A parir do parlamento de Madrid, um governante espanhol informou hoje os portugueses que está previsto virem a ocorrer conselhos de ministros conjuntos dos governos português e espanhol.
O Governo português ainda não tinha disponibilizado esta notícia possivelmente porque acha que o ministro dos negócios estrangeiros espanhol é a pessoa certa para o fazer. Até porque os moços estão demasiado ocupados em legislar sobre chips nos carros (e negócios milionários subjacentes que ainda estão por referir), fazer apresentações em powerpoint, ir à televisão dizer que a culpa é da oposição, fazer inaugurações ou apresentações de estradas que não fazem falta mas que deram ou darão muito dinheiro a ganhar a alguns, em prejuízo dos pagadores de impostos, como sempre acontece com o dinheiro mal gasto do Estado.
Esta notícia é reveladora do desprezo com que Sócrates e o seu governo tratam Portugal e os portugueses.
Em boa verdade este desprezo é uma faceta do iberismo, porque o iberismo é isto mesmo: os espanhóis põem Portugal a fazer o que lhes é conveniente, sendo certo que se entende que não darão qualquer importância àquilo que os portugueses tenham a dizer sobre Espanha. Neste caso concreto estamos na presença de um iberismo à imagem do indizível Sócrates, isto é, um iberismo de negociata obscura, de favor por baixo da mesa, de acordo velado com só se sabe depois (se tiver que ser e como convier que seja), mas tudo sempre mascarado de modernidade e progresso.
Incapaz de lidar com o estado crítico a que conduziu o país, o primeiro-ministro resolve diluir as suas responsabilidades e incapacidades no espaço alargado de uma artificialidade maior, a Ibéria. Partilhar a governação de Portugal com os espanhóis é bem capaz de ser a forma mais airosa que Sócrates encontrou para terminar a obra que iniciou há quatro anos: acabar com Portugal.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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6 comentários:
Nacionalismos bacoucos à parte, não vejo a utilidade desta medida.
- E já agora o conselho é lá ou cá?
- E quem paga as viagens da comitiva?
- Que sentido faz criar uma sub região(zinha) num contexto de União Europeia?
E finalmente a pergunta mais importante que se impôe:
- E quem paga os croquetes?
Caro Stran
Não querer ser governado em função dos interesses espanhóis não é nacionalismo bacoco, é o mais elementar bom senso.
Quanto ao mais, a articulação que tem de ser feita com os espanhóes já está mais do que regulada e definida pela UE.
José Sócrates é um testa de ferro de Mário Soares, o videirinho que não oculta o seu sonho de união ibérica. União ibérica, bem entendido, que põe os portugueses como criados de Espanha.
Não queremos essa união ibérica.
Soares, que iniciou a descida do país ao abismo, vê nisso a possibilidade de os seus capangas continuarem a reinar.
Almiro de Matos
Caro Paulo Porto,
Agora eu percebi o sentido do primeiro concurso Fiel Inimigo: a Espanha não perde tempo com reivindicações já que políticos portugueses abandonam-se de suas responsabilidades de governo.
Como Táliga abandonada há duzentos anos.
Portugal, País Vecino y Amigo
Caro PP,
Lamento o mal entendido. O "nacionalismo bacouco" não era dirigido a si nem ao seu artigo. Era para futuros comentários de Adolfo ou outros que pudessem apanhar a deixa deste artigo para expressar um sentimento nacionalista bacouco.
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