Este link, no Insurgente, lembrou-me que talvez até ao 4º ano (8º de hoje) andei sempre com um canivete no bolso.
Porque carga de água, perguntarão alguns. Porque, no campo (província), o canivete era uma ferramenta.
Andava com ele no bolso e não o trazia escondido. Estava colocado no porta chaves e usava-o nas aulas, por exemplo, para afiar lápis.
O canivete foi-se tornando maior à medida que fui crescendo e nem assim houve alarme.
A medida do retrocesso em insegurança é patente no alarme dado sempre que se detecta um aluno com um canivete.
Nos anos 60, um canivete era uma ferramenta e outra coisa não passava pela cabeça de nenhum de nós. Andei à porrada com muitos colegas, mas nunca puxei o canivete. Aliás, nunca um me foi puxado.
Com a "aceitação da diversidade" deixou de ser observada uma regra, não escrita, mas clara para todos: um canivete era uma ferramenta. Deixou de se usar canivete porque passou a aceitar-se que um canivete poderia não ser apenas uma ferramenta.
Os canivetes quase desapareceram, mas os que se usam têm uma utilização mais 'diversa'.
Também se brincava com pistolas de plástico, algumas em antimónio(?) sem que algum mal viesse ao mundo. Brincar com pistolas passou a ser coisa "feia" e as verdadeiras perigo real.
Rio de Mouro, onde passei alguns anos, era um local por onde se podia deambular a qualquer hora do dia ou de noite, sozinho ou com outras crianças, rapazes ou raparigas. Não me refiro à zona urbana propriamente dita. Aliás, a zona urbana era muitíssimo mais pequena. Falo em andar pelas matas da Rinchoa, pelo eucaliptal onde está hoje o acesso à IC-19. Mercês, Rio-de-Mouro velho, Mem Martins, eram locais que corríamos sem que alguma vez tivesse sentido ou me tivessem feito sentir qualquer problema de segurança. O único perigo que me apontavam, à altura, era o de me perder ou de encontrar algum cão perigoso (o que me obrigava a andar com um pau).
Na linha de Sintra, hoje, só de dia e acompanhado poderia andar. Brincar no mato?
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It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
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Crise. Recessão. Depressão. Agora é que vai ser: os EUA vão entrar pelo cano e nós atrás deles. Talvez para a próxima. Para já, e pelo trigé...
42 comentários:
"Nos anos 60, um canivete era uma ferramenta e outra coisa não passava pela cabeça de nenhum de nós. Andei à porrada com muitos colegas, mas nunca puxei o canivete. Aliás, nunca um me foi puxado."
É então latente que APANHAVAS porrada. E não pessoalizes as coisas, porque tu não és a "verdade" és um caso. Entre muitos.
Não gosto minimamente dessa vossa conversa doutrinada do CDS-PP.
É um lado muuuito crasso e mais que populista.
O crime cresceu sim... mas não dessa forma "violenta".
Não me venhas com essa conversa de mulher na casa dos 32 anos e sem homem que a beije, porque qualquer lugar é INSEGURO. Põe as coisas de outro modo.
1º- Na década de 60 o que havia para se dar "crimes violentos"?!
2º- Temos uma pobreza sub-urbana, porque os nossos bairros sociais (na sua maioria)estão à margem do ponto da cidade.
3º- Estamos na fase "pré-capitalista" e de reforma da justiça. Todos (principalmente os que não têm mas vêem na televisão), querem ter (bens materiais e riqueza material) mas não há € que chegue. Um garoto não pratica "crime" violento por assaltar. Se pratica é uma coisa pontual. Dentro da justiça, não tocamos nas Instituições há mais de 170 anos, quase desde a monarquia constitucional. Claro que o sentimento de impunidade impera.
Achas que em Lisboa se rouba por necessidade?! (aí sim.. verificar-se-iam crimes violentos!)
A principal razão é a lassidão da APLICAÇÃO DA LEI e não do argumento do CDS-PP que é a repressão policial, mais policiamente, mais armas e mais prerrogativas aos "agentes".
Eu frequento amíude bairros problemáticos e bairros não problemáticos. Essa proliferação em grande escala dos "assaltos" é um sintoma de uma sociedade democrática em desenvolvimento com uma pobreza e uma conjuntura económica e política diferente dos EUA, e França ou um Reino Unido.
Essa do quase que nem pode sair porque andam "gangs" na rua a aterrorizar a plebe... é conversa baixa.
