Em tempos pratiquei esgrima. Não por gosto, mas porque era uma actividade curricular, cuja avaliação se fazia na performance em campeonatos anuais.
Na altura havia duas modalidades obrigatórias: o sabre e a espada.
Eu obtive uma razoavelmente boa avaliação em espada e medíocre em sabre apesar de, em combates, ter arrochado valentes bordoadas em adversários que depois me “ganharam”.
Qual a diferença?
É que na espada só se usa a ponta e no sabre usa-se também o gume. A espada tinha um sistema eléctrico que acendia uma luz quando se tocava no adversário, pelo que o resultado era objectivo.
No sabre não existia tal sistema e a decisão do combate resultava do palavreado do árbitro e dos acenos e cabeça dos juízes.
Muitas vezes me aconteceu ter sido eu “tocado”, ao invés do adversário, porque o árbitro achava que era uma “continuação de ataque sobre a parada e bla-bla-bla”.
Na altura ganhei aversão aos desportos em que um juiz decidia o resultado.
Vem isto a propósito das medalhas chinesas nos Jogos Olímpicos. Quem faça a contabilidade facilmente verificará que uma extraordinária porção das medalhas chinesas foi obtida em desportos cujo resultado é decidido por um júri: ginástica, saltos para a água, etc. Há até casos escandalosos, como o daquele ginasta que aterrou de joelhos e mesmo assim abichou a medalha de bronze.
Pela minha parte não tenho grandes dúvidas sobre o enviesamento de muitas das classificações de júri em favor dos atletas chineses.
Isto para não falar da idade de algumas ginastas.
Mas enfim, a China parece ter acordado para o desporto como escaparate do regime, seguindo as pisadas firmes da ex-RDA, de Cuba, etc.
Bom proveito e votos de igual sucesso.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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5 comentários:
Isso é tudo despeito por os Estados Unidos da América do Norte, terem ficado com menos medalhas que a saudosa e revitalizada República Popular da China?!
Tenha juízo, os Chineses estão aí e mais coisa menos coisa vai ter um deles de olho em si, no seu emprego junto à sua secretária, onde todos os dias finge que trabalha e culpa o superior por má qualificação e o tempo climatérico.
Que parvoíce pegada, muito francamente
Já agora os Velocistas Jamaicanos estavam dopados e os testemunhos norte-americano (das provas de 4x100 metros) estavam sabotados!!!
É só inveja!!!
”A espada tinha um sistema eléctrico que acendia uma luz quando se tocava no adversário, pelo que o resultado era objectivo.”
Lidador,
Finalmente percebi a diferença entre espada e sabre. Quanto não vale ler o FI de vez em quando. Mas não é por isso que fiquei a gostar mais da modalidade. Tão pouco a objectividade do sistema eléctrico da espada altera a minha aversão pela esgrima, porque, muito simplesmente, é impossível a olho nu saber quem estucou quem! Mesmo nas repetições em câmera lenta fico na mesma.
Uma solução seria talvez retirar a bolinha de aço (creio!) que as espadas têm na ponta. Não, peço desculpa, já não está aqui quem falou, é uma medida drástica demais e o Jogos olímpicos têm que defender uma imagem de wie sind alle bruders.
O mesmo acontece no Tae-kwondo. Onde se vê uns bacanos de quimono branco constantemente aos saltinhos como se fossem vibradores. Por cima do quimono têm um espartilho atado ao tronco de cores diferentes (azul e vermelho) que é para a gente saber que se trata de duas pessoas diferentes e não de duas pilhas da mesma marca…
De repente começam aos gritos e pontapés um ao outro, mas para mal dos nossos pecados, sempre precisamente ao mesmo tempo, para logo voltar à situação inicial de pilha-azul-e-pilha-vermelha-aos-saltinhos. Resumindo, não se percebe bem o que esta gente faz de bem ou de mal para merecer ganhar!!! Se ao menos no momento em que um deles resolvesse dar pontapés o outro baixasse as orelhas, talvez a gente assim ainda tivesse algum gozo…
Não, no género não há nada que chegue aos calcanhares do boxe.
