Na luta contra o terrorismo e contra as várias faces dos inimigos da Liberdade, é frequente o apelo à concessão e ao apaziguamento do adversário. Tais atitudes têm a enorme desvantagem de fortalecer e dar espaço aos ogres do mundo. Quando finalmente chegam os embates, o adversário está mais forte e os confrontos são mais penosos.
Os desenvolvimentos subsequentes ao ataque do exército colombiano a um grupo de guerrilheiros das FARC no lado equatoriano da fronteira com a Colômbia são um exemplo recente de que compensa não ter medo, de que os apoiantes morais ou materiais do terrorismo recuam quando são enfrentados. Nesse ataque, a 1 de Março passado, foram eliminados vários guerrilheiros incluindo um dos seus principais dirigentes, Raul Reyes. Acresce que foi apreendido o computador pessoal de Reyes cujo conteúdo se mostrou uma importante fonte probatória do teor dos contatos das FARC.
Há que ter presente a crise diplomática e as declarações inflamadas e violentas que se seguiram a esta operação militar. O inenarrável Chavez chamou mafioso e criminoso a Uribe; prometeu responder com guerra; definiu o que admitia e o que não admitia que acontecesse na vizinha Colômbia; elogiou o combate travado pela guerrilha comunista das FARC contra a democracia colombiana.
Mas da Colômbia não vieram sinais de temor ou recuo apesar das várias declarações diplomáticas de circunstância. Pelo contrário, foi anunciado que iria ser promovida uma acusação contra Hugo Chavez junto do Tribunal Penal Internacional por financiamento e apoio do genocídio dos indígenas da selva colombiana perpetrado pelas FARC.
Alguns dias depois, a 7 de Março, ocorreu a XX Cimeira do Grupo de Rio na Dominicana onde o assunto foi o tema central. Ali foi apresentada parte da documentação apreendida no computador de Raul Reyes. No vídeo seguinte podemos ver alguns dos trechos mais interessantes dos e-mails enviados pelo número dois das FARC apresentados ao jeito sul-americano pelo jornalista peruano Jaime Bayly, aqui (A inserção do vídeo foi interdita pelo que a visualização só é possível pela abertura da ligação.)
Foi interessante observar Chavez na referida conferência. O habitual discurso arrogante e ofensivo foi substituído pelo apelo à reflexão e à paz. Para trás ficaram as promessas de retaliação; nem mais uma ofensa pessoal a Uribe; nem mais uma observação depreciativa sobre a democracia colombiana. No final, foi curioso ver Chavez, depois do cumprimento e da cavaqueira com Uribe, ir pedir a Ortega que questionasse e obtivesse do mesmo Uribe a declaração de que a Colômbia iria retirar a queixa contra ele no TPI. Ansioso, colocando-se atrás de Ortega, esperou pela resposta. Veja-se o vídeo seguinte a partir do minuto 2:10.
Consciente de que pode ter de pagar pelos seus atos, Chavez mostra que, afinal, percorre rapidamente a distância entre o insulto grotesco e a afabilidade, seja a afabilidade dele genuína ou não.
Quanto ao Governo esquerdista do Equador, tem sido recentemente confrontado com novas acusações colombianas segundo as quais o próprio Presidente Correa terá proibido os militares do seu país de combaterem os acampamentos das FARC em território equatoriano ainda antes do ataque de 1 de Março. Mas para Correa, tal como para Chavez, parece que estes têm sido dias para arrepiar caminho, e é interessantíssimo ler hoje a notícia segundo a qual "El presidente de Ecuador, Rafael Correa, advirtió hoy a las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC) que no pongan un pie en Ecuador, pues una entrada en territorio de su país será considerada "una acción de guerra".", aqui. É caso para dizer ‘quem te viu e quem te vê’. Não que a ideologia de Correa tenha mudado, mas o certo é que mudou a sua postura.
Em boa hora alguém na Colômbia não teve medo.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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7 comentários:
Excelente.
Bem esgalhado. De facto a história prova que o totalitarismo tem de ser enfrentado com determinação.
Chamberlain e Churchill ficam na História pelo modo diverso como se portaram frente ao mal. E o juízo da História é implacável.
O gorila Chavéz é sempre muito contundente à distância, é capaz de insultar Aznar, Lula, Uribe e o rei de Espanha com as piores palavras mas tendo-os ao lado desfaz-se em abraços e sorrisos como cobarde que é.
Uribe está a ser um Homem de Estado na verdadeira acepção da palavra.
Aliás, as sondagens após o ataque às FARC davam-lhe 80% de apoio.
Com a mania de ser uma espécie de Mussolini de carnaval, palpita-me que este Djábês (como eles dizem), vai acabar pendurado algures numa bomba de gasolina venezuelana. De pernas para o ar.
O gorila Chavéz é sempre muito contundente à distância, é capaz de insultar Aznar, Lula, Uribe e o rei de Espanha com as piores palavras mas tendo-os ao lado desfaz-se em abraços e sorrisos como cobarde que é.
Olhem que vocês falem baixinho, nós não queremos ver o nosso Alberto João pendurado numa bomba de gasolina. Nem no carnaval.
ML,
Mas o nosso João canta O Bailinho da Madeira. Está desculpado.
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