Nem gangs, nem terror existe em Portugal.
Digo-lhe o que é um terror, as Instituições que são frouxas e mantém o "paulatinamente" do costume, sabes porquê range-o-dente? Porque lhes interessa manter essa lassidão.
O range já não usa canivete, mas em contrapartida tem uma enormíssima marreta. Espere aí que ele já o atende.
Está bem chico.
Caro vicissitude(s), correndo o risco de decepcionar o Luís Oliveira, vá bugiar.
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Apesar do difícil papel atribuído ao oliveirinha - dissuadir opiniões diferentes da dos compadres do blogue - vou dizer qualquer coisita, muito a medo. Ele que me desculpe e interceda junto do dentinho.
Podíamos estar aqui o dia inteiro a marretar as causas do acréscimo de violência nas escolas, que não se vai resolver com saudosismos do tempo em que a escola era ‘risonha e franca’.
A degradação escolar britânica começou com o terrorismo Tatcher, que tornou as escolas e os professores vulneráveis num sistema que até aí parecia blindado, impondo um controle férreo sobre as escolas públicas de modo a ‘adequá-las ao mercado’. A competição ‘dog-eat-dog’ que se seguiu destruiu-a, porque os objectivos passaram a ser os resultados externos mais convenientes, obtidos a qualquer preço.
Vinte anos depois cá temos uma seguidora de cabelo armado e má-cara, que se considera tão de ferro como a outra. Talvez seja, mas a ferrugem corrói as instituições. Todo o sistema que está a tentar erguer é a cópia fiel, passo a passo, do que se passou na escola de sua majestade, começando com a degradação da imagem e autoridade dos professores e acabando no controle total do estado sobre as escolas públicas. A tal ‘autonomia’ completamente dependente da fúria controleira do estado que, não tendo competência para seguir à distância o dia-a-dia das instituições, as torna vulneráveis à violência e outras más práticas.
O ensino, é claro, é a primeira vítima a cair. Se os alunos e as famílias vão co-avaliar os professores e todas as práticas escolares, o que custam uns risinhos a mais e umas notitas mais arredondadas? Se funcionou num sistema tão rígido como era o britânico, como não vai funcionar aqui?
E essa ferrugem foi a que destruiu o parque escolar britânico. Hoje a Inglaterra procura professores em todo o mundo, Índia, África, wherever, porque muitos dos autóctones fogem à situação criada, na qual a violência parece fora de controle em certas áreas.
Vinte anos depois tudo isto é posto em causa mas nós, como é hábito, só agora vamos começar o que os outros querem abandonar rapidamente, o Plano Quinquenal para a Educação. Portanto, parece-me que o pior ainda não chegou.
Confrontado com esse problema que nos poderá cair em cima muito em breve, um dos nossos brilhantes secretários de estado mostrou-se tudo menos preocupado e resolveu de uma penada o futuro que se avizinha. Se os portugueses não querem ensinar, o Brasil não se faz rogado.
Ok, seja. Afinal a diversidade até é bem aproveitada por alguns.
A culpa foi ao mesmo tempo do terrorismo do mercado e da fúria controleira do estado.
Impagável. Ou como diriam os súbditos de sua majestade, priceless.
[correndo o risco de decepcionar o Luís Oliveira]
Eu sei que isto cansa muito o braço...
"Se funcionou num sistema tão rígido como"....
Aí é que está errado, o mercado trata de aproveitar.
Compare com a "meritocracia" Americana.
Compare com as instituições e todo o mercado.
Claro que é inusitado estar a comparar e discutir "números". Mas muita dessa opinião que "ah nem se pode sair à rua", porque "antigamente não era assim", não justifica. Aliás nem sequer é argumento para alguma coisa.
Mais uma vez, o crime existe. Os feios existem, os calões existem. Uma sociedade aberta e plural que saiba distinguir e dar oportunidade ao que interessa e o que não interessa.
A linha de argumento da nossa "direita quase ferrenha" é o do não pluralismo e do jacobinismo acéfalo, onde a bofetada cobre a bofetada e toda a educação e criminalidade é feita à base de coerção física!
Esses Pulidos Valentes maçónicos não interessam nem às moscas!
O Reino Unido não tem problemas bastante diferentes do nosso e com um grau de violência maior. Acrescentando um nível de vida maior e uma maior população. Ainda na população assistem a uma mínima criminalidade por parte dos "imigras", porque lá eles aproveitam bem os "imigras" para apertar pescoço a frango.
