It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
terça-feira, 29 de abril de 2008
Direita vs Esquerda nas escolas
Este foi um dos dados utilizados pelo Presidente da República Portuguesa durante o seu discurso de 25 de Abril, no passado dia 25 de Abril, no Parlamento Português.
Ao contrário do que advogo, parece que existem mais jovens de direita do que de esquerda. Isto segundo este estudo da Universidade Católica.
A posição 5 é a posição central. Do 5 para trás são de esquerda e do 5 para a frente são de direita.
Os resultados são, a meu ver, bastante diferentes da realidade.
Vá-se lá saber porquê...
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Irão: o bombista suicida!
Mas o consenso quebra-se quanto à atitude a tomar. São poucos os países determinados a impedir que isso aconteça. A maioria, que diz não aceitar o desfecho, preconiza apenas medidas diplomáticas, o que equivale a dizer que, caso estas falhem, está disposta a aceitar um Irão nuclear.
No fundo estes países encaram um Irão nuclear como não sendo essencialmente diferente de outros que já as possuem, ou seja, um problema a que terão de se acomodar e com o qual será possível estabelecer um razoável modus vivendi.
Esta perspectiva “realista”, assente apenas na mecânica da carambola, não leva todavia em conta a natureza do regime iraniano.
O Irão é um bombista suicida à escala estatal, um regime que glorifica e promove o “martírio”, que tem mesmo unidades de “suicidas”. O comportamento do Irão, a ideologia que sustenta o regime e as declarações de alguns dos seus mais proeminentes líderes demonstram que o Irão não é facilmente acomodável às clássicas teorias da dissuasão.
A dissuasão, no seu melhor, poderá impedir uma nação de lançar sobre outra um míssil com uma cabeça nuclear, mas não o seu uso por um subcontratado não identificado e não conotado com o mandante. Ora o Irão é especialista nisto. Dinheiro e armas iranianas são entregues às toneladas a grupos no Afeganistão, no Iraque, no Líbano, na Palestina, na Europa, na América do Sul, etc; explosivos e mísseis iranianos são lançados todos os dias sobre Israel, por grupos pagos e sustentados pelo Irão.
A dissuasão não poderá também impedir o Irão de usar a sua nova imunidade nuclear para subverter os países vizinhos, ameaçá-los, levá-los a vergar às suas imposições, criar crises para fazer aumentar o preço do petróleo, etc.
E não poderá também impedir uma escalada nuclear generalizada por parte dos países da região (Turquia, Arábia Saudita, Egipto, etc.) alguns dos quais, sublinhe-se, já fizeram saber junto da AIEA, que pretendem também dar inicio a programas nucleares “pacíficos”.
A analogia histórica relevante não é pois o status quo da Guerra Fria, mas sim o período que precedeu a II Guerra Mundial, durante o qual o regime nacional – socialista foi consolidando o seu poder e desestabilizando os países vizinhos, perante a relutância das democracias em afrontá-lo.
Tal como o nazismo, o islamismo é uma ideologia totalitária que procura poder e que tenderá a criar e a ocupar todos os vazios que forem possíveis, se se defrontar com a inacção colectiva e a vontade de apaziguamento.
Basta imaginar o que seria o regime nazi dotado de armas nucleares, para ter uma ideia do que aí vem, não esquecendo que o Irão tem hoje mais população do que aquela que Alemanha nazi tinhanas vésperas de lançar mãos ao projecto do Reich dos Mil Anos.
sábado, 26 de abril de 2008
Marcos Perestrello em todo o seu esplendor
Estar de acordo com Ana Drago, genericamente que seja, enquadra bem todo o chorrilho de asneiras que Marcos Perestrelo (MP) debita em catadupa.
GIGO é abreviatura de Garbage In Garbage Out e, em informática, denomina o facto de computadores processarem sem reserva dados disparatados produzindo, no processo, resultados evidentemente disparatados.
MP começa por chamar a atenção para o facto haver uma linha muito ténue entre alarmismo e vontade sincera de resolver problemas. Evidentemente que MP expõe a coisa ao contrário querendo que acreditemos que não sabe que a estrada tem dois sentidos.
De seguida introduz o computador onde o lixo é processado: o Observatório para a Segurança nas Escolas.
Diz o insigne deputado que a dita instituição regista centralizadamente todas as ocorrências escolares, querendo que acreditemos que não sabe que o observatório toma apenas conhecimento do que além de registado é comunicado. Se o registo inicial não ocorrer nada chegará ao computador. Mesmo que seja registado, se não for comunicado não existirá. Enfim, o deputado acredita que a terra é uma ervilha.
Mal tendo acabado de se espalhar ao comprido invocando o dito observatório como base de todo um glorioso chorrilho de asneiras, clarifica: “naturalmente os que são participados”.
Não tendo dificuldade em propor uma base de trabalho que sabe à partida estar a milhas da realidade, declara que não é relevante que 185 professores tenham sido agredidos o ano passado. Mais, declara que o que é relevante é “nós termos um instrumento e a capacidade de perceber...”
Logo depois é-nos explicado que com base na dita “informação” se desenvolvem “programas específicos”... Digamos que cada bosta está relacionada ao respectivo animal e à sua alimentação.
15 milhões de euros já foram torrados em “problemas específicos” relativos à violência. Aposto que a coisa não ficará por aqui.
MP tranquiliza-nos com um número excretado pelo famoso computador: “apenas” 6% das escolas são “problemáticas”. Não explica o que é para ele problemático mas, nada tendo sido para ele, até agora, problemático (à excepção das declarações do PGR), calcula-se que a libertação de gás sarin numa escola seria ‘capaz de conter elementos susceptíveis de vir, no futuro, a criar franjas de preocupação’.
E lá volta o registo e lá vem a informação segundo a qual, acerca deste assunto, ninguém naquela mesa ninguém perceberá um boi.
Dá-se então o momento longamente esperado quando o deputado declara “não estou a minimizar o problema”.
O deputado chama a atenção para um pormenor perplexizante: “este incidente é um entre outros” (a história da escola Carolina Michaelis). ...alma daninha a que se atrever a pensar que qualquer um dos referidos incidentes é mais que um entre os restantes. Shame on you.
Chegou o momento em que o deputado declara que há um problema mas que ainda não foi reconhecido (ele diz que há que reconhecer, portanto...). Depois refere que é preciso agir sobre o tal problema ainda não reconhecido. Pois.
O assunto está bordejado de retórica diz Perestrelo. Ficamos a saber que nos últimos anos, os únicos governos que agiram sobre que ainda não foi reconhecido e sobre o qual é ainda preciso agir, foi o Partido Socialista. Muito bem.
O programa Escola Segura, criado no tempo de António Guterres (há quantos anos?) teve agora um reforço de 500 homens. Estes 500 e os que já lá estão devem ter andado, todo este tempo, a tentar reconhecer o problema. Há que não pôr em causa o programa porque deu resultados excelentes.
O cartão do aluno não foi uma medida tomada na sequência da falha clamorosa de todas as anteriores medidas. Foi apenas uma medida destinada a evitar que os catraios andassem com cacau dentro da escola (o cartão tem que ser recarregado em dinheiro e o percurso até à escola...). Nem foi uma medida destinada a tentar evitar o roubo entre alunos nem para evitar o desvio de dinheiro dentro da escola por funcionário e professores ...cala-te boca!
Exposta, em toda a sua magnificência, a bondade do pensamento de Marcos Perestrelo, o deputado chaculha a cabeça como quem tenta fazer com que as ideias fluam ao centro de “lógica” e invectiva os colegas presente a verterem medidas a deverem ser tomadas sobre dois piramidais problemas: a existência de violência e a não existência de violência. Diz que já deu três exemplos mas não especificou se eram referentes à existência ou à não existência de problemas. Dão-se alvíssaras...
Ah grande homem. Bem podia ser moço forcado.
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sexta-feira, 25 de abril de 2008
Sulfores
Lembram-se da história? E lembram-se que o "jornalista" em causa ganhou um prémio de uma qualquer agência jornalística anti-sulfores europeia?
