Muito se tem dito sobre a posição de Obama face a Israel e ao islão. A especulação tem aumentado como forma de quebrar a dinâmica de vitória da sua campanha entre os Democratas. Para já as acusações, e sobretudo as insinuações, vêm dos seus opositores dentro do próprio Partido Democrata.
Certo é que nenhum outro candidato tem mais ligações ao meio islâmico do que Obama. A incógnita central é o peso que essas ligações têm no pensamento do candidato.
Nada como dar voz ao próprio Obama sobre o assunto, e hoje há notícias frescas e esclarecedoras. Obama deu uma entrevista ao Yediot Ahronot, o jornal mais lido em Israel.
Acerca da acusação de ser pro-islâmico, Obama diz: "First it is important to establish the facts. Here are the facts: I am not a Muslim and I never have been. I never attended a madrasa. I did not take my oath of office on a Koran. I am a committed Christian. I lived in Indonesia for four years as a child, where I attended secular schools. I took my oath of office on our family Bible."
Sobre o relacionamento entre os EUA e Israel, declarou: "The US-Israel relationship is rooted in shared interests, shared values, shared history, and in deep friendship among our people. It is supported by a strong bipartisan consensus that I am proud to be a part of, and I will work tirelessly as president to uphold and enhance the friendship between the two countries"
Finalmente, sobre a ameaça que o Irão representa para Israel: "The gravest threat to Israel today comes from Iran, where a radical regime continues to pursue the ability to build a nuclear weapon, and continues its support for terrorism across the region. President Ahmadinejad continues his offensive denials of the Holocaust, and his disturbing denunciations of Israel. Recently he referred to Israel as a "deadly microbe" and a "savage animal." Threats of Israel's destruction cannot be dismissed as rhetoric. The threat from Iran is real, and my goal as president will be to eliminate it."
Obama confirma a regra de que as diferenças de abordagem na política externa americana dependem muito mais do estilo de cada presidende do que de clivagens importantes entre republicanos e democratas. Pode considerar-se que o aproveitamento político da impopularidade da manutenção das tropas americanas no Iraque é uma exceção a esta regra. De resto, os políticos americanos são habitualmente consensuais a respeito de política externa. Pode até ser que a malignidade do Irão fique melhor evidenciada após conversações diretas frustradas do que sem elas.
Uma coisa é certa, Obama declara estar plenamente consciente da gravidade do problema e não se ilude quanto à solução, como se depreende da uma outra frase nesta entrevista: "I don't believe that diplomacy alone will stop the Iranians from pursuing nuclear weapons. I believe it will require all facts of our national power to achieve this important goal. "
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
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Alguém me explica porque têm a GNR e a justiça(?) que meter o nariz para saber se quem trabalha na pastelaria lá está dentro ou não?
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
7 comentários:
As palavras de Obama são belas, mas tb são as dos tipos que vendem cobertores na feira e não há uma relação directa entre estética retórica e verdade.
Hitler era um autêntico Demóstenes,Chavez e Fidel falam pelos cotovelos e cativam massas.
Não é por aí..
Mas há factos:
Luis Farrakhan, o clérido da Islam Nation, a organização mais vitriolicamente anti-semita da América está na sua campanha e só ontem Obama esboçou um tímido distanciamento, sob pressão directa de Clinton.
O bispo da seita religiosa de Obama é tão anti-semita como o Luis Farrakhan e até já o homenageou.
Mas há mais. No Estado-Maior da campanha, naquilo que realmente interessa, estão algumas luminárias da entourage de Jimmy Carter, que nunca tiveram papas na língua quanto aos judeus.
A começar por Brezinsky.
Eu não conheço o Obama de lado nenhum, mas alimento imediata desconfiança alguém que usa o verbo de forma encantatória,como se fosse o porta-voz da revelação divina.
Continuo a achar que o homem é perigoso...
Quando alguns analistas políticos comentam que Obama colhe simpatias junto do eleitorado republicano, não o fazem à toa.
Em termos de política externa e ao contrário do Ricardo Brilhante, eu já esperava declarações deste pendor, mas reconheço que o facto de Obama considerar a Diplomacia insuficiente para lidar com as ambições nucleares iranianas é uma posição inesperadamente forte.
Obama raising...
Caros Lidador e Nachteldar
As declarações de Obama são claras e vão ter impacto na campanha. Acerca de Israel existem outras formas de enunciar distanciamento sem ofender o aliado. Não foi o caso.
Os casos Brezinsky e Farrakhan são distintos.
Quanto a Ferrakhan, ele é o lider de 2 milhóes de negros que votarão em quem ele mandar, o homem só serve mesmo para isso, ponto. De resto ninguém no seu pleno juízo quer ter alguma coisa a ver com ele. Julgo que o Obama está de pleno juízo.
Não sei se conhecem o "electoral compass":
http://www.electoralcompass.com
Talvez permita um vislumbre dos lados políticos, embora muito sintético.
O problema de Obama- e dos EUA- é a capacidade de decisão, de planear estratégias, de resolver crises instantâneas, que aparecem todos os dias na Casa Branca.
E nisso, Obama é um inexperiente: 3 anos no Senado não equivalem a curriculum de decisões executivas, mas de discussões.
Um Presidente tem de ser executivo.
E McCain tem uma longa vida( até de se auto controlar como POW)de experi~encia.
É arriscado, um tiro no escuro, eleger Obama.
Quanto às entrevistas, nem ele poderia dizer outra coisa, senão a campanha para ele acabava.
Caro Sátiro
Nem McCain nem H.Clinton têm experiência executiva.
Penso que a comparação entre os três merece um post, já vai a caminho.
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