[Este artigo foi posteriormente complementado por este outro].
Lâmpada fluorescenteA Quercus, pela mão de Francisco Ferreira, resolveu marrar com as lâmpadas incandescentes e invectivar o governo no sentido de as exterminar.
Primeiro:
Poupando energia com lâmpadas fluorescentes resulta apenas em passar-se a deixar as luzes todas ligadas.
Segundo:
O problema da poupança de energia é um disparate todos os meses em que se liga o aquecimento. A energia desperdiçada pelas lâmpadas incandescentes é transformada em radiação infra-vermelho que não é mais que calor. Poupa-se de um lado gasta-se de outro.
Terceiro:
As lâmpadas de incandescência emitem um espectro de luz contínuo. O espectro contínuo de luz produz cores reais permitindo uma melhor percepção do meio que nos rodeia, evitando dar trabalho aos neurónios, evitando dores de cabeça e cansaço ocular. As lâmpadas fluorescentes emitem um espectro descontínuo.
Quarto:
As lâmpadas de incandescência quase não cintilam, produzem luz quase continuamente. As lâmpadas fluorescentes produzem luz cintilante, emitindo impulsos de luz à razão de 100 por segundo, aumentando o cansaço cerebral e ocular.
Quinto:
As lâmpadas fluorescentes são substancialmente mais difíceis de digerir pela natureza. Contêm tudo o que as incandescentes contêm e contêm ainda cobre e mercúrio. O 'pó' que recobre internamente o tubo da lâmpada fluorescente contem ainda elementos indesejáveis, os tais que a Quercus lembra e relembra deverem ser objecto de cuidadosa reciclagem.
Sexto:
As lâmpadas fluorescentes emitem quantidades substanciais de radiação electromagnética, a tal que a Quercus deplora nas linhas de alta tensão. Emitem, emitem a curta distância das pessoas e a uma frequência muito mais alta que as linhas de alta tensão. Basta ligar uma telefonia de onda média nas proximidades de uma lâmpada fluorescente e desligar a lâmpada para se perceber o que acontece.
Sétimo:
A Quercus 'esquece-se' de pedir aos portugueses para evitarem comprar lâmpadas incandescentes porque acham que os portugueses são estúpidos. A Quercus prefere ganhar a guerra na secretaria invectivando o governo. A Quercus acha que os portugueses são atrasados mentais e que são incapazes de perceber o momento em que a conta de energia eléctrica é demasiado alta e quer impelir o governo a obrigar os portugueses a gastar menos energia (dizem).
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37 comentários:
Não percebi o primeiro ponto.
O segundo não parece rigoroso.
O título não devia ser: "Novo Satã: lâmpadas incendescentes"?...
Também acho que nem a Quercus nem o governo têm legitimidade para proibir estas ou aquelas lâmpadas. Já não posso ver aquele gajo na TV. O facto de o levarem a sério é preocupante.
"Não percebi o primeiro ponto."
Quando alguém tem um carro que consome menos anda mais quilómetros.
"O segundo não parece rigoroso."
Que faz um calorífero a óleo? Liberta radiação infra-vermelha.
"O título não devia ser: "Novo Satã: lâmpadas incendescentes"?..."
Deslexias ... :-)
Alterei ligeiramente a redacção do primeiro e último pontos.
Agora que eu mudei toda a minha lampadária para fluorescente, é que me diz isso?
Mas talvez ainda vá a tempo. Diga-me, quais não são as de enxofre?
"Diga-me, quais não são as de enxofre?"
:-))
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Odeio lâmapdas fluorescentes. Não contem comigo para salvar o planeta.
Odeio lâmapdas fluorescentes.
Desconfio que os seus conhecimentos sobre lâmpadas também são parcos. Ainda deve ir na página das tiras no tecto das cozinhas.
Pergunte ao dentinho.
[Ainda deve ir na página das tiras no tecto das cozinhas.]
?
Não sei do que está a falar.
Fazem-me dor de cabeça.
Para mim, esta história das lâmpadas, além da informação sobre a função luminosa que tem para todos nós, é interessante do ponto de vista de saber finalmente como traduzir os diferentes tipos de lâmpadas de uma língua para outra.
