Sempre com e emblemático Ian Anderson e a sua flauta, em perfeito contra-ciclo com o resto das bandas rock-pop que, desde 1959, com os ingleses Shadows, passaram a ter formações aligeiradas com 3 violas (solo, ritmo e baixo) e um baterista.
Anteriormente, usava-se contra-baixo, piano, etc.. Com os Shadows tudo se alterou, passando a carga a caber toda numa carrinha VW "pão-de-forma", e a fazer chegar a música pop em Inglaterra, e rock nos States, a todas as paróquias - daí o boom.
Em contra-ciclo, dizia eu, porque a malta ficava espantada e parada com o som da flauta, instrumento nunca recuparado para a música dos anos 60 - só o órgão o foi, porque era mais pequeno que um piano.
De qualquer maneira, os JT eram uma banda do lado de lá, mais evoluída, para malta mais profunda, tendo criado entusiastas que vieram a receber muito bem bandas do mesmo tipo, como, por exemplo, os Gentle Giant, os Black Sabbat, e os Genesis originais (ainda o taxista, perdão, o baterista (Phil Collins), não tinha passado lá para a frente, para o micro).
Recordo pessoalmente, com 14 anos, ter ficado banzado com o album "Thic as a Brick", e com o miúdo que ganhou o prémio pela autoria de um poema marado (Thick as a Brick), que posteriormente tiraram por os psicólogos terem dito que era impossível um puto de 8 anos ter escrito aquilo...
"que posteriormente tiraram por os psicólogos terem dito que era impossível um puto de 8 anos ter escrito aquilo..."
Tenho a impressão que essa história continua hoje ainda mal contada:
http://en.wikipedia.org/wiki/Thick_as_a_brick
"Thick as a Brick (1972) is a concept album by the British rock band Jethro Tull. Its lyrics are built around a poem written by a fictitious boy, "Gerald Bostock" a.k.a. "Little Milton" (Ian Anderson himself)."
Não, a história já está bem contada na página oficial dos Jethro.
Understanding "Thick" requires recognition of the popularity of Monthy Python in the early 1970's. Anderson meant for the album to be a send up of rock pretentiousness, critics, and the band itself. The album cover claimed, outrageously enough, that the lyrics had been written by an eight year-old boy, Gerald Bostock, and set to music by the band. Even today, Anderson still gets the occasional person asking about Bostock or commenting about the prodigy's advancing age.
Estimado range-o-dente: longe de mim querer meter-me com os psicólogos - contra quem nenhuma animosidade tenho, e dois familiares próximos (pai e irmã) são profissionais dessa área.
Quando coloquei a minha opinião, fi-lo de cor, sem pretenções cintíficas, apenas recorrendo aos meus tempos do liceu (fim dos anos 60 e princípios dos de 70). Daí o meu erro, sobre o qual peço desculpa.
No entanto, recordo grandes conversas entre a rapaziada sobre o assunto em 72 e seguintes, e da culpa atribuída ao "establishment" inglês, com os psicólogos ou não...
O motivo contribuiu para mais vendas e limitei-me a contar o que me recordo de há 35 anos - e não aquilo que depois se soube.
Não lhe queria atirar aos neurónios qualquer arremesso de hostilidade.
Apenas pretendo referir que, com frequência, assuntos lançados ao espaço ganham vida própria.
Esse caso, a coisa nunca teria (digo eu) ganhado vida própria se os psicólogos não tivessem levantado a lebre. A lebre correu e eles levaram o coice - foram postos em causa.
A fábula ganhou peso específico suficiente ...
A coisa na altura foi exactamente como refere, (comigo também).
Aqui para nós, vou pouco à bola com psicólogos. Mas este espaço é curto ...
Se seguirmos à letra a regra, com o verbo 'ter' terá que ser mesmo a forma regular, 'ganhado'. Instintivamente saiu-lhe bem. Mas a verdade é que neste caso, devido ao uso, se vão admitindo as duas formas.
