It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
teste
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
O Anti-Americanismo marca o início deste século
Os teóricos divergem quanto àquele que acham que vai ser o principal desafio do século XXI: uns falam das alterações climáticas, outros do terrorismo, outros da exploração dos recursos. Mas o fenómeno que, para mim, marca o início deste novo século é, sem sombra para dúvidas, o (re)nascer do anti-Americanismo um pouco por todo o Mundo.
Seja na Ásia, no Médio Oriente, em África, na América Latina ou na Europa o fenómeno está sempre lá. Os motivos são diferentes consoante a região, mas existe pelo menos um que é repetido por todos: o tubarão (é este um dos últimos slogans do Bloco de Esquerda, mas para se referir ao Primeiro-Ministro Português), o capitalismo agressivo e desumano, os interesses. Os Estados Unidos da América, o símbolo maior do "estado de penúria da economia Mundial", o responsável pela fome no Mundo.
As teorias da conspiração servem, muitas vezes, para justificar tanto ódio aos Estados Unidos da América, mas, geralmente, quem usa este tipo de opinião é o indivíduo mais sabido da poda, o militante da esquerda moderna. Mas é óbvio que continuam a existir aqueles intelectuais que não se fazem valer das suas valorosas leituras (Noam Chomsky à cabeça...), e continuam no remoinho antigo: é o capitalismo, é as desigualdades sociais, é a fome em África, é a morte de crianças e mulheres inocentes, é os coitados dos Palestinianos, é os maléficos dos judeus. Enfim, os militantes da esquerda moderna, da esquerda velha e ultrapassada, da direita Gaullista Europeia, e da extrema-direita continuam a usar tudo da forma que mais lhe convém. Tudo o que vem à rede é peixe.
Na Europa, reinam duas importantes visões sobre os Norte-Americanos. A primeira estabelece o Norte-Americano rude, machista, durão, cowboy, ignorante e interesseiro. É desta colheita que pertence o Presidente dos Estados Unidos da América, o maléfico George W. Bush, que governou o estado onde reina esta classe de Americanos: o Texas.
A segunda visão estabelece o Norte-Americano pobre, a viver em roullotes e parques de campismo, a pedir esmola nas ruas, a mal ter o que comer. São as minorias que fazem parte desta fatia da população, especialmente os negros, mas também os hispânicos. É daqui que provém Barack Obama, filho de pai Queniano e de mãe do Kansas.
É o país dos ricos e dos pobres, dos privilegiados e dos explorados. Os cowboys pertencem maioritariamente ao Partido Republicano, um partido retrógrado e que vence eleições com menos votos que os adversários. Neste partido Republicano existem variados lobbys, das armas aos sionistas, passando pelo petróleo.
É por causa desta visão distorcida que a Europa e todo Mundo adoram Obama. Ele vai contra o establishment, é amigo dos pobres, vai mudar o Mundo, não tem interesses, vem de uma minoria que é negligenciada e explorada, é Democrata, é jovem e é bom rapaz. Tem um sorriso lindo, é apoiado pela Oprah e por estrelas de Hollywood. É uma gota num oceano de trevas. A incapacidade para ir para além dos partidos, das ideias pré-concebidas, dos ódios e das falácias faz com que Obama reine em popularidade um pouco por todo o Mundo.
Menos na Geórgia. E talvez no Kosovo, no Iraque e em Israel.
Hoje, quando se soube que duas sedes de campanha de John McCain tinham recebido envelopes com pó branco, não faltou quem saísse do seu buraco para montar as TC (Teorias da Conspiração). Tinham sido os malvados Republicanos, sabidos que a arma do medo é a melhor arma para ganhar as eleições, que inventaram isto tudo.
Lições de moral choveram de todos os cantos do país, dizendo que aquilo que se passa nos Estados Unidos da América é uma vergonha, que se Obama for eleito lhe acontece o mesmo que Kennedy. A Europa é que tem uma democracia do camandro, durável, onde tudo é justo.
Não sei quem terá ensinado a disciplina de História a estes bons malandros. Muitos deles vêm-se livres dela no 9º ano. Outros tiveram o azar de apanhar com um professor-militante (como eu apanhei) e de não pensar por eles próprios. Formatação = Done.
