O intelectual, na nossa tradição, é, por definição, crítico do poder. Que, na prática, seja eminentemente selectivo na sua crítica, não interessa aqui. É crítico em relação ao poder: e, portanto, tem que ser crítico da “hiper potência”, os EUA. Vale a pena sublinhar que essa associação entre o “intelectual” e o “crítico do poder” (e, por arrastamento dos EUA) não é acidental: é essencial. O que aconteceria – continuemos a pensar – se o intelectual falhasse nesse momento decisivo: isto é, se não exibisse a sua indignação face à “hiper-potência”? Não há dúvidas possíveis: perderia o seu “estatuto”. Ora nada de pior lhe poderia acontecer que isso, já que o intelectual partilha, com o jet set a característica fundamental de ser o seu estatuto, ou, em linguagem mais simples, de ser conhecido por ser conhecido. Quantos intelectuais resistiriam a essa perda de “estatuto”? Vários, sem dúvida: aqueles que têm uma obra, reconhecida com base em critérios mais ou menos seguros, nos seus respectivos domínios. Quantos não resistiriam? Muitos, muitos mesmo, imensos, a maioria. A coisa está assim explicada. Os “belicistas” põem em causa o estatuto do intelectual. E não se brinca com a sobrevivência..
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
O Intelectual
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1 comentário:
O Raymond Boudon fala de "espírito crítico" e "espírito da crítica".
É deste último que se imbui a maior parte dos tais pretensos "intelectuais".
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