Coisas dos organismos vivos, escapam-se-nos entre os dedos e fazem o que querem.
Pois. Eu cresci e mais que uma zona do país e andei sempre em bolandas relativamente ao sotaque e à forma de construir as frases.
Não estou certo de haver relação, mas encontro-me frequentemente a dar aulas a pessoas que falam sabe-se lá como. Não me consigo fazer entender se não 'descer' à lógica reinante. Às tantas dou por mim sem saber como digo.
Não há drama, o automatismo baralha-se quando ouve mais vezes o errado do que o correcto. A poeira acaba por assentar, o que estiver fora do sítio reentra nos eixos.
Quando cheguei a Lisboa também me vi da cor da abelha para fazer entender o meu quarto de quilo, insosso, testo, sertã, bolos de bacalhau. O quarto de quilo dava sempre grande agitação cerebral. Depois tudo se foi ajeitando e parece-me que os lisboetas já perceberam que Portugal acaba acima de Rio Maior e que a moca não é o símbolo de metade do país.
Se acha que os Doors foram catástrofe (não vi) chorava todo o tempo se tivesse ido a Cascais ver o Bob Dylan.
14 comentários:
Balhamedeus, terra de ninguém!
http://www.youtube.com/watch?v=Wk2NYTOtmgg
http://www.youtube.com/watch?v=toHlMD50eYY&feature=related
Os Jethro Tull andam aí desde 1963.
Sempre com e emblemático Ian Anderson e a sua flauta, em perfeito contra-ciclo com o resto das bandas rock-pop que, desde 1959, com os ingleses Shadows, passaram a ter formações aligeiradas com 3 violas (solo, ritmo e baixo) e um baterista.
Anteriormente, usava-se contra-baixo, piano, etc.. Com os Shadows tudo se alterou, passando a carga a caber toda numa carrinha VW "pão-de-forma", e a fazer chegar a música pop em Inglaterra, e rock nos States, a todas as paróquias - daí o boom.
Em contra-ciclo, dizia eu, porque a malta ficava espantada e parada com o som da flauta, instrumento nunca recuparado para a música dos anos 60 - só o órgão o foi, porque era mais pequeno que um piano.
De qualquer maneira, os JT eram uma banda do lado de lá, mais evoluída, para malta mais profunda, tendo criado entusiastas que vieram a receber muito bem bandas do mesmo tipo, como, por exemplo, os Gentle Giant, os Black Sabbat, e os Genesis originais (ainda o taxista, perdão, o baterista (Phil Collins), não tinha passado lá para a frente, para o micro).
Recordo pessoalmente, com 14 anos, ter ficado banzado com o album "Thic as a Brick", e com o miúdo que ganhou o prémio pela autoria de um poema marado (Thick as a Brick), que posteriormente tiraram por os psicólogos terem dito que era impossível um puto de 8 anos ter escrito aquilo...
Digo eu...
Saloio
instrumento nunca recuparado para a música dos anos 60
A flauta apareceu porque o Ian era escocês, o que é mais do que visível na música dos Jethro. De resto, só esporadicamente.
Ainda hoje acontece o mesmo em bandas poprockpunk de sonoridade chamada celta - Pogues, Waterboys, Cranberries, etc.
Saloio:
"que posteriormente tiraram por os psicólogos terem dito que era impossível um puto de 8 anos ter escrito aquilo..."
Tenho a impressão que essa história continua hoje ainda mal contada:
http://en.wikipedia.org/wiki/Thick_as_a_brick
"Thick as a Brick (1972) is a concept album by the British rock band Jethro Tull. Its lyrics are built around a poem written by a fictitious boy, "Gerald Bostock" a.k.a. "Little Milton" (Ian Anderson himself)."
Não, a história já está bem contada na página oficial dos Jethro.