Os holandeses chamam GLOEILAMP aquilo que nós chamamos LÂMPADA INCANDESCENTE. Claro que em Portugal ninguém diz o segundo palavrão quando vai comprar lâmpadas (creio eu!), dizemos: - quero duas lâmpadas de 60 w p.f.. Quando muito, duas lâmpadas NORMAIS de…
Para as lâmpadas FLUORESCENTES têm os holandeses a palavra FLUORESCENTIELAMP, que ninguém conhece – salvo os especialistas -, e por isso arranjou-se uma outra palavra que toda a gente conhece e usa – TL-BUIZEN. ‘Buizen’ significa ‘tubos’ e TL vem do francês ‘Tube Luminiscent’! Daria em português TUBOS LUMINESCENTES.
Mas para designar a lâmpada FLUORESCENTE que dá origem ao artigo, têm uma terceira palavra: SPAARLAMP. ‘Spaar’ significa ‘poupar’, estão já a ver o filme. Porque realmente, apesar de se tratar basicamente de uma lâmpada fluorescente, sofreu uma sensível melhoria técnica - é muito mais económica. Também é bem mais cara, e as desvantagens que Range-o-dente assinala são também apontadas na Wikipédia cá da praça…
Resta-me saber, há um nome em português para designar SPAARLAMP, caso precise de comprar alguma em Carcavelos, por exemplo?
Lâmpadas economizadoras.
As simple as that.
Eu suponho que às novas lâmpadas fluorescentes "retorcidinhas", mais ou menos económicas, o pessoal chama lâmpadas económicas (no sentido do consumo).
Não, dentinho, leia outra vez. Economizadoras. Vá lá, aceite as evidências e vá por quem sabe.
ml, largue a bicicleta do rod. E se o papa-reformas vai parar à oficina?
"Economizadoras."
De acordo. Vou instalar meia dúzia para poupar água.
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ECONOMIZADORAS!!!
Estes portugas são levados da breca! São os esbanjadores…
Os Holandeses dizem a coisa com duas sílabas (spaarlamp), há a possibilidade de dizer a coisa com 5 (económicas), mas não, os nossos linguístas escolheram 7 !!!
Reparem que na palavra holandesa a ‘lâmpada’ já vai incluída, de borla… Se isto é poupar macacos me mordam!
sr. carmo, eu falo uma língua românica, não uma língua germânica. Nenhum romance latino tem essa possibilidade de antepor substantivos/adjectivos/formas verbais, etc, a outras para formar novas palavras. É assim no português, é assim no espanhol, é assim no francês, é assim no italiano, será assim no romeno.
Tenha um pouco mais de paciência com a sua própria pobre língua.
[Nenhum romance latino tem essa possibilidade de antepor substantivos/adjectivos/formas verbais, etc, a outras para formar novas palavras.]
Quem é que ainda há bocado estava aqui no blog a falar de doutores da mula ruça?
@ ML:
Nenhum romance latino tem essa possibilidade de antepor…
Ai que homem ou mulher este(a)!
No meu comentário estava explícita uma POSSIBILIDADE para a língua românica, não de ANTEPOR - isso sei eu que não é possível, mas acho que fez muito bem em realçar a coisa, há sempre gente que nunca pensou no assunto – mas sim de ESCOLHER, entre 5 ou 7 sílabas…
Dito isto, esperava que um especialista (sem ironia) me explicasse (a mim e à plateia) se há alguma boa razão para a escolha recair sobre a palavra mais maior grande – só isto…
Ah, o problema é das sílabas!
Já reparou que as sílabas de ‘spaarlamp’, a serem duas como diz, são substancialmente mais longas do que as do português?
E assim temos que mesmo que nos apeteça dizer lâmpada poupadora ou forradora, vamos dar às mesmas 9 letras que 'spaarlamp'. Só ainda não resolvemos o problema da ‘lâmpada’, mas como se trata de uma outra palavra creio que não se oporá à minha proposta.
