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domingo, 24 de agosto de 2008

Medalhas e júris

Em tempos pratiquei esgrima. Não por gosto, mas porque era uma actividade curricular, cuja avaliação se fazia na performance em campeonatos anuais.
Na altura havia duas modalidades obrigatórias: o sabre e a espada.
Eu obtive uma razoavelmente boa avaliação em espada e medíocre em sabre apesar de, em combates, ter arrochado valentes bordoadas em adversários que depois me “ganharam”.
Qual a diferença?
É que na espada só se usa a ponta e no sabre usa-se também o gume. A espada tinha um sistema eléctrico que acendia uma luz quando se tocava no adversário, pelo que o resultado era objectivo.
No sabre não existia tal sistema e a decisão do combate resultava do palavreado do árbitro e dos acenos e cabeça dos juízes.
Muitas vezes me aconteceu ter sido eu “tocado”, ao invés do adversário, porque o árbitro achava que era uma “continuação de ataque sobre a parada e bla-bla-bla”.
Na altura ganhei aversão aos desportos em que um juiz decidia o resultado.
Vem isto a propósito das medalhas chinesas nos Jogos Olímpicos. Quem faça a contabilidade facilmente verificará que uma extraordinária porção das medalhas chinesas foi obtida em desportos cujo resultado é decidido por um júri: ginástica, saltos para a água, etc. Há até casos escandalosos, como o daquele ginasta que aterrou de joelhos e mesmo assim abichou a medalha de bronze.
Pela minha parte não tenho grandes dúvidas sobre o enviesamento de muitas das classificações de júri em favor dos atletas chineses.
Isto para não falar da idade de algumas ginastas.
Mas enfim, a China parece ter acordado para o desporto como escaparate do regime, seguindo as pisadas firmes da ex-RDA, de Cuba, etc.
Bom proveito e votos de igual sucesso.

5 comentários:

R disse...

Isso é tudo despeito por os Estados Unidos da América do Norte, terem ficado com menos medalhas que a saudosa e revitalizada República Popular da China?!


Tenha juízo, os Chineses estão aí e mais coisa menos coisa vai ter um deles de olho em si, no seu emprego junto à sua secretária, onde todos os dias finge que trabalha e culpa o superior por má qualificação e o tempo climatérico.




Que parvoíce pegada, muito francamente

Anónimo disse...

Já agora os Velocistas Jamaicanos estavam dopados e os testemunhos norte-americano (das provas de 4x100 metros) estavam sabotados!!!
É só inveja!!!

Carmo da Rosa disse...

”A espada tinha um sistema eléctrico que acendia uma luz quando se tocava no adversário, pelo que o resultado era objectivo.”

Lidador,

Finalmente percebi a diferença entre espada e sabre. Quanto não vale ler o FI de vez em quando. Mas não é por isso que fiquei a gostar mais da modalidade. Tão pouco a objectividade do sistema eléctrico da espada altera a minha aversão pela esgrima, porque, muito simplesmente, é impossível a olho nu saber quem estucou quem! Mesmo nas repetições em câmera lenta fico na mesma.

Uma solução seria talvez retirar a bolinha de aço (creio!) que as espadas têm na ponta. Não, peço desculpa, já não está aqui quem falou, é uma medida drástica demais e o Jogos olímpicos têm que defender uma imagem de wie sind alle bruders.

O mesmo acontece no Tae-kwondo. Onde se vê uns bacanos de quimono branco constantemente aos saltinhos como se fossem vibradores. Por cima do quimono têm um espartilho atado ao tronco de cores diferentes (azul e vermelho) que é para a gente saber que se trata de duas pessoas diferentes e não de duas pilhas da mesma marca…

De repente começam aos gritos e pontapés um ao outro, mas para mal dos nossos pecados, sempre precisamente ao mesmo tempo, para logo voltar à situação inicial de pilha-azul-e-pilha-vermelha-aos-saltinhos. Resumindo, não se percebe bem o que esta gente faz de bem ou de mal para merecer ganhar!!! Se ao menos no momento em que um deles resolvesse dar pontapés o outro baixasse as orelhas, talvez a gente assim ainda tivesse algum gozo…

Não, no género não há nada que chegue aos calcanhares do boxe.

