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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A Rússia urinando nas esquinas

Desde 1940 que a politica americana na Europa é essencialmente determinada pelo conceito geopolitico de evitar que um único poder controle a Eurásia.
Se a URSS conseguisse a hegemonia sobre os centros industriais do duplo continente, os EUA seriam forçados a alterar o seu sistema politico e económico de modo a poderem sobreviver numa competição global.
A OTAN destinava-se a fazer face à ameaça soviética e, para os europeus, o manto protector que a Aliança sobre eles estendeu durante 4 décadas, foi determinante para a manutenção da paz e para a criação de condições de progresso e bem-estar.
Com a derrocada soviética uma hegemonia única sobre a Eurásia era improvável num futuro imediato e, num primeiro momento, a OTAN parecia condenada a estiolar, vítima do seu próprio sucesso, fechada que estava na lógica da Guerra Fria.
Mas a Rússia retorna sempre a Pedro "o Grande" e já em 1992 a sua nova estratégia definia interesses globais, estabelecendo também uma linha vermelha ao recusar intervenções externas no “near abroad”, territórios não incluídos na Rússia mas que haviam integrado a URSS.
Enquanto a OTAN se questionava, os novos países saídos do Pacto de Varsóvia, batiam à porta com a intenção óbvia de fugir à esfera de influência do vizinho russo, que continuavam (e continuam) a ver como a verdadeira ameaça.
No início da década de 90, acreditava-se que só com a renovação de uma pressão externa, (leia-se a Rússia) a OTAN poderia ser revitalizada, mas a nova doutrina militar da Rússia , traduzindo um discurso mais musculado no xadrez internacional, introduziu medidas de cautela na questão do alargamento.

Que todavia se foi fazendo a passo de caracol, aproveitando a fraqueza da Rússia, por um lado porque em muitos destes países existiam problemas graves de nacionalismos por consumar, havendo o perigo de a OTAN trazer para o seu seio perigosas crises e tensões, e por outro porque muita gente achava que o alargamento, à procura da fronteira civilizacional com a Rússia, era um elemento fundamental na manutenção da própria OTAN.

Para os dirigentes russos o alargamento da OTAN representou o renovar do Complexo de Cerco e sentiram-se cada vez mais relegados para o velho papel de "maus-da-fita" , olhados com desconfiança pelos europeus cuja organização de segurança se perfilava subliminarmente contra o grande colosso russo a quem nunca reconheceram especial vocação democrática e em cuja herança genética se inscreve o Testamento de Pedro "O Grande".
Ieltsin, em 1995, queixava-se que “..o Ocidente pretende defender a Europa de Leste das negras intenções de Moscovo" e garantia que " Essas intenções não existem. Apesar de todas as contradições do período de transição, a Rússia é fiel à democracia”.
Ninguém acreditou nele e ainda bem.

Recentemente o alargamento à Geórgia e à Ucrânia, foi congelado por cautela da Alemanha e da França que se assustaram com as intrincadas questões de legitimidades étnicas e nacionalistas nesses países. Se tivessem sido admitidas, a Geórgia estaria protegida da invasão russa que dificilmente arriscaria um confronto militar com a OTAN.
Neste momento, a Rússia, tal como um gato bem alimentado que sai pela manhã, vai urinando nas esquinas para marcar o território, mas o renovar da ameaça russa, levará inevitavelmente ao reforço da OTAN, e à solidez da relação transatlântica, alicerçada nos interesses e nos valores comuns.
Mais tarde ou mais cedo, a Rússia perceberá que não só não tem alimento para sair todas as manhãs de patrulha, como há gatos maiores na vizinhança.

6 comentários:

Anónimo disse...

"o alargamento, à procura da fronteira civilizacional com a Rússia"

Fronteira Civilizacional com a Rússia!? Quem foi o inergúmeo que escreveu isto?

Vá a Londres, vá a Frankfurt, vá a Atenas e dê uma volta por Lisboa. Depois vá a Moscovo ou São Petresburgo e depois se quiser a Varsóvia para confirmar e diga-me qual é a "fronteira Civilizacional". Depois talvez queira ir a Marrocos ou ás Américas, á China ou á Índia para saber do que está a falar.