Eu sei, eu sei, tb está por resolver o enigma da escolha de ‘economizadora’, uma palavra escandalosamente longa. Mas na verdade não é bem o mesmo que 'económica', porque são até mais caras e dentro da lógica do português induziria em erro. Escreve-se direito por linhas tortas, mesmo não se sendo Deus.
sr. carmo, cada língua tem as suas especificidades, que se há-de fazer? E contrariamente ao que afirma, até falamos uma que nos poupa fôlego.
Não se apegue a excepções ou a palavras isoladas. Vá ao seu pp blogue em neerlandês, língua que não conheço mas que me parece não ser muito distante do alemão, e conte quantas palavras vê com um tamanhão que nunca encontra no português. Como 'krentenwegersmentaliteit', por exemplo. Ou 'Ikdoewatikzegminister'. 'Wetenschapsjposjitivisjme'?
É que a formação de palavras por justaposições múltiplas não tem apenas vantagens, tb traz alguns engulhos.
Cada povo tem a língua que merece. Ou de que é capaz.
Oliveirinha, pequerrucho, não sei de que fala. Mula ruça? Alguém que eu conheça daqui?
ML:
"não é bem o mesmo que 'económica', porque são até mais caras e dentro da lógica do português induziria em erro"
Quem fala assim não percebe que o custo da coisa é mais que o custo da coisa (não é incongruência).
O custo da coisa, para mim, é o custo total da operação relativa à coisa (H2SO4). Para si, apenas o custo de olhar para ela.
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E quem é que inventou o raio das lâmapdas, afinal? Foram os americanos? Não quero ficar com a casa a cheirar a enxofre.
dentinho, gostei da pesada subtileza dos trocadilhos. E faço-lhe o favor de pensar que não passa disso mesmo, mais um comentário jocoso à medida aqui do blogue.
Já sabe que aposto sempre nas pessoas. Se se esforçar, é capaz de fazer muito melhor.
@ ML:
as sílabas de ‘spaarlamp’, a serem duas como diz, são substancialmente mais longas do que as do português?
Substancialmente mais longas!!!
As duas sílabas (9 letras) de ‘Spaarlamp’ duram 1,2 segundo a dizer (verificado com cronómetro); Lâmpada economizadora (20 letras) dura 3,7 segundos!
uma palavra escandalosamente longa. Mas na verdade não é bem o mesmo que 'económica', porque são até mais caras e dentro da lógica do português induziria em erro.
Mais caras a curto prazo, quer você dizer. Até que enfim, deu um pouco de trabalho mas lá lhe consegui sacar a resposta que queria ouvir…
cada língua tem as suas especificidades, que se há-de fazer? E contrariamente ao que afirma, até falamos uma que nos poupa fôlego.
Sim, claro, todas as línguas têm vantagens e desvantagens. As línguas não têm muita lógica. A gramática é apenas uma tentativa de unifor… mas isto você sabe. E quanto à poupança do fôlego é capaz de ter razão. Porque, embora as pessoas desde a mais tenra idade aprendam a lidar com as dificuldades de cada língua - a língua (refiro-me neste caso ao músculo) adapta-se - estou convencido que o português é mais fácil de pronunciar que o holandês. Mas provar isto é difícil. Tem alguma dica.
Não se apegue a excepções ou a palavras isoladas.
Claro que não, que ideia!
palavras com um tamanhão que nunca encontra no português. Como 'krentenwegersmentaliteit', por exemplo.
Boa, belo exemplo:mentalidade mesquinha. Palavras por justaposição são uma grande vantagem, porque se consegue dizer muita coisa com uma palavra. Um bom exemplo é o neologismo que se introduziu no holandês há bem pouco tempo para designar atletas holandeses que trocaram de nacionalidade para poderem participar em competições internacionais.
Bart Veldkamp, apesar de ser um bom patinador na distância de 10 km, já não tinha lugar, com os seus trinta e poucos anos, na equipe holandesa e fez-se belga – em terra de cegos…- para poder participar nos jogos olímpicos de inverno.
Ninguém designa Bart Veldkamp como belga (porque na realidade não é), ou holandês-naturalizado-belga para-poder-patinar (muito longo), mas sim, com um termo fantástico, curto, humorístico e muito preciso: SCHAATSBELG, (‘schaatsen’ significa patinar, e ‘Belg’ é evidente).
Vou tentar fazer algo parecido com o Francis Obikwelu: ‘português-atletismo’, que acha disto?
