“Em 1995, a família Kaadan (os pais e os seus dois filhos) tinha expressado o desejo de comprar uma parcela de terreno numa aldeia recentemente edificada no centro do país, para aí construir uma casa e instalar-se. Como o próprio Tribunal indica na apresentação dos factos, a família Kaadan procurava assim, com toda a legitimidade, melhorar as suas condições de vida. No entanto, desde as suas primeiras diligências (junto da Administração local, bem como da Agência Judaica), foi-lhes dada uma resposta negativa: os árabes não estavam autorizados a apresentar a sua candidatura. A aldeia em vias de criação estava reservada somente para judeus. Apoiado pela associação Israelita dos direitos cívicos, Adel Kaadan dirigiu-se ao Supremo Tribunal (que desempenha também as funções próprias do Conselho de Estado Francês), pedindo que a decisão fosse revogada. É necessário relembrar que, neste caso, não se trata de modo algum dos territórios ocupados: a aldeia encontra-se efectivamente em Israel e Adel Kaadan é árabe de nacionalidade Israelita.”
“(…) A decisão de 8 de Março de 2000 relembra, todavia, que várias tentativas de compromisso entre Adel Kaadan e as Autoridades locais não foram bem sucedidas. Era, pois, necessário que o Tribunal tomasse uma posição. Foi o que aconteceu de uma forma muito clara (maioria de quatro para um), escrevendo (foi o presidente do Tribunal Aharon Barak que redigiu a sentença): “Declaramos que o Estado não tinha o direito de atribuir terrenos públicos à Agência Judaica para aí construir a aldeia chamada Katzir numa base discriminatória entre judeus e não judeus.””*
*MUCZNIK, Esther e RUAH, Joshua – “Israel Ontem e Hoje”
A história do senhor Adel é fruto para diversas reflexões:
1 – Israel tem um longo caminho pela frente na tentativa de igualar os direitos e deveres de todos os seus cidadãos, independentemente da religião, etnia, estatuto social e género. Continuam a persistir, tanto a nível legal como na sociedade, obstáculos difíceis de ultrapassar para os cidadãos não judeus. Estes resquícios de tempos já distantes, onde existiam políticas rígidas de colonização judaica na Palestina e de atribuição de passaportes Israelitas a cidadãos não judeus, têm que ser eliminados. Legalmente o trabalho está a ser feito por pessoas capazes e cientes de que Israel precisa, agora, de se afirmar noutros campos, mostrando ao Mundo e em especial à Europa (já mostrou vezes sem conta) o porquê de jogar do nosso lado.
2 – O Senhor Adel é, acima de tudo, um sortudo. É um sortudo porque vive num Estado de Direito Democrático, pese embora as limitações e as peculiaridades do Estado Israelita. Certamente que, se o senhor Adel se chamasse Jacob e vivesse em Beirute ou em Teerão que não teria a possibilidade de ir a tribunal, ganhar a acção e fazer História. Sim, História: casos destes são moderadamente frequentes em Israel. Mas a decisão de 2000 é mais um motivo para acreditar no sucesso do Estado Israelita.
3 – O Senhor Adel descende, muito provavelmente, de árabes que pensavam pela própria cabeça. Deve ser descendente de indivíduos que não se deixaram ir na famosa cantiga dos “Sionistas criminosos”, cantada por todo o Mundo Árabe mal foi declarada a independência do moderno Estado de Israel, em 1948. Na pior das hipóteses o Senhor Adel tem antepassados resistentes, que não caíram na tentação de abandonar Israel (não nos iludamos senhores: Ben Gurion nunca desmentiu a necessidade de fomentar a fuga de alguns dos árabes, posteriormente designados Palestinianos. Porém, muito longe de obrigar alguém a fugir e de matar alguém).
4 – Israel é um estado que está disponível para engolir sapos, dar passos atrás e reconhecer que errou. Fê-lo no caso do Senhor Adel, fê-lo nos Acordos de Oslo, fá-lo diariamente. Por Israel o problema já estaria resolvido em 1948, com as fronteiras definidas pela ONU no mesmo ano: mas os árabes da altura, achando-se apoiados por Allah, decidiram que os judeus deviam ser atirados ao mar. A Guerra desencadeou-se, Israel venceu e os árabes já aceitavam as fronteiras. Agora? Agora nós ditamos as regras do jogo.
5 – Israel nasceu como um Estado feito para os Judeus, por força das milenares perseguições de que este povo foi alvo ao longo da História. Em meados da década de 30, não faltavam pessoas na Europa a escreverem nas paredes a seguinte frase: “Os Judeus para a Palestina!”. Hoje em dia estão cerca de 6 milhões de Judeus no Estado de Israel e a Europa continua, diariamente, com ataques aos judeus, ao seu povo e ao Estado que edificaram. Muitos dos atacantes são apenas pró-Palestinianos, anti-Sionistas, anti-imperialismo ou anti-EUA.
É comum observar as elites da esquerda Europeia a criticar Israel, a defender os Palestinianos, a travar amizades proveitosas com o xeque Nasrallah, a converterem-se ao Islão e a beijarem o rabo ao Ayatollah.
