Em Portugal quase ninguém se deu conta que o Ramadão terminou na terça-feira passada e que se vai dar início aos três dias de festa da quebra do jejum, o Eid al Fitr. Ao contrário, na Holanda, já quase totalmente islamizada, isto é notícia nacional. A Holanda totalmente islamizada? Não! um pequeno blog (Frontaal Naakt) ainda resiste, e o seu redactor em chefe, Peter Breedveld, escreveu estas palavras na sequência de um comunicado de imprensa que recebeu do Conselho Nacional dos Muçulmanos.
No âmbito do Eid al Fitr recebi um comunicado de imprensa onde o Conselho Nacional dos Muçulmanos com orgulho declarava que os muçulmanos holandeses jejuaram durante 30 dias por crença religiosa sem deixar de participar na sociedade holandesa.
Fantástico, sem dúvida, mas será que temos que ser especialmente informados sobre isto? Não será mais do que normal uma pessoa não poder deixar de participar na sociedade durante um período de 30 dias? Ou agora vamos ter que agradecer também aos muçulmanos pelo facto de eles não sobrecarregarem os seus patrões, colegas e vizinhos com os incómodos da sua crença religiosa?
Que tipo de comunicados de imprensa podemos esperar do Conselho Nacional dos Muçulmanos no futuro? Que esta manhã mais uma vez um grupo de jovens muçulmanos apanhou o autocarro sem roubar a caixa nem cuspir no condutor? Que os muçulmanos na Holanda, apesar de todas as provocações, conseguiram guardar o sangue-frio e é por isso que todas as embaixadas no país até agora não foram incendiadas?
Quando os chineses festejam o Ano Novo Chinês nós tão pouco ficamos espantados como eles mais uma vez conseguiram isso sem distúrbios? Os judeus festejam sempre a sua Festa das Cabanas (Sucot) sem que a gente sequer dê por ela? O que é na realidade a Festa das Cabanas? E os hindus tão pouco chateiam os outros com a sua Festa das Luzes (Diwali).
Por isso, muçulmanos da Holanda, peço muita desculpa mas não me vou perder em elogios pelo facto de vocês durante o Ramadão terem conseguido comportar-se como cidadãos exemplares. Sobretudo se tivermos em conta que as festividades à volta do Ramadão já são mais badaladas que as do Natal, e também fortemente subsidiadas pelo Estado. A nossa participação é desta forma bastante facilitada.
Entretanto o Ramadão já se tornou o mês da apologia do muçulmano, em que o muçulmano é bajulado pelos seus fãs ainda mais do que o habitual, e em que ele ainda com mais vigor se vangloria. “Vejam lá como a gente mortifica a carne, vejam como damos atenção a coisas do espírito!” Os muçulmanos, os muçulmanos holandeses, parecem-se cada vez mais com protestantes ortodoxos, que duas vezes em cada Domingo se colocam na fila da frente da igreja para que toda a gente veja como eles são crentes e tementes a Deus, mesmo que no resto da semana passem o tempo a fazer a vida negra ao seu semelhante.
Segundo a revista Elseviers é preciso dar um certo desconto às declarações do Conselho Nacional dos Muçulmanos, porque a participação de baixas por doença parece que sofre uma forte subida durante o período do Ramadão. Essa forte subida em relação a trabalhadores muçulmanos é no entanto comparável à que se verifica durante o Carnaval, e esta nada tem a ver com muçulmanos, só diz respeito a católicos apostólicos romanos. De qualquer forma os muçulmanos não têm muitas razões para se julgarem mais santos do que os outros, porque não são.
Que os muçulmanos demonstraram mais empenho nas suas tarefas durante o Ramadão, e que também se preocuparam mais com a sorte dos menos afortunados na Holanda, como declarou o CNM, não levo isto muito a sério, até porque no comunicado não são dados exemplos de qualquer empenho suplementar.
A última alínea do comunicado de imprensa irritou-me quanto baste:
A festa do Eid al Fitr (quebra do jejum) é também uma festa de absolvição e reconciliação. E com base neste pensamento o CNM acha que esta festa deveria ter mais apoio na Holanda, sobretudo quando se trata da relação entre muçulmanos e não-muçulmanos. E é por isso que o CNM fez um apelo aos muçulmanos para que propaguem precisamente este dois aspectos: a absolvição e a reconciliação.
