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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

A propósito da Suécia

O Luis Oliveira, o nosso especialista em economia, já aqui deu conta do estado real do mito da social-democracia sueca.
Mas o que se passou na Suécia, passou-se de forma igualmente instrutiva noutros países.
No Reino Unido, por exemplo.

Em 1974, o Labour formou governo com Harold Wilson e foi lançado um programa económico com todas as armas do arsenal keynesiano, na tentativa de quadrar o círculo: lutar contra a inflação e o déficite exerno, sustentando simultaneamente o emprego e a actividade económica. O orçamento apontava para um aumento dos investimentos publicos, nacionalizações de indústrias "estratégicas", aumento do apoio social ao emprego, etc .

Dois anos depois, enquanto em Portugal se trombeteava o socialismo, a inflação galopava nos 20 %, a despesa social disparava e as empresas públicas apresentavam déficites impressionantes.
Harold Wilson fez o mesmo que Guterres em iguais circunstâncias de comprovada incapacidade: fez conta que ia mijar, demitiu-se e passou o pântano ao seu camarada Callagan.
O efeito foi nenhum: instalou-se a estagflação, o poder de compra dos trabalhadores baixou, e começaram as greves selvagens que conduziram a uma explosão nos salários.

Não há jantares de borla e a conta veio a seguir: aumento de 50% na taxa de desemprego, inflação a 25 %, déficite externo brutal, desvalorização da libra em mais de 20%. O investimento caíu na vertical e, caso nunca visto, a orgulhosa Grâ-Bretanha foi obrigada a recorrer ao FMI para evitar a bancarrota.

Estava aberto o caminho a Margaret Tatcher que afastou definitivamente as políticas keynesianas, rachou as cabeças aos sindicatos e introduziu o monetarismo.
O Reino Unido é hoje uma economia muito mais saudável e competitiva , onde Keynes morreu e o monetarismo se manteve, mesmo após o regresso do Labour ao poder.
Até há dias.

Os socialistas não aprendem e há sempre um Companheiro Vasco a ronronar por ali. O governo inglês vai renacionalizar um banco (Northern Rocks) privado para evitar a sua falência.
Ou seja, o contribuinte inglês, quer queira quer não, terá de pagar dos seus bolsos os prejuízos de uma empresa privada.
A alternativa?
Deixar o mercado actuar...é justamente por isso que há falências.
Viva o socialismo!

3 comentários:

RioDoiro disse...

"rachou as cabeças aos sindicatos e introduziu o monetarismo"

Fez ela muito bem.

Mas foi um bocado desastrosa.

Dizem as más línguas que, para aplacar a malta das minas de carvão e facilitar a construção de mais centrais nucleares sem ter que ficar com os 'verdes' à perna, resolveu 'encomendar' um estudo que garantisse a existência de aquecimento global provocado pelo CO2. Para mal dos nossos pecados a coisa ficou "provada".

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Luís Oliveira disse...

Acho que a ideia é vender o banco e recuperar a massa dos contribuintes. O problema é que parece que ninguém lhe quer pegar.

Não me parece que vá ser o Gordon Brown a meter a marcha-atrás. Vamos lá ver como corre esta barraca...

Anónimo disse...

Se calhar é preciso recordar-lhe a crise de 29, que foi precisamente o keynesianismo que resolveu.