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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Armas e Mumbai

Ser-se pelo “controle das armas”, é uma daquelas coisas que para muita gente parece ser do mais elementar bom senso e que é aceite, sem discussão, como eticamente “certa”.
Afinal de contas as armas matam e por isso são uma coisa “má”.
Simples e claro, nada menos que uma evidência cartesiana.
Quem discorda do controle apertado no acesso às armas, só pode ser um extremista nazi, um reaccionário, um idiota, um inimigo da humanidade e do progresso, uma pessoa fundamentalmente má, daquelas que precisam urgentemente de ser reeducadas nos “valores para a cidadania”.
Mas será assim tão simples?
Há dias 10 islamistas armados de Kalashnikovs, mataram quase 200 pessoas em Mumbai, num ataque coordenado que visava obter ainda “melhores resultados”, os quais poderiam facilmente ter atingido os 2 ou 3 milhares.
Foram atacados 6 locais simultaneamente, o que implica que os islamistas actuavam em parelhas ou isoladamente.
Como foi possível a 10 rapazolas levarem a cabo uma tarefa de tal magnitude sem que ninguém conseguisse detê-los? Era realmente inevitável ter morrido tanta gente?

Jerusalém, 2 de Julho de 2008.
Um islamista palestiniano ao volante de um caterpilar irrompe numa movimentada rua da cidade e leva tudo à frente, procurando matar o máximo número possível de israelitas. Mata 4 pessoas e entretanto um transeunte sobe à máquina e abate-o com um tiro na cabeça.

Em ambas as situações, o mais fácil será criticar a reacção lenta da polícia e fazer rolar uma ou duas cabeças, para apaziguar as fúrias.
Mas na verdade é manifestamente impossível a qualquer Polícia, por mais eficaz que seja, alcançar a ubiquidade e a omnipotência, protegendo todo e qualquer cidadão em todos os momentos e lugares, a menos que se materialize a ficção Minority Report, de Philip K.Dick.
No caso de Mumbai, Sebastian D'Souza um fotógrafo indiano que, pelo nome português, deverá ser oriundo de Goa, e que tirou algumas das fotos que correram mundo, disse a certa altura que "Só queria ter uma arma e não uma máquina fotográfica”.
Nesta exclamação enraivecida está toda uma filosofia.
O estado indiano, como bastantes outros estados no mundo, segue a via dogmática da correcção política e proíbe os seus cidadãos de se protegerem a si mesmos, atribuindo-se a si próprio uma tarefa que não pode cumprir cabalmente. (Curiosamente o “pacifista” Gandhi achava que o direito ao uso e porte de armas era um direito fundamental do indivíduo).
A União Indiana é hoje um dos países do mundo onde é mais difícil obter legalmente uma arma, o que levou, inevitavelmente, ao florescimento de um mercado negro rampante, onde qualquer cidadão que se disponha a contornar al lei, obtem as armas que quer a preços 30 e 40 vezes mais baixos do que os que são praticados no exíguo e quase inexistente mercado legal.
A União Indiana é o exemplo perfeito das perversões da cançoneta politicamente correcta do controle das armas. O resultado final das leis restritivas não é a paz e a harmonia, mas sim uma sociedade em que os criminosos têm as armas que querem e os cidadãos que procuram viver de acordo com a lei estão completamente indefesos perante um ataque inopinado.
Os indianos judeus que estavam no Centro Judeu, desarmados pelas leis “progressistas” do seu país, acabaram a tentar repelir os islamistas à pedrada e foram evidentemente abatidos como cães, pelo fogo mortífero das AK-47.
Esta situação repete-se por todo o globo.
Nos campus americanos, e em alguns estabelecimentos comerciais, regulamentos “progressistas” estribados na vaga de correcção política, criaram belíssimas e floribélicas “gun free zones”, onde está proibido o uso e porte de arma.
O resultado é sempre o mesmo: um único indivíduo armado, transforma a “gun free zone” num matadouro , agindo com total liberdade.
Face a esta realidade, a correcção política enterra a cabeça na areia, e recomenda ainda mais controle das armas, como um bêbado que quer tratar a ressaca com umas goladas de aguardente ainda mais forte.
Como nos deixámos encurralar na irracionalidade?

4 comentários:

Anónimo disse...

Talvez, o futuro ex-governador de Illinois/EUA, o senhor Rod Blagojevich, possa responder-lhe sobre como deixar-se encurralar na irracionalidade, já que ele preferiu trocar seu presente e futuro político por dinheiro. Ao final, ficará sem os dois.

Digo isso porque essas leis estúpidas para desarmar a população são referendadas no congresso/parlamento de qualquer país, ou seja, o mundo dos políticos parece um universo à parte gravitando em outra dimensão. E, se o povo fosse consultado direta e objetivamente rejeitaria essa proposta.

RioDoiro disse...

Por falar em belicismo, estes queriam entrar, na referida qualidade (presumo) também para o Concelho de Segurança da ONU.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Referendo_sobre_a_proibi%C3%A7%C3%A3o_da_comercializa%C3%A7%C3%A3o_de_armas_de_fogo_e_muni%C3%A7%C3%B5es

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Anónimo disse...

DITADOR PRECISA-SE.
Ao rítmo da asneira com que se governa o melhor mesmo é começar a procurar o salvador.
País falido.Multicultural.Guerrilha interna.Corrupção a todos os níveis.Desprezo pelo mérito(isso dos professores é só poeira para embaratecer os custos) pois que não foi acompanahdo por igual rigor nos programas, disciplina e avaliação dos resultados dos alunos.É só propaganda feita pelo Serviço Nacional de Informação de Esquerda.
O internacionalismo traidor impera.A traição capitalista impera.Tudo sinais de que a coisa não vai acabar bem.Quando tal acontecer que o sangue lave a honra duma nação traida e vendida.Sem garantias nenhumas.E logo no início.
Lusitânea | Homepage | 12.13.08 - 11:13 am | #

Anónimo disse...

Reinaldo, a síntese do seu pensamento é o perfil da década de 60: "a liberdade só naufragou por falta de quem a defendesse, à direita e à esquerda."