Teste

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sexta-feira, 21 de março de 2008

Ateismo?

Não sou religioso, recuso as teses que destinam Deus à cova idealizada pelo recuo da religião, quem sou eu se não mero grão de nada num universo de trevas? Vejo na religião a utilidade das ideias que não morrem, um bálsamo para as aflições colectivas, um manual de instruções para o desespero, lançados à vida estamos todos destinados à morte, ante o abismo do fim a ciência queda muda. A religião sempre ofereceu refugio, significado ao homem. Justificou sua existência ao sossegar o demónio da solidão, levando ao reconhecimento de que não estava só no universo, havia deus para amar e uma tribo onde ser amado. Uma ideia perene. Tanto as ideias fazem os homens como os homens fazem as ideias, carregamos no bojo a barbárie, mais depressa damos nos sob o canto da sereia de quem clama por vendetta do que aos apelos para a clemência. Terá sempre uma vocação tribalista, entendo lhe a tentação totalitária, a pulsão colectivista. É isto que se enfrenta nas ruas de Amsterdao, mais do que um livro uma ideia. Neste lado do mundo conseguimos mal ou bem domá-la. Daquele lado pequenos tiranos lêem os desígnios de Deus e determinam como devemos morrer ou viver. É grave que ainda haja quem não o tenha compreendido.

9 comentários:

Carmo da Rosa disse...

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Carmo da Rosa disse...

’Vejo na religião a utilidade das ideias que não morrem’

Por obras valorosas da lei da morte se vão libertando, nem sempre por crenças vigorosas!

’ante o abismo do fim a ciência queda muda.’

A ciência já está cada vez menos muda. E onde Deus mais presente está, é precisamente onde se vive menos tempo, eu, por exemplo, penso viver entre 130 a 150 anos… impossível há 50 anos atrás, e isto tudo graças à ciência.

E por este andar, se a religião (não for empata fodas) não chatear muito, dentro de poucos anos temos software enfiada no corpo para melhor funcionamento. Uns upgrades de vez em quando e vira-milho. A merda é que, como de costume, não vou ler as instruções, mas isso é problema muito meu…

’É isto que se enfrenta nas ruas de Amsterdao, mais do que um livro uma ideia.’

Pois é, porque eles não lêem, eles decoram, que é algo muito diferente…

’Neste lado do mundo conseguimos mal ou bem domá-la.’

Sim, mas sempre muito cuidado, uma cenoura numa mão e um pau na outra.

David Lourenço Mestre disse...

Carmo, nao deixei de ser o ocidental decadente e por amor de ... nao ando à procura da redençao

A humanidade desde que cá anda nao dispensa a ideia do divino sobretudo quando enfrenta o vazio da morte

"Sim, mas sempre muito cuidado, uma cenoura numa mão e um pau na outra."

Vai ter de explicar esta

"penso viver entre 130 a 150 anos"

Carmo, encontrou ai na holanda o elixir da juventude e nao disse nada à malta

essa vai ter de explicar depois de uma conversa bem regada

David Lourenço Mestre disse...

o texto nao foi uma critica interna, pensava eu que isto estava explicito

Carmo da Rosa disse...

Caro David,

’Carmo, nao deixei de ser o ocidental decadente e por amor de ... nao ando à procura da redençao.’

Vai ter de explicar esta! Mas explique devagarinho e sem metafísica, senão fico na mesma...

’A humanidade desde que cá anda nao dispensa a ideia do divino sobretudo quando enfrenta o vazio da morte.’

A humanidade! Ou seja, com todo o respeito, a carneirada que levou com 2000 anos de cristandade em cima do lombo ou 1400 anos de islamismo não dispensa o divino, pudera, a lavagem ao cérebro foi rigorosa. Lá está a questão dos upgrades: o disco duro vai ter que ser formatado de novo…

’Sim, mas sempre muito cuidado, uma cenoura numa mão e um pau na outra.’

Quero apenas dizer que é tudo muito bonito, e acho mesmo que se deve respeitar quem tem convicções (não as convicções!) religiosas, aliás como quem não tem, mas sempre de pé atrás, que é para não ser-mos assados nalgum auto-de-fé. Porque, como sabe, os religiosos têm a exclusividade da relação com Deus, e às tantas dizem que Deus disse isto e aquilo e a gente tem que acreditar, porque não podemos conferir, nunca nos mostraram os faxes ou os mails do Altíssimo…

’Carmo, encontrou ai na holanda o elixir da juventude e nao disse nada à malta’

Não! Cá o elixir costuma chamar-se, em termos genéricos, PROGRESSO DA CIÊNCIA, ou mais especificamente HIGIENE, MELHOR ALIMENTAÇÃO, MEDICINA MODERNA, QUALIDADE DE VIDA. Basta ver as estatísticas para perceber que dentro de muito pouco tempo 150 anos está ao ‘nosso’ (uns mais do que outros. Neste caso convém rezar!) alcance…

’essa vai ter de explicar depois de uma conversa bem regada’

Pois, mas eu já sei como é, uma conversa bem regada com esta malta vai-me custar dois anos de vida – pronto só vou viver até aos 148 anos…

Luís Oliveira disse...

[o disco duro vai ter que ser formatado de novo]

Uma desfragmentação de vez em quando já não era mau.

Bad clusters, no meu caso - já veio assim de fábrica...

David Lourenço Mestre disse...

Carmo, deus ou a ideia do divino nao "nasceu" com o judaismo

Sobre a esperança de vida, nao gosto de alinhar em exercicios de futurologia, mas penso que 150 anos nao está ao nosso alcançe a medio prazo, o problema nao está em debelar as principais causa de morte, que resultam sobretudo de comportamentos de prejuizo para a saude, mas contornar o proprio conceito genetico de velhice - isso ainda está longe

Carmo da Rosa disse...

’Carmo, deus ou a ideia do divino nao "nasceu" com o judaismo’

Muito obrigado pela informação! Eu também vi Quest for Fire…

’Sobre a esperança de vida, nao gosto de alinhar em exercicios de futurologia,’

Entre exercícios de futurologia e exercícios de metafísica venha o diabo e escolha… Não, prefiro os primeiros.

’ ‘mas penso que 150 anos nao está ao nosso alcançe a medio prazo,

Não sou eu que digo, eu não percebo nada do assunto, são estudiosos que dizem que sim, que é possível.

’contornar o proprio conceito genetico de velhice - isso ainda está longe’

Você tem pouca confiança na ciência caneco! Mas olhe que já estivemos mais longe do que o que estamos. E não se esqueça que a grande maioria da humanidade ainda está, cientificamente, na idade da pedra, ainda perdem muito tempo com Deus em vez de pesquisa em laboratório. Não fosse os metafísicos e já estávamos a viajar à velocidade da luz e com programas para downloadar louras (exemplo) muito boas da internet, em vez de discutir o sexo dos anjos.

David Lourenço Mestre disse...

Tenho confiança suficiente na ciencia, mal estaria senao tivesse. Mas olhe que a ciencia em si faz se acompanhar de metafisica e esperemos que um dia a velocidade da luz seja ninharias, apenas uma forma de compreender (mal) o tecido espacio-temporal