Understanding "Thick" requires recognition of the popularity of Monthy Python in the early 1970's. Anderson meant for the album to be a send up of rock pretentiousness, critics, and the band itself. The album cover claimed, outrageously enough, that the lyrics had been written by an eight year-old boy, Gerald Bostock, and set to music by the band. Even today, Anderson still gets the occasional person asking about Bostock or commenting about the prodigy's advancing age.
ML:
Sim, eu sabia. Eu referia-me ao facto de ela ser ainda, de vez em quando, mal contada (referia-me ao Saloio).
Não deixa de ser curioso que ela é referida deixando, regra geral, os 'psicólogos' em maus lençóis.
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Estimado range-o-dente: longe de mim querer meter-me com os psicólogos - contra quem nenhuma animosidade tenho, e dois familiares próximos (pai e irmã) são profissionais dessa área.
Quando coloquei a minha opinião, fi-lo de cor, sem pretenções cintíficas, apenas recorrendo aos meus tempos do liceu (fim dos anos 60 e princípios dos de 70). Daí o meu erro, sobre o qual peço desculpa.
No entanto, recordo grandes conversas entre a rapaziada sobre o assunto em 72 e seguintes, e da culpa atribuída ao "establishment" inglês, com os psicólogos ou não...
O motivo contribuiu para mais vendas e limitei-me a contar o que me recordo de há 35 anos - e não aquilo que depois se soube.
Digo eu...
Saloio
Caro Saloio,
Não lhe queria atirar aos neurónios qualquer arremesso de hostilidade.
Apenas pretendo referir que, com frequência, assuntos lançados ao espaço ganham vida própria.
Esse caso, a coisa nunca teria (digo eu) ganhado vida própria se os psicólogos não tivessem levantado a lebre. A lebre correu e eles levaram o coice - foram postos em causa.
A fábula ganhou peso específico suficiente ...
A coisa na altura foi exactamente como refere, (comigo também).
Aqui para nós, vou pouco à bola com psicólogos. Mas este espaço é curto ...
.
Cara ML:
"ganhado" ?? Ganho, talvez.
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caro dente
Se seguirmos à letra a regra, com o verbo 'ter' terá que ser mesmo a forma regular, 'ganhado'. Instintivamente saiu-lhe bem.
Mas a verdade é que neste caso, devido ao uso, se vão admitindo as duas formas.
Coisas dos organismos vivos, escapam-se-nos entre os dedos e fazem o que querem.
Jethro Tull- adoro esta banda.
ML:
"Coisas dos organismos vivos,"
Pois. Eu cresci e mais que uma zona do país e andei sempre em bolandas relativamente ao sotaque e à forma de construir as frases.
Não estou certo de haver relação, mas encontro-me frequentemente a dar aulas a pessoas que falam sabe-se lá como. Não me consigo fazer entender se não 'descer' à lógica reinante. Às tantas dou por mim sem saber como digo.
Faz sentido?
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Já agora, ouvi os Jethro Tull no Pav. Atlântico há um par(?) de anos. Foi muito bom.
Alguns meses depois fui ouvir os Doors ao mesmo local. Foi uma absoluta catástrofe.
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Às tantas dou por mim sem saber como digo.
Não há drama, o automatismo baralha-se quando ouve mais vezes o errado do que o correcto. A poeira acaba por assentar, o que estiver fora do sítio reentra nos eixos.
Quando cheguei a Lisboa também me vi da cor da abelha para fazer entender o meu quarto de quilo, insosso, testo, sertã, bolos de bacalhau. O quarto de quilo dava sempre grande agitação cerebral.
Depois tudo se foi ajeitando e parece-me que os lisboetas já perceberam que Portugal acaba acima de Rio Maior e que a moca não é o símbolo de metade do país.
Se acha que os Doors foram catástrofe (não vi) chorava todo o tempo se tivesse ido a Cascais ver o Bob Dylan.
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