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quinta-feira, 17 de junho de 2010

perder tempo com o Sartre e outros frescos..


Na caixa de comentários do excelente poste que transcreve uma parte da entrevista de Rentes de Carvalho, o CdR, a determinada altura, com o fino humor que o caracteriza, atira para o ar a frase "[...] em vez de perder tempo com o Sartre e outros frescos..."~

Como quase (aquela mania de se dizer de "esquerda", faz-me cócegas) sempre, o CdR tem razão.
Aqui o "je", também leu o Sartre nas verduras, mas considera não ter perdido tempo. Sartre escrevia bem.
E eu, à pala de "As palavras", ainda ganhei um prémio literário lá no liceu, escrevinhando umas tretas sobre a careca de um professor, mimetizando o estilo.
O problema de Sartre não era a forma, mas o conteúdo.
Sartre é o perfeito exemplo da absoluta cegueira ideológica servida por instrumentos afiados. Era como um miúdo na posse de um míssil.
E eu, na mesma medida em que admirava o míssil (a sua mestria na escrita) abominava o seu detentor que dizia e escrevia enormidades como estas:

-Todo o anticomunista é um cão.
-porque razão ela [a existência de gulags] nos embaraçaria?
-A América tem raiva. Cortemos todos os laços que nos ligam a ela.
-Na União Soviética encontrei homens de um tipo novo.
-Seja qual for o caminho que a França deve seguir, não pode ser contrário ao da URSS.
-A liberdade de crítica é total na URSS.
-A exposição detalhada de todos os crimes de uma personagem sagrada [Estaline]...é uma loucura...
-É preciso compreendê-lo [Fidel Castro], não é que ele possua Cuba como os grandes latifundiários de Batista [...], ele é toda a ilha.
-Abater um europeu é matar 2 coelhos numa cajadada, eliminar ao mesmo tempo o opressor e o oprimido; ficam um homem morto e um homem livre.
-O comunismo tem de ser julgado pelas suas intenções, não pelas suas acções.

Em síntese, uma besta!

2 comentários:

Anónimo disse...

bem isso de bestas é relativo, o senhor também é uma besta e depois.

Anónimo disse...

Grande Sartre.
Por isso é um génio. E por outras coisas também. Uma personagem incontornável do mundo civilizado do século XX. Por isso escrevia e as suas polémicas eram discutidas e apreciadas um pouco por todo o mundo democrático. Agora, se você não gosta… bom… a surpresa era mais o contrário.
Mas se calhar vai-se a ver e Lidador nem sequer compreende bem o que ele escrevia. É comum. Mas esteja descansado, é mais complicado quando as coisas não gostam de nós do que quando nós não gostamos das coisas.