O problema não são os professores, é a ESCOLA.
oliveirinha, eu pensava que não blogava, apenas avisava a navegação dos perigos de emitir opiniões contrárias.
Mas já que precisa de ocupar o tempo nas horas mortas, que tal informar-se do que foi a escola inglesa a partir dos anos oitenta? Não custa nada, não dói.
E pense lá um bocadinho, já que de vez em quando até emite uns vocalizos a que chama opinião: apesar de por um lado mostrar vontade de pôr as escolas na competição, tentando a todo o custo melhorar os resultados, tem alguma ideia, anda que vaga, que o ME português está a impor um controle fèrreo sobre essas escolas, para que não tenham qualquer possibilidade de fuga a esses objectivos?
Isto de se habituar a pensar por fórmulas é o que dá. Ignorância.
Ora nem mais ml.
caro vicissitude(s), não sei se o entendi bem.
O que funcionou no método iniciado pela Thatcher foi a destruição, por fases, da autoridade da escola inglesa, a fim a levar à submissão aos objectivos pretendidos. Depois da domesticação, o que se seguiu não foi o esperado, mas um abaixamento dos resultados actuais e um clima de violência que afasta os candidatos a professores e os alunos com possibilidades econonómicas para fugir para as 'public schools' (privadas).
O Thatcherismo é a doutrina do nosso conservadorismo.
[Vicissitude(s) disse...
Ora nem mais ml.]
[ml disse...
caro vicissitude(s), não sei se o entendi bem.]
LOL! Vocês são a alegria da pequenada...
[Luís Oliveira disse...
LOL! Vocês são....]
LOL ????
Luís... LOL ????
Eu a crer que falava com um douto cheio de erudição, afinal não passa de um verme blogger que tem tempo a mais. LOL ????
oliveirinha pequenada, e tem mais alguma coisinha assim inteligente a acrescentar?
Parece-me que já acabou o turno, os avisandos deste blogue já foram avisados, e a menos que apareça algum espontâneo a sua tarefa por hoje está concluida.
Aproveite o resto do dia e divirta-se, que a vida é dura.
ml é sublime! AHAHAHHAHHAHAH!
"tarefa por hoje está concluida. "
Nem mais nem menos.
Vicissitudes
"Essa do quase que nem pode sair porque andam "gangs" na rua a aterrorizar a plebe... é conversa baixa.
Nem gangs, nem terror existe em Portugal."
É certo que os arredores de Lisboa ainda não são o Bronx, mas também é certo que houve tempos em que o Bronx era um bairro pacato. Em todo o caso, dizer que 'no pasa nada', lá fora é que é a sério, é uma forma de negacionismo.
ml
Os problemas de violência nas escolas são gravíssimos na França e na Espanha e a Tatcher nunca foi PM nesses lugares.
’A degradação escolar britânica começou com o terrorismo Tatcher,’
Caro ML,
Eh pá, ainda há cinco minutos - no outro lado e sobre o galaico-lusitano - lhe tirei a cartola e você agora manda-me uma calinada destas…
O Range baseia-se apenas nisto ‘Every week up to 8,000 teachers will deal with a pupil carrying an offensive weapon such as a knife or a gun, according to research published today.’
Está lá ‘every week….. TEACHERS…..’ NOT TATCHER! Onde é que você foi arranjar essa que toda esta violência nas escolas É CULPA DA TATCHER!!!
Com todo o respeito isto é absurdo! Trata-se de alguma British Disease, que a opinião pública desconhece e que passou para este lado do canal como a doença das vacas loucas? Senão como explicar que o mesmo problema existe um pouco por todo o lado na Europa? Os mesmos dados estatísticos poderiam ser utilizados para a Holanda… Não seriam precisamente 8000 mil porque o país é mais pequeno, mas garanto-lhe que a violência nas escolas e a criminalidade (cada vez mais) infantil é um problema nacional…
E é uma verdade como uma catedral (como dizem nuestros hermanos) que nos anos 60 não havia nas escolas a violência que existe hoje. Seja em Portugal ou na Inglaterra…
Podemos apenas divergir nas razões que motivam esta violência. São problemas complexos, há vários factores a ter em conta, mas se recusamos a premissa inicial que Range avança, o FACTO que há REALMENTE violência nas escolas e que não é NORMAL uma escola ter detectores de metal à entrada, então foda-se, não tem sentido a discussão….
cdr:
"A Tatcher e o Reagan" são os antecessores do "Bush e Blair" no linguajar esquerdaico-fonético - um arcaísmo que não revela mais que domínio da linguagem.