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Conservadores-liberais
Se entendermos o conservadorismo como disposição filosófica – oakeshott – e o liberalismo como cardápio – ideario pragmaticamente esquematizado – como quase todos entendem então estamos ante um dilema, não os podemos atribuir lhe estatuto igual. Enquanto o estado, o partido, a assembleia pode sofrer de hemiplegia, a natureza humana não o pode. Um liberal, hoje e amanha, terá como escopo a liberdade – seja "positiva" ou "negativa" – o conservador é puramente circunstancial. A liberdade é um fim em si mesmo. Intemporal. Não há conservador em demanda pela monarquia absoluta ou que se esbraceje entre apelos para devolver o homem à rotação dos solos, o conservador é uma criatura do seu tempo, de um presente fugaz, dotado de afectos, de hábitos, de desejos. Sabendo o seu mundo frágil, disponibiliza-se a defende-lo – ainda que sem planos substantivos. Sabe politicamente que o exercício do governo é uma actividade derradeiramente olímpica e que o chão que pisa volátil. No fundo sabe que tudo aquilo que permite uma vida civilizada está aberto às contingências do tempo, passível de perecimento. É por isso que conservadorismo e liberalismo não são insulares e nem sequer estão na mesma escala. Podemos ser liberais com preocupações conservadoras e vice-versa.
Liberdade, individualidade, propriedade
Frédéric Bastiat – “A Lei”
Os comentadores residentes do blog querem desesperadamente saber o que é o liberalismo. Como pelos vistos não confiam na wikipedia e derivados, perguntam, e muito bem, a quem sabe. E nós de bom grado vamos tentando explicar: Que é uma filosofia política com determinadas características, que não é uma ideologia, referimos os pensadores principais, e por aí adiante.
Pois bem, arranja-se outro professor.
Especialmente em The Law, Bastiat é imbatível na clareza da argumentação, verve e humor. Um favorito pessoal é a Petição dos Fabricantes de Velas, como os visitantes regulares da tabanca facilmente adivinharão.
E quem no fim da leitura achar que Bastiat era socialista é favor colocar as orelhas de burro e ir fazer companhia ao sorna dos “ésses esquisitos” no canto da sala.
Um aviso: mais tarde recolheremos os "frutos"
O anti-americanismo, fenómeno que apesar de parecer recente, já tem algumas décadas, encontra-se, surpreendentemente (ou não), na escola e no ensino em Portugal. Como referi aqui, a faixa etária dos 15-19 e dos 19-25 está relativamente inundada de discípulos de Fidel Castro, de Che Guevara, de Álvaro Cunhal, entre outros de igual craveira. São estes discípulos que olham para o socialismo do século XXI, nomeadamente para o socialismo de Chávez e para o mito Cubano, como os sistemas "do catano", face aos "imperialistas", "neo-liberais" e "capitalistas" do Ocidente (com particular destaque, como é óbvio, para os Estados Unidos da América), olhados como os sistemas do "mal".
Gosto particularmente de ouvir algumas das pérolas que muitos deles atiram para o ar: as reuniões, as conferências, as assembleias, as palestras, as aulas e os tempos livres são o palco privilegiado de actuação da esquerda anti-americana juvenil. Muitos deles nem ligam muito ao socialismo do século XXI, até porque não sabem o que este palavrão significa, pois o que eles gostam mesmo é de falar sobre George W. Bush, sobre o "fracassado" neo-liberalismo, sobre a "falida" economia Americana, sobre a luta contra o terrorismo, sobre a invasão do Iraque e sobre teorias da conspiração (TC's).
Como referi acima, apenas uma pequena parte da esquerda anti-americana sabe quem são Chavez e Fidel, o que se passa na Venezuela, em Cuba e na Coreia do Norte, quem foram Karl Marx e Friedrich Engels, quem foi Che Guevara (atenção porque o tipo é o verdadeiro ícone destas faixas etárias), o que foi a Guerra Fria e quem foram Lenine, Estaline e Mao Tsé Tung. Esta pequena porção, apesar de absolutamente falaciosa e lunática, denota algum conhecimento sobre a história e sobre o presente. Por isso, torna-se até interessante discutir algo com eles.
A outra parte não se dá ao trabalho de saber quem foram as pessoas que referi acima. Nem tão pouco sabem porque votam/votaram no Partido Comunista Português ou no Bloco de Esquerda. Não sabem os seus programas, não sabem que ideais defendem. Não sabem se são de esquerda ou de direita. Deixam-se, pura e simplesmente, ir atrás da retórica vazia dos elementos mais capacitados e "informados" da esquerda anti-americana.
Apenas "sabem" que odeiam os Estados Unidos da América e os seus aliados. "Sabem" que morreram milhões de pessoas graças à sede de petróleo e de dinheiro dos Estados Unidos da América. "Sabem" que os Palestinianos são os únicos inocentes no conflito Israelo-Palestiniano. "Sabem" que o extremismo-islâmico é uma consequência da política Norte-Americana e que, por isso, a culpa é dos Estados Unidos. "Sabem" que os Estados Unidos não respeitam os direitos humanos e o ambiente.
No fundo, eles não sabem nada.
Porém, eles sabem que esta esquerda lhes dá, de certa forma, a base para o acto de fumar substâncias ilícitas e de beber álcool que nem Alemães.
A formatação ideológica impera nas escolas. Os manuais e os professores ajudam. A imparcialidade não existe.
Um aviso: mais tarde recolheremos os "frutos".
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Redeker e a esquerda europeia
Em 19 de Setembro de 2006, Redeker publicou no «Le Figaro», um artigo que lhe virou a vida do avesso e o transformou num homem acossado, refugiado na sua própria terra, sob protecção policial, ameaçado de morte pelos terroristas islâmicos.
Redeker “abusou da liberdade de expressão” e escreveu que o Islão ameaça a civilização ocidental, não sendo o Ocidente capaz de reagir à intimidação, porque está refém intelectual do multiculturalismo e do relativismo cultural.
O artigo desencadeou uma tempestade nas ruas, na media e nos círculos académicos. Vários países muçulmanos proibiram a sua publicação, choveram os insultos de islamofobia e racismo.
Alguns intelectuais franceses (André Glucksmann, Elizabeth Badinter, Bernard Hebry Levy, etc), honra lhe seja feita, saíram a terreiro em defesa de Redeker, mas a maioria das reacções confirmou a sua tese.
O Partido Comunista insurgiu-se; os sindicatos socialistas fizeram questão de comunicar que não partilhavam as convicções de Redeker; organizações de direitos humanos conotadas à esquerda, referiram-se à suas opiniões como “irresponsáveis e pútridas”
O professor Pierre Tevanian, que faz a ponte entre a extrema-esquerda francesa e o islamismo, uma espécie de versão francesa do Dr Miguel Portas, declarou que Redeker era ”racista” e instou a sua escola a puni-lo.
Vários média convidaram Redeker a “pedir desculpa” e até o corpo editorial do “Le Monde” classificou o artigo de Redeker como “insultuoso e blasfemo”, alegação extraordinária que pressupõe a inacreditável ideia de que até os não muçulmanos têm de respeitar como sagradas as crenças dos muçulmanos, passíveis apenas de veneração, jamais de crítica ou investigação.
A reacção da esquerda repete-se por todo o continente a cada episódio semelhante e demonstra que quando tema é o Islão, a liberdade de expressão claudica, não nos limites da lei, mas na zona cinzenta de um novo/velho conceito a que os seus proponentes chamam “bom senso”, cuja definição coincide basicamente com o senso dos que o invocam, imunes ao facto de haver no planeta pelo menos 6 biliões de seres que consideram, cada um deles, que o "bom senso" é o seu senso.
Trata-se, na verdade, de racionalizar a hipocrisia. Face ao Islão, parte do mundo académico, da esquerda e da comunicação social perde a combatividade e exibe atitudes que vão do silêncio respeitoso e comprometido ao apoio entusiástico e militante.
Esta amálgama apaziguadora assegura que a progressiva islamização de vastos subúrbios da Europa não encerra em si nenhuma ameaça, e desliza abertamente para a manifestação de simpatia aberta com o Hamas, o Hezbollah (somos todos Hezbollah!) e o Irão.