”Na altura ganhei aversão aos desportos em que um juiz decidia o resultado.”

Eu não tive a mesma experiência e tenho a mesma aversão! É aversão natural.

” Quem faça a contabilidade facilmente verificará que uma extraordinária porção das medalhas chinesas foi obtida em desportos cujo resultado é decidido por um júri”

E além disso a porção chinesa não é assim tão extraordinária, sobretudo se se tiver em conta o número de habitantes. Portugal com 1 medalha por 5 milhões de habitantes teve, por muito estranho que pareça, uma performance superior à da China, com 1 medalha por cada 13 milhões de habitantes.

A Holanda, com 16 medalhas, teve uma actuação inferior aos Jogos precedentes, mas 1 medalha por cada milhão de habitantes não é nada mau, score precisamente igual ao da Hungria, mas por exemplo inferior ao da Dinamarca com 1 medalha por cada 714 mil habitantes. Mas Cuba, como de costume, e apesar de este ano não ter ganho nada na boxe, é aquela máquina: 1 medalha por cada 460 mil ilhéus, que ainda não se piraram para os EUA que conseguiram 1 medalha por cada 2,5 milhões de habitantes.

Mas a melhor performance, salvo erro, é a da Jamaica do fantástico e supersónico Usein Bolt, que com 11 medalhas e 2,5 milhões de habitantes obteve 1 medalha por cada 227 mil sprinters em potência.

A Índia continua a meditar (na morte da bezerra) em vez de fazer desporto e é a desgraça do costume, 1 medalha por cada 330 milhões de gurus potenciais, prontos a cada momento a partir para o ocidente para chatear os cornos aos nossos membros mais débeis mentais com as suas filosofias mirabolantes que só servem para adormecer melhor.

Unknown disse...

Cdr, essa da bolinha está boa. Mas não é uma bolinha, é um interruptor boleado, como uma mola. Quando é pressionado faz contacto (há-de ter reparado que os atletas andam todos com uns fios presos à parte de trás do gillet).
Por vezes o toque é simultaneo e é nulo. POr vezes é fora das zonas autorizdas e tb é nulo. Mas enfim, o árbitro está lá para verificar cumprimentos de regulamentos e não para decidir o resultado.
No sabre, não era assim ( não sei se agora já mudou). A parte boa do sabre é que se podia arrochar com ele sobre o lombo do adversário, com toda a força. Uma que dava um gozo do caraças era a pancada a meio gume, que fazia o resto do gume curvar-se sobre as costas do animal, como uma chicotada.

Quanto ao boxe, modéstia à parte tenho para aqui umas taças, mas olhe que quando não se consegue ganha por KO ou por incapacidade física, a decisão é tomada por um júri...e por vezes dá monumentais assobiadelas. Mas pronto, o facto de se saber isso leva a que se procure com mais ganas, mandar o adversário ao tapete, para evitar supresas.

Quanto às medalhas, a sua contabilidade é interessante e reveladora. Por acaso tb acho que o Bolt é um sprinter do outro mundo e provavelmente aquela malta já nasce a correr, de mães que dão à luz a correr, em resultado de truca-trucas, dados tb em passo de corrida.

Carmo da Rosa disse...

”Por vezes o toque é simultaneo e é nulo.”

No boxe é precisamente o contrário, não propriamente o toque, mas o carregar no botão a assinalar ponto dos 3 membros do júri tem que ser simultâneo para o murro ser considerado ponto.

Uma franca melhoria no julgamento dos combates, ao contrário da rebaldaria e subjectividade que se verificava antigamente. Mas a mim o que me interessa, e é isso que acho diferente no boxe, é que no boxe pelo menos o espectador, com um pouco de atenção, consegue ver com os próprios olhos a maioria dos pontos.

Sobre a contabilidade das medalhas há muita coisa a dizer e pode-se ver (ou contabilizar) a coisa sobre os mais variadíssimos anglos e aspectos.