Ah, e o vicissitudes diz tanta asneira junta que nem sei por onde pegar-lhe…
Caro carmo, se atentar bem no que eu escrevi, verá que pretendi apenas resumir o historial da crise escolar britânica, porque foi a essa que os nossos governantes reagiram como apontei atrás. Não foi à francesa nem à espanhola, porque certamente as semelhanças são mais evidentes em relação à situação britânica e foi com essa que foram confrontados.
E a verdade é que o processo que conduziu à degradação actual teve início nos anos oitenta, por acaso com umas reformas de uma tal Thatcher que não sei quem é, mas que começaram exactamente por arrasar publicamente a imagem dos professores.
Que quer que lhe diga?
Mas não sei porque carga d'água existem pessoas assim tão sensíveis a certos nomes que reagem de imediato como se uma mola saltasse.
Tirando as ilações devidas em relação ao que costuma dizer-se por aqui nestes casos, não tarda o rótulo de antianglicismo primário.
E se eu falar no terrorismo da ministra da educação socialista em relação ao que está a fazer neste momento nas escolas, passo sem catalogação especial? Ou também existe o antiportuguesismo primário para nacionais, independentemente da orientação política dos terroristas?
Nah, não sei porquê mas a ultra-sensibilidade manifesta-se mais em relação a pontos mais débeis.
oliveirinha pequenada, não se esconda atrás do carmo, salte para a liça. Gosto de ouvir as suas pertinências.
caro porto, como já disse atrás, apenas destaquei o Reino Unido para ilustrar o autismo dos nossos governantes perante o incêndio nas casas dos outros.
A violência e a indisciplina que se vivem nas escolas atravessam horizontalmente muitas sociedades ocidentais. Terão motivações múltiplas que dariam um tratado e que, de um modo ou outro, existem nessas sociedades.
Podemos dizer que é uma questão em que o social, o cultural, o económico, formam um padrão que, por qualquer motivo, não está a resultar em certas áreas. Resultará noutras, mas a educação, pelos vistos, precisa de ser olhada com outra perspicácia.
Digo eu.
’E se eu falar no terrorismo da ministra da educação socialista em relação ao que está a fazer neste momento nas escolas, passo sem catalogação especial?’
Conheço muito mal a situação portuguesa, sobretudo esta polémica actual sobre a ministra. Mas li uns artigos que me enviaram de Portugal e, por enquanto, creio que tanto Vasco Pulido Valente, Miguel Sousa Tavares como António Barreto têm razão quando dizem que as reformas têm que ser feitas, e que há realmente reformas absurdas, como a avaliação de professores por gente incompetente, mas nem tudo é errado o que a ministra pretende…
O que diz a seguir MST parece-me perfeitamente razoável e, infelizmente, é essa a percepção que tenho da situação. O sublinhado é meu.
’(…) Talvez haja sempre uma maioria de acomodados que vejam em qualquer mudança um sinal de perigo para a paz podre em que se habituaram a viver. Estas coisas vêm de longe e estão entranhadas: no tempo de Salazar, o grande sonho do português era arranjar emprego para a vida no Estado – o ordenado era garantido assim como a progressão por antiguidade e a reforma ao fim de 36 anos; não lhe era exigido nem mérito nem resultados e jamais seria despedido, a menos que ousasse contestar o Governo. Com a democracia, se a fé no Estado e no emprego público se mantiveram, a única coisa que mudou é que as corporações do sector público já podem CONTESTAR OS GOVERNOS. Mais: fazem-no sempre que acham que os governos pretendem mudar o Estado, de que eles se julgam os guardiões.’
’ Mas não sei porque carga d'água existem pessoas assim tão sensíveis a certos nomes que reagem de imediato como se uma mola saltasse.’
já com muita sorte está você de não lhe decretar-mos uma Fatwa… Com a nossa Maggie não se brinca, não se fazem desenhos, nem se dizem coisas absurdas.
Desculpem não ter podido defender a minha dama despejando marretadas (com os devidos cumprimentos).
Em todo o caso folgo em saber que o vicissitudes me garante que poderei andar, com a mesma descontracção e segurança, pelos mesmos locais por onde, há uns 40 anos, deambulava.
