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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

A balda crónica


Segundo a TSF, José Sócrates terá servido de testa-de-ferro, na Câmara da Guarda, a um colega que, sendo fiscal, nunca teria podido assinar projectos. Segundo a mesma estação, o exacto colega em cujos projectos de arquitectura Sócrates teria colocado a sua assinatura, seria posteriormente fiscal da execução da obra.

O cenário descrito acima, a ser verdadeiro, levanta-me-ia dificuldade em encontrar uma palavra, não relacionada com o mundo da pulhice, para o classificar.

José Sócrates pode ter sido movido pelas mais bondosas intenções do mundo. Foi certamente o caso.

Foi certamente pelas mesmas altruístas razões que o Ministério da "Educação" (vulgo Al-Mined*) se decidiu pela imposição, a cada professor, da obrigatoriedade legal de organizar e dar aulas de recuperação a todo e qualquer aluno que, em virtude de excesso de faltas, mesmo que injustificadas, se encontrasse impossibilitado de levar a bom termo aquela que é a sua única incumbência: aprender.

A ideia não podia ser mais filantrópica. Pena é que os alunos propensos a baldarem-se à escola o passem a fazer sistematicamente, escudados na "garantia" legal com que a Ministra de Al-Mined, inefável seguidora do grande timoneiro assinador de projectos, os projectou para o mundo da felicidade final: o da balda crónica.

A verdade é que eu, como outros professores, só posso ser parte de um gang, escumalha avarenta, que insiste em não deixar que outros coloquem a sua assinatura naquilo que escrevem ou já teriam percebido que deveriam fazer acompanhar todo e qualquer avaliação da respectiva resolução, deixando, por preencher, apenas o espaço destinado à assinatura do aluno.

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* Eduquês

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PS. Tentem não deitar este Primeiro abaixo. O próximo, na fila, é muito, mas muito pior.

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4 comentários:

Anónimo disse...

E a Ordem dos Engenheiros, não comenta?

Anónimo disse...

O Sócrates tem uma inteligência intuitiva e pragmática. Se com ele funcionou um canudo sem ir às aulas e com os professores organizados para o avaliar, não vê qq inconveniente em alargar o modelo ao resto da escolaridade.

antonio ganhão disse...

Este é sem dúvida um primeiro ministro para o nosso tempo! Nenhuma má prática lhe escapou! Quem terá melhor curriculo?

日月神教-向左使 disse...
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