Teste

teste

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

UMA OU DUAS COISAS QUE EU SEI DELE (2)

Mário Soares, homem providencial nos seus tempos de salvador de parte da democracia nacional e, por suscitação de Salgado Zenha – assim nos garantem os bem informados, que evidentemente sabem mais disso que eu - com bravura cavalheiresca enfrentou então o celebrado Cunhal na fonte luminosa, não cessa de nos iluminar com proveito mediante a sua fala intensamente apelativa pelo menos para alguns.
Agora, segundo nos contam praticamente todos os “órgãos de informação”, como usa dizer-se com chiste, que manifestam pelo “velho leão” um carinho inteiramente apropriado, veio dar uns prudentes conselhos ao actual ocupante de S.Bento, o sr. Presidente do Conselho de ministros engº José Sócrates.
E disse o renomado combatente republicano laico, e cito de memória, que o governo tinha de falar nos casos, falar sem desfalecimentos, explicando aos cidadãos o porquê das excelsas razões para a atribuição das verbazitas a um tal BPN, além de outras verbazitas que tais, para as acções magnificentes com que vai governando esta pátria multissecular e, creio eu, também já multidisplinar por causa dos tempos e dos modos...
Falar, explicar, falar com imaginação contida, digamos, mas presuntiva eficácia.

E eu, perante esta luzente ideia soarista, de repente lembro-me de um trechozinho dum livro de André Coyné (“Sobre Portugal nestes tempos do fim”), um dos destacados analistas políticos franceses, que nos disse dele: “ Já então Soares era o homem para quem governar seria falar, e ainda falar, sempre falar e, falando, dizer seja o que for, já que de toda a maneira o público é incapaz de reter tudo e trata-se antes de mais de o embalar com palavras e de tornar esse embalar não só habitual como indispensável”.
Falar para entreter as massas, diria eventualmente um leitor menos benevolente ou mais despachado.

E a seguir conta-nos esta pequena estória que nunca que eu saiba foi desmentida (e Coyné não era/é um qualquer, mas sim um prestigiado escritor e professor catedrático internacional, um par dos melhores publicistas universitários e estudiosos gauleses): “Era nos primeiros dias de Março de 1975 e o secretário-geral do PS acabava de gravar uma declaração para a Televisão Francesa. Enquanto os técnicos desligavam e arrumavam a aparelhagem, aproximou-se de nós e, sem preâmbulo, desfechou: 'Agora estamos entre nós, agora sim podemos falar' – e pôs-se imediatamente a contradizer aquilo que acabara de confiar ao microfone para o público”.

Com tão prudente/s conselheiro/s não me admiro nada que o sr. Engº Sócrates fique, mais a sua governamental retórica, entre nós já não digo várias dezenas de anos como o seu correlegionário de ideologia Chávez mas, pelo menos, mais uma década prodigiosa!

A pátria dele e do Dr. Soares merecem.

4 comentários:

Anónimo disse...

O Soares há muito tempo que percebeu que o actual governo está em dificuldades e que Sócrates arrisca-se a perder a maioria absoluta, o que tornará o país praticamente ingovernável. Por isso, tem uma "agenda escondida", que consiste em "dar conselhos" ao PS, de forma a manter os "socialistas" no poder...
Esse é o fim último dos seus artigos de opinião.

Anónimo disse...

Uma vez que acompanhei a minha namorada numa visita de estudos ao edifício da Assembleia da Republica, estive a um par de metros do dr. Soares. Pude observá-lo no salão de entrada, com atenção a falar com deputados e pareceu-me um cegarrega como os vendedores de feira. Acho que a História vai ser dura para ele independente de ter oposto ao Cunhal que esse então era uma peste pegada.

Mário Janeira

Anónimo disse...

O homem quer fazer crer que basta ao Sócrates explicar os actos governativos e tudo fica bem.
Dele outra coisa não se pode esperar e por isso muitos lhe têm chamado parlapatão ou coisas ainda piores. Como é que depois de ter governado como governou este alegado vaidoso pode vir querer tapar o sol com conselhos é que eu não percebo, ou antes percebo é a desvergonha que continua.

Luís Meirim

José Gonsalo disse...

Se o Soares é português, eu quero ser espanhol!
PIM!!!