Percebi também que, se Salazar não tivesse existido, os locais em causa seriam hoje muito menos seguros.
... as coisas que o defunto consegue mesmo depois de morto.
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Range-o-dente, francamente.
Seja franco.... (boa piada hein..)
A sociedade não é estável. Os regimes não são estáveis. Até a democracia perde a liberdade tornando-se ILIBERAL.
É óbvio que compreendo que há certas zonas que não se pode andar...
Agora vir com a conversa de que NEM pode sair à rua, ou andam GANGS, ou anda aí uma SS de índios a assaltar tudo e todos... pelo amor de deus!
Comparou os seus tempos áureos de 60, em que saía à rua sem problemas. Pois claro a conjuntura era diferente a geração era outra.
Isso não serve de argumento.. serve de choro "mediático"!
Todos sabemos que existe uma maior criminalidade.
Entende o que quero dizer?!
"Entende o que quero dizer?!"
Entendo. Bem demais.
Experimente perguntar à pessoas que vivem em Rio de Mouro, Rinchoa, Mem Martins, Cacém se saem à noite sem receio e verá a resposta. Pergunte se deixam sair os catraios para brincar na rua e verá a resposta. Pergunte se sentem liberdade de movimentos à noite e verá a resposta.
E não se esqueça de lhes dizer que podem sair à noite porque se trata apenas de choro mediático.
Sei do que falo, conheço lá uma boa meia centena de pessoas, algumas da minha idade outras seus descendentes.
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Assim como quem nao quer a coisa, afirmo ainda ter ouvido, de viva voz, de uma funcionária de uma escola da dita zona, que tinha sofrido duas tentativas de atropelamento vindas da mãe de um aluno de uma escola básica.
Coisas "compreensíveis" por virem de quam vice em zonas "excluídas", e blá blá ...
Já agora, o caso dos professores que deixam o carro a milhas para evitar verem os carros riscados e os pneus furados na sequência de tentarem impor (palavra blasfema) disciplina em salas de aula.
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"saem à noite sem receio e verá a resposta".
Do receio ao facto vai um mundo rage-o-dente.
No Séc XV havia o receio de discordar da Igreja.
Eu até aos quatro anos de idade tive receio de homens com barba.
Não compare "receios" com realidades.
Outra vez reitero... é NOTÓRIO que a criminalidade aumentou!
Daí que quase não se possa andar na rua porque os "GANGS" assolam as zonas é outro assunto!!!!!
Outro assunto é a constante dos media em "crimes" violentos!!!
Que crimes violentos?!
Opá... opá... canta chico que gosto de ouvir.
Somos como os Chineses, deixa o Partico Comunista cantar que nós gostamos.
Cá é assim... gostamos de decorar as letras da angústia!
"Do receio ao facto vai um mundo rage-o-dente."
Vai o mundo da estupidez.
As pessoas, estúpidas, coitadas, não acreditam no viciissitudes.
Uma parte delas até acredita, veja só, ter sido assaltada.
... ele há coisas ...
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Ó vicissitudes,
você é uma no cravo e outra na ferradura! Então em que ficamos: há ou não há uns problemazitos com violência nas escolas. Que não existiam nos anos 60 - ou eram muito menos graves.
Uma pergunta pessoal, você acredita em estatísticas?
Porque se você me diz que não - está no seu direito -, que acredita na Nossa Senhora de Fátima, nem vale a pena discutir. Estamos em ondas diferentes...
Bom, já vi que a coligação aqui permanece.
A confusão de facto vai nas atoardas que aqui se diz.
1º- O tom do "canivete" no dia a dia do range-o-dente.
2º- A comparação absurda com a década de 60, na medida de "receios" populares.
A meu ver medos pessoais não são verdades.
Há um facto, o aumento da criminalidade que está inserida num CONTEXTO. Não é desculpabilizar! Há e havia uma conjuntura económica, social, política na década de 60! Logo a sua queixa é a sua queixa, mas ampliada à voga do "ai que horror" das virgenzecas da direita.
3º- ponto. A ESCOLA! Há falta de autoridade do professorado! A diferença vai da contextualização e da generalização e da associação ao "crime violento" em voga!
Mais uma vez a direita e aqui a vossa coligação generaliza em meio de um "medo" de boca a boca!
O medo de boca a boca não É O MUNDO! É especulação! As vossas vivências não são a verdade!
