Como se sabe, Hugo Chavez tem vindo a apoderar-se dos sectores produtivos que geram lucro, chantageando e espoliando investidores privados que aí investiram largos cabedais.
A cantilena é a do "social", como sempre, embora não se perceba muito bem que espécie de "social" se pode encontrar nos biliões gastos em submarinos, modernos caças, espingardas e ajudas aos partidos amigos, para manipular eleições.
Mas adiante que isso é problema do Hugo e, infelizmente, dos venezuelanos que, quando descerem à terra, verificarão que a retórica ideológica não mete comida na boca.
Há tempos Chavez deu um prazo às companhias petrolíferas que tinham investido no país, para aceitarem conformar-se com o roubo institucionalizado ou, caso recusassem, serem "nacionalizadas".
O clássico jogo de poker.
Parece que ExxonMobil não pestanejou e foi a jogo, preferindo arriscar-se a perder os seus investimentos, ao contrário da Chevron, BP e Total, que se renderam à chantagem de Chavez.
O racional destas últimas é simples: mais dia menos dia Chavez dará com os burros na água e quando a Venezuela acordar para a realidade, elas já estarão no terreno e serão necessárias para prosseguir as operações.
Ou seja, aceitam o prejuízo na perspectiva de virem a obter lucros no futuro.
No entretanto, como é evidente, irão evitar "meter" dinheiro na Venezuela ou fazer investimentos arriscados, pelo que a exploração de petróleo no país está-se a degradar aos poucos, desde que Chavez chegou ao poder.
A Exxon entedeu que Chavez vai estar muito tempo por ali e admitiu as perdas. Como é evidente, exigiu multimilionárias indemnizações.
Chavez recusou pagar, claro, e agora os tribunais decidiram que, se o não fizer, serão congelados bens venezuelanos em outros países, no valor de 12 biliões de dólares.
Como por exemplo as refinarias da petrolifera estatal venezuelana, CITGO, nos EUA.
Chavez está já a deitar fumo pelas orelhas e berra para quem o quer ouvir que irá cortar as vendas de crude aos EUA.
Agora é que se vai ver se o homem é tão doido como parece. É que o maior comprador do crude venezuelano é justamente o "Império de Mr. Danger". E Chavez vende um crude pesado, cuja refinação não é fácil e por isso não é fácil diversificar compradores.
Ou seja, a galinha dos ovos de ouro do Tenente Coronel, é justamente o mercado do "Império" e sem os petrodólares, não há "socialismo do século XXI" e muito menos negociatas e luvas debaixo da mesa para os amigos na Bolívia, Nicarágua, Argentina, etc.
Certezas só há uma: Chavez está a arriscar a Venezuela num jogo de soma zero contra players experimentados e que estão habituados a trincar tiranetes populistas ao pequeno almoço.
No fim da jogatana, será o povo venezuelano a apanhar com as canas na cabeça.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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1 comentário:
"No fim da jogatana, será o povo venezuelano a apanhar com as canas na cabeça."
... e daqui por uns anos a esquerda pacóvia gritará que a culpa de tudo o que vier a acontecer será do ditador de vier a biqueirar Chavez.
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