Adoptou imediatamente o conceito de “islamofobia”, inventado pelos aiatolas iranianos e, tal como eles, usa-o para deslegitimar todos aqueles que se atrevem a discordar.
Como escreveu o próprio Redeker, partir da sua vida em cacos, “eu nunca pensei que isto pudesse acontecer na França. Não posso trabalhar, não posso ir e vir, e tenho de viver escondido. De certo modo os islamistas conseguiram punir-me no território da República, pelo delito de opinião"
terça-feira, 22 de abril de 2008
Revolução vs Ordem Espontânea
"[A ordem espontânea] é essência mesma da democracia e do conservadorismo. Que é ordem espontânea? É o conjunto de soluções aprendidas ao longo do tempo. É uma ordem espontânea porque não foi imposta por ninguém. É ordem porque tem um senso arraigado da própria integridade e rejeita instintivamente toda mudança radical. Mas é também aprendizado, isto é, absorção criativa das situações novas por um conjunto que permanece conscientemente idêntico a si mesmo ao longo dos tempos, por meio de símbolos tradicionais constantemente readaptados para abranger novos significados. Examinem bem e verão que ordem democrática é precisamente isso e nada mais. Se, ao contrário, um grupo imbuído do amor a valores tradicionais tenta deter a mudança, ele está introduzindo na ordem espontânea uma mudança tão radical quanto o grupo revolucionário que deseja virar tudo de pernas para o ar, pois o que esse alegado conservadorismo deseja é imortalizar no ar um momento estático de perfeição hipotética. Se esse momento, na imaginação dele, expressa os valores do passado, isso não vem ao caso, porque na prática política esse ideal será um “projecto de futuro” tanto quanto o ideal revolucionário. Uma sociedade só embarca no projecto revolucionário quando perdeu todo o respeito por si mesma. Um respeito que, entre outras coisas, implica o amor aos valores do passado como instrumentos de compreensão e acção no presente, não como símbolos estereotipados de uma perfeição ideal no céu das utopias."
Tudo em direto, sem rede. É raro, raríssimo, encontrar alguém na área da filosofia política que consiga aliar tanta clareza e riqueza de conteúdo nas ideias expressas. Das tais coisas 'para ler e guardar'.
Ambientadores
Acerca dos ambientadores,
A investigação concluiu que a qualidade do ar no interior das habitações [VCI, Porto] era ainda pior, sendo a poluição interior duas vezes superior relativamente à do ar exterior! Segundo Olga Mayan, os ambientadores e as velas, bem como os produtos de limpeza são alguns dos elementos responsáveis pela degradação do ar no interior das habitações..
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Esquerda vs Direita
Entre os seus objetivos está a desmontagem dos raciocínios e da lógica da esquerda. Olavo de Carvalho tem sido bem sucedido nesse seu trabalho; o reconhecimento do seu valor vai sendo cada vez maior.
Em Janeiro passado deu uma entrevista à 'Atlântico'. Aqui fica uma pequena parte em que OC fala sobre as diferenças entre Esquerda e Direita:
"A principal é a diferença na percepção do tempo histórico. A esquerda – toda a esquerda, sem excepção – enxerga o tempo histórico às avessas: supõe um futuro hipotético e o toma como premissa fundante da compreensão do passado. Em seguida, usa essa inversão como princípio legitimador das suas acções no presente. Como o futuro hipotético permanece sempre futuro, e por isso mesmo sempre hipotético, toda certeza alegada pelo movimento esquerdista num dado momento pode ser mudada ou invertida no momento seguinte, sem prejuízo, seja da continuidade do movimento, seja do sentimento de coerência por baixo das mais alucinantes incoerências. Somando a isso a descoberta de Jules Monnerot de que a cada geração é a esquerda quem aponta e delimita a direita, nomeando como tal aqueles que lhe resistem, a direita aparecia, portanto, como o conjunto daqueles que, por mil motivos variados, resistem à inversão da razão histórica. Podem fazê-lo, por exemplo, por ser cristãos e acreditar que o “fim da história” é uma passagem para a eternidade e não um capítulo da história profana. Mas podem fazê-lo também por ser ateus de mentalidade científica que preferem moldar as hipóteses segundo os factos e não alterar os factos conforme as hipóteses."
domingo, 20 de abril de 2008
Eleições Norte-Americanas I
A campanha de John McCain começa a assustar o pessoal que achava que Obama ou Hillary iriam ter uma eleição Presidencial de relativa facilidade. Porém, o fenómeno McCainiano está, de certa forma, equiparado ao fenómeno Obamiano. Se o fenómeno Obamiano está ligado à retórica de Barack Obama, uma retórica que apela à união de todos os Norte-Americanos, à esperança, à mudança, entre outros populismos, o fenómeno McCainiano está ligado à figura do próprio John McCain, que tem sabido aproveitar a guerra entre os democratas e a insatisfação de muitos eleitores.
Algumas sondagens são provas nítidas do que acabei de referir acima: John McCain sobe, Barack Obama e Hillary Clinton mantêm ou descem. No entanto, existem sondagens em que se alteram um pouco estes números (em vencedores, em percentagens, em número de votantes no colégio eleitoral, etc.), sem que se altere uma coisa: a subida de John McCain.
As sondagens valem o que valem, é certo, ainda para mais num território bastante heterogéneo (dificulta dessa forma a viabilidade das sondagens) como é o dos Estados Unidos da América. As sondagens vão do 8 ao 80: tão depressa se encontra John McCain com 42% dos votos como, na sondagem a seguir, se encontra John McCain com 50% dos votos. A amostra, num país como os Estados Unidos da América, tem que ser rigorosamente escolhida, para que a viabilidade dos resultados seja mínima.
Segundo a maioria das sondagens, John McCain recolhe mais Independentes que qualquer um dos possíveis oponentes. Recolhe, também, a esmagadora maioria (85-90%) do voto Republicano. Recolhe, de qualquer um dos futuros derrotados Democratas, muitos votos que supostamente iriam para o candidato vencedor da nomeação Democrata. Recolhe mais eleitores insatisfeitos que qualquer um dos outros candidatos.
A esquerdalha anda assustada e tem, ainda por cima, motivos para isso. Alguns meios de comunicação social Norte-Americanos e Europeus incorrem agora no falácia ad hominem, dizendo tudo e mais alguma coisa sobre John McCain. Isto porque eles sabem que o principal ponto a favor de John McCain é ele próprio: a imagem de combatente de Guerra, de patriotismo, da América forte.
Têm tentado, sem sucesso, inverter o rumo da situação: uns já dizem que ele não é Norte-Americano porque nasceu no canal do Panamá, outros dizem que ele é demasiado velho, outros dizem que ele é demasiado rico, outros dizem que ele possuí 8 casas!
Ganhará John McCain as eleições de Novembro?
pSICOdRAMA
Reagan e Carl Sagan
“Um mundo infestado de demónios”, escrito em 1995, é um livro emblemático, sobre a influência do pensamento mágico em todas as épocas da História. Tenho-o ao alcance e profusamente sublinhado.
Tendo sido um “liberal” moderado (no sentido americano do termo) durante grande parte da sua vida, uma certa esquerda reclama-se proprietária da sua memória numa tentativa de marcar território e associar as suas convicções políticas à excelência como cientista. Trata-se de uma atitude algo primária, mas que se entende. Einstein sofre do mesmo sequestro.
Claro que, pelo mesmo racional, Teller, Heisemberg, e outros vultos incontornáveis da Física seriam considerados imbecis por terem outras visões políticas.
Sagan era apenas um homem e, como todos os homens, o seu carácter desdobrava-se em múltiplas dimensões, não necessariamente “boas” ou “correctas”.
Do facto de ser consumidor de haxixe, dificilmente se pode concluir que os consumidores de haxixe são génios da ciência ou que os génios da ciência têm de consumir haxixe.
Em termos políticos, Sagan comungava da amálgama ideológica que caracteriza a “bempensância”: uma mistura estranha de liberalismo clássico, com cristianismo, utopia libertária, pieguice, demagogia floribélica e crenças vagamente socialistas.
