A tolerância, palavra bonita e que evoca bons sentimentos, andorinhas, ninhos e prados floridos, não é o fruto espontâneo de nenhuma árvore, nem tão fácil de praticar como de evocar. Pelo contrário, é algo que custa imenso, algo que necessita um esforço consciente e doloroso, principalmente quando estamos seguros das nossas convicções e nos deparamos com outrem que as coloca em causa.
Talvez por isso, ela existe como praxis e como conceito, apenas nas sociedades de raiz cristã, aquilo que se convenciona chamar de Civilização Ocidental. Aqui nasceu e se desenvolveu, no meio de terríveis dores de parto e momentosas crises de crescimento.
Uma cultura que recuse como blasfemas as normas feitas pelos homens e que ponha em causa a própria legitimidade do estado democrático para legislar, não pode coexistir com a liberdade.
Os muçulmanos – era do Islão que ela estava a falar – que colocam a Sharia à frente da Constituição, estão fora da lei e da comunidade. Na Alemanha e no resto do Ocidente.
Há quase 50 anos que o Ocidente recusa olhar com olhos de ver para uma realidade que o ameaça nos seus fundamentos. As comunidades islâmicas recusam a integração, desprezam e odeiam a cultura ocidental, e querem viver fora da norma à qual estão obrigados todos os outros cidadãos; são pequenas teocracias que crescem como tumores, no próprio seio do estado democrático, ghettos nos quais os valores ocidentais não florescem, nem mesmo o próprio conceito de Estado-Nação, considerado herético e incompatível com os mandamentos e leis divinas, inscritos no eterno, incriado, divino e imutável Corão.
O multiculturalismo falhou porque não pode coexistir com a cultura das liberdades democráticas. É altura de reconhecer a evidência de que Islão e democracia são incompatíveis.
É o momento de reconhecer que, acreditemos ou não no Deus cristão, estamos inabalavelmente ligados aos valores cristãos, porque eles são os alicerces sobre os quais foram construídas as únicas sociedades igualitárias da história do homem. As nossas.
“Aquele que os não aceite está a mais”, rematou a chanceler.
O multiculturalismo de que Merkel falou, corresponde ao conceito de "encarceramento civilizacional" sobre o qual se pronunciou Amartya Sen (Identidade e Violência), no sentido de que o indivíduo está prisioneiro dos valores da comunidade onde nasce e onde é aculturado. Este multiculturalismo perverso é a ideologia que saltou do banco dos suplentes, após o derrube dos totalitarismos comunistas do séc XX.
Os seus fiéis, abundantes nos campus universitários e comunicação social, reconhecem-se por estarem inquinados com um complexo de culpa, por vezes a raiar o masoquismo, e assentam quase todos praça na esquerda europeia, náufraga dos delírios marxistas do século passado.
Esta esquerda doente, alimenta a pulsão da morte, a tentação do abismo, a ideação suicida, o niilismo. Quer morrer e romantiza os bárbaros que virão para a redimir dos seus pecados e que, evidentemente, não serão tolerantes.
8 comentários:
Bom texto.
O mal, a barbarie, a intolerância, a ditadura, estão sempre à espreita. Basta que as pessoas de bem não façam nada, e temos um retrocesso civilizacional pavoroso.
Fiquei boquiaberto com o discurso da Merkel. Talvez ainda haja esperança afinal. Excelente post.
A Merkel disse apenas em voz alta aquilo que muitos pensam e sussurram.
Mas, depois de Wilders e Sarkozy, depois do banimento de agressivos símbolos islâmicos em França, Bélgica, Suíça, e outros, é mais um sinal de esperança de que nas veias da Europa ainda corre sangue e não apenas água chilra.
Luis Oliveira: ”Fiquei boquiaberto com o discurso da Merkel.”
Não é caso para tanto!
A Merkel não afirmou (grande coisa), apenas reconheceu o evidente, que há sérios problemas de integração na Alemanha. E a Merkel só o afirmou depois de ter criticado (sem ter lido!) o livro de Thilo Sarrazin Deutschland schafft sich ab (A Alemanha anula-se a si própria) de um banqueiro (Banco Nacional Alemão) que fazia parte do partido trabalhista.
