Teste

teste

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O bólide



Parece que este bólide custa 1700€.

Alguém sabe quanto custa um dos trambolhos, de produção nacional, conhecidos por papa-reformas?

Dando de barato que o Tata é muito mais barato que o para-reformas, que argumentos surgirão para proibir a sua importação:

1 - Para proteger a industria(?) nacional.
2 - Para proteger a indústria europeia.
3 - Porque é construído com mão-de-obra barata.
4 - Porque tem pouca tecnologia amiga do ambiente.
5 - Porque há multinacionais metidas ao barulho.

Caso a lista acima seja aceitável, quais serão admitidas como tendo peso decisório e quais serão recusadas?

Na hipótese da sua importação poder permitir que o provável cliente de papa-reformas venha a poupar dinheiro que poderá então gastar, por exemplo, em saúde, poderá encarar-se a coisa como "economicismo" favorável ao lobi das farmaceuticas?

Nota: a contemplação do meu extracto bancário é, para mim, uma operação transcendente.

.

18 comentários:

Paulo Porto disse...

Respondendo à questão:

Depende: se os franceses e alemães acharem que o Tata prejudica as vendas dos seus carros, sim, qualquer coisa serve para impedir a sua importação. Se acharem que não os prejudica, então vêm aí os Tatas.

Parece mentira? Não é, repare-se:

-a importação de têxteis da China e da Ìndia foi totalmente liberalizada em claro prejuízo de muita fábrica e fabriqueta no norte de Portugal. Nínguém quis saber de trabalho escravo ou infantil na Ásia, ou de as empresas asiáticas não terem de suportar custos com segurança social. O núcleo duro da UE não estava a ser afetado, os outros que se tramem.

o reverso:
-Com os subsídios que a UE dá à agrucultura, sobretudo à agricultura francesa, em África é mais barato comprar um pacote de bolachas europeias do que produzi-las por lá. Existem também taxas aduaneiras que encarecem a importação de vários produtos agrícolas africanos, forma de proteger a agricultura cara da Europa central.

Moral da história: na UE somos todos iguais, mas há uns que são mais iguals que outros. Ou: a UE é quer contribuir para o desenvolvimento da terceiro-mundo, até em prejuízo próprios, conquanto isso não afete a proteção que dá à industria alemã e francesa.

Luís Oliveira disse...

[Parece que este bólide custa 1700€.]

Esse é o valor da versão mais básica e sem imposto. Mesmo assim um feito notável.

A China e a Índia não tardarão muito a comer-nos as papas na cabeça em termos de tecnologia. Até aos EUA.

Luís Oliveira disse...

[a importação de têxteis da China e da Ìndia foi totalmente liberalizada em claro prejuízo de muita fábrica e fabriqueta no norte de Portugal]

Fabriquetas, diz bem. Isso é tudo para fechar. O séc XIX já ficou lá para trás...

Paulo Porto disse...

Caro LO

Não foram apenas fabriquetas que fecharam e continuam a fechar embora cada vez menos, pq já não sobram muitas.

Unknown disse...

Mas proibir a importação, porquê?

Para o estado, é mais uma fonte de receita, depois de devidamente taxado. E como mais gente terá acesso a carro, o conbustivel tb paga imposto.

Estimula a concorrência...os outros construtores são obrigados a entrar na corrida, se o negócio der resultado.

E deixa aos consumidores mais dinheiro na algibeira para mais idas ao restaurante, ao cinema, à bola, ao Algarve, etc,etc.

Só vejo vantagens.

Quanto às multinacionais, a Tata é uma..creio mesmo que a Jaguar e a Rover lhe pertencem.

Luís Oliveira disse...

[Mas proibir a importação, porquê?

Para o estado, é mais uma fonte de receita]

Para si e para mim seriam só vantagens, evidentemente. Para os fabricantes de automóveis não. Não tardarão os lobbys por uma Política Automóvel Comum, para que não fechem as fábricas, se salvaguardem os postos de trabalho e o resto da cantilena.

De qualquer forma o Nano nunca vai custar 1.700 por cá: impostos, alfândega, transporte... 1.700 euros!? Upa, upa!

