Ouvir o Prof. Henrique Medina Carreira foi para mim um alívio, vai directo às questões, explica assuntos complexos com simplicidade e não tem papas na língua. Por um lado fico triste pelo estado da nação, por outro lado fico contente que ainda haja portugueses desta cepa…
ECONOMIA
Segundo Medina Carreira as receitas do turismo não dão para pagar OS JUROS da dívida ao exterior. E a dívida nos últimos dez anos cresce ao ritmo de 48 milhões de Euros por dia, ou seja, 2 milhões por hora!
EDUCAÇÃO
Sem querer desfazer nos meus colegas e outros comentaristas do FIEL, mas é verdade que só depois de ter visto (ir ao site da SIC online e preencher 'entrevista com Medina Carreira') esta entrevista é que percebi finalmente a essência do problema do ensino em Portugal:
O problema da educação é que nós temos escolas onde não se aprende, as crianças saem quase na mesma como entraram. Há dias a Doutora Isabel Fevereiro definiu na RTP o que era um professor: ‘Um professor é uma pessoa que está à frente de um aluno que não sabe ler nem escrever, que tem ao lado dele um que sabe escrever o nome dele e pouco mais, e atrás um que sabe ler e escrever’. Isto é a representação que há nas escolas em nome da ESCOLA INCLUSIVA.
Como os alunos não têm que fazer exames, não têm que estudar. Estar a exigir professores de grande cotação É UMA TOLICE. Porque se todos os professores de Portugal fossem catedráticos ensinavam rigorosamente a mesma coisa aos alunos. Se calhar menos, porque não estavam para ATURAR AQUELA TROPA.
Portanto isto está tudo deslocado. Eu já disse pessoalmente à Ministra: a Senhora tem uma agenda errada! Sem impor disciplina, quer grandes professores para quê?
Os exames não deviam ser feitos no ministério, porque estes falsificam os números, mas no exterior, por entidades independentes como a Associação Portuguesa de Matemática do Nuno Crato por exemplo.
O Estado tem por obrigação dar ensino a quem quer estudar e trabalhar. Mas todo o ensino está canalizado PARA A DOUTORICE. Por isso há desempregados aos pontapés. Na Grécia uma das razões dos desacatos é a quantidade de licenciados que não têm nada que fazer. E em Portugal vai acabar por acontecer a mesma coisa.
4 comentários:
Carmo da Rosa:
Licenciados e não licenciados.
Mas quando se trata também de miúdos, como aquele que morreu, que nem a escolaridade obrigatória teria, vemos que o problema tem outras componentes, incluindo as noções de cidadania e de legitimidade democrática, de disciplina, etc..
E o que o professor Medina Carreira diz no tocante ao absurdo da exigência de uma cada vez maior formação académica para ensinar cada vez menos, já outros, mais ou menos mediáticos fizeram notar anteriormente. O que eu penso é que estamos apenas perante uma tirada demagógica dos nossos "governantes", destinada a dar uma imagem de rigor e preocupação com o futuro do país e mais nada. Com ela ajudando a esconder assim o que é realmente visado e,deste modo, podendo reforçar mais impune e eficazmente o que pretendem: diminuir a despesa pública com a educação.
”…quando se trata também de miúdos, como aquele que morreu,”
Caro José Gonçalo,
Não conheço nenhum miúdo que tivesse morrido! E morreu de quê?
”estamos apenas perante uma tirada demagógica dos nossos "governantes", destinada a dar uma imagem de rigor e preocupação com o futuro do país e mais nada.”
Há boas razões para estar preocupado com o país! E bem haja a gente - estou-me absolutamente nas tintas se são de esquerda ou de direita, ou se sabem comer de faca e garfo - que está preocupada com o país e que faz análises que me parecem correctas, corajosas e……… o mais importante, que eu percebo.
”diminuir a despesa pública com a educação.”
Creio que Portugal é dos países que relativamente mais gasta com a educação, mas pelos vistos os resultados são medíocres! Algo não bate certo…
Corecção:
E bem haja a gente que está preocupada com o país e que faz análises que me parecem correctas, corajosas e……… o mais importante, que eu perceba.
Olá Carmo da Rosa.
Uma boa passagem de ano.
Também gosto de ouvir o professor Medina Carreira.
Um abraço
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