Na altura este indigesto pot pourri estava na moda, e era assumido como a “Verdade”, por quase toda uma geração de intelectuais formatados no cadinho do marxismo cultural.
Era essa amálgama que fazia dele anti-nacionalista embora vivesse e prosperasse na nação mais bem sucedida do planeta; ou anti-capitalista, embora usasse os frutos mais saborosos do capitalismo.
Foi também essa amálgama irracional que o levou a politizar a sua credibilidade científica desaguando nos dois maiores fracassos da sua vida:
O catastrofismo climático e a oposição à Iniciativa de Defesa Estratégica (IDE) de Reagan, presidente que na altura era brindado pela bempensância com os mesmos adjectivos que hoje estão reservados a Bush.
Quanto ao catastrofismo climático, Sagan liderou um grupo de activistas que profetizava o arrefecimento global, e dardejava veementes condenações ao capitalismo, ao nuclear e à indústria. Hoje como ontem, a amálgama esquerdista aglomera-se também por detrás do catastrofismo climático e usa a mesma retórica, os mesmos alvos e as mesma tácticas embora a questão esteja apontada numa direcção que dista exactamente 180º.
Quanto à IDE, na campanha presidencial de 1984, Sagan fez frente com Walter Mondale e com uma plêiade de activistas de esquerda (e direita, note-se), contra a IDE e contra as políticas de Reagan, não se dando conta de que a sua posição era exactamente aquela que interessava ao Kremlin.
Em termos puramente técnicos, Sagan tinha razão, isto é, o projecto era caro e de factibilidade duvidosa. O que Sagan nunca parece ter compreendido, é que o jogo de poder é essencialmente um jogo de percepções, tal como o poker, em que o que realmente interessa não são as cartas na posse do jogador, mas sim as que o adversário acredita que ele tem.
Os líderes soviéticos, levando ou não a IDE a sério (e tudo indica que levaram), sabiam que a URSS não estava em condições, económicas e tecnológicas, não só para acompanhar o bluff, mas também para construir mais mísseis que saturassem o eventual sistema.
A História provou que as politicas de Reagan era superiores e hoje poucos investigadores credíveis têm dúvidas de que foram elas que encostaram a URSS à parede e a levaram a lançar a toalha ao tapete.
A memória é curta, a ignorância deliberada é poderosa, mas convém relembrar que o “cowboy” “warmonger”, Reagan só avançou com estas politicas após a URSS ter estupidamente recusado a chamada Opção Zero, (a total erradicação das armas nucleares no teatro europeu), numa altura em que toda a gente acreditava que o seu poder era esmagador. Acabou por aceitá-la mais tarde, em posição de fraqueza.
Carl Sagan, nestas matérias esteve do lado errado da História e aqueles que se encostam à sua autoridade noutros campos, não entendem que lhe estão a denegrir a imagem de homem de ciência, trazendo à superfície os seus fracassos.
sábado, 19 de abril de 2008
Sem Nivea. Sem vaselina.
Omar Al-Sweilem: Harith Ibn Al-Muhasibi told us what would happen when we meet the black-eyed virgin with her black hair and white face! Praised be He who created night and day. What hair! What a chest! What a mouth! What cheeks! What a figure! What breasts! What thighs! What legs! What whiteness! What softness! Without any creams! No Nivea, no vaseline. No nothing! He said that faces would be soft that day. Even your own face will be soft without any powder or makeup. You yourself will be soft, so how soft will a black-eyed virgin be, when she comes to you so tall and with her beautiful face, her black hair and white face - praised be He who created night and day. Just feel her palm, Sheik! He said: How soft will a fingertip be, after being softened in paradise for thousands of years! There is no god but Allah. He told us that if you entered one of the palaces, you would find ten black-eyed virgins sprawled on musk cushions. Where is Abu Khaled? Here, he has arrived! When they see you, they will get up and run to you. Lucky is the one who gets to put her thumb in your hand. When they get hold of you, they will push you onto your back, on the musk cushions. They will push you onto your back, Jamal! Allah Akbar! I wish this on all people present here. He said that one of them would place her mouth on yours. Do whatever you want. Another one would press her cheek against yours, yet another would press her chest against yours, and the others would await their turn. There is no god but Allah. He told us that one black-eyed virgin would give you a glass of wine. Wine in Paradise is a reward for your good deeds. The wine of this world is destructive, but not the wine of the world to come.
Direito Internacional
A ordem universal que anima o direito internacional enferma de defeito fatal. Estados não são indivíduos e indivíduos formam estados quando tem um quotidiano em comum. O edifício colossal das leis forma se onde há previamente firme solo contratual e uma relação de pertença que o proponha. Nada mais natural que as primeiras comunidades tivessem por base a consanguinidade. Redundância sem duvida, mas a sociedade implica a primeira pessoa do plural. Sem a experiência de pertença, o “nós”, o suporte do contrato desaparece e o direito sucumbe. Impera a diplomacia. Numa sociedade o direito pode conter e regular o magma individual. Aceita-se lhe com relutância o propósito dengoso e discricionário de manter a ordem social. É o preço da liberdade.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Não Ter Medo
Os desenvolvimentos subsequentes ao ataque do exército colombiano a um grupo de guerrilheiros das FARC no lado equatoriano da fronteira com a Colômbia são um exemplo recente de que compensa não ter medo, de que os apoiantes morais ou materiais do terrorismo recuam quando são enfrentados. Nesse ataque, a 1 de Março passado, foram eliminados vários guerrilheiros incluindo um dos seus principais dirigentes, Raul Reyes. Acresce que foi apreendido o computador pessoal de Reyes cujo conteúdo se mostrou uma importante fonte probatória do teor dos contatos das FARC.
Há que ter presente a crise diplomática e as declarações inflamadas e violentas que se seguiram a esta operação militar. O inenarrável Chavez chamou mafioso e criminoso a Uribe; prometeu responder com guerra; definiu o que admitia e o que não admitia que acontecesse na vizinha Colômbia; elogiou o combate travado pela guerrilha comunista das FARC contra a democracia colombiana.
Mas da Colômbia não vieram sinais de temor ou recuo apesar das várias declarações diplomáticas de circunstância. Pelo contrário, foi anunciado que iria ser promovida uma acusação contra Hugo Chavez junto do Tribunal Penal Internacional por financiamento e apoio do genocídio dos indígenas da selva colombiana perpetrado pelas FARC.
Alguns dias depois, a 7 de Março, ocorreu a XX Cimeira do Grupo de Rio na Dominicana onde o assunto foi o tema central. Ali foi apresentada parte da documentação apreendida no computador de Raul Reyes. No vídeo seguinte podemos ver alguns dos trechos mais interessantes dos e-mails enviados pelo número dois das FARC apresentados ao jeito sul-americano pelo jornalista peruano Jaime Bayly, aqui (A inserção do vídeo foi interdita pelo que a visualização só é possível pela abertura da ligação.)
Foi interessante observar Chavez na referida conferência. O habitual discurso arrogante e ofensivo foi substituído pelo apelo à reflexão e à paz. Para trás ficaram as promessas de retaliação; nem mais uma ofensa pessoal a Uribe; nem mais uma observação depreciativa sobre a democracia colombiana. No final, foi curioso ver Chavez, depois do cumprimento e da cavaqueira com Uribe, ir pedir a Ortega que questionasse e obtivesse do mesmo Uribe a declaração de que a Colômbia iria retirar a queixa contra ele no TPI. Ansioso, colocando-se atrás de Ortega, esperou pela resposta. Veja-se o vídeo seguinte a partir do minuto 2:10.
Consciente de que pode ter de pagar pelos seus atos, Chavez mostra que, afinal, percorre rapidamente a distância entre o insulto grotesco e a afabilidade, seja a afabilidade dele genuína ou não.