Sinceramente Lidador, fazia bem melhor figura quando era obsecado pela Dona Câncio no Porcos e qualquer coisa.

Agora, ficar sentado no seu sofá na linha de Sintra e palrear acerca do que não sabe fica-lhe mal.

Bem, espero que o seu herói McCain fique bem consigo e que continue a exportar a sua amada democracia como sucedeu com o Afeganistão ou... o Iraque mais explicitamente... ou será que tudo isto foi apenas para "apertar a Rússia"

"Há gatos maiores na vizinhança"
Tem assim tanta certeza?
E, serão esses gatos mais espertos?

Provavelmente, esses gatos maiores serão já obesos...

Vossê é que parece que vai urinando por aqui e por ali, qual cão doido por ter um território, mas que está preso ao dono e tem de voltar a casa quando a cadela com o cio está a passar pela rua.

Resultado? O Lidador fica a assistir a cadela sendo emprenhada pela janela.

Uiva, uiva filho! Uiva!

Anónimo disse...

Afinal quem iniciou as hostilidades que desencadearam a invasão descabelada do imperialismo?
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=6837&language=pt

Anónimo disse...

ds2:
"á" escreve-se "à"
"vossê" escreve-se "você".
"obsecado" escreve-se "obcecado" Está a precisar de um curso nas novas oportunidades e alguma civilização!

Anónimo disse...

Caro/a Carmo da Rosa,

Obrigado por se pôr em minha defesa mas tenho de dar a mão á palmatória e concordar com o anónimo. É que aqueles atentados á língua Portuguesa não devem ser cometidos. Devem sim ser severamente reprimidos:

A ignorância combate-se, a estupidez despreza-se.

Tal como a mesquinhez de quem reclama com o meu á, sim, porque não me vou dar ao trabalho de ir pressionar a tecla shift de cada vez que quiser escrever um á...

Agora, como você diz, sim, realmente é verdade, atacar a substância não é para qualquer um, só para uns poucos eleitos...

Deixe-me só dizer-lhe uma coisa:

"Vamos lá ver qual dos dois candidatos americanos tem a firmeza de uma Tatcher ou de um Ronald Reagan."

Nenhum dos dois. São os dois uns grandes palhaços. Agora, apoio incondicionalmente o sr. McCain, porque o Messias, se for eleito destruirá por completo os Estados Unidos...

RioDoiro disse...

Habitualmente começa por haver um só palhaço, sendo o outro o salvador do mundo.

O tempo vai decorrendo, e à medida que o messias se revela, passa a palhaço.

O messias Clinton ganhou e, passado tempo, os que o tinham idolatrado (na Europa) diziam que tinha invadido a Jugoslávia para distrair as atenções das cuecas da Mónica.

.

Anónimo disse...

Dúvido que o/a Carmo da Rosa continue a ler isto, mas aqui vai:

Concordo plenamente consigo, quando diz que declarações daquele tipo são próprias de uma conversa de café, mas eu pensei que você já estivesse um pouco mais receptiva á minha adjectivação de tais personagens.

O Obama é um palhaço: 1)Pela figura que faz (não tem ideias "We...change"... e mai nada) 2) Pelo livro que escreveu acerca da sua História pessoal. Uma pessoa que escreve o que ele escreveu não pode ser o "Homem mais poderoso do Mundo".

O sr. McCain, porque faz declarações do tipo "KGB nos olhos do Putin", atacou a Rússia (antes do advento na Geórgia) afirmando que não os convidaria para integrar o G8, é louco pela presença Americana no Afeganistão e no Iraque... poderia continuar e continuar...

Agora, Carmo da Rosa:

"O Clinton para messias tem os pés muito grandes, como se costuma dizer, mas pessoalmente acho que foi um dos melhores presidentes dos EUA dos últimos tempos."

Esta é uma frase com a qual eu não posso concordar, nem por sombras. A menos que... se esteja a referir a rapidinhas com secretárias...