Mas é evidente que também há desvantagens: o tamanho; difícil de ver rapidamente como dividir o palavrão para o poder pronunciar correctamente; não saber por vezes onde começa e onde acaba uma parte do palavrão; dificulta a busca nos dicionários porque o palavrão encontra-se cortado aos pedaços…
Cada povo tem a língua que merece. Ou de que é capaz.
Sim, mas também a língua que Nosso Senhor lhe deu… ou seja, puro acaso.
E peço desculpa ao Range por estar completamente OFF TOPIC meu…
ML:
"Se se esforçar, é capaz de fazer muito melhor."
Só consumo recursos à medida da necessidade. Eficiências (aromas de enxofre).
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Não vou argumentar consigo a pronúncia do neerlandês, é claro, mas no equivalente alemão, ‘sparen’, o ‘a’ é longo e demora algum tempo a pronunciar. Deduzi a partir daí, pelos vistos mal. De qq modo, não me referia à duração mas ao número de letras.
Mais caras a curto prazo, quer você dizer.
Como o dentinho já tb se manifestou ruidosamente, convido-os a pegar num jornal e ver o contexto em que os falantes do português usam as duas palavras. Nós não as escolhemos racionalmente, as palavras é que se vão impondo de acordo com as necessidades e sempre seguindo regras permanentes. Uma delas é da analogia.
E outra, embora me pareça que não vai a gosto dos seus protestos, é a regra do menor esforço. Assim mesmo. A língua, qq uma e em todos os aspectos, vai-se moldando pelo processo que nos for mais fácil, e a analogia é dos mais facilitadores. Se usamos regularmente a palavra ‘económica’ implicando um contexto de menores custos imediatos, ao trocarmos as voltas o automatismo deixa de funcionar e o cérebro recusa-se a reconhecê-la.
Sim, mas também a língua que Nosso Senhor lhe deu… ou seja, puro acaso.
Não é assim. Pode dizê-lo das línguas impostas, como o português em Angola ou o inglês nos Estados Unidos, mas não é verdade para o conjunto povo/cultura/língua, que constituem um todo e se vão influenciando dialecticamente (arghhhhhhh! que palavrão! Vá lá, agora diz-se 'interagem'. É melhor assim?), desde que o homo se tornou erectus e começou a articular sons elaborados.
Não é por acaso que os herdeiros dos bárbaros têm uma língua e um raciocínio mais sintético, e os latinos mais analítico. E se alterarmos a ordem destes factores continua a ser verdade. Não é por acaso que o luteranismo e a ética luterana frutificaram entre esses povos e não nos latinos, com as excepções inevitáveis. Nada, mas nada é fruto do acaso, a não ser o código escrito actual, em grande parte arbitrário.
As línguas não têm muita lógica.
As línguas têm toda a lógica, a gramática e os dicionários não passam de esforços para as não deixar fugir demasiado ao controle dos falantes e evitar alguma dispersão que possa dificultar o entendimento e a funcionalidade. São documentos políticos, digamos assim.
Boa, belo exemplo:mentalidade mesquinha.
Bem me parecia que tinha acertado na mouche. Um feeling latino, sei lá.
Mas nada disto justifica que se faça um ranking de línguas para valorizar umas em detrimento das outras. Para lhe dizer a verdade, até acho as línguas latinas muito mais inteligíveis. Mas isto sou eu, que tenho o raciocínio completamente formatado pela língua.
Quando me refiro a ‘o toque do sino da igreja’, por ex, utilizo mais palavras do que o inglês, the church bell ringing, e mais ainda do que o alemão que diria 'the Churchbellringing'. Mas a verdade é que em português começo pelo essencial e só depois vou às particularidades, ao contrário das línguas germânicas.
Ou quando em alemão começo por dizer ‘eu vou ... com a pessoa x ... ali ... no domingo ... etc., e apenas no fim, quando já tenho o filme todo na cabeça, me aparece um ‘züruck’ que vira tudo do avesso.
Mas é impossível dizer se isto é mais ou menos acessível porque teria que ser falante das duas línguas como maternas para o perceber.