Quanto ao Governo esquerdista do Equador, tem sido recentemente confrontado com novas acusações colombianas segundo as quais o próprio Presidente Correa terá proibido os militares do seu país de combaterem os acampamentos das FARC em território equatoriano ainda antes do ataque de 1 de Março. Mas para Correa, tal como para Chavez, parece que estes têm sido dias para arrepiar caminho, e é interessantíssimo ler hoje a notícia segundo a qual "El presidente de Ecuador, Rafael Correa, advirtió hoy a las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC) que no pongan un pie en Ecuador, pues una entrada en territorio de su país será considerada "una acción de guerra".", aqui. É caso para dizer ‘quem te viu e quem te vê’. Não que a ideologia de Correa tenha mudado, mas o certo é que mudou a sua postura.
Em boa hora alguém na Colômbia não teve medo.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Apostasia
E porque é que DM, já não é tal coisa?
Porque leu.
Tendo de escrever um diálogo entre personagens-tipo (um presidente corrupto, ganancioso e realista e uma escritora de discursos, utópica, socialista e lésbica), acabou a ler Thomas Sowell, Milton Friedman, e outros perigosos “fássistas neoliberais”.
Foi tiro e queda. DM teve uma epifania e descobriu que via o mundo como eles e que aquilo que eles defendiam estava mais de acordo com a realidade da vida, incluindo a sua, do que com as visões idealistas que até ao momento constituíam o seu edifício conceptual.
Não hesitou em reconhecer que até ao momento tinha sido um "brain-dead liberal", crente ortodoxo em visões conspiratórias e/ou românticas do mundo, e agarrado a preconceitos impraticáveis e floribélicos que, reconheceu para consigo próprio, não aplicava na sua vida.
Em público, DM começou então a questionar o seu protocolar ódio às multinacionais, reparando que comprava e usava os seus serviços e produtos; retratou-se das ortodoxas ideias antimilitares, dando conta de que há homens e mulheres que arriscam as sua vidas para salvaguardar as dos outros; compreendeu que Marx estava errado e que as “classes” não são categorias rígidas, estanques e em inevitável e eterno conflito
Os aiatolas da esquerda, ficaram chocados e rasgaram as vestes A bempensância esquerdista não demorou a lançar fatwas, uma vez que se considera impensável que alguém que não seja “de esquerda” possa ser um bom artista.
O Guardian e outros redutos do marxismo cultural, declararam que os dotes artísticos de DM estavam em perigo, dada a sua nova posição ideológica e interpretaram a conversão como uma rendição aos “poderes dominantes”;
Na verdade DM chocou a patrulha porque, em vez de “sentir”, resolveu pensar, o que confirma a ideia de que a esquerda assenta hoje essencialmente em posturas emocionais e passionais sobre a realidade e pouco ou nada tem a ver com análises racionais.
Não se “gosta” do Bush, "detesta-se" o Blair, "odeia-se" o Aznar, e por aí adiante. Os sentimentos à flor da pele dispensam a leitura de Friedman ou qualquer outro autor que exija apenas o uso da parte nobre do cérebro.
O choque foi também doloroso porque estes esquerdistas "modernos" são, de um modo geral, gente mais ou menos bem sucedida, enquadrável no cromo da "esquerda caviar", que se dá muito bem com o capitalismo, e fenómenos como D.Mamet deixam a descoberto a hipocrisia daqueles que falam mal do cozinhado e do cozinheiro, enquanto rapam o prato e lambem os dedos.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
A boy named Sue
A pungente história do Jorge Vassalo, que surge nos comentários, é a demonstração prática de que a demagogia chorosa do “jornalismo de causas” funciona.
O modo emocionado como o JV expõe as suas feridas está para a o poste da FC, assim como as lágrimas da D. Gertrudes estão para os amores e desamores de uma telenovela venezuelana.
O JV informa-nos, horrorizado, que a natureza humana é como a natureza humana e que os putos da sua geração não tinham asas de anjo, não usavam túnica branca, não cheiravam a lavanda, não tocavam harpa e não cantavam aleluia nas horas vagas.
O JV, debulhado nas lágrimas da demagogia, gostaria que os putos fossem como ele acha que deviam ser, e esconde nesse desejo cândido o perigoso totalitarismo daqueles que ainda acham possível criar o homo novus, apesar da falência dos laboratórios sociais onde isso foi tentado, como os campos de reeducação, as escolas do estado soviético e os orfanatos romenos.
Os JV deste mundo talvez não estejam para aí virados, mas tenho a certeza que aprenderiam alguma coisa sobre a natureza humana se ouvissem a lírica "A Boy Named Sue" de Johnny Cash
Felizmente, o JV, embora acredite ser “diferente”, acaba a demonstrar que é afinal um ser humano igual aos outros e não um anjo celestial, como a princípio pensei, e não hesita em fazer ele mesmo, o que condena e deplora nos outros.
Repimpado agora numa saudável auto-estima, e crente de que está na posse de uma verdade superior, não hesita em esmagar os “inferiores”, chamando-lhes ignorantes.
Ora toma.
Bem prega Frei Tomás, ou de como a natureza humana é o que é e o que sempre foi e nisto é mais forte que as patacoadas vassálicas, postas ao rubro pelas congéneres da “jornalista de causas"
domingo, 13 de abril de 2008
Frases de Abril 2
Franco Charais
Entrevista ao Expresso, 06Dez1974
P.S. Charais era na altura Brigadeiro, membro do Conselho da Revolução e Comandante da Região Militar Centro.
É tenente-general reformado e dedica-se actualmente às artes plásticas, onde parece ser mais bem sucedido que nas "teorias" políticas relativamente às quais terá passado directamente do estado de crisálida marxista para o de fóssil marxista.
Tem um blogue.
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sábado, 12 de abril de 2008
Frases de Abril
Alguns deles ainda para aí andam, inchados e confiantes na falta de memória.
A começar por este "capitão de Abril" que não fez o 25 de Abril ( só apareceu no serviço 6 dias depois, já com a garantia de que a coisa ia), mas chefia hoje a Associação 25 de Abril e é conhecido nos mentideros de caserna pelo estranho hábito de se meter debaixo das Berliets quando ouvia tiros
"há muito que fiz a opção pelo socialismo e concordo que a social-democracia não serve a Portugal.[...] a social-democracia é mais uma defesa, uma reestruturação do capitalismo, do que um caminhar para uma sociedade socialista"
Vasco Lourenço, Entrevista ao Expresso, 28Jun74
Mais valem 1000 Iraques actuais do que 1 Sudão de há uma semana atrás
A situação no Sudão, mais concretamente na região do Darfur (a amarelo vivo no mapa), tem motivado preocupações em todos os quadrantes políticos mundiais. A ONU tem enveredado por um caminho de diálogo entre as partes envolvidas no conflito [os janjaweed (uma milícia árabe muçulmana), o governo Sudanês e uma minoria muçulmana não-árabe da região] que, depois de 5 anos de conflito, não tem trazido qualquer tipo de processo de paz frutífero.
O governo Sudanês, actuando num modus operandi tipicamente Africano (corrupção, tráfico de armas, tráfico de influências, etc.), tem patrocinado o genocídio contra a minoria não árabe que habita a zona há vários séculos. A minoria não árabe, por seu turno, completamente indefesa face a uma superioridade bélica e em número de homens do opositor, tem tentado resistir, fugindo para os países limítrofes. É nestes momentos de fuga, que provocam as tão badaladas crises humanitárias, que aparece o nosso António Guterres, antigo Primeiro-Ministro Português, vestido de fato de macaco e pronto para ajudar os miúdos.
A ONU e toda a comunidade internacional mostram-se incapazes de resolver este problema que afecta o Sudão e o Chade. Aliás, como todos nós sabemos, a Organização das Nações Unidas foi incapaz de resolver todas as limpezas étnicas, perseguições e guerras civis que já existiram no maior país de África e que provocaram, ao que foi permitido apurar, milhões de mortos. A questão que ecoa aos ouvidos de muita gente é como é que foi possível chegar-se a este ponto.
Encontro, repentinamente, duas respostas: falta de coragem em actuar militarmente em caso de necessidade extrema; apoio prestado ao governo Sudanês por muitos países da OUA e por outros países não Africanos.
