração" dos muçulmanos. Ideia excelente que dará, não se sabe quando, excelentes resultados mas que, entretanto, ....
@ ml: «Sr. Carmo, já está tão viciado no piloto automático que de vez em quando estatela-se.»
Tem toda a razão. Eu Carmo da Rosa solenemente confesso que me estatelei. Em 2004 o Governo que proibiu a entrada do Women on Waves, mais conhecido pelo Barco do Aborto, não era socialista mas sim liderado pelo aborto de direita Santana Lopes assistido pelo então ministro da defesa Paulo Portas, que afinal é quase tão aborto como o irmão perdendo 10 pontos na minha consideração.
(Mania destes gajos se meteram em assuntos de mulheres!!! Das duas uma, ou são maricas ou abortos…)
@ ml: «Em que ficamos? São todas holandesas ou não? Quando dissocia as ‘mulheres holandesas’ das ‘mulheres muçulmanas’ está a afirmar que a maioria desta comunidade é imigrante, sem cidadania neerlandesa? »
Vade retro Satanás - a islamização da Holanda felizmente ainda não chegou a proporções tais que quando falamos em muçulmanas isso signifique mulheres de origem teutónica. Não, quando foi criada a primeira Blijf-van-mijn-lijf-huis, em 1974, em Amesterdão, estas eram apenas habitadas por mulheres holandesas. Hoje, 60% das mulheres são muçulmanas (maioritariamente turcas e marroquinas).
É preciso notar que quando uma mulher holandesa se refugia numa instituição deste tipo, apenas quebra o contacto com o ex-marido. No caso da muçulmana a situação é muito mais dramática, isso significa romper com o resto da família, com o resto do clan.
@ ml: «Basta analisar o microcosmo familiar e a área de alcance desse microcosmo (ou em alternativa ler a Agustina Bessa-Luís) para não se duvidar. »
Não sei precisamente o quer que analise? Mas se para isso tenho que ler a Agustina Bessa-Luís… É que ouvi dizer que a senhora ainda é mais difícil de ler que o Barthes! Será?
@ rod: «Quer que fale do mau funcionamento do SNS, aquela coisa excelente que funciona mal? Quer que fale…….»
Rod, convenceu-me. Já percebi onde quer chegar, não há ponta por onde se lhe pegue. É o que eu digo, e creio que você também está de acordo, falta um Wilders em Portugal, um voto de protesto forte que obrigue os políticos, se não querem ser varridos do mapa, a tomar medidas e a fazer pela vida.
@ rod: «Podiam também ter sido postados e desenvolvidos individual e mas pormenorizadamente porque os pormenores são 'saborosos'..»
Por favor desenvolva, é precisamente isso que eu gosto: pormenores saborosos...
CdR,
"falta um Wilders em Portugal, um voto de protesto forte que obrigue os políticos"
Pois. Mas receio que o nosso Wilders possa vir a ser um Louçã ou equivalente fascista.
@ Rod: « receio que o nosso Wilders possa vir a ser um Louçã ou equivalente fascista.
O Louçã um fascista?
O Louçã é muito parecido com o Salazar, é um jesuíta intolerante e exaltado. Só que o António das Botas era um pouco melhor, não era um exaltado.
CdR:
"O Louçã um fascista? "
Onde vejo o Louçã velo o Mário Tomé. O primeiro carrega mais nos errrres.
Mania destes gajos se meteram em assuntos de mulheres!!!
Mas é isso mesmo! É mais uma razão porque gosto da Agustina. A outra é porque escreve muito bem. Apesar de ser extremamente conservadora, defensora dos códigos tradicionais com chefe de família e tudo, teve sempre a coragem de dizer publicamente que a Interrupção Voluntária da Gravidez é um assunto de mulheres. E o mais divertido é que é a direita mais ciosa da não ingerência do estado na vida em sociedade que acha que a mulher deve ser nacionalizada para assegurar a propagação da espécie.
Pois essa actuação do governo foi das coisas mais caricatas que alguma vez se fez em Portugal. Um bloqueio naval a um pacífico barquito, que de acordo com as leis internacionais e portuguesas não podia ser impedido de atracar em nenhum porto. E depois ainda dizem que a igreja católica não tenta fazer da sharia lei e que muitas vezes consegue.
É que ouvi dizer que a senhora ainda é mais difícil de ler que o Barthes!
Balhamedeus, onde fez a 4ª classe? É das escritas mais inteligíveis que temos (tínhamos, infelizmente está com Alzheimer). Mais clarinhas e depuradas só o José Cardoso Pires.
Bom, isto sou eu, que recomendo mais a Margarida Rebelo Pinto ou a Corin Tellado.
Caramba, sr. Carmo, tenho mesmo que começar a assumir que pratico uma escrita esotérica! É o CONTRÁRIO! Não falo de teutónicas que se converteram ao islamismo, calculo que se contem pelos dedos, pergunto é se a maioria das mulheres de proveniência árabe ou turca mantêm a nacionalidade de origem ou são cidadãs holandesas, nascidas e criadas na Holanda ou naturalizadas.
Está claro agora? É que se assim for, não faz sentido falar em ‘holandesas’ vs ‘muçulmanas’ mas sim em ‘holandesas muçulmanas’, ‘holandesas cristãs’, ‘holandesas ortodoxas, ‘holandesas ‘ateias’, ‘holandesas budistas’. Resumindo, holandesas, simplesmente.
Ufa!!!
Mas já estamos a fundar-nos, o melhor é alijar carga e regressar à tona.
@ ml: «Balhamedeus, onde fez a 4ª classe?»
Olhe fiz em Vila Nova de Gaia e no meu tempo não era como agora, só passava quem sabia… Mas é verdade que eu sabia mais de matrecos, de jogar à bola, subir às árvores e roubar fruta.
@ ml: «Não falo de teutónicas que se converteram ao islamismo, calculo que se contem pelos dedos,»
São 12 mil. A maioria das mulheres de proveniência árabe ou turca mantêm a nacionalidade de origem. Também há gente desta que nasceu cá – designados por alóctones - mas não quer dizer que adoptem a nacionalidade holandesa. Neste caso não sei os números.
@ ml: «não faz sentido falar em ‘holandesas’ vs ‘muçulmanas’ mas sim em ‘holandesas muçulmanas’, »
Faz sempre sentido saber as razões (culturais, religiosas ou outras) que leva mulheres a fugirem de casa para se refugiarem nestas instituições.
É verdade estamos a afundar-nos, o melhor é voltar à música. Que me diz de um fadinho?
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