Sobre as inundações no Vale do Itajaí, no estado de Santa Catarina/Brasil:
"...Relatos históricos registram 9 metros de elevação do rio Itajaí-Açu na enchente de 1862, tornando terras agrícolas e cidades alagadas um cenário comum até os dias de hoje. Isto levou a população local, principalmente de Blumenau, a criar uma cultura de coexistência com as enchentes de pequena magnitude e também a conviver com o uso político das mesmas.
"Promessas de que se vai acabar com as cheias, são parte de velhos chavões políticos como prometer mais investimentos na educação, na segurança e na saúde. Também medidas governamentais de atendimento as populações atingidas e as inúmeras soluções de engenharia para o problema são discutidas desde a enchente de 1880 - a maior que se tinha registro até então, chegando o nível a 17 metros e 10 centímetros!..."
Para aplacar qualquer sentimento de compaixão com a pobre gente dessa região - além de diversão garantida pelo cenário pitoresco da política brasileira, sugiro ler o texto oferecido por Joelmir Beting, em
Sugeri a leitura do texto acima para constatar a má aplicação dos aprendizados da História, por exemplo, o uso das cheias do rio Nilo para a prosperidade do povo egípicio, ou o uso da madeira das florestas espanholas para construção de navios.
Hoje, que prosperidade pode-se gerar usando essas áreas de cheias para morar? Ou derrubando florestas para fazer carvão?! Ou para promover políticos e/ou ganhar óscares promovendo manchetes de que, por exemplo, a calamidade de Santa Catarina deve-se ao "aquecimento global"?
Minha única certeza é a confusão mental generalizada, além da perpetuação da ignorância.
No mais, a lucidez bem-humorada de George Carlin, divulgada aqui é um alento.
Sim, é verdade que o sector pascácio politicamente correcto contamina o discurso de salvemos a natureza com ideias que lhes são típicas. E manipuladoras. Mas não é menos verdade que as pessoas de bem e de raciocínio lúcido podem evitar certas práticas imbecis. Ou prejudiciais. Era o que faziam as civilizações tradicionais, as mais evoluídas verdadeiramente, como o constatou o grande J.B.Priestley (que deveria ser de novo lido por cá, como o é de novo entre os britânicos desempoeirados, não liberalóides). Querem um exemplo de atitude inteligente e que não depende dum naturalismo primarizante? Vou dar dois, pequeninos mas muito efectivos: os antibióticos (para contrariar epidemias ou mesmo uma nefrite...) e os...guarda-chuvas (para um gajo não ficar molhado até aos ossos...). Infira-se a sequencia. Há coisas que nós, como habitantes pensantes do planeta (nós não somos árvores ou lagos ou montanhas, como o Carlin deixa supor no seu discurso engraçado mas dependente do seu "terrorismo gascão"- falo simbolicamente), somos fautores de ajustamento ou desajustamento. A Terra é natural, como o simpático careca de rabo de cavalo deixa entender, mas nós somos filhos da Terra - dispondo de cérebro e logo de razão (ou desrazão). Possuímos a capacidade de não ser sacudidos como se de parasitas se tratasse - como o enterteiner expressa. E o resto é conversa.
A generalidade das calamidades naturais que atingem a espécie humana são da responsabilidade da dita.
O problema é que é mais fácil culpar as multinacionais, as corporações do petróleo, etc, que culpar o autarca estúpido que permite e/ou dinamiza a fixação de pessoas em locais perigosos.
Aliás, o autarca corrupto (sentido lato) é o primeiro a culpar o aquecimento global para desviar atenções.
Já agora, repare que as cúpulas bem pensantes já não copulam com o aquecimento global. Agora são "alterações climáticas". Dá para tudo.
Nausícaa, filha do rei Alcínoo dos feácios, é personagem na "Odisséia" de Homero. Escolhi esse nome para ocupar a atenção de blogueiros que tanto gosto de ler, e, às vezes, ver e ouvir nos recortes do YouTube.
Aprendo muito, e sou grata a vós por isso.
Quanto às catástrofes "naturais" ocorridos nesses últimos dias, já muitas regiões de meu país, a última, largamente noticiada, no estado de Minas Gerais, deve-se à abertura de comportas de represas desaguando e afundando - com mais água - cidades inteiras! Erro, portanto, de planejamento ambiental e de engenharia, ambas de responsabilidade do poder público. Corrupto? Provavelmente. Incompetente? Com certeza.
12 comentários:
Sobre as inundações no Vale do Itajaí, no estado de Santa Catarina/Brasil:
"...Relatos históricos registram 9 metros de elevação do rio Itajaí-Açu na enchente de 1862, tornando terras agrícolas e cidades alagadas um cenário comum até os dias de hoje. Isto levou a população local, principalmente de Blumenau, a criar uma cultura de coexistência com as enchentes de pequena magnitude e também a conviver com o uso político das mesmas.
"Promessas de que se vai acabar com as cheias, são parte de velhos chavões políticos como prometer mais investimentos na educação, na segurança e na saúde. Também medidas governamentais de atendimento as populações atingidas e as inúmeras soluções de engenharia para o problema são discutidas desde a enchente de 1880 - a maior que se tinha registro até então, chegando o nível a 17 metros e 10 centímetros!..."
Para aplacar qualquer sentimento de compaixão com a pobre gente dessa região - além de diversão garantida pelo cenário pitoresco da política brasileira, sugiro ler o texto oferecido por Joelmir Beting, em
http://www.joelmirbeting.com.br/noticias.aspx?IDgNews=11&IdNews=31326
Caro Leitor,
Pois é. O bicho homem é apenas uma das variáveis na dinâmica da natureza.