Talvez eu seja picuinhas, mas não vejo em que é que os muçulmanos podem absolver os não-muçulmanos, e UMA preponderante festa religiosa de reconciliação, o Natal, é mais do que suficiente num pequeno país como a Holanda. É típico da arrogância dos religiosos pretender que podem ensinar algo aos não-religiosos acerca de humanismo. Mas humanidade é um mecanismo evolutivo de sobrevivência, não é uma virtude que caiu do Céu. Perdoar e conciliar também nós somos capazes, talvez até melhor, porque damos ouvidos à nossa consciência em vez de seguir à risca as regras de outrem.
Peter Breedveld vive uma vida hedonística sem qualquer tipo de sentimento de culpa e sem se esquivar à sua participação na sociedade holandesa.
11 comentários:
É interessante ver a habilidade que usam em tudo e mais alguma coisa para proveito próprio.
Já agora, uma das condições necessárias para haver convivência e paz, é reconhecer que o mundo espiritual bom também se manifesta no outro.
O islam, jamais admitiu ou admite tal coisa.
Em verdade, estas supostas festas, são mais uma maneira de insultar as pessoas e conseguirem o que pretendem.
Eu sinto é o medo a crescer entre a população ocidental, ao ponto contrariarem a tendência natural de caminharmos para o agnosticismo e aderirem a causas de cariz medieval... é a velha conversa do se não podes vencê-los junta-te a eles mesmo que isso signifique um retrocesso na civilização ocidental.
BellaMafia
"Ao contrário, na Holanda, já quase totalmente islamizada, isto é notícia nacional."
Quais são os factos que suportam esta visão?
"No âmbito do Eid al Fitr recebi um comunicado de imprensa onde o Conselho Nacional dos Muçulmanos com orgulho declarava que os muçulmanos holandeses jejuaram durante 30 dias por crença religiosa sem deixar de participar na sociedade holandesa."
A minha duvida é se fosse o Zé da Esquina que tivesse feito um comunicado identico se o Peter Breedveld escreveria algo identico?
”@ BellaMafia disse:
é a velha conversa do se não podes vencê-los junta-te a eles mesmo que isso signifique um retrocesso na civilização ocidental.”
É isso mesmo.
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”Quais são os factos que suportam esta visão?”
Stran,
Ó MARTÍRIO, Ó INCLEMÊNCIA, Ó CULTURA-GERAL, por onde andas?
Se você em vez de ler coisas chatas sobre economia e a banca lê-se os clássicos Goscinny e Uderzo, tinha imediatamente reconhecido a frase que tanto o apoquentou…
Caro Stranger, mal se vira a capa de qualquer revista das histórias de Astérix e Obélix, lê-se no canto inferior esquerdo:
Estamos no ano 50 antes de Jesus Cristo. Toda a Gália está ocupada pelos romanos… Toda? Não! Uma pequena aldeia habitada por irredutíveis gauleses resiste ainda e sempre ao invasor. (…)
”A minha duvida é se fosse o Zé da Esquina que tivesse feito um comunicado identico se o Peter Breedveld escreveria algo identico?”
O Zé da Esquina não é uma organização com milhares de membros, por isso, não emite comunicados de imprensa, quando muito escreve uma carta aberta, ou arrota ou dá um peido...
"Ó MARTÍRIO, Ó INCLEMÊNCIA, Ó CULTURA-GERAL, por onde andas?
Se você em vez de ler coisas chatas sobre economia e a banca lê-se os clássicos Goscinny e Uderzo, tinha imediatamente reconhecido a frase que tanto o apoquentou…"
LOL, já sabia mas não resisti à provocação...
Ok o Zé da Esquina não, O conselho nacional dos Zé da Esquina...
"Ok o Zé da Esquina não, O conselho nacional dos Zé da Esquina..."
Foi precisamente esse: o Conselho Nacional dos Zés da Esquina Muçulmanos.
Está contente?
Boa noite Carmo da Rosa. Ausentei-me por uns dias, por causa de um exame.
Gostei do texto.
cumprimentos
ejsantos,
entre em contacto com o F.I. através do mail.
"Está contente?"
Sim.
Amen sr. Carmo da Rosa, amen! (palavras de um não religioso do teu lado)
OK
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