Se me fala em estatística, até ver.. o crime decresceu! Das duas uma, ou vemos estatísticas diferentes... ou vocês não querem ver!
Quanto às causas, efeitos da "escola", não é um mundo, é um universo!
Também aqui, comparar a escola do Oliveira Salazar com a escola do pós 25 de Abril e pós cavaquismo é OUTRA coisa!
Misturar tudo no mesmo saco é que não!
Só para terminar e para ser mais diáfano na minha opinião.
Não sou a favor da omnipotência dos professores! (Isso levou a abusos por parte dos acólitos do PS e de Belém a molhar o pincel na criançada!) e não sou adepto da visão intimidatória por via da bofetada!
Sou da opinião do sistema, da expulsão e de mecanismos fortes!
O resto, o senso e a experiência farão a diferença. A forma como se lida com a situação diz muito! Não é com bofetada que se é livre. MAS TAMBÉM É COM BOFETADA!
Aos professores cabe ensinar.
À ESCOLA cabe garantir que os que querem estudar estudam!
O professor não é PAI de ninguém!
Vicissitudes:
"Há e havia uma conjuntura económica, social, política na década de 60!"
Pois, e agora a conjuntura incorpora um conjunto de idiotas a quem a realidade causa urticária.
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Bah.
Isso é conversa fiada.
Parece-me a conversa dos "professores" e as suas faustosa manifestações!
Falar do que importa e é notório nada.
Porque não te queixas das instituições? Da aplicação da lei?!
Ou é só queixar da prerrogativa de poder disparar e o aumento do crime e o aumento do leite e o macaco na borda!
Francamente.
Não discutam o que importa... tudo se resume ao despedimento da Maria de Lurdes e à culpa do antigamente.
Este país moraliza com estas elites! Até me dá vontade de viver. AHHHHH! Que bom... deixem os monopólios grassarem. Deixem o sistema eleitoral ser o Hondt, deixa o bicameralismo para lá... interessa é o medo de sair à rua e o andar com faca.
É isso que interessa e é isso que está em discussão.
Só depreendo que a ti e aos teus não interessa rigidez na aplicação da lei. É porque vives da lassidão dela...
"Porque não te queixas das instituições? Da aplicação da lei?!"
Caro vicissitudes,
Não andei consigo na tropa, pelo que me parece bovino que me trate por tu.
Faz-me lembrar a voz do imbecil que gravou a cena da escola do Porto.
"Falar do que importa e é notório nada. "
Curiosamente, o vicissitudes adora comentar "nada".
"Porque não te queixas das instituições? Da aplicação da lei?!"
A instituição de que me queixo é a da imbecilidade negacionista de que o vicissitudes é megafone. A lei emana de mentes do mesmo teor. Não me queixo das leis, ataco as raízes podres.
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ML:
"Vinte anos depois cá temos uma seguidora"
Eu acho que começou há muito mais tempo, em particular por aqui:
http://range-o-dente.blogspot.com/2007/07/roberto-carneiro-o-iluminado.html
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’A comparação absurda com a década de 60, na medida de "receios" populares.’
Ó amigo vicissitudes,
Porque razão é que uma comparação há-de ser absurda!!! Seja ela com os anos 60 ou com o século doze?
Há bibliotecas cheias destas comparações…
’A meu ver medos pessoais não são verdades.’
Uma verdade do senhor de la Palisse!
Claro, medos pessoais não são verdades, mas enquanto você não provar com números que por exemplo nos anos 60 havia 5 mortos (por cada 1000 alunos) por ano à naifada, e que actualmente as criancinhas nem sabem escrever a palavra naifa, que fará usá-la, ninguém se entende. Tá a topar…
’ Há um facto, o aumento da criminalidade que está inserida num CONTEXTO. Não é desculpabilizar! Há e havia uma conjuntura económica, social, política na década de 60!’
Em todas as épocas há CONTEXTOS diferentes, mas isso não quer dizer que não se possam comparar as épocas!!!
Mas de qualquer forma uma NAIFADA em 1963 tem PRECISAMENTE o mesmo efeito que em 2008. OU NÃO SERÁ ASSIM?