O primeiro problema está, a meu ver, relacionado com a política absurda que muitas vezes a ONU toma. A Organização das Nações Unidas mostra-se demasiadamente benevolente para com os criminosos, genocidas e terroristas mundiais (não esquecer as diferentes visões dentro do Conselho de Segurança, que levam, muitas vezes, a morosos bloqueios). Tal é observável em muitos outros conflitos, bastando, para tirar esta conclusão, olhar para o número de mortos. A bandeira do diálogo e da compreensão que a ONU tem hasteado desde a sua criação em 1945, demonstra-se, quando incessantemente usada, inútil para a resolução dos conflitos. Não quero com isto dizer que a ONU não deve primar pelo diálogo entre as partes e nações envolvidas, mas sim que existem soluções para quando esta via não resulta [nomeadamente a intervenção militar (algo que creio que já foi seriamente pensado neste caso), o boicote, etc.].
O segundo problema está relacionado com o apoio dado por alguns estados da OUA, que continuam a bater nas costas do governo Sudanês. Estes estados saem em defesa do governo do Sudão e acusam a ONU e todo o ocidente de ingerência em assuntos Africanos. Já para não falar que muitos deles continuam a achar que, sendo o problema Africano, não é a ONU que tem que mandar tropas, mas sim a OUA.
A China e a Rússia têm jogado com toda esta situação, adquirindo uns bons barris de petróleo a um preço mais em conta. Raras não são as vezes em que Beijing e Moscovo fornecem armas ao governo Sudanês adquirindo em troca ouro negro, entre outras vantagens. A ONU e ONGs a actuar em África têm produzido interessantes relatórios onde esta tese é confirmada.
O que se passa no Sudão é de gravidade assinalável. No entanto, a esquerda estúpida e floribélica mundial concentra-se apenas nas acções militares elaboradas pelos Estados Unidos da América no Iraque e no Afeganistão, no que toca a política internacional. A esquerda estúpida demonstra, então, uma falta de "solidariedade e de sentido de ajuda" para com os perseguidos do Sudão.
Gostaria de saber o que diriam os Sérgios Pintos e os mls cá do sítio a uma intervenção militar internacional no Sudão, para acabar com o "massacre de um povo".
A meu ver, mais valem 1000 Iraques actuais do que 1 Sudão de há uma semana atrás.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Schism
Parece que um blogger Saudita decidiu por bem publicar um vídeo no youtube como resposta ao vídeo Fitna, do nosso amigo Geert Wilders.
Em nome da liberdade de expressão, bandeira que ostento e que certamente todos os colaboradores deste blog também ostentam, aqui vai:
O que é Nacional(-Socialista) é bom
"Os portugueses vivem hoje num clima de crise, desde o desemprego, à nossa fraca economia é certo que quem mais sofre somos nós, mas o que certamente muitas vezes não nos passa pela cabeça é que podemos ter uma certa culpa nesta grave situação. Frequentemente, quando vamos às compras, tentamos ir à procura do produto mais barato, mas o que agora é barato, pode vir a curto prazo, a tornar-se muito caro para todos nós. Desde a mais pequena especiaria ao peixe que comemos, o nosso mercado está inundado por produtos fabricados no estrangeiro. Tendo normalmente esses países uma economia mais forte que a nossa, conseguem vender os seus produtos a um preço mais baixo e, desta forma, somos levados, a comprá-los. Mas, quando o fazemos, estamos a contribuir para um maior crescimento das exportações desses fabricantes estrangeiros e, sem dúvida, por vezes, a tirar postos de trabalho no nosso país. Quando não compramos produtos nacionais e compramos artigos estrangeiros, os nossos fabricantes são obrigados a subir o preço dos seus produtos para compensar as quebras de produção. Ora se os produtos concorrentes já eram mais baratos na origem, isto faz com que os nossos fiquem ainda mais caros. E sendo mais caros, ninguém os compra. Toda esta situação leva posteriormente ao encerramento de muitas empresas e consequentemente ao crescimento do desemprego."
Ao espiolhar o blog do camarada Caturo, acabei por ir parar ao site do Movimento 560, dedicado à promoção da “produção nacional”, de onde retirei esta hilariante peça de iliteracia linguística e económica.
Socialistas de todas as variedades, da baunilha à nacionalista, de Mário Machado a Francisco Louçã, são unânimes: o comércio internacional é uma coisa muito má. As inevitáveis consequências são “o encerramento de empresas e o crescimento do desemprego”, ou usando as palavras de Ross Perot sobre o NAFTA e a antecipada fuga de postos de trabalho para o México, o resultado é o giant sucking sound dos empregos a serem aspirados para o exterior, desta feita para a China.
A “solução” proposta também não difere muito segundo a variedade de socialista. “Compre produtos portugueses” para o nacionalista, ou se for alterglobalista, "Comprar local”.
Devemos fazê-lo porque senão, ao comprar produtos vindos de além-fronteiras, “estamos a contribuir para um maior crescimento das exportações desses fabricantes estrangeiros e a tirar postos de trabalho no nosso país.”
Ou seja, uns “ganham” e os outros “perdem”. Mas se é assim, porque é que insistimos numa actividade tão obviamente desfavorável? A falácia é uma das mais habituais entre os analfabetos económicos - a de que o comércio, neste caso o comércio internacional, é uma actividade de soma nula. Se comprar bolachas maria da Cuetara "estou a dar aos espanhóis” e a “tirar aos portugueses”. É nesta altura que a caixinha da mioleira dá de si e estoura o fusível. A transacção ocorre porque tanto o português como o espanhol percepcionam um ganho. As transacções internacionais a um nível macroeconómico realizam-se pelo mesmo motivo.
E o que ocorreu realmente depois da aprovação do NAFTA? O congressista norte-americano David Bonior avisou: “Se o NAFTA for aprovado, a indústria automóvel no estado de Michigan irá desparecer”. Pois bem, o número de empregos imediatamente aumentou e o desemprego nos EUA caiu para os níveis mais baixos de sempre. Nos seis anos seguintes foram criados, só na indústria automóvel americana, 100.000 novos postos de trabalho . Estes resultados repetem-se constantemente em outros acordos de comércio bilaterais, no entanto o socialista dos quatro costados, com os óculos escuros à Matrix, não vê, não consegue perceber, ou “acha que não é bem assim”.
A razão porque os empregos aumentam em vez de diminuir não é nada difícil de entender. As trocas mutuamente benéficas aumentam a prosperidade dos dois países; esta riqueza acrescida incrementa por sua vez a procura de bens e serviços, o que leva à criação de novos postos de trabalho para satisfazer a procura adicional. Tcha-nan! O que leva a outro ponto essencial: Não há um número fixo de postos de trabalho em disputa por dois países que comerciam livremente. À medida que ambos ficam mais ricos, o número de postos de trabalho aumenta, beneficiando os dois.
Agora tentem lá meter isto na cabeça do camarada Caturo e do Ladrão das bicicletas...
Adenda: O estranho mundo dos caturos americanos. O primeiro comentário ao post diz tudo: "He wants trade to benefit Americans? Good, he can relax then because that's precisely why Americans trade, to benefit themselves. He's got nothing to worry about. Of course, that's not what he really wants. He wants some Americans to benefit at the expense of other Americans."
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Mário Machado
Mário Machado é o mais "mediático" neonazi português.
Situa-se na extrema-direita trauliteira e reclama-se herdeiro do socialismo do tipo “nacional", numa comunhão de ideias com Le Pen, Wilis Carto, etc.
Estas suas afirmações são de uma subtileza notável, porque repetem ipsis verbis a ideologia da chamada "esquerda moderna".
MM defende-se com um piscar de olhos à inteligentsia esquerdista que domina a nossa cultura.
O que confirma aquilo que todos sabem, isto é, que o “anti-sionismo” é apenas uma forma politicamente correcta de dizer o indizível.
A verbalização do anti-semitismo “racial”, está hoje limitada aos meios neonazis, que suscitam pronto repúdio, e islâmicos que, em vez de repúdio, suscitam "compreensões" e "explicações".
O anti-semitismo de raiz económica com pontuadas na teoria da conspiração, mais conhecido por anti-sionismo é, pelo contrário, uma doutrina com larga aceitação nos meios de esquerda.
