Olavo de Carvalho, filósofo brasileiro, é um daqueles homens que rema contra a maré. Isto já faz dele um ser raro. Mas ele é raro entre entre os raros porque a sua obra filosófica é feita num continente onde é muito mais difícil ser contra a corrente do que, por exemplo, na Europa.
Entre os seus objetivos está a desmontagem dos raciocínios e da lógica da esquerda. Olavo de Carvalho tem sido bem sucedido nesse seu trabalho; o reconhecimento do seu valor vai sendo cada vez maior.
Em Janeiro passado deu uma entrevista à 'Atlântico'. Aqui fica uma pequena parte em que OC fala sobre as diferenças entre Esquerda e Direita:
"A principal é a diferença na percepção do tempo histórico. A esquerda – toda a esquerda, sem excepção – enxerga o tempo histórico às avessas: supõe um futuro hipotético e o toma como premissa fundante da compreensão do passado. Em seguida, usa essa inversão como princípio legitimador das suas acções no presente. Como o futuro hipotético permanece sempre futuro, e por isso mesmo sempre hipotético, toda certeza alegada pelo movimento esquerdista num dado momento pode ser mudada ou invertida no momento seguinte, sem prejuízo, seja da continuidade do movimento, seja do sentimento de coerência por baixo das mais alucinantes incoerências. Somando a isso a descoberta de Jules Monnerot de que a cada geração é a esquerda quem aponta e delimita a direita, nomeando como tal aqueles que lhe resistem, a direita aparecia, portanto, como o conjunto daqueles que, por mil motivos variados, resistem à inversão da razão histórica. Podem fazê-lo, por exemplo, por ser cristãos e acreditar que o “fim da história” é uma passagem para a eternidade e não um capítulo da história profana. Mas podem fazê-lo também por ser ateus de mentalidade científica que preferem moldar as hipóteses segundo os factos e não alterar os factos conforme as hipóteses."
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
teste
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
-
Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
-
Crise. Recessão. Depressão. Agora é que vai ser: os EUA vão entrar pelo cano e nós atrás deles. Talvez para a próxima. Para já, e pelo trigé...
1 comentário:
O OC acerta em cheio nessa análise. A minha alergia à esquerda provem essencialmente do facto de ser um desses "ateus de mentalidade científica".
Thomas Sowell faz algumas considerações semelhantes (reitrado da wikipedia):
"Many modern ideological struggles can be traced to two visions: the vision of the anointed and the vision of the constrained realist: Sowell lays out these concepts in his A Conflict of Visions, and The Vision of the Anointed. These two visions encompass a range of ideas and theories. The vision of the anointed relies heavily on sweepingly optimistic assumptions about human nature, distrust of decentralized processes like the free market, impatience with systematic processes that constrain human action, and absent or distorted empirical evidence. The constrained vision relies heavily on a reduced view of the goodness of human nature, and prefers the systematic processes of the free market, and the systematic processes of the rule of law and constitutional government. It distrusts sweeping theories and grand assumptions in favor of heavy reliance on solid empirical evidence and on time-tested structures and processes"
Enviar um comentário