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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Israel e os Presidentes Americanos









Na tentativa de perceber o que deve esperar Israel da eleição de Obama, tem todo o interesse observar como se posicionavam os vários Presidentes americanos aquando das respetivas eleições e o que depois aconteceu durante as suas presidências.

É importante não esquecer que, na generalidade dos casos, a maioria do eleitorado judeu americano apoia os candidatos Democratas. Recuemos então mais de 30 anos.

Richard Nixon, Republicano, antecipado como desfavorável a Israel.
No entanto, foi ele quem apoiou Israel na guerra do Yom Kippur e estabeleceu o apoio orçamental anual às Forças de Defesa de Israel, que perdura até hoje.

Jimmy Carter, Democrata, antecipado como desfavorável a Israel. Foi ele quem promoveu a atracão de Sadat e os acordos de Camp David de 1978, em que Israel cedeu o Sinai ao Egipto em troca pelo reconhecimento de Israel como Estado. Hoje a manutenção do Egipto na esfera dos EUA parece condenada pela força da chamada ‘rua árabe’ e o reconhecimento de Israel pelo Egipto não passa de uma formalidade entretanto esvaziada de qualquer conteúdo político.

Ronald Reagan, Republicano, antecipado como grande amigo de Israel. Ainda assim foi ele quem estabeleceu uma aliança política e militar com a Arábia Saudita com a venda de aviões de tecnologia avançada (AWACS e F-15) aos sauditas que puseram em causa a superioridade aérea de Israel na região.

George Bush, Republicano, antecipado como desfavorável a Israel. Durante a sua presidência, Baker, Secretário de Estado, disse “F**k the jews, they don’t vote for us anyway”. Bush queixou-se do lobby judeu, inviabilizou as garantias aos empréstimos a Israel. Em contrapartida, foi na 1ª Guerra do Golfo que a verdadeira capacidade militar iraquiana foi quebrada.

Bill Clinton, Democrata, antecipado como pró-Israel. Mas foi durante a sua presidência que se promoveu um novo Camp David em que Israel fez concessões territoriais e se estabeleceu a Autoridade Palestiniana. Valeu a Israel a teimosia de Arafat, de outro modo o teria tido de abandonar toda a Cisjordânia.

George W.Bush, Republicano, antecipado como pró-Israel. Foi ele quem ainda há pouco tempo em visita a Jerusalém, apelou a um Estado Palestiniano independente e ao fim da ‘ocupação israelita’. Fica a dúvida sobre a fronteira entre a retórica e a genuinidade destas declarações.

Podem tirar-se algumas conclusões:
-Em tempos de descompressão, ou perspetivas de apaziguamento com os árabes, os presidentes americanos forçam Israel a cedências que depois se mostram prejudiciais para Israel e de nenhuma utilidade para os EUA;
-Nunca qualquer Presidente americano negou apoio a Israel em momentos difíceis; é significativo que nenhum candidato com capacidade para aspirar à presidência ponha em causa o suporte financeiro às FDI;
-as predisposições dos candidatos a presidente, quer as favoráveis quer as desfavoráveis a Israel, acabam sempre por ficar subordinadas aos dois aspetos anteriores, pelo que as posições ‘a anteriori’ foram sempre reajustadas pelas circunstâncias, pelo momento.

O que quer que Obama pense hoje sobre Israel pode ser alterado em função da conjuntura. Mas não é indiferente para a defesa da Lisberdade o seu ponto de partida. Continua, portanto, a valer a pena perceber a predisposição do provável novo presidente dos EUA.

2 comentários:

Anónimo disse...

"George W.Bush, Republicano, antecipado como pró-Israel. Foi ele quem ainda há pouco tempo em visita a Jerusalém, apelou a um Estado Palestiniano independente e ao fim da ‘ocupação israelita’."

What?! Fiquei.. tipo.. hã!?

Paulo Porto disse...

Caro Bob, não precisa ficar hã. Aqui ficam partes do discurso de
Bush no mês passado em Jerusalem.

"I share with these two leaders a vision of two democratic states, Israel and Palestine, living side by side in peace and security.
[…]
There should be an end to the occupation that began in 1967. The agreement must establish a Palestine as a homeland for the Palestinian people, just as Israel is a homeland for the Jewish people.
These negotiations must ensure that Israel has secure, recognized and defensible borders. And they must ensure that the state of Palestine is viable, contiguous, sovereign and independent.
[…]
I believe we need to look to the establishment of a Palestinian state and new international mechanisms, including compensation, to resolve the refugee issue.
[…]
On the Israeli side, that includes ending settlement expansion and removing unauthorised outposts."



Pode encontrar todo o discurso aqui: http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/middle_east/7182041.stm