Quererá a esquerda a aplicação da Sharia? Quererá a esquerda ver o Islão a dominar o Mundo?
Não. A esquerda envereda, neste aspecto, pelo realismo. Como diria Maquiavel: os fins justificam os meios..
Tudo vale para deitar o "sistema" ao chão.
1 – Israel tem um longo caminho pela frente na tentativa de igualar os direitos e deveres de todos os seus cidadãos, independentemente da religião, etnia, estatuto social e género. Continuam a persistir, tanto a nível legal como na sociedade, obstáculos difíceis de ultrapassar para os cidadãos não judeus. Estes resquícios de tempos já distantes, onde existiam políticas rígidas de colonização judaica na Palestina e de atribuição de passaportes Israelitas a cidadãos não judeus, têm que ser eliminados. Legalmente o trabalho está a ser feito por pessoas capazes e cientes de que Israel precisa, agora, de se afirmar noutros campos, mostrando ao Mundo e em especial à Europa (já mostrou vezes sem conta) o porquê de jogar do nosso lado.
2 – O Senhor Adel é, acima de tudo, um sortudo. É um sortudo porque vive num Estado de Direito Democrático, pese embora as limitações e as peculiaridades do Estado Israelita. Certamente que, se o senhor Adel se chamasse Jacob e vivesse em Beirute ou em Teerão que não teria a possibilidade de ir a tribunal, ganhar a acção e fazer História. Sim, História: casos destes são moderadamente frequentes em Israel. Mas a decisão de 2000 é mais um motivo para acreditar no sucesso do Estado Israelita.
3 – O Senhor Adel descende, muito provavelmente, de árabes que pensavam pela própria cabeça. Deve ser descendente de indivíduos que não se deixaram ir na famosa cantiga dos “Sionistas criminosos”, cantada por todo o Mundo Árabe mal foi declarada a independência do moderno Estado de Israel, em 1948. Na pior das hipóteses o Senhor Adel tem antepassados resistentes, que não caíram na tentação de abandonar Israel (não nos iludamos senhores: Ben Gurion nunca desmentiu a necessidade de fomentar a fuga de alguns dos árabes, posteriormente designados Palestinianos. Porém, muito longe de obrigar alguém a fugir e de matar alguém).
4 – Israel é um estado que está disponível para engolir sapos, dar passos atrás e reconhecer que errou. Fê-lo no caso do Senhor Adel, fê-lo nos Acordos de Oslo, fá-lo diariamente. Por Israel o problema já estaria resolvido em 1948, com as fronteiras definidas pela ONU no mesmo ano: mas os árabes da altura, achando-se apoiados por Allah, decidiram que os judeus deviam ser atirados ao mar. A Guerra desencadeou-se, Israel venceu e os árabes já aceitavam as fronteiras. Agora? Agora nós ditamos as regras do jogo.
5 – Israel nasceu como um Estado feito para os Judeus, por força das milenares perseguições de que este povo foi alvo ao longo da História. Em meados da década de 30, não faltavam pessoas na Europa a escreverem nas paredes a seguinte frase: “Os Judeus para a Palestina!”. Hoje em dia estão cerca de 6 milhões de Judeus no Estado de Israel e a Europa continua, diariamente, com ataques aos judeus, ao seu povo e ao Estado que edificaram. Muitos dos atacantes são apenas pró-Palestinianos, anti-Sionistas, anti-imperialismo ou anti-EUA.
É comum observar as elites da esquerda Europeia a criticar Israel, a defender os Palestinianos, a travar amizades proveitosas com o xeque Nasrallah, a converterem-se ao Islão e a beijarem o rabo ao Ayatollah.
Quererá a esquerda a aplicação da Sharia? Quererá a esquerda ver o Islão a dominar o Mundo?
Não. A esquerda envereda, neste aspecto, pelo realismo. Como diria Maquiavel: os fins justificam os meios..
Tudo vale para deitar o "sistema" ao chão.
5 comentários:
" Quererá a esquerda ver o Islão a dominar o Mundo?"
O Islão é a única força capaz de persuadir muita gente a voluntariar-se para ataques suicidas contra os EUA, pelo que apenas uma coligação de marxistas e islamistas pode destruir os EUA
Chacal (Ilich Ramirez Sanchez)
Caro lidador,
tenho um livro aqui em casa que comprei há coisa de duas semanas intitulado "ligações entre o nazismo e o nacionalismo Islãmico".
O profácio foca precisamente a aliança que retrata: marxistas-islamistas-fascistas.
Quem diria an!
*posfácio
De resto, caro RB, os aiatolas iranianos chegaram ao poder com o apoio e a ajuda dos comunistas iranianos.
Estes últimos deram-se mal a seguir, porque no fim só pode haver um e está-se mesmo a ver quem é.
Mas os tontos são tontos e por isso não percebem que só podem ser tontos vivos exactamente no tipo de sociedade que odeiam e que querem destruir.
Caro RB, excelente.
E fica a questão que sempre me intrigou: porque carga de água ainda haja gente à esquerda a apoiar os islamitas?
Porra, a irracionalidade consegue atingir abismos insondáveis.
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