”Na altura ganhei aversão aos desportos em que um juiz decidia o resultado.”
Eu não tive a mesma experiência e tenho a mesma aversão! É aversão natural.
” Quem faça a contabilidade facilmente verificará que uma extraordinária porção das medalhas chinesas foi obtida em desportos cujo resultado é decidido por um júri”
E além disso a porção chinesa não é assim tão extraordinária, sobretudo se se tiver em conta o número de habitantes. Portugal com 1 medalha por 5 milhões de habitantes teve, por muito estranho que pareça, uma performance superior à da China, com 1 medalha por cada 13 milhões de habitantes.
A Holanda, com 16 medalhas, teve uma actuação inferior aos Jogos precedentes, mas 1 medalha por cada milhão de habitantes não é nada mau, score precisamente igual ao da Hungria, mas por exemplo inferior ao da Dinamarca com 1 medalha por cada 714 mil habitantes. Mas Cuba, como de costume, e apesar de este ano não ter ganho nada na boxe, é aquela máquina: 1 medalha por cada 460 mil ilhéus, que ainda não se piraram para os EUA que conseguiram 1 medalha por cada 2,5 milhões de habitantes.
Mas a melhor performance, salvo erro, é a da Jamaica do fantástico e supersónico Usein Bolt, que com 11 medalhas e 2,5 milhões de habitantes obteve 1 medalha por cada 227 mil sprinters em potência.
A Índia continua a meditar (na morte da bezerra) em vez de fazer desporto e é a desgraça do costume, 1 medalha por cada 330 milhões de gurus potenciais, prontos a cada momento a partir para o ocidente para chatear os cornos aos nossos membros mais débeis mentais com as suas filosofias mirabolantes que só servem para adormecer melhor.
Cdr, essa da bolinha está boa. Mas não é uma bolinha, é um interruptor boleado, como uma mola. Quando é pressionado faz contacto (há-de ter reparado que os atletas andam todos com uns fios presos à parte de trás do gillet).
Por vezes o toque é simultaneo e é nulo. POr vezes é fora das zonas autorizdas e tb é nulo. Mas enfim, o árbitro está lá para verificar cumprimentos de regulamentos e não para decidir o resultado.
No sabre, não era assim ( não sei se agora já mudou). A parte boa do sabre é que se podia arrochar com ele sobre o lombo do adversário, com toda a força. Uma que dava um gozo do caraças era a pancada a meio gume, que fazia o resto do gume curvar-se sobre as costas do animal, como uma chicotada.
Quanto ao boxe, modéstia à parte tenho para aqui umas taças, mas olhe que quando não se consegue ganha por KO ou por incapacidade física, a decisão é tomada por um júri...e por vezes dá monumentais assobiadelas. Mas pronto, o facto de se saber isso leva a que se procure com mais ganas, mandar o adversário ao tapete, para evitar supresas.
Quanto às medalhas, a sua contabilidade é interessante e reveladora. Por acaso tb acho que o Bolt é um sprinter do outro mundo e provavelmente aquela malta já nasce a correr, de mães que dão à luz a correr, em resultado de truca-trucas, dados tb em passo de corrida.
”Por vezes o toque é simultaneo e é nulo.”
No boxe é precisamente o contrário, não propriamente o toque, mas o carregar no botão a assinalar ponto dos 3 membros do júri tem que ser simultâneo para o murro ser considerado ponto.
Uma franca melhoria no julgamento dos combates, ao contrário da rebaldaria e subjectividade que se verificava antigamente. Mas a mim o que me interessa, e é isso que acho diferente no boxe, é que no boxe pelo menos o espectador, com um pouco de atenção, consegue ver com os próprios olhos a maioria dos pontos.
Sobre a contabilidade das medalhas há muita coisa a dizer e pode-se ver (ou contabilizar) a coisa sobre os mais variadíssimos anglos e aspectos.
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