It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Medvedev
O mais que provável vencedor das próximas eleições Russas, um tipo da velha e típica escola Russa (Gazprom), Dmitry Medvedev, já anda a meter o bedelho na política internacional. O tipo está com uma confiança inabalável, e fala como se já fosse o Presidente da Federação Russa. Bem, temos que ver, convínhamos, que o nosso caro Dmitry deve ter poucas ou nenhumas dúvidas sobre a sua eleição para o Kremlin...
Endossado pelo muito afável e democrata Presidente Vladimir Putin, Medvedev reúne, segundo recentes sondagens, cerca de 70% do eleitorado Russo. Vamos a ver se a OSCE não estraga novamente a festa democrática Russa, festa essa que possui décadas e décadas de estórias e eventos marcantes. Esta festa passou por Lenine, Estaline, Krutchev, Brejnev e terminou em Mikhail Gorbatchev. Mais recentemente as estórias e os eventos marcantes têm continuado, desta feita com Vladimir Putin, homem de reconhecido mérito, sendo que este mérito é comprovado pelo facto de ter sido recebido em Portugal com toda a pompa e circunstância, com direito a visita ao Palácio de Mafra. Para se ver o quanto o Vladimir é grande, basta comparar com o pobre do Dalai Lama, que nem direito a uma recepção calorosa por parte do nosso Primeiro-Ministro teve..
O que se tem verificado para os lados de Moscovo nos últimos tempos faz-me relembrar a Guerra-Fria: perseguições a líderes da oposição (coitado do Kasparov, teve que ir manifestar-se para a esquadra); limitações na formação de novos partidos políticos; resultados de eleições bastante suspeitos (analisem os resultados na Tchetchénia e saberão do que vos falo); intermissão em assuntos internacionais que lhes são completamente alheios, geralmente ocupando uma posição Anti-Americana, mesmo que esta não sirva os seus interesses (esta ingerência é-lhes permitida, em parte, pela presença no Conselho de Segurança da ONU); o caso Litvinenko, que demonstra bem a forma como está o país; a quebra de vários tratados, nomeadamente o referente às Forças Convencionais na Europa; etc.
A eleição de Medvedev será, obviamente, marcada pela continuação da política Putin, até porque o ditadorzinho vai continuar por perto, como Primeiro-Ministro.
A questão (ou não) é saber se a União Europeia continuará a jogar o jogo de Putin (mascarado de Medvedev), cedendo ás chantagens relacionadas com o petróleo e com o gás. Obviamente que continuará a jogar, porque não tem outra solução... A dependência energética da Europa face à Rússia é enorme.
A Ucrânia que nem ouse sonhar em integrar a NATO. Como diria Brejnev "Os países de leste têm uma soberania limitada"...
Ninguém pára a Rússia!
Ai Boris se tu fosses vivo...
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Alguém me explica porque têm a GNR e a justiça(?) que meter o nariz para saber se quem trabalha na pastelaria lá está dentro ou não?
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
6 comentários:
Boa. E mais nada.
Na Coreia do Norte o poder passa de pai para filho, em Cuba de irmão mais velho para irmão mais novo e na Rússia de ditador para o amigo do ditador....
Mas o Bush é qu'é mau! Mais uns meses e vai dedicar-se à pesca no rancho dele e não chateia ninguém.
O pendor "czarista" da Russia já vem de longe e não começou em 1917. O mesmo se passa em relação à maioria dos países asiáticos citados (Coreia, China, etc.) que têm na sua génese as mesmas característicaa centralizadoras e, no caso, da Russia, expansionistas. O poder, nos países asiáticos, sempre passou de "pais para filhos" e nesse sentido os regimes actuais perpetuam uma tradição feudal assente em formas de "colectivização" impostas por fortes poderes centrais ao longo de toda a Idade Média: no passado pelos "czares", na actualidade pelo "partido" (no caso, simbolizado por Putin).
Para melhor compreender esta questão, a que o autor chama de "método de produção asiático", aconselham-se, entre outras, as obras de Perry Anderson: "Passages from Antiquity to Feudalism" e "Lineages of the Absolutist State", ambas de 1974. onde a questão do poder autocrático na Ásia, é explicada pela organização social e económica dominante em países rurais de forte produção colectivista. A Russia não foi excepção. Que tenha sido o "partido" (maioritariamente urbano) a tomar o lugar do antigo imperador, não alterou substancialmente as relações com o campesinato, que constituia a maioria da população no início do século passado. O "método" de controlo social manteve-se, agora em nome da "vanguarda esclarecida".
Caro anónimo de 27 de Fevereiro de 2008 às 12:24 - uf...
Para melhor compreender esta questão, a que o autor chama de "método de produção asiático", aconselham-se, entre outras, as obras de....
Mas quem não souber ler, veja o filme The Last Emperor do Bertolucci, sempre fica com uma ideia.
Porque o Bertolucci, de cão, mostra bem a passagem do imperador Pu Y para o último imperador, Mao Tse Tung...
Exactamente.
O melhor é acelerar as obras no ITER (França, infelizmente só depois de 2018) e fechar de vez os gasodutos.
Caro nachteldar
Acho que a data é 2016.. Mas eles são sempre muito optimistas, por isso não é de esperar que a data seja respeitada.
Daqui a 8 anos certamente muita coisa se passará...
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