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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Menage-à-trois in Dubai

O Ricardo Brilhante grafa, posts abaixo, sobre o fosso distópico que se abre, a cada murmúrio de atentado, entre mundo desenvolvimento e esses oásis de progresso e direitos humanos que é Marrocos e arredores. O post traduz o espírito do tempo, os bárbaros, às portas do império, já não salivam por um Mercedes, um ecrã plasma, uma casa a prestações, e uma confortável vida de classe media, pura pornografia aos seus olhos, mas com o abate industrial de inocentes e o apocalipse. Tese arriscada mas quem abre as noticias não são as vidas honradas, mas os subúrbios em chamas e os dementes que prometem cadáveres a cada esquina. Mas a tese é legitima e atira-nos para a questão: “o que fazer?”. Vamos até Dubai, o prostíbulo árabe, um pedaço de ocidente na selva, um oásis no deserto, a nova e a velha amsterdao no oriente, cidade de milionários – cada cidadão é um milionário, cidade de imigrantes – noventa por cento da população, paquistaneses, indianos, japoneses, suecos, canadianos, filipinos, iranianos, uma salada de broculos, um dos poucos hotéis de sete estrelas do globo está ali, incólume, um bordel em que a canalização do estabelecimento – e dos seus hospedes – é desimpedida muito antes do sol se pôr, são os preservativos que arruínam a qualidade do serviço. Dubai é a solução, não é o Iraque, viveiro de terroristas, ali não há terrorismo, perguntam-se muitos como numa cidade com arranha-céus – uma Nova York nos trópicos – não lhes entra um avião de passageiros pela suite adentro? Réplica, a providencial hipocrisia árabe, a família bin laden tem ali o seu dinheiro investido. Não mijam contra o vento. A resposta vem sempre antes do encolher de ombros, a melhor forma de domesticar o Islão passa pela ocidentalização daquele mundo. A dessacralização do Islão. A exportação tangível daquilo que converte a vida ocidental num antro de vícios e virtudes. A exportação do cinema, da coca-cola, da televisão, do ócio, e do menage-à-trois.


PS Dubai é a meca do turista arabe nao religioso, um turista que faz ali o que nao faz em casa, prova o ocidente

9 comentários:

Anónimo disse...

Caríssimo,

Muito bom texto. Tão bom que ninguém ousa sequer mudar uma vírgula. Apenas tenho um reparo e uma pergunta.

Dubai é a meca do turista arabe nao religioso

Creio que também é a Meca do turista árabe religioso… Eles, com o desenvolvidíssimo sentido do decorum que têm, põem, nas calmas, os dogmas a hibernar pelo tempo que lhes convém…

A exportação do cinema, da coca-cola, da televisão, do ócio, e do menage-à-trois.

Você refere-se a ‘menage-à-trois’ de forma literal, não será uma imagem?

David Lourenço Mestre disse...

Ah a poligamia... mas sim, como imagem de corrupçao moral

"Creio que também é a Meca do turista árabe religioso… Eles, com o desenvolvidíssimo sentido do decorum que têm, põem, nas calmas, os dogmas a hibernar pelo tempo que lhes convém…"

Meu caro, tb nos convem e antes de tudo convem ao negocio. Business as usual, ao palm island, ao burj dubai convem manter os dogmas at bay

David Lourenço Mestre disse...

"Tão bom que ninguém ousa sequer mudar uma vírgula."

Epá, mas tá assim tao mau? Rasgo já o cartao de jornalista

David Lourenço Mestre disse...

E francamente nao penso que o dubai possa fazer marcha-atras, é escolher ou o apartamento deluxe e o jaguar ou a bossa do camelo, o leite do camelo, o bafo do camelo

Carmo da Rosa disse...

@ DLM:
Ah a poligamia... mas sim, como imagem de corrupçao moral

Você acha poligamia uma corrupção moral? Eu acho só muito caro!

Fiz a pergunta porque realmente não consigo imaginar os árabes do médio-oriente, religiosos ou não, a alinharem em ‘menages-à-trois’.

Desculpe, já percebi…
Não se trata do ‘menages-à-trois’ que os ocidentais têm normalmente em mente, em que as esposas também alinham. Estilo as festas do arquitecto Taveira… Os árabes ainda não estão lá, elas talvez!

Veja neste youtubezinho a prova. Foi feito quando o marido estava de férias no Dubai…

http://www.youtube.com/watch?feature=related&v=zpmBpLThSxk

Epá, mas tá assim tao mau? Rasgo já o cartao de jornalista

Não, pelo contrário, está tão bom qu’inté intimida…

David Lourenço Mestre disse...

Os arabes estao muito longe da santidade com que gostam se apresentar

Anónimo disse...

@ DLM
Os arabes estao muito longe da santidade com que gostam se apresentar

Tá bem, mas viu a árabe ou não?

David Lourenço Mestre disse...

Gandas malucas, tiram lhes a burka e começa a festa, embora algumas só mesmo com a burka

Anónimo disse...

Se eu fosse mais novo era para onde ia, países islâmicos, liberar as burkas. Enquanto os maridos estão na meca de cu pró ar...

Assim, vou ter que convencer o meu filho, e ele depois que me conte - com imagens a mexer...