Ó amigo vicissitudes, parece que o estou a ouvir nos serviços de urgência do hospital: - ó Sr. doutor levei aqui de lado uma naifada, mas acho que o Sr. doutor antes de verificar deveria ter em conta o contexto em que esta agressão deve ser inserida…
O médico: - Ó Sr. enfermeiro, ajude-me aqui a meter uma camisa de forças aqui a este bacano e leve-o já para o Júlio de Matos…
Vicissitude(s):
"Essa proliferação em grande escala dos "assaltos" é um sintoma de uma sociedade democrática em desenvolvimento com uma pobreza e uma conjuntura económica e política diferente dos EUA, e França ou um Reino Unido."
E diferente das sociedades de urubus, de minhocas-barbudas, e de gambuzinos-de-três-olhos.
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Eu acho que começou há muito mais tempo
Eu por acaso discordo. Em educação o 'criacionismo' não funciona, nunca se pode dizer onde começou isto ou aquilo, mas é possível localizar o megalito que indica uma mudança de paradigma.
A Thatcher abriu as hostilidades com o descrédito dos professores do sistema público, aqui começou mais ou mesmo na mesma época mas numa etapa mais recuada, a situação era outra e ainda não estava madura para o que se seguiu. Seriam precisos ainda uns tantos Zés Manéis Fernandes que preparassem o terreno (e uns Miguéis Sousas Tavares, infelizmente, a esse nem compreendo sequer as motivações a não ser a birra de menino mimado).
E ser um socialista ou uma neoliberal a levar o processo para a frente tanto faz, quem lucra com o desmantelamento da escola pública é completamente indiferente à ideologia dos executores.
E aqui, nesta santa terrinha, começou com uns célebres caderninhos de 1992, paridos por um ME a braços com a integração na Comunidade de um país semianalfabeto e sem a mais pálida ideia de como alterar isso. Se não podes mudar a qualidade do vinho, muda ao menos o rótulo da garrafa.
“Avaliação dos alunos no Ensino Básico: outras práticas para o sucesso educativo”, o livrinho vermelho da Ferreira Leite. Está estruturado em pseudo-questões para respostas evidentes, dirige-se sempre ao interlocutor com “o senhor professor sabia que...” e a própria questão conduz a uma saída óbvia que o senhor professor obviamente não sabia.
Questão: Os alunos vão passar sem saber. O sucesso passa a ser sucesso administrativo para CE ver. …
Resposta: O que é passar, o que é saber? Sabe que as finalidades do sistema educativo não se reduzem à instrução?... para além da tradicional função cultural, [tem] ‘um papel decisivo na socialização da nova geração e na igualização de oportunidades de acesso e sucesso educativo'.
Até aqui, passable, são generalizações. O pior é quando contabiliza:
Finalidade socializadora – 36%
Finalidade cultural – 29%
Finalidade personalizadora – 18%
Finalidade igualizadora – 14%
Finalidade produtiva – 4%
E dispara por aí fora até convencer o senhor professor, já de cabeça em água, que a escola serve para tudo menos para aprender qualquer coisita que seja. A raiz quadrada de 2, por exemplo. Ou o ciclo da água, o sistema digestivo do pombo ou até o sujeito de uma oração. Para não falar de coisas muito mais complicadas, como a tabuada.
Donde, não há razão para avaliações negativas porque o que se pretende é que o senhor professor perceba que o saber e o não saber são compósitos e plurais e muitas vezes a classificação dá conta apenas do êxito/inêxito da instrução e o que se pretende é sucesso educativo integral, seja lá isso o que for.
Talvez àquela aluna da Carolina Michaelis falte apenas esse tal sucesso integral, sei lá. Logo não apta a passar de ano, parece-me.
ML:
"Para não falar de coisas muito mais complicadas, como a tabuada. "
Pois. De apocalíptica transcendência.
Eu fecharia o ME, corria com aquela malta toda e abriria o Min. do Ensino.
.
'nesta santa terrinha, começou com uns célebres caderninhos de 1992, paridos por um ME a braços com a integração na Comunidade de um país semianalfabeto e sem a mais pálida ideia de como alterar isso.'
Caro ML,
Há uns tempos atrás você era de opinião que o nosso ensino era superior ao dos EUA. Os filhos de imigrantes portugueses do seu conhecimento preferiam seguir os estudos nos EU, porque em Portugal o ensino é mais exigente, mais difícil - Você próprio corrigia textos de americanos académicos. Seja.
