Esta manhã, suponho que na Antena 1, um idiota cascava num supermercado por ter movido um processo a uma velhota na sequência dela ter, hipoteticamente, roubado um creme no valor de 1€.
O argumentista reclamava que a velhota era velhota, que o valor do creme era apenas de 1€, que o supermercado teria gasto uma fortuna em advogados e que o Estado teria gasto um batatal de massa em geringônciais manobras de tribunal.
O trambolho argumentou isto tudo mas esqueceu-se de dizer que pensaria ele dever fazer-se perante a percepção generalizada de que o supermercado nunca levantaria processos para roubos inferiores a 1€.
Dever-se-ia retirar do supermercado tudo o que custasse menos de 1€? Dever-se-ia deixar roubar tudo o que custasse menos de 1€?
E porquê 1€? Porque não 5, 10, 100, 1000? Dever-se-ia apenas levantar processos nos casos em que o roubo fosse superior ao somatório de todos os custos judiciais?
De acordo com o pensamento do artista deveria ser esta última a via a seguir, muito embora não se tenha percebido quantos seriam, na cabeça do palermoide, os artigos de supermercado que ultrapassam 1000€ ou se ele defenderia a retirada de todos o artigos de valor inferior.
Enfim, coisas giras, coisas caviar, coisas ao nível de inteligência Neandertal (não desfazendo).
A propósito: qual o preço do kaviar?
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It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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quarta-feira, 2 de abril de 2008
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1 comentário:
É o marxismo cultural, caro RoD.
Esta entranhado na cabeça de toda uma geração.
A grelha de análise marxista cai logo sobre qq assunto.
Neste caso, a velha é da classe explorada, obrigada a roubar para comer, à mercê da ganância dos exploradores, os donos do supermercado,que não hesita em recorrer às forças da repressão do capitalismo e da democracia burguesa, para esmagar a classe oprimida.
E o Neandertal que cita, vê-se a si mesmo como a vanguarda revolucionária, defensor da classe explorada contra os patrões e os ricos cada vez mais ricos, sempre a querer o mal dos pobres cada vez mais pobres.
É por isso que o instrumental marxista continua vivo...permite analisar tudo da mesma maneira, é como um check list de cruzinhas que dá explicações fáceis e dispensa o uso da parte nobre do cérebro.
Ça va.
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