Luís Oliveira disse...

[Não foram apenas fabriquetas que fecharam e continuam a fechar embora cada vez menos, pq já não sobram muitas.]

A Maconde não tem de fechar, as fábricas em Portugal sim. A roupa da H&M não é feita na Suécia...

Paulo Porto disse...

Caro LO

Penso que a questão que o post levanta leva ao seguinte:
1. Qd a concorrência que vem de fora da Europa afeta a períferia, então a Comissão Europeia diz que a concorrência é boa, que faz bem, embora quem produz na Europa tenha de suportar níveis de fiscalidade muito superiores aos da tal concorrência benéfica. Têxteis e produção de calçado são um exemplo que afeta Portugal;
2.Qd a concorrência que vem de fora da Europa afeta o núcleo duro, então a Comissão Europeia diz que a concorrência é má, que é preciso defender setores 'chave' (?) da economia, que no terceiro mundo os trabalhadores não têm a proteção que têm na Europa. A agricultura é o grande exemplo. Neste momento há mais queijo a ser produzido (e pago com subsídios) em França e na Holanda do que aquele que o mercado europeu e mundial está interessado em comprar.

Luís Oliveira disse...

Caro PPorto

Onde vc vê uma coisa má (as fábricas de têxteis a fechar), eu vejo uma coisa boa. Isso para Portugal é um capítulo encerrado. Como já disse, veja o caso da H&M ou da Zara. São empresas com um volume de negócios colossal. Mas os teares estão todos do outro lado do mundo... Acha que os suecos e os espanhóis se ralam? É esse o caminho. A UE pode tramar-nos com muita coisa, com isto não me parece.

Quanto à PAC, é um nojo cuja eliminação se tem de ir fazeando. Parece que vem aí mais uma grande reforma. De qualquer forma a PAC existe para proteger grupos de interesse, no somatório a economia desses países só perde. Qual é a vantagem de comprar por 100 o que se pode comprar por 10!?

Luís Oliveira disse...

Um bocado on topic, saiu em Portugal o livro do Martin Wolf, "Por que funciona a globalização". Para quem estiver interessado, é a obra de referência sobre o tema. Recomendo vivamente.

Luís Oliveira disse...

faseando, de fase...

Antes que venha aí o ml, que já ensinou inglês aos americanos :-)

RioDoiro disse...

"Antes que venha aí o ml, que já ensinou inglês aos americanos :-)"

Talvez se possa simplificar (ele adora simplificações) para:

'Antes que venha aí o ml, que já ensinou* os americanos :-)'

* no sentido de 'já deu lições de moral até aos americanos'

.

Anónimo disse...

Antes que venha aí o ml, que já ensinou inglês aos americanos

E não só, há mais indigentes linguísticos.


'Antes que venha aí o ml, que já ensinou* os americanos

Aos americanos não tenho nada a ensinar, mas por aqui, muito pertinho, existe um nicho de mercado altamente especializado.

Anónimo disse...

O carro não vai ser comercializado na Europa porque não respeita as normas europeias de segurança. A Tata já tinha dito isto antes do lançamento do carro.

Luís Oliveira disse...

Também não respeita as nossas normas de poluição. Uma versão europeia custaria obviamente muito mais.

RioDoiro disse...

"Também não respeita as nossas normas de poluição. Uma versão europeia custaria obviamente muito mais."

Eu duvido que oa papa-reformas respeitem o que quer que seja.

Aquilo parece ter um motor a quatro tempos, de dois cilindros, tal como o de uma moto. E as motos circulam e são aceites os seus níveis de poluição.

E (ando a investigar) já li algo que o coloca no grupo dos mais limpos. Não serão os mais limpos em função da cilindrada, mas em função do nº de passageiros que transportam. Li qualquer coisa que os coloca ao lado do Prius.

.

Paulo Porto disse...

Caros LO e ROD

Juntando último comentário de dada um, parece que tenho mesmo razão quando digo que na UE todos os Estados são iguais, mas há uns mais iguais que outros.

Paulo Porto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.