Tendo cérebro, era suposto que não se pusesse a jeito, ficando no caminho da fúria dela.
As cheias, dificilmente se controlam, quanto muito atenuam-se. Mais tarde ou mais cedo, voltarão.
Quanto mais se anunciar que se controlam, mais as pessoas, acreditando em garantismos levianos, se colocam onde não devem.
.
Caro RoD
Penso que acabei de assistir à mais monumental lufada de anti estupuidez de sempre.
Reconhecendo desde já a minha ignorância sobre o tema, quem é este tipo?
Caro RoD,
Sugeri a leitura do texto acima para constatar a má aplicação dos aprendizados da História, por exemplo, o uso das cheias do rio Nilo para a prosperidade do povo egípicio, ou o uso da madeira das florestas espanholas para construção de navios.
Hoje, que prosperidade pode-se gerar usando essas áreas de cheias para morar? Ou derrubando florestas para fazer carvão?! Ou para promover políticos e/ou ganhar óscares promovendo manchetes de que, por exemplo, a calamidade de Santa Catarina deve-se ao "aquecimento global"?
Minha única certeza é a confusão mental generalizada, além da perpetuação da ignorância.
No mais, a lucidez bem-humorada de George Carlin, divulgada aqui é um alento.
Sim, é verdade que o sector pascácio politicamente correcto contamina o discurso de salvemos a natureza com ideias que lhes são típicas. E manipuladoras.
Mas não é menos verdade que as pessoas de bem e de raciocínio lúcido podem evitar certas práticas imbecis. Ou prejudiciais.
Era o que faziam as civilizações tradicionais, as mais evoluídas verdadeiramente, como o constatou o grande J.B.Priestley (que deveria ser de novo lido por cá, como o é de novo entre os britânicos desempoeirados, não liberalóides).
Querem um exemplo de atitude inteligente e que não depende dum naturalismo primarizante? Vou dar dois, pequeninos mas muito efectivos: os antibióticos (para contrariar epidemias ou mesmo uma nefrite...) e os...guarda-chuvas (para um gajo não ficar molhado até aos ossos...). Infira-se a sequencia.
Há coisas que nós, como habitantes pensantes do planeta (nós não somos árvores ou lagos ou montanhas, como o Carlin deixa supor no seu discurso engraçado mas dependente do seu "terrorismo gascão"- falo simbolicamente), somos fautores de ajustamento ou desajustamento.
A Terra é natural, como o simpático careca de rabo de cavalo deixa entender, mas nós somos filhos da Terra - dispondo de cérebro e logo de razão (ou desrazão).
Possuímos a capacidade de não ser sacudidos como se de parasitas se tratasse - como o enterteiner expressa.
E o resto é conversa.
ARREBIMBA
Muito bom este Carlin, e só para chatear a ML, tem mais profundidade a brincar que muitos intelectuais portugueses a sério.
Range, para a próxima não se esqueça de colocar o nome de homem a título de homenagem.
George Carlin - Save the planet
http://www.youtube.com/watch?v=X_Di4Hh7rK0
Mais logo responderei aos leitores.
.
e só para chatear a ML
Ora essa, sr. carmo, não se canse muito, sou muito selectiva nas minhas chatices. Nem tudo me serve.
Gosto muito do humor, por vezes é mesmo mais eloquente do que a Sala do Capelos, mas se me der licença agora vou ouvir este senhor. Steve Chu, sei lá.
Caro leitor de S. Paulo.
Desculpe, mas não consegui perceber se Nausácaa é seu nome ou um nome de local.
"Ou derrubando florestas para fazer carvão?"
Sugiro que leia estes dois artigos:
http://range-o-dente.blogspot.com/2007/08/arvorezinhas-as-coitadinhas.html
http://range-o-dente.blogspot.com/2007/09/co2-pum-pum-pum-co2-pum-pum-pum.html
A generalidade das calamidades naturais que atingem a espécie humana são da responsabilidade da dita.
O problema é que é mais fácil culpar as multinacionais, as corporações do petróleo, etc, que culpar o autarca estúpido que permite e/ou dinamiza a fixação de pessoas em locais perigosos.
Aliás, o autarca corrupto (sentido lato) é o primeiro a culpar o aquecimento global para desviar atenções.
Já agora, repare que as cúpulas bem pensantes já não copulam com o aquecimento global. Agora são "alterações climáticas". Dá para tudo.
.
E não é que me esqueci de colocar aqui o link do estúpido do Chu?
Cá vai.
http://www.guardian.co.uk/world/2008/dec/16/obama-oil-bush-environment-climate
Caro RoD,
Nausícaa, filha do rei Alcínoo dos feácios, é personagem na "Odisséia" de Homero. Escolhi esse nome para ocupar a atenção de blogueiros que tanto gosto de ler, e, às vezes, ver e ouvir nos recortes do YouTube.
Aprendo muito, e sou grata a vós por isso.
Quanto às catástrofes "naturais" ocorridos nesses últimos dias, já muitas regiões de meu país, a última, largamente noticiada, no estado de Minas Gerais, deve-se à abertura de comportas de represas desaguando e afundando - com mais água - cidades inteiras! Erro, portanto, de planejamento ambiental e de engenharia, ambas de responsabilidade do poder público. Corrupto? Provavelmente. Incompetente? Com certeza.
http://uk.youtube.com/watch?v=ztYJXnT_spM
Vejam este vídeo e... tomem, embrulhem, e levem para casa!
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