Todos os esquerdistas são "anti-sionistas" e até Mário Soares se sente à vontade para largar as suas ventosidades sobre o tema.
Este anti-semitismo tem profundas raízes na esquerda, do sec. XIX, que se indignava com o “feudalismo financeiro” atribuído a proeminentes homens de negócios de origem judaica .
Karl Marx, ele próprio um judeu, em “A questão judaica”, identificava o capitalista como o “verdadeiro judeu” , dizendo também que "a sociedade burguesa engendra constantemente o judeu em suas próprias entranhas".
O socialista Proudhon escrevia textos de grande hostilidade contra os “parasitas judeus”.
A mutação “anti-sionista”, de um bem sucedido virus milenar, infecta hoje por completo a “esquerda moderna”, que se sente perfeitamente livre para invocar o velho demónio do anti-semitismo, agora convenientemente travestido de anti-sionismo, ou “apoio à causa palestiniana”.
Mário Machado também já percebeu que se pode perfeitamente ser anti-semita sem incorrer na condenação intelectual, moral e legal devida aos imbecis, aos canalhas e aos criminosos.
Basta reclamar-se de "anti-sionismo" e ganha imediatamente como fellow travelers todas as luminárias da "esquerda moderna", incluindo o Dr Mário Soares e o Dr Miguel Portas que, de resto, também estão com Mário Machado na "luta" contra a globalização, contra o mercado e contra o "neoliberalismo".
Na verdade é bem maior aquilo que os une (a começar pela palavra "socialismo"), do que aquilo que os separa.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
A esquerda está cada vez pior da perna…
Uma estação de televisão muito de esquerda de Amesterdão, 101TV, teve a genial ideia de querer provar, seja como for, que a população de Amesterdão não gosta de muçulmanos…
Uma equipa de filmagem colocou-se estrategicamente numa rua bastante movimentada de Amesterdão onde filmava uma jovem rapariga (uma actriz) vestida normalmente e carregada de compras.
A rapariga deixa cair laranjas e logo várias pessoas se precipitam para ajudar a linda rapariga. Mais tarde, a mesma rapariga, veste-se com uma burka e repete a situação: deixa cair laranjas e, a ideia, a mensagem que a estação 101TV quer transmitir, é que ninguém ajuda a pobre muçulmana de burka – coitadinha…
AZAR DO CAMANDRO! toda a gente ajudava…
AINDA MAIS AZAR! nesse preciso momento passava por acaso um cameraman da AT5 (canal de TV de Amesterdão) que achou graça à cena e também filmou, mas chega a uma conclusão completamente diferente, e espetou com as imagens no telejornal da AT5.
Resumindo: de partir a moca...
terça-feira, 8 de abril de 2008
Aristides de Sousa Mendes
Desta é que vai
Ainda havia uma palhinha na engrenagem.
Agora é que vai ser socialismo a sério.
Parece que entre os 60 agricultores corridos à pedrada havia um agricultor preto.
A ocorrência ter-se-á devido ao 'facto' de ter sido levada a cabo durante a noite. A reacção, fassissta, reclama que a coisa se terá dado em resultado da autorização dada, pelo agricultor preto, à realização de um comício da oposição a Mugabe.
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Devolver a mim próprio
A coisa teria sido feita em moldes tais que, caso o funcionário voltasse ao vício, teria que devolver o dinheiro.
Se eu fosse fumador sentir-me ia no direito de reclamar igual tratamento nem que fosse por via de abatimento aos impostos que pago. Perante este último cenário, poderia ainda reclamar a mesmíssima quantia como prémio por ter tido juízo.
A história não acaba aqui porque é entrevistado um funcionário da câmara (não gosto do termo colaborador) que acentua a correcção da medida esclarecendo que, em caso de borreganço* do processo, o dinheiro a devolver teria que ser entregue à Casa de Pessoal e que "a coisa assim é que está certa" porque "não teria agora que estar a financiar a câmara".
Oh "bom povo trabalhador". Oh "proletários de todo o mundo". Então não gostais vós de, em resultado da vossa própria falha, devolver o dinheiro ao remetente?
E porque carga de água não sou eu, pelintra de meia tigela, capaz de gostar do termo "colaboradores"?
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* (com 's' ou com 'ç'?)
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segunda-feira, 7 de abril de 2008
Cada um escolhe os seus grilhoes
Guerra e Direito Internacional
O direito internacional (DI) tem episódica aplicação mas, nos últimos anos, os países ocidentais movendo-se em direcção à utopia kantiana, vão-se manietando a si próprios com normas que cavam um abismo preocupante entre a razão da guerra e a razão do direito, com a 2ª a levar a melhor.
Tal como no râguebi, tem de haver algumas regras, mas se uma das equipas se autolimitar, desistir de fazer placagens e jogar com regras floribélicas, provavelmente perderá.
Nas últimas guerras americanas e israelitas, e na própria acção da NATO no Afeganistão, os planos militares foram e são repetidamente alterados para se conformarem a interpretações radicais e ideológicas do DI.
Esta limitação prévia dos objectivos militares resulta de uma crescente pressão legitimista, de tal modo que os exércitos modernos têm hoje conselheiros jurídicos em todos os níveis de comando, chamados a pronunciar-se sobre a legitimidade dos alvos, na perspectiva da adequação à sua interpretação do DI.
Não estando os chefes militares interessados em serem acusados e processados, na prática os interesses nacionais em tempo de guerra ficam subordinados às mais estritas interpretações do DI.
Quem vislumbra ao longe a paz perpétua, encara esta situação com regozijo e acredita até ser um passo no caminho do "bem". É o imperativo categórico a funcionar em toda a sua irracionalidade, apesar constar que o Inferno e Pinheiro da Cruz estão cheio de boas intenções.
O problema é que o DI só se aplica a quem o aceita, e se seguido por apenas uma das partes, torna a sua vitória impossível e a derrota provável.
As "leis humanitárias" são especialmente perversas.
Uma vez que levam apenas em conta as consequências para os civis, criam uma artificial dicotomia, entre as partes em guerra e os respectivos cidadãos.
Dá-se um choque com a realidade que leva o conselheiro jurídico a entrar em conflito com o decisor militar, cujo objectivo principal, recorde-se não é proteger os civis do inimigo, mas sim ganhar a guerra e desta maneira proteger os civis do seu país.
Pelo contrário, o conselheiro jurídico tem na prática como único objectivo, proteger a população inimiga da acção do exército de que faz parte.
O resultado é perverso. Os generais abdicam de ganhar a guerra porque não querem ser processados e a parte que não respeita as regras passa a usá-las como instrumento táctico, colocando os seus meios junto a populações civis, que são usadas como escudo humano e instrumento de propaganda.
Aconteceu no Iraque, no Líbano, em Gaza e no Irão, que constrói deliberadamente as suas instalações nucleares junto aos aglomerados populacionais.
domingo, 6 de abril de 2008
ZACHTE HEELMEESTERS MAKEN STINKENDE WONDEN
Logo a primeira conclusão que tiro, e a única que tem directamente a ver comigo, é que a redacção do Fiel-Inimigo, por muito que se queira fazer passar por revolucionária e neo-con, tendo em conta as respostas que deram não passa de uma tertúlia de sociais-democratas bonacheirões… Os sete redactores produziram nada menos do que 55 respostas positivas a e b, apenas 3 indecisões c e ……..2 dês.
DOIS DÊS!!!
E o temido Lidador é o mais politicamente correcto deles todos, o único da redacção que votou 9 vezes a, a minha primeira desilusão! Não será a última...
Os meus 12 amigos e conhecidos, quero eu dizer, as pessoas que apesar dos nicks consegui reconhecer, produziram sensivelmente menos respostas positivas (47) que as 7 da redacção do Fiel. Houve muita indecisão, 14 cês, e 28 respostas negativas às supostas afirmações de 'Wilders'.
