Antes de começar aconselho-vos as seguintes leituras no blog do Luiz Sarmento e no Dragoscopio. Vi extasiado o vídeo, mais extasiado fiquei com “a rebelião das massas”, e extasiado ando desde então. Se Hegel retirava coelhos metafísicos da cartola, Ortega y Gasset tirou da cartola metafísica o homem-massa. Um homem vulgar, ser amorfo com os apetites do Olimpo e as entranhas das bestas. Se o fordismo fabricava maquinas standarizadas, as linhas de montagem da sociedade fabricam almas com o mesmo denodo que as de Detroit. Almas infinitamente medíocres, miseravelmente confiantes na sua distinção, o cume da historia, saídos do ventre da civilização presumem-se filhos de pais anónimos, frutos espontâneos de uma arvore etérea, como a civilização, como levá-las além do redil das bestas? Naquela sala de aulas, vemos um novo homem-massa, um homem que não é homem, pois vedado pela biologia, mas ele não quer saber nada disso, “tá-se” nas tintas, acredita-se venerável, invulnerável, alcandorado à nobreza pelos os seus iguais, é a glória da Humanalidade – onde é que podemos fazer reset àquelas alimárias? Com 14, 15 anos, meados anos 90, o prof, quando não era o inimigo, o intruso que arrombava horas de sono e salas de aula, o cafre que quis o espírito das leis e o musculo do continuo nos pusesse no olho da rua, ainda era o adulto, criatura dois degraus acima dos infra-humanos, asseguro-vos que tínhamos professor – homem solitário, sem ambições, rendido aos tempos – que deve hoje perorar de sofá em sofá o seu stress pós-traumático, enfim, uma sala de orangotangos, como entre as bestas a historia começava connosco, já se tinha dado o assalto vertical dos bárbaros. Volvida uma década, nota-se que a barbárie ainda é mais negra e mais funda, ou mais alta como quiserem ler, é o ensino condenado a um aviltamento sem tréguas. Regresso a Gasset, este apelava há 80 anos a uma aristocracia, uma aristocracia de almas, mas como hoje? Quando o saber, o veiculo, é levado ao chão entre a galhofa e o escárnio? Como é que se dão dois estalos metafísicos?
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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sexta-feira, 28 de março de 2008
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3 comentários:
A respeito de ensino, estou a ler um livrointitulado "A arte de ler" de Mortimer Adler. Estou a adorar o livro e pesquisei sobre o autor. Ele escreveu muito sobre educação, e acho que as ideias deste homem merecem um estudo mais aprofundado e, porque não, uma aplicação prática.
E parece-me que muitos dos estudantes da actualidade teriam muito a ganhar se, pelo menos, lessem com alguma seriedade o livro a que me referi.
O vídeo foi reposto no link indicado:
http://fiel-inimigo.blogspot.com/2008/03/altamente.html
Tinha sido retirado (pela 2ª vez) do local onde se encontrava
.
Belo post.
E reencontrar Gasset e a sua Rebelião das Massas é sempre refrescante.
Está lá tudo......
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