Portanto, ironias avulsas sem ter em conta o contexto de cada língua são muito interessantes para entreter blogues e eu até concordo plenamente com elas. Também me divirto por aqui e sempre se dá um bocadinho de descanso aos blogueiros, que já não sabem onde ir buscar temas que não sejam a 101ª versão do primeiro.
sempre se dá um bocadinho de descanso aos blogueiros, que já não sabem onde ir buscar temas que não sejam a 101ª versão do primeiro.
Caro(a) ML
Não aproveite para ser má-língua!
As suas afirmações são interessantes e vão dar pano para mangas, mas agora não tenho tempo para lhe responder...
Conta a anedota que há malta que gosta de levar marretadas atrás de marretadas desde que possa tentar prolongar o tempo entre marretadas. Dizem que é para curtirem o alívio que sentem entre marretadas.
dentinho, confissões é na igreja.
Aqui não há batinas.
ML:
"Aqui não há batinas."
Nem batinas nem burcas. Às burcas aplicamos enxofre, as batina não são, de momento, perigosas.
As melgas mais tontas são trituradas à chapada. As melgas mais renitentes levam com a marreta. Devidamente calibradas marcam o compasso. Os intervalos são preenchidos por apelos frenéticos ao adiar da próxima batida.
Enfim, aventuras e desventuras dos que não f.... nem saem de cima.
Vá, não se desvie da conversa.
Isso já disse antes.
Novidades?
ML:
"Vá, não se desvie da conversa."
Nunca. A minha marreta é certeira.
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dentinho, acho que está ao seu alcance perceber que está a tornar-se monótono e que nunca conseguirá ultrapassar o tio nesse indicador de medida.
Já arrumámos os descritores 'confissão' e 'marreta'.
Novidades?
"acho que está ao seu alcance perceber que está a tornar-se monótono"
Tanto quanto o ML quiser. Só uso os recursos estrictamete necessários, no seu caso, a marreta.
Agora vou apontar novo míssil.
Chau.
Só uso os recursos estrictamete necessários
Essa tb já disse.
Olhe, porque não aponta num blocozinho e vai dando baixa à medida que vai gastando?
Digo eu, é uma ideia.
No Brasil, também as chamamos lâmpadas econômicas. Já as incandescentes, chamamo-nas "normais".
A língua não é feita pelos lingüistas. Ela é feita pelos seus usuários. Há hoje um sentimento de que a gramática vem antes da língua falada, mas é ao contrário. A questão é que não se pode modificar a gramática com a velocidade com que a língua falada muda. A gramática (e os dicionários e vocabulários oficiais) são convenções e privilegiam esta ou aquela variação linguística de acordo com diversos interesses e motivos. Não dá para se saber ao certo porque usa-se "lâmpadas econômicas" em vez de somente o adjetivo. Eu até acredito que o mais natural seria mesmo usar uma forma mais curtinha de designar as tais lâmpadas. Entretanto, acredito que não foi um português, nem um brasileiro, ou qualquer outro lusófono que inventou as tais lâmpadas econômicas. Possivelmente, um germanófono ou anglófono as inventou, e os lusófonos vendedores dessas lâmpadas, em vez de pensarem num nome decente para as lâmpadas em português que economizasse, se não no bolso, pela menos na fala, simplesmente traduziram o termo estrangeiro, como costuma-se dizer, "ao pé da letra". Mas isso tudo não passa de suposição. A verdade é que os meandros para a criação e aceitação de um nome envolve diversos fatores, desde os mais práticos, até políticos e econômicos.
Nossa! Olha só para estes palavrões! Fiquei sabendo e um amigo estudante na Universidade de Lisboa que um professor dizia que falamos uma língua romântica, clássica, descendente do latim, e não uma língua de bárbaros e pouco sofisticada. Está certo que o português não anda lá bem das pernas, relativamente falando, e os nossos políticos (tanto europeus como americanos) acham que podem legislar a língua como bem entendem, sem levar em consideração a diferença entre os povos e sua pluralidade. Contudo, talvez por ser aquela que conheço como materna, e a gente costuma defender a mãe mesmo sendo ela não tão respeitável ás vezes, continuo sendo um entusiasta e fã da "última do flor do Lácio".
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