O meu velho amigo José Rufino, como eu já calculava, respondeu com 9 (a) respostas positivas. Porque, além de ser de longe o mais inteligente, já na nossa infância era o mais moderado (politicamente correcto) e ajuizado do nosso gang do bairro do Cedrô (Vila Nova de Gaia). Nunca vinha connosco roubar fruta ou chocolates na fábrica CELESTE ou bolas de bilhar no café Branquinho, nem nunca alinhava quando era preciso andar à pedrada contra os gajos de um bairro limítrofe, conhecido pelo bairro das quatrocentas (casas), nem consta que alguma vez tenha ido à Maria do Barrote…
Outro amigo, este NÃO fazia parte do gang de V.N. de Gaia mas admiro-lhe a sinceridade, disse: Não vou responder ao "teu" inquérito, porque na minha formação académica holandesa aprendi a fazer inquéritos. Ora o "teu" inquérito, tem nove perguntas aleatoriamente escolhidas, que podiam ser outras tantas (ou muitas mais) diferentes. O que é que se pretende avaliar? Não se sabe. (…) Dito de outro modo: independentemente das respostas, estas não podem ser validadas cientificamente.
(…) Já tens a minha opinião sobre as tuas perguntas. Todas as minhas respostas são E (repúdio completo).
Dos restantes 12 leitores que responderam ao inquérito, houve 45 respostas positivas, grosso modo o mesmo score que os amigos, o mesmo número de indecisões (14), mas mais respostas negativas (39)!!!
A afirmação de 'Wilders' que teve MAIS respostas positivas (a + b) foi a frase 1 e 2: 26 respostas cada uma. A que MENOS respostas positivas obteve foi a 3 - a única frase de Wilders. As frases com mais respostas negativas foi a 6 e a 9, respectivamente 12 e 13 respostas por d e e.
Convinha dizer também uma palavrinha sobre os amigos e conhecidos a quem enviei um mail onde lhes pedia que respondessem a este inquérito e que se baldaram vergonhosamente. Uns, nem sequer responderam! Outros diziam estar muito ocupados! Outros resolveram insinuar no ARRASTÃO que sou racista e xenófobo - escondidos atrás de nicks claro! E o ARRASTÃO, provavelmente a pedido, tratou de retirar algumas das minhas repostas!!!
Outros houve ainda, que achavam o personagem Wilders tão repugnante, tão repugnante, que até dar uma opinião negativa seria ir longe de mais…
Estes últimos vão um pouco mais longe que o anti-semita Richard Wagner, que dirigia Mendelssohn de luvas porque este último era judeu…
Foi Achmed Aboutaleb, na altura vereador da câmara de Amesterdão, que disse esta primeira frase na mesquita Al Kibir em Amesterdão, e em árabe (para os seus compatriotas marroquinos perceberem bem) no dia do assassinato de Theo van Gogh, na data fatídica de 4 de Novembro de 2004. Hoje é o nosso Secretário de Estado dos Assuntos Sociais pelo PvdA (Partido social-democrata no governo). Apesar de Wilders ter sido um tanto ou quanto chato para com ele, ao dizer no parlamento que ele não tinha o direito de fazer parte do governo porque tem dois passaportes (holandês e marroquino), Aboutaleb acha que Wilders tem todo o direito de fazer um filme e de o tornar público e repudia qualquer alusão a racismos e fascismos na direcção de Wilders.
Marcouch é visto como um traidor pelos jovens marroquinos intratáveis que vivem no bairro. A sua abordagem directa e decidida dos problemas está em pleno contraste com a atitude medrosa dos seus colegas de partido, que ainda receiam chamar o boi pelo nome. Na apresentação de um livro sobre delinquência entre jovens marroquinos, e no momento em que a autora do livro era atacada publicamente pela igreja do politicamente correcto, Marcouch pediu a palavra e disse:
Há muitos anos que a nossa abordagem é errada. Porque não chamar os pais à responsabilidade? Eles querem o melhor para os filhos. Temos que nos desembaraçar dos assistentes sociais que perdem muito tempo com questões deste tipo: será que tenho que levar um tradutor, será que tenho de tirar os sapatos à entrada, posso estender a mão à mulher, tenho que aceitar a chávena de chá? Temos que responsabilizar quem deve ser responsabilizado: os pais.
Geert Wilders, não necessita de muita apresentação, é o mau da fita. Mas por enquanto são os infinitamente bons que o querem matar. É protegido pelo Estado e obrigado a viver em vários locais desconhecidos. Fazia parte do VVD (partido da direita liberal) e era considerado um grande talento, mas abandonou o partido por não estar de acordo com a integração da Turquia no União Europeia.
Quem isto disse foi o jovem escritor marroquino Hafid Bouazza, várias vezes premiado, amigo do famoso escritor holandês Gerrit Komrij que vive em Portugal perto da Aldeia das Dez.
Uns achavam que a peça devia ser anulada para acalmar os ânimos, outros diziam que era mais uma genuflexão ao Islão. É aqui que Fátima Elatik (vereadora em Amesterdão pelo Partido Trabalhista) intervém – ela era a favor da suspensão da peça - com uma frase INFELIZ, que colocou o seu partido numa situação embaraçosa – ao ter de explicar que são contra toda e qualquer tipo de censura mas…
Resumindo e concluindo, a peça de teatro não foi avante!
Idem Hafid Bouazza. Disse a frase 5 quando o PvdA não defendeu publicamente o seu jovem membro (22 anos), o iraniano Eshan Jami, que formou em 2007 uma organização de ex-muçulmanos para a protecção de apóstatas vítimas de ameaças. O próprio Jami foi agredido várias vezes na rua. Falou-se que ele também iria sair com um filme (desenhos animados) sobre o Islão, mas depois da polémica que Fitna de Wilders originou parece que o rapaz perdeu um pouco a vontade...
6. O primeiro marroquino que me venha com histórias sobre xenofobia, imprensa racista e subsídios de desemprego muito baixos dou-lhe um raspanete. E os insurrectos de Amesterdão [marroquinos] deviam cumprir a sua pena aqui [em Marrocos]. Todos os dias a pão e água a escovar sapatos, ou trabalhar como pedreiros a €4 à hora, acarretar com pedras debaixo de um sol escaldante, assim é que eles aprendiam.
A frase 6 foi dita por Mohammed Benzakour, um jovem marroquino com veleidades literárias, colunista de vários jornais e pessoa bastante solicitada para programas de televisão. Há uns anos atrás expulsaram-no do jornal diário Volkskrant porque plagiava. Defende os Hezbollahs e outros que tais. Banaliza normalmente o terrorismo nas suas publicações, mas diz que é democrata quando lhe convém.
Escreveu uma hagiografia sobre o grande, segundo ele, Diap Abu Jaja. (Este jovem e inteligente libanês tem passaporte belga mas criou a A.E.L. (Liga Árabe Europeia. As más-línguas dizem que a AEL é uma filial do Hezbollah na Europa. Durante períodos de eleições a AEL faz pactos com a extrema-esquerda belga.)
Mohammed Benzakour foi sempre um grande defensor do multiculturalismo, mas teve há bem pouco tempo e depois de uma visita à sua terra natal, Nador, nas montanhas do Rif, este rasgo de juízo! Tenho que reconhecer que quando li este artigo fiquei espantadíssimo!!! Perguntei-me o que é que lhe teria acontecido em Marrocos? Comeu algo que o transtornou? Alá falou-lhe ao ouvido? Ou será que a luta de Ayaan Hirsi Ali, que ele tanto odeia, já começou a dar frutos?
9. Se a sociedade acha que precisa tanto de trabalhadores estrangeiros, devia ter optado por contratos a curto prazo com trabalhadores solteiros, ou com trabalhadores que estivessem dispostos a ficar algum tempo sem a companhia dos seus familiares.
Conta-se que os inspectores americanos, que na altura vieram à Holanda para controlar se os fundos do Marshall-plan eram bem utilizados, foram recebidos por Willem Drees na sua modesta casa em Haia com chá e bolachas Maria! Os inspectores não controlaram mais nada, apenas exclamaram: 'num país em que o primeiro-ministro vive numa casa tão modesta e vai de bicicleta para o seu trabalho, o dinheiro do estado é certamente bem empregue.'
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
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Crise. Recessão. Depressão. Agora é que vai ser: os EUA vão entrar pelo cano e nós atrás deles. Talvez para a próxima. Para já, e pelo trigé...