Carmo da Rosa:
Se Portugal é um país islâmico... Bem, já foi e, de tempos a tempos, ainda tem dias.
Que as criancinhas sirvam de inocente entretenimento a figuras mais ou menos públicas... Olhe, de vez em quando a tradição ainda vai sendo o que era...
Mas devo dizer-lhe que, com este post, só quis chamar a atenção para mais um lado das ambiguidades e equívocos em que a produção de legislação tem sido fértil em Portugal nestes aspectos e que não vão ajudar nada à resolução de futuras situações,bem pelo contrário (a meu ver, é claro). É que, repare, a aplicação da lei não só não é independente da sua interpretação, como esta, por sua vez, se encontra condicionada pelo costume e pela cultura em que foi produzida e se pretende aplicá-la.
Dou-lhe um exemplo: o nosso país tem, sem dúvida, uma das mais avançadas legislações referentes aos cidadãos com deficiências a todo o nível. Na prática, temos uma interpretação dessas disposições que coloca esses cidadãos em situações impensáveis em qualquer país europeu. E isso quase nunca com resultante da situação económica e financeira do país, mas apenas do mais puro desinteresse em resolver as situações ou, o que é ainda pior, pelo conceito daquilo em que consiste ser-se deficiente.
Lembro-me de, tempos atrás, uma amiga minha, deficiente física que vive num lar, ter precisado da colaboração do arquitecto (inglês) que o tinha desenhado e que, por mero acaso, encontrou num encontro internacional promovido pela UE, para fazer perceber aos restantes participantes aquilo de que estava a falar. É que a nenhum deles passava pela cabeça que a situação que ela descrevia pudesse existir.
Aqui há poucos anos, durante um curto período de férias que fiz nos Açores, em S. Miguel, o taxista que me levou a dar uma volta pela ilha dizia-me que, por aquelas bandas, aqueles que tinham o azar de ficarem incapacitados para o resto da vida devido a acidentes de trabalho eram "despachados" pela família para os hospitais do Continente, onde procuravam mantê-los ad aeternum. "Home que não serve pró trabalho, é home que se manda pró c...amandro", poderia ser um provérbio inventado pelo Herman para a mentalidade por ali reinante. E a interpretação da lei estava-lhe subordinada.
Tal como o tem estado a lei referente à adopção de crianças, que tanto telejornal à míngua de notícias e programas matinais para donas de casa tem ajudado recentemente.
Não sei se fui claro…
Se Portugal é um país islâmico... Bem, já foi e, de tempos a tempos, ainda tem dias.
Que as criancinhas sirvam de inocente entretenimento a figuras mais ou menos públicas... Olhe, de vez em quando a tradição ainda vai sendo o que era...
Mas devo dizer-lhe que, com este post, só quis chamar a atenção para mais um lado das ambiguidades e equívocos em que a produção de legislação tem sido fértil em Portugal nestes aspectos e que não vão ajudar nada à resolução de futuras situações,bem pelo contrário (a meu ver, é claro). É que, repare, a aplicação da lei não só não é independente da sua interpretação, como esta, por sua vez, se encontra condicionada pelo costume e pela cultura em que foi produzida e se pretende aplicá-la.
Dou-lhe um exemplo: o nosso país tem, sem dúvida, uma das mais avançadas legislações referentes aos cidadãos com deficiências a todo o nível. Na prática, temos uma interpretação dessas disposições que coloca esses cidadãos em situações impensáveis em qualquer país europeu. E isso quase nunca com resultante da situação económica e financeira do país, mas apenas do mais puro desinteresse em resolver as situações ou, o que é ainda pior, pelo conceito daquilo em que consiste ser-se deficiente.
Lembro-me de, tempos atrás, uma amiga minha, deficiente física que vive num lar, ter precisado da colaboração do arquitecto (inglês) que o tinha desenhado e que, por mero acaso, encontrou num encontro internacional promovido pela UE, para fazer perceber aos restantes participantes aquilo de que estava a falar. É que a nenhum deles passava pela cabeça que a situação que ela descrevia pudesse existir.
Aqui há poucos anos, durante um curto período de férias que fiz nos Açores, em S. Miguel, o taxista que me levou a dar uma volta pela ilha dizia-me que, por aquelas bandas, aqueles que tinham o azar de ficarem incapacitados para o resto da vida devido a acidentes de trabalho eram "despachados" pela família para os hospitais do Continente, onde procuravam mantê-los ad aeternum. "Home que não serve pró trabalho, é home que se manda pró c...amandro", poderia ser um provérbio inventado pelo Herman para a mentalidade por ali reinante. E a interpretação da lei estava-lhe subordinada.
Tal como o tem estado a lei referente à adopção de crianças, que tanto telejornal à míngua de notícias e programas matinais para donas de casa tem ajudado recentemente.
Não sei se fui claro…
De resto, devo dizer-lhe que o post até me foi sugerido indirectamente (conversa numa mesa ao lado) por uma reflexão de alguém directamente interessado no assunto: uma moça que está a cursar Direito na Universidade de Lisboa. Não sei porque lhe terá ocorrido o assunto, mas lá que não tinha um ar muito descansado...
Abraço.
2 comentários:
Carmo da Rosa:
Essa do "Marrocos com electricidade" deixou-me de cara à banda, com a inveja.
É claro que me armei em Grande Educador dos Imigrantes Portugueses no País da Tulipas, mas também quem tem a desfaçatez de ignorar quem é o academicamente citadíssimo e premiadíssimo, nacional e internacionalmente, da Europa aos USA (segundo o que foi posto a circular na net), Francisco Louçã, mais esse portentoso exemplar da gema política alfacinha que é o José Sá Fernandes, não pode esperar outra coisa senão um piqueno esclarecimento. Assumi com lealdade as funções que me foram confiadas quando entrei no Fiel Inimigo.
Do provérbio, o Herman está inocente, foi a minha veia chaparra que o criou no calor da resposta e que automaticamente o censurou, que não fosse dar mau nome a gente séria e bem comportada como nós.
Então até já.
CdR:
"quando me falam em ‘Chico’"
Atão e o Chico Fininho?
... ' com a merda n'algibeira
o Chico Fininho, filho da cantadeira'
... muita fruta.
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