Mas como este humilde servo está aqui para ajudar, aqui vai: os Estados Unidos da América têm 300 anos de democracia. Quando nós ainda nem andávamos a cortar as cabeças aos reis, já os Estados Unidos da América tinham uma declaração e uma constituição. Foi isto que influenciou a França em 1789 e que levou, pouco tempo depois, toda a Europa para as lutas liberais.
Os Estados Unidos da América nunca passaram por fascismos e por comunismos, invenções da democrática Europa. O Estados Unidos participaram nas nossas duas guerras civis Europeias (1914-1918; 1939-1945) e decidiram a Guerra para o lado dos bons. Os Estados Unidos ajudaram à criação da CECA e da CEE, que deram origem à actual UE. Deram fundos e protecção.
Os Estados Unidos são os responsáveis pela Europa Ocidental não ter caído nas garras Soviéticas.
Dobrai a língua senhores. Não mordeis na mão que tanta vez vos deu de comer.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
-
Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
-
Crise. Recessão. Depressão. Agora é que vai ser: os EUA vão entrar pelo cano e nós atrás deles. Talvez para a próxima. Para já, e pelo trigé...
9 comentários:
Parece-me mais solipsismo, niilismo, uma espécie de nova religião que pretende substituir a fé nos antigos amanhãs cantantes.
Como com os amanhãs cantantes, os seguidores desta nova religião parecem acreditar numa espécie de omnipotência anti-realidade que lhes traga o paraíso.
A 'fé' no comportamento desviante e consequente auto-culpabilização pelo mau comportamento alheio (implicitamente encorajado) parece ter papel de declaração de confessionário.
.
Desde que se compreendeu a asneirada que foi a guerra do iraque baseada em mentiras que eu pensava que não era possível acumular num post tanta parvoíce junta.
talvez se desculpasse se o povo se mantivesse na atitude humilde, veneranda e obrigada de "beijar a mãozinha que" ao que parece lhe "dá de comer".
Onde não bate a bota com a perdigota é quando o lambe botas toma partido quanto à política INTERNA norte americana. Quando critica Obama (independentemente de o fazer bem ou mal, apesar da crítica ser indigente) que é americano, o autor do post, sente-se à vontade, não se sente "anti-americano".
Quer dizer: o resto da populaça é "anti-americana primária" quando critica um Bush que foi eleito graças a uma fraude ou um McCain que não descansará enquanto não arranjar uma guerrinha muito "dele". Mas quando o "fiel amigo" "desmitifica" o Obama, parece que é coisa do mais elementar bom senso para qualquer pessoa "de bem".
Resta acrescentar duas coisinhas:
as críticas mais pertinentes e contundentes ao "americanismo" tal como se tem manifestado recentemente, provêm de intelectuais americanos de nacionalidade (nem precisamos de ir ao Chomski)que não devem nada aos "amanhãs que cantam" que caucionam a posição "conservadoira" mais rasteira e basista tal como é expressa no post, quanto a qualquer crítica.
a segunda é que se não tivessem sido os franceses, os americanos, superiormente liderados por George Washington, um lider militar cuja inépcia estratégica se tornou épica, tinham sido derrotados militarmente pelos ingleses e "so much" para a famosa independência, a Constituição e o resto.
Cito-vos só a página 192 de "A leap in the Dark", uma obra anti-americana por supuesto de John Ferling:
"by the spring of 1777 nearly 90 percent of the small arms carried by the Continental soldiery and virtually all the army's field artillery, tents, and uniforms had come from France".
Acorda para a realidade, filho. Liberta-te tu dos paradigmas da guerra fria que te congelaram a tola. Discute política e toma partido mas por favor essa do "anti-americanismo" está out, é o assunto mais estúpido e requentado da década.
Rui:
"Quer dizer: o resto da populaça é "anti-americana primária" quando critica um Bush que foi eleito graças a uma fraude "
Experimente pôr mais gelo no wiskey.
.
ora aí está uma boa forma de apresentar um argumento, range. Consistente com o resto, aliás.
Eu sei que não interessa a ninguém daqui, mas é bom que nem procurem informar-se sobre o que aconteceu nos cadernos eleitorais da Florida nas eleições de 2000.
Rui,
"nem procurem informar-se sobre"
Toda a gente sabe, ou acha o Rui que descobriu a pólvora.?
E o imbróglio foi preparado pelas petrolíferas para dar uma mãozinha apenas a Bush?