Acreditei imediatamente. Mais tarde estranhei a falta dos génios que saem das nossas excelentes universidades! Onde é que estão os Nobels portugueses dos últimos anos, as grandes descobertas científicas…
Um curto inquérito na net, sobre o ranking das universidades, demonstra uma esmagadora supremacia das universidades americanas. Das primeiras 10 melhores universidades do mundo 8 são americanas e duas europeias (inglesas). Harvard; Stanford; California Berkeley; Cambridge; Massachusetts; California Inst. Tech; Columbia; Princeton; Chicago; Oxford.
O que faz sentido, se pensarmos em termos de prémios Nobel e de descobertas científicas dos últimos anos.
Os holandeses, mais modestos do que nós, dizem que estão bem orgulhosos com Utrecht em 42 e Leiden em 71. Nem sequer lhe vou dizer em que patamar se encontra a primeira Universidade portuguesa.
De quem é a culpa? Não sei, mas certamente que a culpa não será toda da Margareth Tatcher e muito menos do Miguel Sousa Tavares…
[Há uns tempos atrás você era de opinião que o nosso ensino era superior ao dos EUA.]
LOL! É verdade! Agora já é uma merda! Grande ml!
Caro carmo, em primeiro lugar eu nunca disse que corrigi académicos americanos. Isso foi mais uma interpretação competente do competente oliveirinha, que depois se entreteve, à falta de melhor ocupação, a desenvolver. E quem sou eu para tirar divertimentos a quem mostra precisar deles.
O que eu disse na altura, e repito, é que muitos americanos não dominam correctamente o inglês e que o assumem sem complexos, não se importando de ser corrigidos. Também nem sequer percebo a admiração, há muito estrangeiro à altura de corrigir muito português e nem é preciso ir muito longe.
Quanto ao resto, disse e também mantenho. Há o ensino de excepção, que investe a fundo na qualidade, chamando a si os melhores estudantes nacionais e estrangeiros – e para isso basta dinheiro - e o ensino mainstream, de qualidade que na Europa deixaria muito a desejar. E é este ensino que os restantes muitos milhões de americanos frequentam. Também creio que lhe disse que é comum a um americano tirar um, dois, três mestrados ao longo da vida, o que não admira porque acompanhei um deles muito de perto e observei o grau de não dificuldade.
E vamos aos números: os EU têm cc de 300 milhões de habitantes; o Reino Unido cc de 60 milhões. Fazendo a proporção universidades de topo / população, os EU mantêm 0,026% de universidades de qualidade superior, o Reino Unido 0,03%.
A excelência ensino de topo não aparece isolada do número de escolas e de estudantes, independentemente da qualidade relativa de cada uma. Fabricam-se bons alunos como se fabricavam desportistas de elite na União Soviética. Da prática em grande escala selecciona-se a qualidade, e quantidade não falta aos EU.
A situação portuguesa insere-se aqui, apesar de outras variáveis e uma delas foi o atraso na escolarização geral, embora isso não colidisse com a exigência para quem tinha a sorte de o frequentar.
E concluo com algumas considerações ao acaso, não minhas, mas que surgiram, umas, durante o debate sobre o Processo de Bolonha, quando algumas universidades e universitários alertavam para o perigo de abaixamento da qualidade ao adoptar-se o modelo americano. Outras, a propósito do retomar de uma discussão antiga a propósito da reedição do livro do Harold Bloom de que aqui falei, ‘The closing of the American mind’, que voltou a estar na berra.
‘O duvidoso paradigma americano’
Por exemplo Harvard, que só por si tem um orçamento superior ao de todo o Ministério do Ensino Superior e da Investigação de França, 29 mil milhões de dólares por ano, conta com menos prémios Nobel que Oxford, cujo orçamento anual anda pelos 0,4 mil milhões de libras. A referida liderança deve muito, aliás, à contribuição de cientistas atraídos por essas facilidades, mas formados no estrangeiro, sobretudo na Europa, nomeadamente em ciências naturais.
(professores de várias universidades portuguesas)
Os estudantes americanos estão entre os mais estreitos de espírito, mal equipados para enfrentar a crítica ou defender os seus pontos de vista (se é que têm algum) e os mais anti-intelectuais que alguma vez vi. E sim, é uma questão cultural e educacional.
(Branislav L. Slantchev, Mathematics Genealogy Project)
Podemos dizer que os portugueses são antiamericanos primários (embora alguns de direita, mas enfim), agora americanos com experiência europeia a falar do ensino americano, já não me parece.
E não precisa de acreditar em mim, basta que procure.
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Oliveirinha, estudou nos EU? Eu diria que sim e que Slantchev foi seu professor.
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