(Não li o livro porque ainda não foi traduzido em holandês, mas já ouvi de fontes fidedignas de esquerda (!) que o livro é excelente)
Mas sobretudo depois de um membro do seu partido próprio partido (CDU), René Stadtkewitz, ter sido expulso, porque este, contra as directrizes do partido, convidou há muito pouco tempo Geert Wilders para discursar em Berlim e formou agora um novo partido (Partei für mehr Freiheit und Demokratie) que é uma cópia do partido do nosso ‘Fuhrer’ que está neste momento a ser processado na Holanda…
Como eu disse há dias em resposta a um comentário de José Simões - e ainda estou à espera de resposta:
Note-se que a Sra. Merkel com esta afirmação já está atrasada pelo menos 10 anos! Na Holanda já em 1996 Fritz Bolkenstein advertia para os problemas de integração, e em 2000 – nessa altura Geert Wilders era ainda um funcionário anónimo - o intelectual socialista Paul Scheffer escreveu o famoso panfleto O Drama Multicultural.
Mas este atraso na Alemanha é bastante compreensível e deve-se à hiper-sensibilidade em relação a todo o tipo de discriminação por causa do trauma da Guerra. Mas o tabu não pode durar eternamente quando confrontado com os enormes problemas que já se vêm acumulando há tanto tempo. E como os holandeses já se permitem chamar a coisa pelo nome e até ter um partido do tipo de Geert Wilders que faz parte tacitamente do governo holandês actual, eles, que são considerados pelos países vizinhos em coisas multiculturais os campeões, o mais prá frentex possível, os alemães lá pensaram: se na Holanda já se diz destas coisas, porque não nós?
Este pensamento, até ter algum efeito prático, durou aproximadamente 10 anos…
"os alemães lá pensaram: se na Holanda já se diz destas coisas, porque não nós?"
Pq os meninos rabinos da esquerda vão apelidá-los de nazis, dizer que os árabes são os novos judeus etc etc
Claro que a M. já constatou o óbvio há muito tempo, como toda a gente, mas daí a dizê-lo com todas as letras, nunca esperaria.
Luis Oliveira disse: ”Pq os meninos rabinos da esquerda vão apelidá-los de nazis, dizer que os árabes são os novos judeus etc etc”
Precisamente. Como se houvesse comparação possível entre o comportamento dos árabes (marroquinos) actualmente e o dos judeus outrora!
As seguintes passagens foram escritas em 1916 por Teddy Roosevelt no livro “Fear God and Take Your Own Part”, e reproduzido no “What Every American Needs to Know About the Qur’an” por William Federer.
" O Cristianismo não é o credo da Ásia e da África neste momento porque no século VII os cristãos da Ásia e da África escolheram não lutar, enquanto os muçulmanos os ameaçavam. A Cristandade foi salva na Europa só porque os povos europeus lutaram contra o islão. Se os povos europeus do séc VII e VIII não tivessem tido capacidade militar, e gradualmente desenvolverem uma superioridade militar sobre os muçulmanos que invadiram a Europa nessa altura, o Cristianismo tinha sido exterminado.Onde os muçulmanos completaram a sua influência, onde quer que os Cristãos foram incapazes de resistir pela espada, o Cristianismo desapareceu completamente. Do machado de Charles Martel até á espada de Sobieski (passando claro pela espada de Afonso Henriques, digo eu), o Cristianismo deve a sua sobrevivência ao facto de ter sido capaz de lutar melhor do que o agressor muçulmano... A civilização da Europa, Americana e Australiana hoje existe devido ás vitórias de homens civilizados sobre os inimigos da civilização, devido às vitórias que perduraram pelos séculos de Charles Martel e de João Sobieski.
Durante milhares de anos, os cristãos da Ásia e de África foram incapazes de levar a cabo um guerra bem sucedida contra os conquistadores muçulmanos; e em consequência o Cristianismo desvaneceu-se desses dois continentes; e hoje ninguém consegue encontrar quaisquer dos "valores socias", de qualquer maneira que sejam entendidos, na esfera de influência dos maometanos. Tais "valores sociais" hoje ainda existem na Europa, América e Austrália, graças ao poder bélico que os Europeus tiveram no passado que os permitiu derrotar o invasor muçulmano."
Posted by rui
http://neuroamante.blogspot.com/
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