E na segunda eleição foi beneficiado por Michael Moore, justiceiro galáctico?
.
"quando critica um Bush que foi eleito graças a uma fraude ou um McCain que não descansará enquanto não arranjar uma guerrinha muito "dele". Mas quando o "fiel amigo" "desmitifica" o Obama, parece que é coisa do mais elementar bom senso para qualquer pessoa "de bem"."
Caro rui: o anti-americanismo vai para além de se criticar Bush, Obama, ou qualquer outro Americano. A sua avaliação é típica, não se preocupe.
Fraude? Mas fraude porquê? Ganhar 27 delegados nos Estados Unidos da América por 500 votos é fraude? Então e os estados que o coitadinho do Al Gore também ganhou por 0,1%, 0,2% e 0,5%? Ninguém fala deles? Já se deu ao trabalho de ler aquilo que se passou na Florida em vez de vir para aqui mandar papaias sem justificação?
Quanto à guerrinha do McCain, não faço qualquer comentário. Você parece um adepto de 19 anos de Obama, que acha que ele é o Messias.
Já disse aqui que Obama tem vindo a surpreender no decorrer do tempo. Confesso que não me faria muita impressão se ganhasse.
Quanto ao resto nada de novo. Até a França age por interesses já viu?
range:
- se "toda a gente sabe", é mais grave do que eu pensava quando dei o benefício da dúvida da ignorância, bem demonstrada, aliás, na conversa do rb sobre os 0,1%... explica-lhe tu, se puderes, a fraude nos cadernos eleitorais da Florida.
- a boca ao Michael Moore é típica e mostra os teus (vossos) limites argumentativos, resumem-se adjectivação e bocas a despropósito.
rb:
- por muito "típica" que aches a minha argumentação ( espero que saibas o que quer isso dizer, porque isto não é só copiar argumentos vazios e escarrapachá-los), não se trata de criticar ou não o Bush ou o Obama. Trata-se de a treta do "anti-americanismo" se ter tornado na arma de arremesso "típica" dos neoconservadores a nível interno e das suas câmaras de eco ( e neste caso nem sequer vos podemos classificar como neoconservadores, não é verdade?) a nível externo.
Seria legítimo que tu e os teus colegas de blog defendessem o Bush e atacassem o Obama com argumentos políticos, o que é ridículo é que tentem esconder a falta de argumentos com a prática classificação de "anti-americano" a quem não grama do Bush e da sua seita. Se eu estivesse desse lado da barricada tentaria pensar em argumentos sérios e não macaquear "gimmicks" mais estafados do que o "politicamente correcto".
- eu limitei-me a assinalar que não cabe na tua definição de "anti americanismo" a crítica ao Obama. Que isto me faça passar por alguém que acha que o Obama é o Messias... ok, é "típico" da forma de pensar da tribo das câmaras de eco.
- A boca aos interesses da França... não vem a propósito de nada na conversa mas é reveladora dos teus esquematismos "preto e branco".
Rui:
"bocas a despropósito"
Pois claro. Só é a propósito aquilo que confirma o que pensamos, não é verdade?
A fraude nunca é auto-construida na cabeça daqueles que pensam o que a realidade não mostra.
... é uma chatice.
.
Não me queria envolver, mas cá vai:
Mas qual fraude? TCs a esta hora?
"Seria legítimo que tu e os teus colegas de blog defendessem o Bush e atacassem o Obama com argumentos políticos, o que é ridículo é que tentem esconder a falta de argumentos com a prática classificação de "anti-americano" a quem não grama do Bush e da sua seita."
O curioso é que neste artigo o RB nem fala especificamente de Bush...
"- eu limitei-me a assinalar que não cabe na tua definição de "anti americanismo" a crítica ao Obama."
1º - Obama não é Presidente dos EUA;
2º - O anti-americanismo vai muito para além das suas redondices;
3º - O anti-americanismo não se reflecte, normalmente, no ódio aos seus cidadãos: mas sim ao que os EUA representam (pese embora isto se tenha invertido com Bush).
4º - Criticar Bush é bom e saudável (faz-nos pensar que existe alguém mais maléfico que o Diabo). Mas já viu as críticas que se fazem aqui a Obama e as que fazem constantemente a Bush e à sua Administração?
Enviar um comentário